Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 21

Se eu fosse um jovem normal, brigas com garotas seriam uma das minhas menores preocupações. Eu ignoraria boa parte das coisas que elas falam, por que é o jeito mais fácil de conviver com elas e depois, quando estivessem menos irritadas, eu agiria normal como se nada tivesse acontecido e mudaria de assunto. 

Infelizmente, por ter 1% ou nem isso da minha memória, eu me preocupo de mais, com ações, palavras, gestos, até pensamentos que sei que as pessoas não ouvem ou vêem, mas tenho minhas preocupações com eles, tudo isso por que não quero magoar ninguém, não quero incomodar, não quero deixar uma marca, cicatriz, uma dor em alguém. Mas eu sei que, por conta da falta de memória, é só o que tenho feito...

Minha dor de cabeça só aumentava, nessa altura, qualquer emoção mesmo que fraca, me fará apagar. Eu precisava dormir, mas hoje eu precisava conversar com Marry e esclarecer algumas coisas, afinal, ela não confiaria mais em mim depois do que presenciou. Resolvi descer as escadas e tentar falar com a ruiva, para me azar, ela estava no pique da sua raiva. Percebi isso ao nota-la segurando uma faca e girando ela em suas mãos. Fiquei imaginando quantas vezes ela já havia feito aquilo para alcançar tamanho equilíbrio e não se machucar.

— Oi Marry... Você chegou... — Falei tentando iniciar uma conversa calma, mas ela me ignorou e continuou encarando a geladeira e rodando a faca na mão — Então... O que teremos para o jantar?

— Seu nome é Richard! — Ela falou enfiando a faca na mesa, me assustando — Você fugiu do hospital. E tem pessoas procurando por você, tipo a policia... Algo mais que preciso saber?

— Olha... Isso sobre a policia não é uma certeza sabe? — Falei rindo mas perdendo o sorriso e ficando em silencio com o olhar mortífero que Marry lançou sobre mim — Antes que você pense bobagem... Eu não estou interessado no dinheiro da senhora e nem nada parecido...

Acabei escolhendo as palavras erradas. Marry se levantou pegando a faca novamente e se aproximou de mim, cada passo que ela dava mais perto, eu dava dois mais distante. Nunca pensei que ia morrer aos 20 anos nas mãos de uma garota e ainda por cima sem ter dito pela ultima vez a minha mãe que eu amava ela. Eu precisava ter cautela e pensar em algo que deixasse Marry calma, mas minha cabeça já doía tanto...

— Saia agora! — Marry me ameaçou apontando a faca e me direcionando a faca — Chega dessa brincadeira, você queria o que? Nos fazer de refém? Está na hora de ir embora!

— Certo, eu vou... Mas calma, cuidado com essa faca Marry — Pedi assustado — Deixa ao menos eu me explicar...

— Não tem mais nada que explicar, só vá embora — Marry pediu me colocando pra fora de casa — Se você for esperto, não apareça na minha frente novamente.

Marry bateu a porta na minha cara e me deixou sozinho naquela noite escura, morrendo de dor de cabeça a ponto de desmaiar. Fiquei sentado na varanda da casa de Teresa pensando para onde eu poderia ir, ouvi batidas vindo do quarto de dona Tetê, fiquei preocupado e tentei abrir a porta, mas Marry havia trancado. Como pode haver tanto ódio no coração de uma pessoa? Tentei dar a volta na casa e ver o que estava acontecendo, mas a porta da cozinha também estava fechada. Olhei por uma das janelas e não avistei ninguém.

Minutos depois escutei uma sirene, uma ambulância estava se aproximando daquela rua. Será que era pra essa casa? Minha cabeça estava latejando, resolvi ficar na varanda esperando para confirmar o problema. Em questão de segundos a ambulância chegou, os socorristas não me conheceram, me levantei e esperei eles falarem com Marry. Ela abriu a porta e os socorristas entraram as pressas, meu coração quase parou quando vi dona Teresa saindo em uma maca.

