poste o videoclipe, Cinderela
Holly não foi expulsa.
Bom, ela foi. Mas seus pais não querem manchar o nome da família ou sua reputação pela região, então com uma boa quantia de dinheiro para o investimento pessoal do diretor geral da Deware, com gargo e poder maior do que da diretora Winnie, o caso foi completamente apagado.
Os outros três alunos, também expulsos por algumas horas, receberam uma segunda chance, afinal não faria sentido a única a se safar ser Holly. No entanto, a falta de dinheiro ou bom caráter não os deixou saírem tão ilesos quando a minha amiga. Eles ficaram manchados, tanto em seu currículo escolar, o que é péssimo para as faculdades, quanto no castigo que, segundo Gustavo, é horrível.
É óbvio que ele está mais do que aliviado em não ser expulso, mas ainda está bem mal pela mancha no currículo. Ele contou a Hanna que sua influência no trote do baile foi reclamar, hesitar e vigiar a entrada, quando viu que todos estavam correndo tão desesperadamente e foi ver o que era, encontrou Holly e mais dois amigos tentando apagar o incêndio, então foi ajudar.
Eles foram os únicos que ficaram para fazer algo e foram os únicos a se darem mal, sendo pegos pelas câmeras que os deduraram.
Odeio que o mundo seja tão injusto.
Como um dinheiro a mais para alguém corrupto é o suficiente. Ou que tantas pessoas não são punidas pelo que cometeram. É tanta coisa a ser listada que eu nem sei por onde começar.
Por sorte, Holly chega no quarto e me livra dos meus devaneios. Ainda estou de castigo, mas aparentemente isso não é nada se for vista ao lado de um Vega, principalmente se estiver na casa deles, como é o caso, porque isso significa que Diana Hays tem ligação com família mais rica de Riverwood, e isso é bom para imagem dela.
— E ai? — Hanna pergunta, rodando na cadeira giratória do quarto cor-de-rosa da líder de torcida da mesma forma como fizera pelos últimos minutos, parando vez ou outra apenas para não ficar tonta e para pintar as unhas dos pés de um tom escuro.
— Estão pensando em um castigo, disseram que nada será suficiente. — A ruiva joga a cabeça para trás e resmunga, sua blusa larguinha e florida, junto com seu short jeans e as botas de couro cano longo, dão a postura fofa e romântica que são sua marca registrada.
— E sobre a escola? — indago.
— Nada, sai ilesa.
— Mas você sabe...
— Sei.
— Eu não quero deixar você mal, amiga — Hanna começa, completamente focada em não borrar a unha. — Mas isso é injusto pra caralho.
— Não depende de mim, Han. Eu poderia fazer protestos contra isso mas meus pais continuariam com o acordo com o diretor. Agora podemos não falar mais sobre essa merda toda? Já me sinto mal o suficiente sem ninguém comentando.
A ruiva se joga ao meu lado na sua cama imensa e macia, acho que essa é a melhor que já tive o prazer de deitar. Se dormisse em uma cama assim, provavelmente não levantaria mais dela.
— Também não quero falar sobre a presidência amanhã. É importante evitar ficar ansiosa ou estressada antecipadamente.
— Então vamos falar de mim — digo.
— Certo, de você e do Dominick — Holly sugere enquanto me olha sugestiva.
Sei que está louca para saber o desenrolar da história após o comunicado de Dominick nos microfones da escola. Devido os últimos acontecimentos, ainda não contei nada nem a ela e nem a Hanna. Nada além do essencial.
— Não, De mim e do quanto Alec me deixa confusa por não me fazer entender o que ele realmente quer. Tipo, qual é a dele?
— Dã! Não é óbvio? — Hanna franze o cenho, rodando na cadeira outra vez.
Não sei como ela ainda não está tonta, eu que nem estou girando já sinto minha cabeça atordoada apenas de olhar para ela.
— Não, ele quer ser meu amigo ou ficar comigo? Porque uma hora ele age de um jeito e depois de outro.
— Ele quer ser seu amigo, mas também pegar você. — Aparentemente, Holly também acha isso bem nítido, porque ela explica sem muitas amarras.
— É. — Continua Hanna. — Amizade colorida, Casandra. Nunca viu ao filme? — Sua atenção agora é toda nas suas unhas, mordendo o lábio como se aquilo fosse lhe dar mais foco.
