Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

02. Lee Minjun... ⛺

— Jesus realmente me ama?! Ele... Me ama?!

Viro apavorada mirando a lanterna que treme, aos poucos ela ilumina um homem alto e magro, seguro firme minha ecobag, apesar de saber que Jesus me guiou até ali, esse homem ainda é um estranho.

Seu corpo, ou melhor, sua sombra, se aproxima de mim pouco a pouco e eu dou dois passos para trás.

— Eu não vou te fazer mal...— Sua voz rouca e baixa ecoa me arrepiando.
— Só me diz, Jesus realmente me ama? — ele pergunta com uma voz ainda chorosa.

Encho meus pulmões de ar e me aproximo

— Ele... — hesito — Ele não me mandaria até aqui, se Ele não se importasse com você. Acredite se quiser, Ele veio comigo. — Olho para o céu instantaneamente tentando encontrar a borboleta e quando miro novamente o homem, ela estava bem ali ao seu lado.

— Ele também usou essa borboletinha — aponto para o inseto e ele se vira para ir em direção a cabana. 
Estranho, mas logo entendo quando vejo a pequena luz que incomodava meus olhos, aparecer. Como uma luz tão pequena pode me incomodar de tão longe? Haa! engraçado... como a mais pequena luz incomoda, ainda que seja pequena.

— Ommo! Entre! Não tenha medo. — Sua voz parece mais calma

Ando até a entrada da cabana e vejo logo de cara uma criança super fofa, aparenta ter uns cinco anos de idade, guardo minha lanterna na sacola e tento ser agradável.

— Oi! — digo nervosa e balanço a mão para o pequeno e ele retribui da mesma forma.

Sorrio envergonhada e entro, percebo que as luzes são dois candeeiros na cabana, foco em observar ainda mais o menino, ele tem traços asiáticos, uma pequena pintinha no nariz, olhos escuros como o vinho e é bem magrinho, analisei ele em dois segundos disfarçadamente e quando viro meu rosto para encontrar os olhos do mais velho...

Seu olhar quente e penetrante estava sobre mim... Ao observa-lo...

Ele aparenta ter minha idade? Como...

— Você é muito corajosa. — ele sorri quadrado limpando os olhos que estavam marejados e vermelhos com sua mão esquerda, na mão direita segura um copo com água e logo ele me estende.

Eu sorrio timidamente e agarro o copo bebendo seu líquido como se eu tivesse andado três meses no deserto.

Eles provavelmente são irmãos, ambos se parecem muito, seu cabelo de madeixas escuras estão jogados sobre sua testa, seus olhos são pequenos e estreitos, a única diferença é que os seus são ainda mais profundos e ao mesmo tempo tristes e cansados.

— Como sabe que me chamo Solidão? — Ele me convida para sentar em um caixote. Devolvo o copo e  aos poucos observo sua residência, o chão é de concreto, a casa não tem nenhum enfeite, cheira a mofo e principalmente sinto a dor e o sofrimento que ela exala.

— Jesus, me falou. — digo olhando para o chão sem manter contato visual com ele. — Solidão... — penso e dessa vez encaro seu rosto. Ele é extremamente bonito, apesar de usar roupas rasgadas, ele é alto, possui ombros largos e parece ser doce, porém amargurado de alma.

— Ele fala com você? — o menino me pergunta fazendo com que um sorriso brote no meu rosto. Ele senta em um caixote ao meu lado e seu irmão a minha frente.

— Quando conversamos com Ele, praticamos Sua Palavra e andamos nos Seus Caminhos, o Espírito Santo mora dentro de nós e fala conosco, pois passamos a fazer parte de uma só família com Ele — digo convicta e acaricio a maçã do rosto do menor que logo sorri deixando uma lágrima rolar sobre seu rosto.

— Ei... Porque chora? — pergunto enxugando a lágrima.

— Porque não é fácil seguir Jesus. — Seu irmão responde chamando minha atenção. — Ele na maioria das vezes parecia ter nos abandonado na hora em que mais precisávamos dEle. Eu simplesmente não entendia o porquê de omma, dizer que Deus nos ajudaria, se Ele nunca nos ajudou. Eu gostava de conversar com Ele, amava contar as histórias que ouvia na rua enquanto cuidava do Lee Ha-min, meu irmão, ria e esperava Ele responder, Ele sempre respondia do jeito dEle, através do vento, das árvores, das pessoas e mesmo com tanta miséria eu era feliz, até a mamãe morrer... Naquele dia Deus me deixou e parece que só hoje se lembrou de mim.

