Capítulo 32
Fico imaginando todo segundo da minha vida, mesmo sem ter memórias passadas ou atuais, mas penso bastante se realmente sou doente. Eu nunca quis ter uma doença tão complicada e depois de discutir com meu pai, mas uma vez me encontro em dúvida, me questionando se essa vida inteira, foi só uma farsa... Será que esse tempo todo eu só tinha algum trauma? Será que posso recuperar minhas memórias? É tudo tão inexplicável, se não estou doente, então por que aquela voz e aqueles pesamentos vem ao me encontro, quando durmo? Por que ainda não lembro nada da minha infância?
Depois da conversa com a amiga do meu pai, alguns pensamentos perturbam minha mente. Os médicos não entenderam meu problema e ela parece ainda confusa. Desde a conversa no objeto estranho, que ela me disse ser um balanço, ela me encara com uma expressão de dúvida. Infelizmente acabei ficando sozinho com ela, meu pai mandou uma mensagem avisando a essa mulher, que está esperando minha mão separar algumas roupas pra mim.
— Perdão perguntar... — Falei depois de horas em silêncio — Como se chama?
— Samantha — Ela sorriu ao falar — Sei que aqui é mais confortável e perdão lhe pedir, mas poderíamos entrar?
— Será que... — Falei nervoso, eu estava com medo de entrar e ficar sem ar vendo tantas coisas novamente — Tem algum lugar na casa, com poucas coisas espalhadas?
— Ah, é isso... Tem pânico em lugares com muitos objetos? — Ela perguntou e acenei com a cabeça afirmando que sim — Acredito que meu escritório deve ser o lugar mais indicado, mas posso remover algumas coisas lá também...
— Agradeço — Falei e levantei do balanço. Ela entrou na casa e depois de minutos tentar respirar da forma certa, entrei também — Perdão perguntar novamente, mas onde está seu marido?
— Trabalhando — Ela falou subindo as escadas e a acompanhei — Ele também é psicologo, mas é um tipo especifico, bem diferente de mim ou de outros que há mundo a fora.
— Como assim? — Perguntei curioso mas ela não me ouviu, já ia muito longe. Ao dobrar um corredor, esbarrei sem querer em um pessoa que ao me ver se assustou — Perdão...
A pessoa era mais baixo que a Samantha, era um homem com poucos cabelos, um pouco gordo. Era animado e não parava de mexer as mãos. Eu não entendia o por que daquela agitação dele, como se quisesse falar algo, mas só saia sons estranhos de sua boca. Embora aquilo me assustasse, olhei no fundo dos olhos dele, ele queria mesmo tentar me dizer alguma coisa.
— Perdão querido, achei que ainda estava atrás de mim — Samantha falou voltando, percebendo que eu não a seguia mais — Apollo, meu amor, ele não lhe entende...
— Ele não fala? — Perguntei surpreso enquanto Samantha também mexia as mãos, como se fosse um código secreto — O que é isso? Esses sinais... Não sei por que, mas sinto que já vi.
— Já querido, na primeira vez que veio aqui... — Ela falou sem jeito, depois fez alguns sinais que fez Apollo ficar meio triste e ele saiu entrando em um quarto — Ele se animou ao lhe ver, perguntou se você já tinha aprendido Libras, mas já expliquei que você tem um problema na memória e todo o resto...
— Sinto muito... — Pedi desanimado, por mais uma vez fui um problema para outra pessoa — Imagino que ele seja um psicologo para pessoas com esse mesmo problema que ele, não é?
— Sim, ele atende deficientes auditivos — Samantha explicou abrindo uma porta e dando espaço para eu entrar — Afinal, todos tem problemas, mesmo sem ouvir, sem falar, sem lembrar... Todos precisam tratar a mente.
— O que é isso? — Perguntei ao ver algo quadrado em cima da mesa e várias folhas parecidas com a do meu caderno de anotações, só que brancas — Está viva?
— Não está viva! Bem... Mais ou menos — Ela falou rindo e eu fiquei observando a coisa se mexer, engolindo os papeis e soltando por outro lado — É uma impressora, vamos dizer que ela está viva sim, se assim for melhor para entender e isso aqui é um notebook, pesquiso informações por aqui, embora não tenha perguntado.
— Ah sim, acredito que eu tenha um... — Falei tentando lembrar, parecia que as memórias queriam retornar — Eu gravava vídeos, se não me engano, e guardava em pendrives. Acho que eu usava um notebook...
— Está conseguindo lembrar? — Perguntou Samantha percebendo minhas reações, normalmente faço caretas quando tento puxar algo bem distante em minha memória — Isso é bom, ainda nem comecei a consulta e já está melhorando...
— Desculpe esse questionamento, mas acha que sou depressivo ou algo assim? — Perguntei chateado, mudando de assunto. Tanto meu pai como aquela mulher, queriam insinuar que não tenho minha síndrome de Dory — Está em vários exames que fiz quando criança, eu não tenho depressão, tenho síndrome de Dory.
— Veja bem... Não estou insinuando nada, se é isso que pensa — Ela falou me encarando séria — O médico que fez essas consultas morreu, mas por algum motivo, não há registros sobre ele e nem a vida dele, assim fui informada.
— Quer dizer que ele não existe? — Perguntei nervoso, afinal, minha mãe que me levou até ele, ela também o viu, como não havia registros sobre ele? — Ele morreu não é? Se tem essa informação, tem algo sobre ele...
— O hospital onde você estava, pesquisou sobre isso, o nome dele, morte ou qualquer outra informação, não existe em nenhum lugar — Samantha explicou pesquisando em seu notebook e me mostrando as paginas dando erro 404 — Acredita-se que esses documentos foram forjados, não sei quem te examinou anos atrás, mas desde a consulta até o relatório sobre o que você sente, aparentemente, tudo é falso.
— Então, o que eu tive essa vida inteira?! — Perguntei assustado, o que havia acontecido comigo, durante esses 20 anos? — Digamos que... Eu tenha um problema psicológico, essa doença é uma farsa e tudo mais... Por que minha mãe me disse que eu tive falta de oxigenação no cérebro ao nascer e por isso tive todos esses problemas?
— Nem seu pai e muito menos sua mãe, entendiam sobre isso. Seu pai por exemplo, só passou a entender, depois de muitas pesquisas e conversas comigo e meu marido, pra ser sincera, ele falou com vários outros psicólogos da nossa empresa também... — Ela explicou digitando algo em seu notebook e imprimindo algumas folhas — Por isso, há muito tempo me informei sobre seu problema, acredito que eu não precise insinuar nada, sei bem com o que estou lidando.
— Acho que não será uma boa ideia continuar isso... — Falei tentando sair da sala e Samatha se levantou rapidamente, a porta estava trancada e ambos ficamos parados em silencio — Perdão... Pode me dar umas horas para pensar? Por favor...
— Não farei nada contra sua vontade Richard, só quero lhe ajudar, entenda que todos estamos preocupados com você... — Ela falou nervosa, talvez com medo das minhas próximas reações — Leve o tempo que precisar... Para destrancar a porta, é só girar essa chave perto da maçaneta.
Acabei não conseguindo abrir, por conta do tremor que estava em minha mãos e Samantha veio até a porta para abri-la. Ignorei qualquer palavra que ela tenha dito quando sair e desci as escadas rapidamente, eu precisava ir para o único lugar que eu me sentia bem. O tal balanço era tranquilizante pra mim, mesmo com medo de dormir e esquecer, corri até o quintal e resolvi ficar lá. Samantha não veio ao meu encontro e enfim pude ter paz a mente novamente... Só não sabia que logo, logo, uma grande tempestade já estava a minha espera.
Já sabem neh? Kkk sem revisão, sem tempo para concertar as palavras kkk digam o que acharam desse reviravolta maluco que achei para resolver alguns probleminhas kkkk Até o próximo capítulo ❤
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