— Eles terminam juntos no fim, não é?
— É — responde Holly.
— Mas isso não é um filme. — Hanna acaba com o resquício de expectativa em mim.
Solto um resmungo frustrado e me jogo para trás, sentindo a cama de Holly me abraçar em consolo. Céus, como fizeram algo ser tão aconchegante e confortável? Se eu pudesse, nunca mais me levantaria daqui.
— Por que meu coração estúpido tem que ser tão caidinho por esse cara?
— Não dá para escolher por quem se apaixona. — Holly, de novo, tenta me confortar.
— Dá sim. — Mas Hanna, de novo, recarrega seu balde de água fria e joga em mim.
— Quer dizer que estou nessa por minha culpa? — Apoio-me nos cotovelos e encaro o rosto da minha amiga indignada, ela percebe meu olhar queimar em cima dela, pois fecha o esmalte roxo e devolve o mesmo olhar que lhe dou.
— É isso ai!
— Como alguém escolhe se apaixonar, Hanna? — Ao menos não sou a única a ficar confusa.
— Quando você se aproxima de alguém e cria laços com ela sabe que pode desandar enumeras coisas dali. Não estou dizendo que se controla isso cem por cento, porque não é bem assim. Mas, tirando o meu caso e o de Karoline como exemplo, assim que começamos a ficar e conversar, se apaixonar era uma remota possibilidade. Podíamos ter nos afastado e cortado o mal pela raiz, mas preferimos negar que tava acontecendo alguma coisa e deu no que deu.
Vejo que ela não entra em detalhes propositalmente, então tanto eu quanto a líder de torcida respeitamos a decisão em não questioná-la sobre.
— E o que vai fazer? — Holly pergunta, ela está sentada com sua perna servindo de apoio a minha cabeça, a ruiva brinca com alguns fios do meu cabelo em um carinho gostoso. — Com Alec, digo.
— Não sei bem. Falei sério quando digo que gosto da nossa amizade e não quero perder isso, mas não sei se consigo lidar com o lance que vai além. Sabe, nós ficando, vê-lo com outras garotas... É um pouco demais para mim.
— Não vai se machucar, Cass. Se tiver que pular fora, você pula.
Puxando um assunto do fundo da sua cabeça, felizmente, Hanna corta o clima mais delicado que se formava entre nós. Ela tem seu queixo apoiado nos joelhos flexionados e seus braços rodeiam as pernas descobertas devido ao uso do short.
— E seu clube de teatro? Achei que estavam trabalhando em uma peça.
— A megera domada — lembro —, terminamos o roteiro mas minha professora de teatro preferiu deixá-la para o próximo ano letivo.
— Por quê? — A dúvida vem de Holly.
— Grease, pouco antes do natal, foi a peça do ano, ela quer algo tão grande quanto, então decidiu trabalhar com o último ano uma despedida e a megera domada ficou para nós.
— Você se vai continuar no clube de teatro ano que vêm? — Holly diz, engatando também: — Estava pensando em me inscrever, porque, sabe, meus dons artísticos devem ser reconhecidos e mereço a devida valorização para o meu drama.
Daí, a garota puxa uma série de tópicos aleatórios, apesar de me irritar um pouco por não conseguir acompanhar, não deixo de sorrir, porque Holly tagarelar significa que a garota já está bem melhor emocionalmente. Diferente de mim, Hanna é menos sutil em frear a garota e mandá-la respirar.
E depois disso, engatamos na saga de contar como foram as coisas com Dominick, acabei deixando escapar sobre o teste de química, eu já planejava contar, mas saiu antes do tempo. Após dar com a língua nos dentes, fiz ambas, principalmente Holly, jurarem duas vezes que não contariam para ninguém. O cuidado excessivo, além do óbvio, é porque eu não era a única envolvida, Nick também se daria bem mal caso aquilo viesse a tona.
Por isso e mais, a maior fofoqueira da Deware teve que jurar mais três vezes depois daquilo.
* * *
— Eu tenho uma surpresa. Tipo, uma super surpresa — digo, encarando animada os três pares de olhos a minha frente.
Preciso conter o sorriso para não denunciar demais, mas é quase impossível. Estou pra lá de ansiosa para a reação de Jude, Alec e Dominick ao primeiro videoclipe da Dead end. Não imaginei que me sentiria assim, especialmente por com as coisas andam, mas eu mal contenho a euforia dentro de mim.
