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rumo à presidência, Cinderela

— O que vai fazer quarta que vêm, huh? — Dominick se inclina na minha direção, mantendo seu olhar na quadra a nossa frente ainda vazia, mas já preparada para o anúncio da presidência.

— Ahm... O que tem quarta que vem?

— Está falando sério?

Eu não preciso fazer nada além de encará-lo com tédio para que ele me dê uma resposta.

— Dia quatorze, Cassie.

— Ah!

Por um momento, é tudo o que eu digo. Não tinha nem percebido o quanto os meses passaram rápido, outro dia era a volta das aulas após as férias de final de ano, agora estávamos em maio, com oito dias restantes para os meus dezessete anos.

Não gosto de pensar nele, porque significa que o dia em que meu pai morreu também está se aproximando, e significa que desencadilharei inúmeras coisas que me fazem ficar tão mal quanto.

— Acho que vou fazer o mesmo de todo ano. — E com isso, Dominick entende o que eu quero dizer sem precisar de complemento.

O mesmo de todo ano depois que meu pai morreu.

— Você nunca faz nada, Cassandra.

Touché!

— Então vai deixar por isso mesmo?

— Os pais de Hanna nunca deixam por isso mesmo, Dominick. Eles sempre preparam um jantar. Foi assim no de quinze e no de dezesseis, não vai ser diferente nesse.

Não menciono o aniversário de quatorze, não só porque não houve jantar — mesmo que eu já conhecesse Hanna e fôssemos próximas — mas porque foi o primeiro que passei sem meu pai, o primeiro em que eu mal conseguia fazer alguma coisa porque não havia mais que cinco dias desde que Thomas Marrie morreu e todos, inclusive eu, estavam cagando se estava fazendo mais um ano de vida ou não.

A partir dali, não teve um aniversário em que eu comemorei com festa, mesmo isso sendo quase que uma tradição.

O mais perto que tive de uma comemoração no dia 14 de maio de 2014, ano em que meu pai morreu, foi quando Dominick me visitou, tarde da noite, e me levou biscoitos e chocolates. Foi fácil dele entrar porque Nick já conhecia bem demais a minha casa e o caminho para meu quarto, então com todos em luto e não se importando com nada além da grande perda, o pirralho de até então treze anos foi uma sombra aos olhos de quem quer que estivesse pela minha casa prestando condolências, mesmo que já tarde da noite — as vezes as pessoas sabem bem como ser inconveniente.

Eu mais chorei do que qualquer outra coisa, mas os cookies e chocolates foram os únicos presentes que recebi. Ele ficou lá até que eu finalmente pegasse no sono, aquela era a primeira vez que tive uma noite tranquila depois da queda do avião. Quando acordei, Dominick não estava mais comigo, e foi uma das últimas vezes em que realmente esteve ao meu lado.

A lembrança é amarga e saborosa ao mesmo tempo. Meu coração se enche de nostalgia e emoções boas ao pensar em tudo que o garoto com cara de bobão ao meu lado fez por mim, mas também há mágoa por saber que ele jogou tudo fora ao se afastar subitamente.

Tanto os meus pensamentos quanto o silêncio formado evaporam quando, outra vez, Dominick puxa o mesmo assunto a tona.

— Por que não faz uma festa?

A risada sem humor é inevitável.

— Claro, Diana super concordaria. — Preciso morder a língua para me impedir de continuar.

Merda!

Volto minha atenção para frente ignorando o que acabei de dizer, talvez assim Dominick faça o mesmo. Mas ele não faz. A interrogação pode ser vista no meio do seu rosto a um raio de cinco metro de distância. O cantor parece voltar a memórias passadas e meu rosto se contorce ao me dar conta de para onde vão, pressiono os olhos me preparando para enfrentar as burradas que faço e as consequências de não conseguir calar a boca.

— Na noite do baile, quando estávamos no telhado, falou sobre não ter um bom relacionamento na sua casa. Pensava que era só sobre Natália, porque é óbvio que não se dão bem, mas também estava se referindo a Diana, não é?

Respiro fundo, me arrependendo, para começar, de ter aberto a boca para falar sobre esse assunto.

— Não, não era sobre ela. Só estava brava por ela ter me posto de castigo. — Ainda não o encaro, meus olhos estão fixos em um ponto qualquer do ginásio a minha frente.

Por um momento, penso que ele cai nessa, porque foi até uma desculpa muito boa. Quantas garotas são saem por ai falando coisas do tipo e exageram no drama?