Eu já estou em prantos sem perceber, instantaneamente seguro a mão do jovem a minha frente sentindo a frieza dela se erradiar pela minha. Sua mão é grande e por algum motivo me sinto bem ao segura-la.

— Jesus... Nunca lhe abandonou! Você que o abandonou, você que se deixou levar pela dor, pela tristeza e a partir do dia que sua mãe morreu, seus olhos se cegaram, você parou de olhar para Jesus, parou de falar com Ele, você o rejeitou, você o mandou embora da sua vida e Ele não tinha como continuar em um coração que já  não lhe queria mais como dono, mas sim como hóspede.

Aos poucos eu vi seus olhos marejarem novamente.

— Meus pais vieram buscar uma vida melhor aqui no Brasil e eles morreram, me deixando  com toda a responsabilidade de cuidar de uma criança de dois anos com apenas dezessete anos... — chora alto fazendo com que eu apertasse ainda mais sua mão — Eu morei por três anos na rua, até chegar aqui nesse lugar e ainda sofro muito com a morte de meus pais e ouvir o meu irmão chorar de fome e não ter o que lhe dar me matava aos poucos e... Eu não sei porque estou contando isso pra você, uma estranha, mas...

— Pode falar. — respondi com coragem ainda tentando entender tudo que estava acontecendo.

— Eu tenho um nome coreano... — assenti e novamente ele volta a olhar para as minhas orbes escuras.

— Eu quis mudar meu nome, pois achei que ele já não pertencia mais a mim e coloquei o nome de Solidão. Esses dias eu refleti sobre minha vida e entendi que a dor, o vazio, o fato de passar fome e ver meu irmão sofrer tanto só poderia acabar, se eu me enforcasse junto com ele. — Abri a boca e coloco a outra mão tapando-a de surpresa. Meu Deus... Suicídio não é a solução.

— Estava pronto para colocar o meu pescoço e o do meu irmão na corda, mas antes disse a Ele: "Jesus, se você ainda me ama, se você não desistiu de mim, fala comigo, nem que seja pela última vez"

Agora sim estou chorando como um bebê...

— Até que ouvi a voz de uma mulher, dizendo que Ele me amava e na mesma hora fui ao chão com meu pequeno irmão, choramos como nunca antes e desistimos de tirarmos nossa própria vida.

Enxugo minhas lágrimas e decido falar.

— Solidão...— fungo e coloco minha outra mão sobre a dele. — Tenha fé! Mesmo que Deus permaneça em silêncio, Ele está trabalhando, fé não é pedir algo a Deus e acreditar que Ele vai dar, fé é crer que os Planos dEle são maiores e bem melhores que os nossos, mesmo que o cenário não seja favorável. Desde aquele dia que... A sua mãe morreu, você nunca mais orou, não falou mais com Ele, mas quando você clamou pelo Seu Nome, Ele te escutou e pôde finalmente entrar no cenário e lhe mostrar que Ele sempre está aqui conosco. Lembre-se, enquanto você não der espaço para o Seu Agir, Ele não intervirá.

Eu respiro e digo mais uma coisa que Deus fala ao meu coração.

— Seu nome não é Solidão, Jesus só te chamou por esse nome porque Ele sabe que essa ferida que está dentro de você não pode ser esquecida, ela precisa ser sarada, cicatrizada e superada.

— Você está certa, Luna. — o pequeno fala e eu arregalo os olhos. Como ele sabia meu nome? — O seu colar! — ele aponta e logo me recordo que uso um colar com meu nome.

— Luna? — Encaro o maior — Seu nome é muito bonito. — Ele retira sua mão e limpa seu rosto, após isso continua me olhando, porém mais intensamente, como se quisesse encontrar a minha alma, quebro o contato visual olhando para o chão.

— Obrigada — agradeço e também enxugo meu rosto. Lembro que já deve estar tarde e todos devem estar preocupados comigo.