No início do ano, quando Dominick me pediu para filmar e editar tudo, tudo o que importava era a grana e os pontos para a faculdade, o que, seguindo a lógica das pesquisas sobre aceitação em Cambridge e UCLA que Hanna e eu fazemos desde que tínhamos quatorze anos, conta pra caralho. Ela entra na lista de itens inusitados e fora da caixinha que o aluno tem a oferecer, e se torna melhor ainda porque são poucos os que apresentam algo assim.
Mas o ponto é que, por conta desse clipe, muita coisa aconteceu. É estranho pensar no quanto tudo mudou, hoje acho que posso até considerar que tenho uma amizade com esses caras. Eu me entrosei nisso e em um momento que sequer percebi, me joguei de cabeça nesse projeto.
— O que é? — Alec pergunta.
— É surpresa, preciso que venham comigo até a sala de informática.
— Não pode ser depois? A eleição é daqui alguns minutos. — Jude alerta.
— Não, tem que ser agora.
— Por quê? Isso tem a ver com quererem me sabotar?
— Você pode deixar de ser paranoico por alguns segundos? Isso é só daqui a uma hora e Hanna também estará lá, se ainda assim duvidar — falo ao baterista.
— Vai encher o saco se não formos agora, não vai? — Dominick fala comigo pela primeira vez hoje.
— Vou. — Estou convicta.
Apesar da revirada de olhos sei que é o primeiro a ceder, dou um sorrisinho por conseguir convencê-lo. Tomando a iniciativa, Alec rodeia meus ombros com seu braço e me deixa levá-lo até aonde quero.
Então, sabendo que tenho os outros dois integrantes da Dead End nos seguindo, fico satisfeita em saber que consegui persuadi-los. Estou prestes a mostrar o primeiríssimo clipe da banda aos garotos. Estou ansiosa, quero saber o que acharam e sua opinião sobre tudo, mas também sinto o nervosismo e medo da reprovação em cada um dos meus nervos.
Hanna apareceu em algumas cenas, eu também, e isso não foi o combinado entre nós mas, para o desenrolar e proposta do clipe, ficou muito bom. Eu tentei cortar, mas a qualidade ficaria ruim e acabaríamos perdendo cenas muitas cenas boas dos garotos. Acabei usando mais do que pensei que usaria das nossas cenas no refeitório, as imagens que peguei no show dos garotos e a gravação na garagem também fizeram bastante diferença.
— De ante mão, quero dizer que fiz o máximo que pude — comento receosa. — Eu curti bastante, mas o que vai importar são vocês e, tem algumas partes que não era o combinado, então não tem problema eu cortar e substituir por outras.
— O que quer tanto mostrar? — Alec insiste.
— Vocês já vão descobrir — digo quando atravessamos a sala de informática.
Ela é do lado da sala que usamos para o clube do blog, mas Robbie está lá, então não acho que seja muito legal levar três caras bem distantes da nossa realidade para bagunçar e atrapalhar seu trabalho. Por isso, após Hanna pedir para o chefe do clube de informática, Dion deixou usarmos a sala no horário em que todos da equipe estariam em aula ou outras atividades extracurriculares.
Usando o projetor da sala, espelhamos o vídeo na lona branca e apagamos as luzes. Hanna está ao lado do notebook quando os garotos sentam nas três cadeiras enfileiradas que preparamos e, ao meu sinal, sob ressalvas ansiosas dos meninos, a garota com cabelos encaracolados libera o videoclipe, fazendo com que todos se calem instantaneamente.
As imagens começam a rodar na tela seguindo a música. Em um primeiro momento o vídeo se passa na garagem de Jude, naquele específico dia catastrófico. A câmera intercala entre focar no rosto dos garotos e nos instrumentos, o filtro usado para deixar a imagem mais velha também é alternado com um que deixa as cores mais vivas, era um experimento que não achei que daria tão bem.
Apesar de que ninguém estava no seu melhor, os takes foram bem aproveitados. Quando o ritmo muda subitamente, as imagens acompanham, e agora elas seguem a bagunça que foi no refeitório. Um sorriso bobo brota na minha boca quando vejo Dominick caindo em cheio em cima da mesa após escorregar na poça de água que Jude e ele fizeram, Hanna aparece nessa parte, rindo tanto que levo o zoom a ela antes de focar na calça marrom do cantor e, em seguida, no seu rosto, lembro de depois disso ele jogou água em Alec e Hanna, mas essa parte foi cortada quando sua mão tampa minha câmera.
O clipe é filmado poucos minutos por Alec, e eu nem sabia disso, quando entreguei minha câmera a Hanna, aparentemente, ela deu ao guitarrista por alguns segundos, que filmava quando Dominick ainda me mantinha presa para que Jude pudesse me molhar. Dou um beliscão na costela de Nick, o resto não é filmado porque minha melhor amiga rouba a câmera e vira em sua direção para dar língua para a lente. Eu não consegui não deixar essa parte, talvez, se os meninos se incomodarem com a aparição, eu possa trocar por mais cenas em que pegam apenas os três, como é a seguinte.
Por último, antes do cenário ser o Hoover Flip e o show em que Dominick está sutilmente maquiado, aproveito quando a câmera filma apenas nossos pés como forma de transição, uns efeitos legais são adicionados e, finalmente, quando temos o ponto alto da música, a parte mais agitada e eufórica da performance dos meninos é mostrada.
A lona fica branca de novo. O videoclipe chegou ao fim e o silêncio que segue é incomodo demais. Passo a me perguntar se ficou tão ruim assim, eu tinha curtido o meu trabalho, talvez tenha me empolgado e tudo na verdade ficou uma merda.
— Uau! — Hanna é a primeira a verbalizar algo, ainda meio atônita.
Uau é bom, né? Ao menos é uma reação.
— Vocês... Vocês não tem absolutamente nada para falar? — pergunto.
Depois do meu alarde, movimentos nenhum pouco sincronizados e arrastar de cadeiras são notados, os garotos agora estão de frente para mim. Jude solta uma risada nasalar, e pelo histórico, não tenho ideia se é algo bom ou não, mesmo que um sorrisinho genuíno apareça em sua boca depois.
— Ficou perfeito! — Alec enfim diz, aliviando a pressão no meu peito.
— Gostaram mesmo?
— Você tá brincando? Isso superou completamente as minhas expectativas, fui o único voto contra quando Nick sugeriu você, mas isso tá demais, Cass! — confessa Jude. Não deixo de notar que ele não queria meu dedo ali, mas não foco nisso agora.
Sendo o único calado, o que em situações normais já é algo estranho, encaro Dominick ansiosa, querendo saber o que ele tem a dizer. Quando ponho meus olhos sobre ele, um sorriso rasga o rosto do garoto e juro que posso ver faíscas saindo dos seus olhos.
—Você foi incrível. Ficou muito, muito bom, Cassandra.
— Obrigada — murmuro, para o elogio dos três, apesar de ainda manter os olhos em Dominick. — Também já fiz a divulgação, falta só decidir quando vocês querem postar, dai vai tudo simultaneamente.
— Vocês querem agora? — Dominick pergunta olhando para os amigos.
— Ninguém vai estar esperando. — Apesar daquilo não ser um "sim" ou "não", Alec deixa claro, pelo seu tom de voz, que está tão empolgado quanto o amigo.
— Então vamos agora. — O último veredito é dado. — Você está com tudo pronto ai? — Os olhos castanho escuro do baterista vem aos meus.
Anuo, passando entre eles para alcançar um dos computadores da sala. Quieta, mas sentindo três pares de olhos ansiosos sobre mim e a presença de Hanna a centímetros, entro no blog da escola e logo depois digito a minha senha de administradora. Ao acessar meus rascunhos, a manchete "A banda Dead End, da Deware High School, lança seu primeiro videoclipe" é a primeira que leio, acessando a matéria, só resta uma coisa a fazer para que todos possam ver ao vídeo: pressionar enter.
Estava prestes a apertar quando eu mesma me impeço, não deve ser eu a fazer isso. A matéria está incrível, a edição fantástica. Mas há coisas maiores em jogo, e não me sinto confortável em tomar esse lugar que não é meu.
— O que foi? — Hanna pergunta.
— Façam as honras. — No entanto, minha resposta é aos garotos. — Quando apertarem o botão, o clipe será postado no You Tube e a matéria vai ao ar.