— Sei quando está mentindo, Cassie.

Mas ele não cai. E é ai desisto de fingir, porque sei que não vou conseguir fazer isso com ele sem um esforço brutal. Enquanto ainda não temos nossa conversa finalizada, os concorrentes a presidência chegam acompanhados pelo professor Stevan e a diretora Winnie, que não espera cerimônias para assumir a frente da introdução.

Penso em deixar a conversa morrer, mas tenho medo desse assunto render e se espalhar.

— Tá. — Agora sou eu quem se inclina na sua direção, usando um tom mais baixo para não atrapalhar o evento a frente. — Não temos a relação incrível que Diana faz parecer, mas não é ruim como disse.

O olhar de Nick encontra o meu, e tento passar o máximo de verdade que consigo através deles. Estamos próximos demais porque o lugar lotou, e ninguém parece reconhecer que não há espaço suficiente para que todos fiquem sentados confortavelmente, então não se importam em ir empurrando e espremendo as pessoas. Os fios grandes e castanhos caem desajeitadamente sobre a testa e os lábios rosados, e bem no intermediário entre ser cheio demais ou de menos, estão levemente entreabertos, analisando-me atentamente.

— Qual é? Não é como se enteada e madrasta não se gostarem fosse um caso isolado — completo.

— Não, não é.

— Mas pode me fazer um favor? — arrisco perguntar, buscando palavras que não façam a situação parecer estranha.

— O quê?

— Não comenta com ninguém, por favor. Sobre eu e Diana.

— Ta bom.

— Você promete?

— Prometo, Cassie.

Por estar inerte ao que acontece a minha volta, é um choque quando, enfim, ouço o resultado da tão esperada eleição.

Cacete.

Apesar de ter ouvido com clareza, minha mente ainda leva tempo para processar o que acabará de sair da boca da diretora Winnie.

Jude Arsher, o mais novo presidente do grêmio estudantil.

O sorriso no rosto de Hanna murcha e a aura em volta da garota parece desaparecer. Eu me sinto péssima pela minha melhor amiga, porque apesar de manter a pose inabalável, sei o quanto ela está mal agora. Se pudesse julgar em uma só palavra como ela parece, diria que está alheia, procurando o que fazer enquanto tem inúmeros pares de olhos voltados para ela, especialmente após a diretora anunciar que, por ser a segunda mais votada, ela ganhou como vice-presidente.

São raras as vezes que a vejo desestabilizada dessa forma, mas isso é tudo o que ela parece estar enquanto se levanta de forma automática sob os mais altos aplausos e se põe do lado esquerdo da diretora, mostrando toda a sua vulnerabilidade para quem quiser enxergar. Enxergar de verdade.

Coisas como ficar nesse posto até o ano que vêm são ditas. Ao que parece, as eleições terem atrasado mudará a estrutura de toda a coisa, os alunos da última grade continuaram no posto até o resto do ano letivo, enquanto Jude e Hanna assumirão suas novas funções logo após a volta as aulas, depois do verão e, no final do ano, outros concorrentes assumirão o posto, mas não fará muita diferença porque nós não estaremos mais aqui.

Pensar que estamos engatando na nossa última grade me assusta, saber que logo iremos ser jogados de cara no mundo real. Quero sair de casa e nada me fara voltar atrás, quero ir para Cambridge e sair dessa porcaria de cidade, mas é tão assustador que me pergunto se dou conta.

As pessoas a minha frente vão se levantando e muitas passam por cima do meu pé, não gosto que o espaço entre as arquibancadas sejam tão pouco porque sempre acontece coisas assim. Antes que fique muito para trás, decido ir atrás de Hanna, que a essa altura também já está saindo da quadra. Posso ver os cabelos encaracolados e a calça meio rasgada atravessando as portas duplas e largas.

Custo a achar minha amiga pela escola e perco metade da aula de química, parte de mim deseja não perder conteúdo ou levar falta, mas o maior lado não pensa nem por um segundo antes de continuar na procura. Encontro-a no lugar mais improvável dessa escola, no campo de futebol americano, está vazio, então assim que me aproximo dela sei que nota minha presença por ouvir meus passos.

Sento-me ao seu lado, assumindo a mesma postura curvada e pernas flexionadas, abraçando-as com ambos os braços. Ela leva o olhar ao meu me permitindo ver o quão mal está. Forço um sorriso sem muita força, sem descolar os lábios, para tentar dizer que tudo ficará bem.

— Você uer conversar? — pergunto, com minha voz saindo absurdamente alta por conta do ambiente silencioso.

Minha resposta é um balançar de cabeça, negando.

— Quer ficar só? Posso ir embora.

Outra vez, a resposta é a mesma. Respeitando o espaço que ela quer continuo ao seu lado, no meio do gramado verde com algumas partes marcadas por tinta branca, e fico quieta. Mais tarde, meu ombro é uma espécie de travesseiro quando Hanna o usa para apoiar a cabeça.

* * *

Depois de perder duas aulas, voltei a sala sozinha porque Jude queria conversar com Hanna. Ela relutou um pouco, mas acabou cedendo e, seja o que for que o nerd e baterista da Dead End tenha falado, ao menos ajudou a tirá-la um pouco da fossa.

Ao menos tudo isso serviu para ela e Karoline assumirem de vez que estão juntas, espero que o vai e vem entre elas agora cesse um pouco, porque apesar de nem estar na relação, me sentia exausta apenas de imaginar como as coisas andavam.

A semana está passando mais rápido do que posso acompanhar, os ânimos em casa estão péssimos — o que sei bem que o motivo é pelo dia de amanhã — mas significa que o trabalho que tive com as Hays foi dobrado, Diana parece se esforçar para sujar mais coisas que o usual e, se fosse mesmo isso, não me surpreenderia em nada.

No fim das contas, cumprir o castigo imposto a mim foi fácil, porque não consegui fazer nada além de enfiar a cara nos livros. Acho que houve um surto coletivo em que professores acordaram de infernizar a vida de seus alunos ao passar trabalhos, deveres e testes surpresas de uma vez só. Então quando saio da sala do blog, prestes a ir para a última aula do dia, aproveito o tempo em que resta para recuperar as energias. Sento-me em um dos bancos do gramado da Deware, jogando minha cabeça e braços em cima da mesa.

Meus olhos pesam e sinto minha mente ir parando com o passar dos segundos, minha respiração também se acalma. Eu dormiria tranquilamente agora tentando recuperar o sono acumulado dos últimos dias, mas ouço alguém se aproximando e logo vejo Alec passar uma das pernas cobertas pela calça jeans clara pelo banco e se sentar de frente para mim.

— Já viu isso?

Viro minha cabeça para o lado, ainda apoiada nos braços, apenas o suficiente para ver o papel que o garoto carrega nas mãos.

— Você vai? — pergunta.

Pego nas minhas mãos o anúncio do acampamento de verão. Sete dias de pura diversão e contato total com a natureza, é o que diz.

— Não sei. Não tá meio cedo para estarem fazendo propaganda disso?

— Eles precisam arrecadar as assinaturas dos pais, e tem o dinheiro também. Ffalta menos um mês, Cass, não é tanto tempo assim.

— É, pode ser. Você vai?

Não deixo de reparar em como a luz do sol deixa seus olhos mais verdes e dá um brilho maior aos fios dourados, quase posso ver uma auréola em cima da sua cabeça, metaforicamente falando, porque se levarmos para outro lado, auréola é a última coisa que esse cara teria.

— Aham, meu irmão vai ser monitor.

Meu rosto cora ao lembrar de Austin Dickson, e meu coração aperta um pouquinho porque, com a vergonha, vem também as lembranças daquela noite. Tenho um sorriso bobo mesmo que minha mente passe a gritar em letras garrafais para tirar essas coisas da cabeça.

Somo amigos e não vai passar disso.

É quase um mantra que meu coração estúpido precisa repetir diariamente para ver se funciona.

Alec me faz companhia e depois me acompanha até a aula quando começa. A medida que o dia passa, mais quieta e cabisbaixa fico, porque está cada vez mais perto de perceber que as coisas realmente aconteceram, que tudo é real e não apenas um pesadelo demorando demais para chegar ao fim.

Com coisas que eu não sei lidar.

E com isso em mente, assim que a noite cai e meu corpo desaba na cama, mesmo com todo o cansaço acumulado, não consigo pregar os olhos para um sono tranquilo além de cochilos de poucos minutos ao longo da madrugada.




*Ainda não rolou mas ainda hoje, lá pelas seis, eu vou deixar o joguinho valendo um spoiler disponível no Instagram.
Será um quiz com perguntas sobre a história e, quem mais acertar, leva um trechinho do capítulo 26.

*Não esqueçam de votar e deixar aquele comentário sobre o que achou do capítulo.

*Beijos e até quarta!

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