002 ⎯⎯ ❄
Finalmente paramos de gritar e ele abre a boca para falar.
⎯⎯ O que você está fazendo aqui, sua pervertida!
⎯⎯ Eu o quê?! O pervertido aqui é você! Eu quem deveria estar perguntando isso!
⎯⎯ Você é quem está no banheiro masculino e quer ter razão?
⎯⎯ O quê?! ⎯⎯ Vou até a porta onde encontro o símbolo. Ah não...⎯⎯ Olha, eu posso explicar.
⎯⎯ Não acha que é tarde demais para inventar uma desculpa? Olha, eu sei que sou muito bonito mas isso já é demais. É assédio, e assédio é crime.
⎯⎯ Do que você está falando?! Eu não me importo se você é bonito ou não, eu não estou aqui com o intuito de assediar você!
⎯⎯ Ow, ainda se faz de vítima. Inacreditável. Já vinheram com uma dessas para mim, já me acostumei. Você é uma daquelas fanfiqueiras, né? " Vou fingir entrar no banheiro masculino para depois dizer que não o conheço e assim começaremos nossa história de amor".
⎯⎯ Cara, você é doente.
⎯⎯ Vai fingir que não me conhece?
⎯⎯ Não, eu não conheço você e não quero.
Ele se aproxima, aproxima o bastante para que meu corpo se choque com o batente da pia, sem espaço para sair. E ele continua se aproximando, olhando fundo nos meus olhos até que ele para. Parece ter entrado em choque, seus olhos são uma mistura de surpresa e felicidade carregados. Eles marejam, brilham de uma forma tão intensa.
Ele está bem...?
⎯⎯ Como é o seu nome?
⎯⎯ O quê? ⎯⎯ Respiro fundo ⎯⎯ Olha, você me acusa de assédio, ou de uma das suas fãs malucas e quer saber meu nome? A minutos atrás você estava me condenando com o olhar.
⎯⎯ Me diz o seu nome.
⎯⎯ Não!
⎯⎯ Porra, só me fala o seu nome! ⎯⎯ ele perde a paciência.
⎯⎯ Não grita comigo. Você não me conhece então não venha me tratar assim. Eu vou embora agora e espero nunca mais ver você em toda a minha vida.
⎯⎯ Não é você. ⎯⎯ Ele se afasta, seu olhar trazia um pontada de tristeza e desapontamento.
⎯⎯ Você é realmente maluco.
⎯⎯ Eu também espero nunca mais vê-la em toda a minha vida, maluca do banheiro.
⎯⎯ Palhaço.
O afasto para longe e vou embora. Espero que ele falhe no teste, assim poderei não vê-lo nunca mais.
Corro até a pista onde já estavam chamando o meu nome. Rapidamente coloco os patins e entro na pista.
A iluminação diminui e a música começa. Respiro fundo e lembro da minha mãe. Tão linda, graciosa e modesta. Seus olhos brilhantes, ah... o belíssimo sorriso.
Fecho os olhos escutando o som agradável de sua risada. Me deixo levar pela música lembrando dela.
No final, ela me encara com seu olhar doce e sorri para mim. E enfim posso escutar.
" Minha doce floco de neve "
Abro meus olhos vendo todos me encarando. Percebo que eu acabei e a música parou. Respiro fundo e deixo o peso cair sobre mim. Espero que tenha sido o bastante.
⎯⎯ Ei! Younghoon! ⎯⎯ Yeonjun corre até mim.
⎯⎯ O que foi!? ⎯⎯ Rosno para ele que se assusta.
⎯⎯ Eita, calma unicórnio, eu não te fiz nada. O que aconteceu, por que está tão bravo? Quem pisou no seu pé?
⎯⎯ Vá para o inferno com suas piadinhas.
⎯⎯ Meu Deus... cara você está bem? O que aconteceu.
⎯⎯ Nada, nada. O que você quer?
⎯⎯ Vim te chamar para ver a audição das gatas da Patinação Artística.
Lembro do número de chamada na roupa dela.
⎯⎯ Não, não vou.
⎯⎯ Ah qual é, vamos! Estou na equipe com você a 6 anos e nunca vi você olhando para uma garota, vai que o amor da sua vida está naquela seleção! ⎯⎯ Ele pisca para mim e eu reviro os olhos.
⎯⎯ Você é um imbecil.
⎯⎯ Ah você vai sim! ⎯⎯ Ele sai me arrastando.
⎯⎯ Choi Yeonjun!
Ele me arrasta até as arquibancadas. Me faz sentar e eu respiro fundo. Somente escuto um nome repetir várias vezes por um dos jurados.
'Wang Yiren'
'Yiren'... o nome dela... será que...
Quem é essa irresponsável que está atrasada?
Logo, aquela garota aparece apressada. Coloca os patins e vai até o centro. A vejo suspirar e fechar os olhos, a música lenta começa e seus movimentos começam juntos.
Não queria mas devo admitir que... ela é tão graciosa, eu consigo sentir exatamente o que ela está transmitindo. Seu olhar de dor mas com uma feição feliz, sua respiração leve, os cabelos acastanhado dançando com a música. Ela... me lembra alguém. Me lembra duas pessoas na verdade. Como pode parecer tanto com ela?
Ela me lembra uma mulher, a mulher em que minha mãe odiava, a do dia do acidente a anos atrás. Sempre apreciei ela, ela foi a melhor patinadora em que eu vi em toda a minha vida. A sua morte foi a coisa mais horrível em que eu vi.
E ela... é tão belíssima quanto. Ela exala algo inexplicável, sinto que já a conheço. E isso está me deixando incomodado. Por que me sinto tão comovido com sua performance?
Ela acaba, fecha e abre os olhos. Dessa vez seus olhos vinheram com mais dor. Ela respira fundo e eu vejo seu corpo quase vacilar.
Me levanto e vou embora.
Chego em casa e me jogo na cama. Ah... eu acho que fui bem, é, eu fui bem. O que você acha mãe? Eu fui bem?
⎯⎯ Surpresa! ⎯⎯ Me assusto com Emma saindo do meu guarda-roupa.
⎯⎯ Garota o que é isso?! Quase me matou de susto.
Ela começa a rir. Vai até o guarda roupa novamente e pega um pequeno bolo.
⎯⎯ Para comemorar.
⎯⎯ Mas ainda não saiu o resultado se eu passei ou não.
⎯⎯ Não corta o clima, acabei de gostar o último dinheiro que eu tinha nesse bolo. ⎯⎯ ela o coloca ao meu lado.
⎯⎯ Ok, muito obrigada. Como entrou?
⎯⎯ Seu pai veio aqui mas depois foi embora de novo.
⎯⎯ Ele deve ter esquecido algo.
⎯⎯ Então, como foi?
⎯⎯ Mágico. Aquela sensação, o conforto que traz. Lembrar de minha mãe...
⎯⎯ Ih! Isso é Ótimo! ⎯⎯ ela bate palmas animada.
Logo, a imagem daquele garoto veio a minha frente. Tsc, idiota.
⎯⎯ Eita... que carinha é essa? Mudou do nada.
⎯⎯ Nada, eu só encontrei um idiota hoje.
⎯⎯ Um garoto!? Como ele é, onde foi? Como aconteceu?! ⎯⎯ ela se aproxima.
⎯⎯ Quando se fala em homem você corre, não é mesmo?
⎯⎯ Vai logo, conta.
⎯⎯ Eu não quero falar sobre ele, desejei nunca mais vê-lo.
Ela bufa.
Você não tem noção do quão idiota ele é, Emma. E eu realmente não quero mais vê-lo.
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