— O que aconteceu? — Perguntei quando Marry saiu da casa, mas ela me ignorou — Marry, me diz, o que houve! Uma só vez, seja humana, me diz o que aconteceu!

— Ela estava desacordada no quarto! Eu não sei! — Marry falou chateada, me empurrando para eu sair da frente dela — Se não fosse por você, eu não teria perdido meu foco! Eu estaria cuidando dela, mas você chegou aqui e atrapalhou tudo! Agora vê se nos deixa em paz!

Marry entrou na ambulância e foi embora acompanhando Teresa. Fiquei ali parado vendo o carro branco se distanciar. E mais uma vez, eu voltei a estaca zero, sozinho, sem ajuda, sem saber o que fazer, culpado de mais um problema. E o pior de tudo, eu vou esquecer o que houve, eu não poderei mais ajuda-la, assim como fiz a minha mãe, eu só atrapalhei a vida de outra pessoa... Mas me fazer de coitado não resolverá nada. Hora de procurar ajuda!

Fui ao único lugar que eu poderia e deveria ter ido desde o começo. Toquei a campainha e minutos depois a empregada atendeu. Expliquei quem eu era e ela disse que eu poderia entrar. Sentei no sofá e cabisbaixo pensei no que eu estava fazendo da minha vida. Eu fui tão teimoso esse tempo todo, quem eu pensava que era? O que eu achava que iria conseguir fugindo do hospital? Esse era meu destino, eu não poderia ter desejado sair pelo mundo a fora fazendo tudo que alguém normal fazia...

— Richard? — Sammy falou descendo as escadas e olhei para ela com lágrimas nos olhos — O que aconteceu com você? Por que não está no hospital?

—  Sammy... Eu estou com medo... — Falei chorando colocando as duas mãos na cabeça e colocando ela entre as pernas — Eu não sei mais o que fazer... Eu não tenho mais ninguém para pedir ajuda, eu sei que somos totais estranhos, mas eu só tinha aqui pra vir...

— Calma Richard, respira... Tudo vai ficar bem — Ela falou sentando do meu lado, tentando me confortar — Sei que mal te conheço, mas pode contar comigo...

— Eu queria ter ido até minha mãe, mas eu já a preocupei de mais, eu devia pedir ajuda dela, mas eu sempre fui um peso pra ela, eu não aguento mais fazê-la sofrer — Falei angustiado, chorando pela dor que  invadia todo o meu ser — Eu não suporto mais essa doença! Eu não quero esquecer mais nada... Eu não quero morrer!

— Você não vai morrer querido... — Sammy falou me puxando para um abraço — Eles vão achar uma solução, alguém tem que resolver o problema, a medicina serve pra isso, pra achar cura para doenças...

— Eu vou morrer Sammy... Eu sinto que não tenho muito tempo... — Falei ainda abraçado com ela — Tanta coisa que eu queria fazer...

— E por que não faz? — Sammy perguntou me saltando e olhando em meus olhos — Se você vai morrer ou não, isso não sabemos, mas por que não faz? Eu te ajudo se quiser...

Naquele momento eu notei algo nas palavras de sammy que era tão simples e eu nunca percebi. Eu me mantive preso, eu não segui em frente, eu fugi do meu problema e me escondi no meu quarto... Eu fiquei no meu mundo, criado para me proteger mas desde o começo foi na verdade uma prisão. A Dory tinha um problema e continuou a nadar, viveu sua vida. Eu tenho um problema e apenas me privei de tudo. Era simples, eu só precisava fazer o que eu queria, com ou sem morte, com ou sem doença, eu poderia viver e ser feliz... E era isso que eu iria fazer.

"Continue a nadar, a continue a nadar, continue a nadar, nadar, nadar, nadar, nadar, nadar..."

Imagine isso como o final do capítulo de um filme, com a Dory cantando essa música assim que o Richard terminou de falar.

Espero que tenham gostado do capítulo, votem, comentem e até o próximo ❤

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro