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Capítulo 59

Há muito tempo atrás, eu visitava um mundo totalmente diferente do real, porém mais realístico que o mundo dos sonhos. Nesse lugar, eu me encontrava com uma voz parecida com a minha, que passados os anos, ele se mostrou ser a voz da minha consciência, segundo ele, também era meu "eu" adulto. Sinceramente, eu achava que isso era fruto da minha imaginação e eu já estava tão doente, que as percas de memoria faziam eu ter alucinações e eu já não sabia mais se anotava memorias ou histórias inventadas. Depois que fiquei em coma e quase parti dessa para melhor ou pior, essa voz sumiu completamente e eu já não sonhava mais, apenas dormia.

Hoje, depois de 30 anos, parece que vou ter a prova, que esse lugar é real mesmo. O mundo que todos visitam quando dormem, o universo das memorias perdidas, a terra dos sonhos. Não era tão complexo como eu descreverá nas páginas antigas, horas branco, horas preto e quase sempre, preso em alguma lembrança esquecida. Acho que deve depender do grau de dor que sinto, antes de desmaiar. Dessa vez está tudo branco, na próxima vez...

— Não terá uma próxima visita, a esse lugar Richard... — Uma voz jovem e elegante, preencheu o lugar — Faz um tempo, não é?

— Quem é? É o "eu" adulto, minha consciência, a voz que descrevi nos meus cadernos — Perguntei assustado e outras vozes riram junto com a voz anterior. Segundos depois, todos apareceram em minha frente — Quem são vocês?

Ali estava diante dos meus olhos, uma criança de provavelmente, 7 anos. O garotinho estava todo sujo, com uma blusa rasgada e joelho ralado. Ao lado dele, tinha um jovem com o cabelo passando dos ombros, parecia que não cortava há anos, estava tão branco quanto o lugar onde estávamos, talvez tivesse seus 20 anos e próximo a ele, havia um adulto bem vestido, cabelo cortado e com um sorriso que transmitia confiança, estava provavelmente no auge dos 30 ou 40 anos. Todos me encaravam de braços cruzados, como se tivessem me analisando. Todos pareciam iguais, talvez fossem parentes, o que mudava, era apenas algumas marcadas deixadas pela idade.

— Não lembra de nenhum de nós, não é? — O mais adulto falou e sorrindo veio até mim — Venha, vamos conversar um pouco.

— Tio, posso sentar perto do senhor? — O garotinho pediu e sem esperar resposta, já sentou do meu lado, deitando nas minhas pernas e já se preparando para dormir — Obrigado...

— Richard, sabe que dia é hoje? — O adolescente me perguntou olhando para seu relógio de pulso — Pela sua cara, deve ter esquecido...

— Sei sim! — O cortei chateado — Hoje é 20 de março, começo do outono!

— Não... O fim dele — A criança falou bocejando, todos ficaram em silencio e se entreolharam, pareciam nervosos — Hoje é 21 de junho.

— Não, não pode ser, eu sai com minha filha e esposa hoje. — Falei desesperado — Olhei bem o calendário, hoje...

— Faz 3 meses que está em coma — O adolescente respondeu suspirando — Mesmo que não acredite, é isso.

— Por que eu estou aqui, afinal? Sempre que venho pra cá, estou a um passo da morte... — Falei e eles se entreolharam de novo ainda mais nervosos, o que me deixou mais irritado — Podem parar de fazer isso e começar a me explicar?!

— Richard, nós somos você, cada um aqui presente, é uma versão sua, que mais se aproximou da morte e sobreviveu — O adulto falou e desanimado ficou pensativo antes de falar — Falta apenas um de nós...

— Qual? — Perguntei apressadamente — Se eu estou aqui, sou a versão de 52 anos... Qual falta?

— O vovô de 60... — A criança falou triste e foi para o colo do adolescente que acariciou a cabeça dele, enxugando algumas lágrimas que caia dos olhos do menino — Ele está vivendo a vida dele agora, está acordado no futuro, vivendo o tempo dele.

— Então, se ele está vivo, quer dizer que eu não vou morrer? — Perguntei esperançoso — Se eu faço parte de cada versão aqui presente, então eu vou sobreviver!

— Sim, mas não vão ser fáceis os próximos anos... — O adulto suspirou angustiado — Enfim, você saberá quando acordar. O que importa, é que estamos aqui para se despedir de você...

— Como assim? — Perguntei nervoso — Se eu vou sobreviver...

— Sobreviver, não significa ficar vivo pra sempre — O jovem falou serio — Só escute, depois você pode falar, temos sempre pouco tempo, quando nos reunimos aqui, você sabe.

— Sim Richard, cada um de nós estamos aqui, para falar algo para ti — O adulto sorriu e todos ficaram em pé diante de mim, me ajudando a levantar também — Antes de tudo, saiba que, isso é bem raro. Apenas 1 a cada 1.000 ou 10.000 pessoas, conseguem sonhar com uma versão sua do passado e o percentual para ver tantas versões juntas assim, é menos ainda provável.

— Acho que lembra quando tinha minha idade... — O adolescente começou a falar — Que ouvimos uma voz, fingindo ser um ser celestial, voz da consciência ou algo assim...   

— Era eu! Nossa era muito engraçado — O eu adulto riu, como se tivesse se divertido muito naquela época e o adolescente lhe lançou um olhar ameaçador — Perdão, pode falar.

— Naquela época, você era muito pressionado a ajudar um certo alguém e salvar uma pessoa — O jovem explicou tentando usar palavras chaves, que me fizessem lembrar — Então, hora de saber finalmente quem era.

— Esse tempo todo, estávamos tentando salvar você Richard, salvar todos nós — O adulto falou com um sorriso triste — Para ser mais exato, tentando salvar a pessoa, que você viu um tempo atrás. Lembra do idoso?

— Então, ele era eu... — Falei sentindo como se meu coração fosse explodir e lágrimas caiam dos meus olhos — Ele morreu... Significa que hoje, é o dia que eu morri.

— Sim Richard. Mas não nesse ano, você ainda está em coma, logo acordará e poderá viver os últimos dias da sua vida — O adolescente falou animado — Sei que é triste mas todo mundo tem que morrer um dia.

— Eu viveria mais feliz, sem saber o dia da minha morte — Solucei triste — Por que esperar até os 60? Seria melhor morrer logo agora...

— No dia que você visitou aquele idoso, você leu um papel não é? — O jovem questionou — Ele está escrevendo esse papel, nesse exato momento, lá diz que o único arrependimento dele, foi não viver, achando que não podia. Mas isso não é verdade, aquele papel está amassado, por que ele tem um arrependimento maior que aquele...

— Graças a aquele papel, nosso eu idoso teve uma vida muito feliz, pois realizou seus sonhos, tudo graças a cada um de nós e por você ter tomado a decisão certa com 20 anos — O adulto falou sorrindo — Aquele encontro mudou e salvou nossas vidas e esse encontro, pode salvá-lo também.

— O que ainda falta? — Perguntei confuso — Eu já fiz tudo por vocês, por nós, por mim...

— O jovem que eu fui, terminou os estudos, teve muitas aventuras e realizou todos os sonhos que tinha — O meu eu jovem falou empolgado— E sou muito grato por isso, não me resta nenhum arrependimento nessa fase.

— O adulto que eu fui, casou, teve uma filha linda e está com a mulher dos sonhos, que tanto desejou — O eu adulto sorriu vitorioso — Sou muito grato por essa escolha, eu não sei nem como agradecer, por ter colocado em minha vida, pessoas tão preciosas, que cuidaram tão bem de mim. Não me resta nada mais a desejar, sou muito feliz.

— E eu estou feliz, vivendo como queriam que eu vivesse, dei uma vida boa a todos vocês, não há mais nada que eu possa fazer... — Expliquei desesperado — Por que aquele idoso ainda tem arrependimentos, aliás, por que eu, morrerei triste como se não tivesse nada?

— Por que a criança que eu fui, ainda espera aquela mãe que o abandonou, ainda quer entender o que ela fez de errado, para perder quem tanto amava. Ela ainda está machucada, por que até sua mãe adotiva partiu... — O menino falou com lágrimas nos olhos — Eu posso não ter arrependimentos, por que não foi culpa minha, elas terem ido. Porém, eu gostaria de ter passado mais tempo com minha mãe adotiva, ter me divertido mais com ela, já que nossa vida se resumiu em tentar diariamente me fazer lembrar cada segundo da minha vida...

— Richard, não tem como você ficar com sua mãe adotiva, isso sabemos — O adulto recordou triste — Mas poderia perdoar, nossa mãe biológica e passar um tempo com ela?

— Não! — Respondi rapidamente — Que morramos assim, mas isso não farei!

— Richard! Temos o direito de passar um tempo com ela! Você sabe o quanto sofremos, quando descobrimos a morte de Luisa, o quanto choramos! Vai esperar Marília morrer também, para sofrer da mesma forma e ficar se lamentando até a morte?! — Meu eu adulto gritou irritado e chorando — Aquele idoso está prestes a morrer e o único desejo que ele tem, é ter dado um abraço naquela senhora, no dia que você desmaiou. Pois anos depois ele descobriu, que ela morreu naquele mesmo ano e deixou uma carta escrita, pedindo perdão por não ter sido uma mãe melhor e que só gostaria ter passado, nem que fosse 1 dia do seu lado, antes de morrer!  

— Por que vocês não podem se contentar e serem felizes com o que já tem? — Perguntei caindo de joelhos e soluçando de tanto chorar — Por que eu tenho que passar por tudo isso?

— Que pessoa sendo humana, não tem um ou mais desejos a realizar, antes de partir? — A criança perguntou segurando meu rosto com suas mãozinhas — Não é que sejamos ingratos, por tudo que você já fez até agora. Se não quiser fazer isso por nós, entenderemos, você esquecerá tudo mesmo, de certa forma... É que, só gostaríamos de ter essa ultima memoria conosco, quando estivermos todos juntos como um só, no dia que partimos.

— Temos todas as realizações possíveis, todos os desejos e sonhos cumpridos. Contudo, assim como você não viveu antes por medo de tentar, achando que não dava tempo... Também não ficou com sua mãe, pensando que não poderia — O adolescente explicou saindo junto com a criança — Sua mãe nunca lhe odiou Richard, ela tinha seus motivos para nós deixar. Mesmo que negue, ela também queria estar do seu lado por um tempo, antes de morrer, assim como você... Espero que faça uma boa escolha, assim como todas que fez até agora. Adeus...

Todos sumiram e ficou apenas o eu adulto do meu lado, que sorriu, meu deu um abraço e disse "Espero também". Depois, ele desapareceu e fiquei sozinho... Pensei em tudo que eu havia feito até agora, se já não era suficiente. Todos estavam gratos, felizes também. Será que me perdoariam por apenas essa falta comigo mesmo? A resposta era obvia, mas se fiz todos felizes, em todas as vezes que nos reunimos, para mudar nosso futuro, por que não fazer um ultimo favor a mim mesmo? E dessa vez, era meu ato final, meu ultimo desejo, antes de partir sorrindo de verdade.

Sigam para o capitulo final, choremos e digamos um adeus bem feliz ao nosso amado Richard. Obrigada por ler até aqui ❤

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