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Aaliyah
19 de Setembro de 1968
Nunca pensei que pudesse conhecer tantos lugares assim em tão pouco tempo.
Devo ressaltar que em todos os lugares que estive eu tive momentos incríveis. É uma experiência excitante e vigorosa.
As pessoas para quem a gente se apresentava sempre estavam animadas e todos foram bons com a gente. Algumas músicas eles já cantavam juntos e outras eles batiam palmas, além disso, eu via eles pulando, gritando e se divertindo. Estava sendo ótimo.
Além disso, as nossas músicas vem tocando na rádio e nos protestos contra a guerra do Vietnã — que não para de matar jovens —, algumas vezes tocavam e cantavam Sign Of The Times enquanto faziam passeatas pedindo pela paz.
Devo ressaltar que no início, Jack que oficialmente se tornou nosso empresário, ficou receoso e com medo. No entanto, as pessoas gostaram da música e gostam dos nossos shows também.
Para mais, Harry já esteve na rádio três vezes, ele foi carismático e isso encantou as pessoas.
Nós estamos indo bem e hoje, nesta noite de final de verão, estamos em St.Louis no Missouri. Fizemos um show incrível e no final encontramos um clube para nós divertimos.
E a diversão é tudo que importa nessa noite.
Sandy ainda está namorando Bailey e eles parecem cada dia mais apaixonados. Chris e Zeke continuam caindo na curtição e aproveitando o máximo que podem, eles gostam dessa liberdade e são felizes assim.
E eu estou com Harry e estou feliz assim também.
Inclusive nesse momento ele está me girando enquanto dançamos. Depois ele me agarrou pela cintura e me beijou.
Estava sendo uma noite divertida, estávamos curtindo demais e gostaria que a noite não tivesse fim.
No entanto, quando as minhas pernas se cansaram eu apenas me sentei em um sofá que tinha no clube e Harry foi pegar bebidas.
— Você está cada dia mais brilhante, Aaliyah Henderson — me viro e vejo Ethan Coen. O loiro sorri para mim.
Nós nos encontramos em Bervely Hills enquanto estávamos na Califórnia. Eram festas agitadas e insanas. Os lugares que eu mais fiquei chapada, mas não estava usando nada forte. Por outro lado, vi Ethan usando, ele cheirou cocaína.
No entanto, Coen é um cara legal e está com um sorriso alegre para mim. Quando nós nos encontramos, nós nos divertimos. Portanto, é mais que bom vê-lo aqui.
— Você também está brilhante, Ethan Coen — pisco para o homem.
Ele então se senta ao meu lado e apoia o cotovelo na mesa e segura o queixo com a mão.
— E Harry, onde está? — Pergunta com interesse.
— Foi pegar algumas bebidas. O que você está fazendo aqui?
— Estou de férias, docinho — sorri para mim. — Ouvi Harry na rádio semana passada, vocês estão indo bem.
Acredito que Coen seja aquele tipo de homem que gosta de outros homens. Sempre que nos encontramos ele pergunta sobre Harry, contudo, eu li que ele estava dando beijos calorosos em uma estrela de Hollywood. Talvez ele seja como o Harry e goste de homens e mulheres.
Porém, não posso deixar de notar o interesse que ele tem em Harry, mas o moreno nunca retribuiu da mesma forma.
— Bem, estamos tentando ir bem — sorrio. — Quem sabe um dia eu não acabe na Europa fazendo shows — dou de ombros e ele sorri.
— Vai estar — pisca para mim. Ele coloca a mão no bolso e tira um pacote de plástico.
Não eram balinhas e nem cocaína. Não sei o que era aquilo.
— Cogumelos mágicos — ele sorri e coloca um na boca. — Eles não viciam como os outros e te fazem se sentir bem. Quer experimentar?
Olho para trás. Acredito que esteja procurando por Harry, o moreno me fez prometer que não usaria as coisas pesadas. Esse cogumelo não é pesado, bem, pelo o que Coen disse não é.
— Docinho, se você quiser tem que fazer — o loiro diz e olho para ele. Ele pega um dos cogumelos. — Anda experimente. É tão bom quanto a maconha.
Mordo meus lábios e me aproximo mais de Coen. Ele sorri para mim e olha para meus olhos.
Em seguida, o loiro coloca uns três cogumelos em minha boca. Eu mastigo e engulo e Coen ainda estava perto de mim, perto demais e por esse motivo quando Harry me chamou eu me assustei.
— O que vocês dois estão fazendo? — O moreno pergunta. Ele está com dois copos na mão.
— Cogumelos mágicos você quer? — Ethan pergunta. O moreno me encara e parece um daqueles olhares reprovativos e tudo que me resta é sorrir sem graça.
O que está feito, está feito.
— Não, obrigada — diz olhando para Ethan. Depois ele olha para mim.
Ops! Estou encrencada.
— Ally vem comigo eu demorei porque conheci uns produtores musicais. Eles querem te conhecer.
Aceno com a cabeça e me levanto.
Me sinto um pouco tonta e o moreno segura meu braço. Ele não diz nada e me puxa por aí, andando sobre o piso flutuante.
Flutuante?!
Paro de andar e olho pro chão. Eu não posso cair.
O piso flutuante pode me fazer cair.
Como eu consigo ficar de pé se esse piso está flutuando?
Mas é bom.
Hum... É bom mesmo.
Só que o piso está flutuando.
— Aaliyah — Harry me chama e olho para ele.
— Como você está conseguindo ficar de pé no piso flutuante?
— Eu vou quebrar a cara do Coen — ele xinga e eu agarro mais Harry. Eu não quero cair. — Ally o que ele te deu?
— Cogumelos — sorrio.
— Quantos ele te deu?
Escuto o som da música e olho em direção dela. Está tocando na jukebox e saia cores de lá. Roxo, rosa, azul, amarelo, vermelho... Todas as cores!
— Como que os sons têm cores, Harry? — Pergunto chocada.
Isso é tão legal! Preciso ver mais de perto.
Eu começo a andar até lá, mas sou agarrada. Olho para trás e Harry está me encarando sério e a espiral de cores estava atrás dele. O piso já nos levou para longe.
Estamos indo para outro planeta.
— Vamos para o hotel.
— Como? — Pergunto confusa. Chego mais perto do Harry. — O piso está flutuando e a gente não está mais em Seattle? — Sussurro para o moreno.
— Estamos em St. Louis — explica e segura meu rosto. Solto uma risada.
É mesmo.
— Vem, Ally. Confia em mim — aceno com a cabeça.
Ele é bonito.
Essa alegria aumenta em mim. Eu simplesmente o beijo.
E já não sentia mais meus pés no chão. Eu estou caindo, então Harry me segura.
Não vou cair.
— Vem, vamos para o hotel — diz calmo e perto do meu ouvido.
{•••}
Acordo com uma dor de cabeça horrível e para piorar meu estômago estava bastante embrulhado.
Então sem prestar atenção eu simplesmente corro até o banheiro e vomito.
Escovo os meus dentes e me olho no espelho. Estava usando a minha camisola, mas não me lembro de ter colocado ela. Coloco a mão na minha cabeça. Realmente está doendo muito.
Decido tomar um banho quente, porque minha cabeça está péssima e eu acordei suada. É final do verão, como eu senti tanto calor assim?
Que merda, o que aconteceu ontem?
Digo, encontrei com o Ethan e aí eu comi aqueles cogumelos.
O chão flutuou.
É, eu fiquei bastante chapada ontem.
Não acredito, mas não consigo me lembrar de muita coisa depois de ter beijado Harry. Que merda, espero que não tenha feito nenhuma besteira.
Ao sair do banheiro, enrolada na toalha, eu não vi Styles no quarto. Minha cabeça estava péssima então eu coloquei uma camiseta e uma calça de algodão. Voltei a deitar na cama e me cobri toda, porque o sol estava me incomodando.
Fiquei tão chapada ontem.
Que vergonha.
Eu nem lembro de tudo.
Escuto o som da porta abrindo e logo o cheiro do perfume de Harry. Me encolho mais para dentro da coberta quando sinto ele na cama e logo ele tira a coberta do meu rosto.
— Não — reclamo e faço biquinho.
— Acordou, minha chapadinha — ele fala e olho para ele. O moreno fica me olhando. — Como você está?
— Minha cabeça está horrível e meu estômago também — digo com um pouco de manha.
— Cogumelos mágicos, uh — fala e suspiro. Volto a cobrir meu rosto.
— O chão parecia estar flutuando — digo e ele ri.
— E os sons tinham cores — diz e eu me lembro disso. — Estávamos indo para qual planeta?
Fico em silêncio por alguns segundos e tiro a coberta da minha cabeça. Olho para Harry e noto um chupão no seu pescoço.
Oh não!
— Nós fizemos amor?
— Não, isso foi você sendo uma vampira sexy que não morde — coloca a mão no pescoço. Fico envergonhada e me cubro de novo. — Aaliyah.
— Eu nunca mais quero ver o Ethan na minha vida — digo e Harry ri. — Ele é legal nas festas, mas ele... — suspiro frustrada.
— Ele gosta de ficar chapado — o moreno diz e me descubro. Os olhos verdes de Harry estão me encarando e minha cabeça dói muito e volto a sentir o desconforto no meu estômago. — Está com fome?
— Meu estômago não está cem por cento, prefiro esperar um pouco — digo e o moreno concorda.
Ele se deita na cama e deixo minha cabeça no seu peitoral. Seus dedos levantam a barra da minha camiseta e trilham um caminho pela minha barriga. O meu corpo arrepia e ele fica tocando minha pele em uma brincadeira carinhosa.
— Desculpa — peço baixinho e olho para ele.
— Você não estava sozinha, cuidei de você — diz e continua a percorrer os dedos pela minha barriga. — Apenas seja prudente, Ally. Você ficou bem chapada e tinha fotógrafos lá. Tivemos que sair pelos fundos.
Suspiro.
O moreno continua a falar:
— Além disso, é normal sentir curiosidade, mas não faça isso de novo, ao menos não faça perto de uma pessoa que não confia — fala e olho para ele. — Eu não confio nada naquele Ethan e se ele desse algo mais pesado para você — o moreno suspira. Olho para ele.
— Pode deixar — murmuro e respiro fundo. — Entendi.
O britânico continua com os dedos em minha barriga.
— Acho que o Ethan te acha uma gracinha — falo e olho para o Harry. — Tipo, como Frank ou como você — explico e o moreno me olha.
— É, também percebi isso, mas não importa — dá de ombros e aceno com a cabeça. Suspiro.
— Faz semanas que não recebemos uma carta de Frank — mordo meus lábios, mudando de assunto.
Contudo, ter citado o nome do meu amigo me lembrou que faz um bom tempo que as cartas de Frank passaram a ser menos frequentes, temos agora, uma por mês que sempre chegam no início do mês, mas até agora nada e os confrontos estão apenas aumentando e se tornando cada dia mais violentos. A Ofensiva Tet não parece ter fim e tem apelos para o fim da guerra, a pressão, mas está complicado e eu gostaria muito de receber uma carta de Franklin ou alguma notícia, porque já são milhares de mortos.
Não quero que Frank seja um deles.
— Faz mesmo — Harry suspira triste. — Mas ele deve aparecer de um jeito ou de outro.
Aceno com a cabeça e bocejo.
— Eu espero que sim — digo desanimada.
Harry volta a fazer carinho na minha pele e como a minha cabeça ainda estava doendo, eu acabei caindo no sono de novo.
{•••}
Depois do almoço eu já me sentia bem melhor.
Felizmente, eu não era a única de ressaca, no entanto, parece que eu fui a única da banda que exagerei na dose. Espero que isso não se repita porque foi a pior dor de cabeça da minha vida inteira.
Durante a tarde, Harry iria dar uma entrevista em uma rádio e eu fui com ele e Jack também nos acompanhou. Como bem sei, Styles tem carisma e isso é inegável, ele é um cavalheiro britânico que todo mundo deseja, mulheres e homens. Principalmente, os pais querem que suas filhas se casem com um homem como ele.
Por isso, o moreno vem dando tantas entrevistas, falando sobre o álbum, falando sobre como conhecer os Estados Unidos vem sendo divertido e legal.
— Não posso deixar de perguntar isso, Styles — o radialista fala sorrindo. — Mas você esteve em todos esses lugares nos Estados Unidos, com certeza viu garotas bonitas me entende? Mulheres como a nossa belíssima Susan Hall, inclusive vocês estiveram na mesma festa.
— E ela é uma mulher espetacular — Harry diz e mordo meus lábios. O moreno me olha de relance e depois para o radialista que solta uma risada. — Digo, o filme dela 'Sunrise in Venice' é espetacular. Talvez ela vá para o Oscar, não? Seria bom, porque a atuação dela foi incrível, aquela cena com os cacos de vidro foi insano, fiquei sabendo que ela se cortou de verdade.
— Certamente e vimos porque ela brilha tanto, entende? — sorri e respiro fundo. — Mas você está se desviando do assunto, Harry — acusa e o moreno sorri.
— E qual é o assunto Frederic? — O moreno pergunta.
— Você tem se divertido com as jovens americanas?
Um frio percorre com minha barriga mesmo eu sabendo a verdade. Ele está comigo.
— Não viemos falar sobre música e filmes? — Harry rebate a pergunta e o radialista sorri com diversão.
— Não enrole, todo mundo quer saber se a estrela revelação, em uma banda revelação, está solteiro e se divertindo com as belas americanas.
Harry coça os olhos. Parece desconfortado com essa pergunta.
— Tem muita diversão nos Estados Unidos.
Por que ele está respondendo isso?
— Então você está solteiro? — Insisti.
— Estou me divertindo.
Não entendo.
Não estou escutando mais nada, mas vejo o sorriso gigante nos lábios de Frederic.
Por que ele não disse sobre nós? Todo mundo que está perto da gente, sabe.
— Aaliyah — Jack me chama nesse momento e o olho. — Eu sei que você e Harry estão juntos. Mas pedi para ele não oficializar ainda, não publicamente.
— O que? — Estou confusa. — Por que?
— Querida, vamos vender mais se as meninas acreditarem que podem estar com ele — explica mais baixo e me afasto de Jack.
Só que ele não vai ficar com elas.
Harry está comigo e eu estou com ele.
Eu penso em sair do estúdio, parar de ouvir a entrevista e estive a ponto de fazer isso. Quer dizer, eu fiz isso.
Saí de lá e fui tomar um café, andei pelo prédio da rádio e quando a entrevista acabou eu voltei e o moreno estava lá me encarando com suas órbitas verdes. Ele sabe o que fez e eu também sei.
— Ally — o moreno me chama e eu ignoro caminhando para fora. — Aaliyah — ele segura meu ombro e paro de andar. Viro-me olhando para ele com os braços cruzados. — Desculpa.
— Vamos vender mais assim — digo. — Não estou com raiva de você — confesso, não era raiva dele. Soube disso no momento que ele saiu da cabine e me encarou como um cachorro abandonado.
Não consegui sentir raiva dele, porque ele me viu chapada e cuidou de mim e trocamos tantos carinhos pela manhã, estava cheia de manha porque estava de ressaca e ele cuidou de mim e esteve comigo. Não estou com raiva de Harry.
Essa situação toda que é uma coisa idiota e isso sim que me deixa com raiva.
— Desculpa — pede de novo e suspiro.
— Não é raiva de você — murmuro. — Mas é irritante que para vendermos, você tem que parecer disponível — me aborreço ao dizer isso e o moreno sorri e toca minha bochecha.
— Só estou parecendo disponível e você sabe que é com Aaliyah Henderson que eu estou e apenas ela — segura minha mão, aceno com a cabeça. — Quer tomar milkshake?
— Adoraria — sorrio um pouco mais.
Dessa forma, Harry e eu vamos à sorveteria. Havia uma jovem atendente que nos reconheceu, ela colocou bastante cobertura de chocolate no meu milkshake por isso e eu adorei o carinho que recebi. O nome da garota é Samantha e ela pediu para assinarmos o disco que ela comprou. Harry e eu fizemos isso.
A garota nos contou que deixa tocando na Jukebox quando o tio dela a deixa tomando conta do estabelecimento. Então, eu me perguntei como a banda e eu conseguimos nos popularizar tão rápido assim. No início do ano quase ninguém nos conhecia e agora tudo isso apenas parece uma loucura.
Depois de Harry e eu termos tomado sorvete, voltamos para o hotel. Chris estava na recepção e parecia agitado. Quando chegamos, ele veio correndo até nós.
— Vocês tem que subir no quarto comigo agora — o mais velho diz e franzo a testa.
— O que houve? — Pergunto preocupada.
— Vem, vocês tem que ver — diz ansioso e sem questionar Harry e eu subimos até o quarto de Chris.
Quando abrimos a porta eu juro que quase desmaiei.
Até que o uniforme de exercício caiu bem nele.
Bem demais e eu pensei que nunca mais fosse vê-lo.
Pensei que ele poderia estar morto.
Mas Franklin Daniel Stuart está bem à minha frente com seu sorriso brilhante.
— Caramba! Eu estava mesmo com saudade de vocês dois.
Continua...
Apenas deixando isso aqui
Notas: Oioi meus anjos como vocês estão?
O que acharam da volta do Franklin? Como acham que as coisas vão ficar agora?
Espero que tenham gostado do capítulo. Abraços. Anna. Xx
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