Ao me afastar, dou espaço para que toda a banda fique de frente ao monitor, há ansiedade em cada movimento deles. Enquanto os observo, sinto Hanna e abraçar por trás e apoiar o queixo no meu ombro, tão atenta aquele momento quanto eu.
É engraçado que se eu não estivesse aqui, se não participasse ou tivesse envolvida, não daria nada por esse clipe, sequer ligaria para isso. Mas ver o quanto isso importa e faz parte deles, de cada um deles, é tão surreal e mágico. Os três se encaram no minuto final e, como se pudessem se comunicar telepaticamente, levam quase que ao mesmo tempo o dedo indicador ao botão.
Não há hesitações quando o pequeno quadradinho preto é pressionado, não deixando menos do que sorrisos e empolgações assim que um aviso ocupa a tela.
Publicação feita com sucesso.
Acho que nenhum deles acredita muito no que está acontecendo, porque nenhum não se movem por, pelo menos, um minuto.
— Fez um bom trabalho, amiga.
— Obrigada — respondo no mesmo tom baixo.
Mesmo nós duas que não temos tanta afinidade com a banda em si, digo sobre sermos superfãs ou algo assim, estamos bem contentes pelo momento. Mas como não podíamos levar tanto tempo, após deixá-los aproveitar por tempo suficiente a nova conquista, minha amiga corta o clima ao lembrar do evento mais esperado do ano, ao menos para ela.
— Jude, temos ir. Precisamos chegar mais cedo para acompanhar as contagens dos votos.
— Certo — responde e se vira para os amigos. — Vejo vocês depois.
Os dois não esperam muito para sair da sala, Alec vai logo atrás, deixando um beijo na minha bochecha e reforçando mais uma vez o quanto gostou do meu trabalho. Prestes a acompanhá-lo para fora, com um sorriso bobo involuntário e as batidas aceleradas do meu coração, Dominick chama minha atenção antes que alcance a maçaneta.
— Cassie.
— O quê?
— Obrigado.
Demoro a responder, sem saber ao certo o que dizer. Cruzo os braços em frente ao corpo com a ilusão que assim estou criando uma barreira contra o clima intenso que se forma entre nós, é meio estranho, mas não de todo mal. Não sei se apenas não quero ou se de fato não consigo, mas não encontro uma forma de descrever o que paira sobre nós, de qualquer maneira, sei que é simplesmente muito.
— Bom, ganhei duzentas pratas por isso, não é? Achei que tinha mesmo que fazer bem-feito. — Recorro ao tom brincalhão.
— É. Mas fez muito mais do que essa grana valia.
Sorrio, esperando que isso seja suficiente para que eu não precise dizer mais nada, porque não sei muito bem o que fazer agora. No geral, gosto de elogios, todo mundo gosta, mas eu não sei muito bem como reagir a eles.
Há um silêncio sepulcral enquanto saímos da sala, faltando apenas alguns minutos para a grande revelação do presidente, Dominick e eu acordamos esperar no ginásio. Eventos como esse não são muito aclamados, mas graças a Hanna e Jude, esse ano houve uma movimentação e tanto, por isso, apesar de cedo, já posso ver algumas pessoas preenchendo o lugar.
Algumas cumprimentam Dominick e tentam puxar conversa enquanto eu, por outro lado, pareço ser completamente invisível para elas, ninguém fala comigo, ou mesmo olha para mim. E eu não reclamo, não mesmo, mas é um pouco estranho presenciar isso.
Mas ainda mais esquisito, com toda certeza, é estar lado a lado de Dominick, andando juntos para um mesmo lugar como se estivéssemos em anos passados. Apesar de o sentimento ser em sua maioria esse, há familiaridade e reconhecimento, que ficam presentes mesmo quando sentamos nas arquibancadas, perto um do outro como se nada tivesse mudado para torcermos para nossos amigos. Eu para Hanna, e ele para Jude.
*Era capítulo extra que vcs queriam?
Eu acho super fofinha a relação dos garotos, sério!
E o Jude tá um nenê nesse gif.
*Não esqueçam de votar e comentar! Até quarta feira.
Ou antes quem for participar de um joguinho no insta bem bacana, vai tá valendo um spoiler (do cap 26) A+ para as 3 pessoas que mais acertarem.
Por isso já segue lá no Instagram.
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