— Eu... Preciso voltar. Vocês querem ir comigo? Eu estou em um acampamento aqui perto, são todos da minha igreja, eles podem ajudar, com comida, abrigo... — digo rápido e um pouco nervosa, porém sou interrompida

— Melhor não — ele nega com as mãos e entrelaça seus braços ao redor do pescoço do irmão.

— Por que? — pergunto e também me levanto.

— Eu quero ficar a sós com Jesus hoje, a final nem ainda lhe agradeci. — Solidão, sorri mostrando todos os dentes fazendo com que seus olhos se tornassem linhas e suas bochechas corassem. Seu rosto agora está muito fofo assim como o do seu irmão..

O que...eu estou dizendo?...

Desse jeito ele parece apenas uma criança que precisa do colo do Pai.

Sem pensar muito lhe abraço, elevo meus pés para ficar mais alta e meus braços entrelaçam seu pescoço, ele aos poucos toca gentilmente em minha cintura retribuindo o gesto. Seu cheiro é de flores do campo e o seu cabelo é macio, acaricia gentilmente meu pescoço.

— Espero que fique bem Solidão — Sorri e inclino o tronco por educação, já vi isso em alguns filmes asiáticos.

— Boa noite, Lee... — tento lembrar seu nome, mas foi em vão.

— Lee Ha-min. — o menor responde e revira os olhos.

— Isso! — beijo sua bochecha e ele pareceu não gostar muito — Você tem uma personalidade muito parecida com alguém que conheço...
— Se der amanhã trago comida. — falo ao dar alguns passos para trás

Assim que me viro ouço passos cansativos atrás de mim, então eu giro meu corpo assustada.

— Você pode sentir frio. — Solidão coloca uma coberta sobre meus ombros, começa a arruma-la sobre mim e isso faz com que fiquemos bem próximos a ponto de eu sentir sua respiração ofegante, eu fico perplexa e meus olhos reparam na gota de suor que desce sobre seu rosto levemente bronzeado e bem esculpido, ele se mantém concentrado e parece que tudo está acontecendo em câmera lenta, pois demora uma eternidade para acabar.

— Pronto. Boa noite! — ele finaliza. Eu solto um imenso suspiro e ele me encara incrédulo — O que foi? — sorri ladino

— Nada! — exclamo nervosa — Nada, solidão...— rio sem graça

— Lee MinJun.

— Anh? — pergunto sem entender

— Lee Min...Jun. Meu nome. — ele fala lentamente para que eu pudesse compreender e eu assinto recebendo seu olhar tranquilizante.

— Então... Tchau! — falo nervosa e corro para longe dali.

O que foi aquilo? Nunca fiquei tão incomodada com alguém colocando só um casaco em cima de mim....

Corro até o acampamento, espero lembrar da trilha, assim que começo a ver o clarão do fogo e o cheiro do bacon defumado da Rafaela, agradeço a Deus por ter chegado sã e salva.

— Luna! — a missionária assim que me vê, corre para me abraçar. — Você está ferida? Se machucou? — Ela começa a revistar meus braços e pernas.

— Não, não, tá tudo bem — eu falo balançando as mãos e afago os ombros da mais velha.

— Não me assuste assim outra vez — dá um soquinho no meu ombro que me faz assentir mordendo o lábio inferior.

— Eu fui fazer a vontade de Deus. Amanhã explico tudo. — falo a verdade e a irmã parece me entender

Vejo Rafaela e os outros expressarem um feição de preocupados e cansados, provavelmente de me procurarem.

— Fique sempre junto da gente! — Lara exclama e eu sorrio de canto.

— Tudo bem gente, venha Luna se aquecer no fogo. Ainda bem que você estava com um cobertor e soube o caminho de volta — A missionária envolve seu braço em meus ombros e me direciona ao centro do acampamento, onde tudo já está montado.

Sento junto ao fogo e como um pedaço do bacon, me enrolo ainda mais com o cobertor xadrez, de cores: vermelho, preto e branco.

O cobertor do Solidão, ou melhor, do Lee MinJun.

✨💫

O que estão achando? Deixem a estrelinha brilhar e comentem, Deus abençoe a cada um❤

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro