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Aaliyah
20 de Março de 1968
O Bruno Herrera estava bem na minha frente e Bailey disse algo sobre desmaios, não entendi. É para eu desmaiar agora? Isso é bem possível de acontecer.
Mas sinceramente, eu apenas conseguia prestar atenção de que um dos maiores nomes da música atual está bem na minha frente e isso fez minhas pernas fraquejarem.
Já me sentia nervosa pelo fato de tocar para três mil pessoas, mesmo sabendo que o número é maior do que esse. Agora, eu estou vendo Bruno Herrera bem na minha frente. Caramba, o que foi que Bailey disse sobre desmaios?
Eu estou quase cedendo a um, pois o homem olha para minha direção. Um sorrisinho se forma em seus lábios e ele vem em nossa direção. O meu coração dispara e eu prendo minha respiração por um instante.
Ele está vindo em nossa direção!
— Que ótimo — Harry resmunga.
Olho para o britânico e franzo a testa, confusa, mas eu sei muito bem que Harry não gosta do Bruno Herrera e vai saber o motivo, prefiro não entender.
Harry é doidinho da cabeça de vez em quando.
— Olá, vocês são carne nova aqui — o homem diz e olho para ele imediatamente. — Mas vocês tem algo brilhante — sorri me olhando e mordo meus lábios.
— Viemos substituir uma banda que não veio — Harry diz imediatamente e Bruno acena com a cabeça.
O britânico diz nossos nomes apontando para a pessoa correspondente e Bruno estica a mão para mim.
— Prazer, Aaliyah. Eu sou o Bruno Herrera — diz e o cumprimento. De início havia pensando que ele iria apertar minha mão, mas o homem apenas me puxou e beijou minha bochecha. Inspiro fundo e sinto o cheiro do seu perfume misturado com cigarro.
Caramba, isso é... Eu não faço ideia do que seja! Porém, está legal.
Bruno estava usando uma camiseta regata com jeans, seus braços são magros, mas ele com certeza não é feio. Os cabelos são cacheados e são maiores do que pensei, ele também está usando um óculos de sol mesmo estando em um lugar fechado no início da noite.
Ele é lindo.
Eu preciso respirar.
Ele beijou minha bochecha.
Como eu respiro?
— Vocês tem nome? — Ele pergunta ainda me olhando.
— Bem, nós somos os Silver Lupine — digo tímida e o homem sorri.
— Como a flor. Nome legal.
— É mesmo — Bailey fala e Bruno olha para ele. — Foi Aaliyah que escolheu — diz e Herrera me olha.
— Gostei, você é a criativa então — isso me deixa tímida. — Vocês são onde? — Pergunta.
— Eu nasci em Nova Orleans, mas me mudei para Astromélia. Somos todos de lá, exceto Harry. Ele é britânico — respondo e o homem pareceu curioso.
— Nova Orleans é um lugar interessante — sorrio. — Mas ainda não conheci Astromélia, planejo ir para lá no próximo mês e quem sabe você possa me mostrar o lugar. Com certeza deve conhecer bons lugares.
Meu coração estava na boca e eu só conseguia ver o Bruno ali. O homem de cachos e sorriso bonito acabou de falar que vai para a cidade em que moro no próximo mês. Ele acabou de me convidar para ajudá-lo a conhecer a cidade, isso será o maior prazer e estava pronta para dizer isso
— Será um prazer — sorrio e Bruno fica me olhando.
— Sabe, vai ter uma festa na minha casa de praia se você quiser ir, Aaliyah, com a banda é claro.
— A Aaliyah já tem namorado — Harry fala e olho para o moreno.
Eu tenho?
— Tem? — Chris e Bailey perguntam juntos e baixo.
— Ah é? — Bruno levanta as sobrancelhas e olha para Harry. — E é você?
— Na verdade, sou eu.
Frank fala e escuto um engasgo. Olho para trás vejo que é Bailey quem está tossindo. Esses meninos deveriam ser mais discretos. De toda forma, esse momento mágico acabou.
Não por culpa do Harry ter dito que eu estava namorando e que Frank continuou com isso. Qual o problema deles afinal? Eu não fico me intrometendo no relacionamento deles, não, desde o carnaval.
De todo modo, o produtor nos chamou para tocar e nós tínhamos que ir.
É para isso que viemos e respiro fundo.
— De qualquer forma, quando for visitar Astromélia, espero te encontrar lá, Aaliyah — Bruno fala e sorrio. Aceno com a cabeça e não falo nada e o homem fala enquanto eu caminho em direção ao palco:
— Boa apresentação
Olho para trás e o homem pisca para mim com um sorrisinho no rosto.
Caramba, ele é tão gato!
Harry segura meu ombro e me guia até o palco. Chris e Bailey olham para mim e Frank.
— Desde quando vocês dois namoram? — Chris pergunta.
Frank suspira.
Eu ainda me sentia em êxtase.
— Vamos apenas tocar tocar — o mais velho diz.
Assim que entramos no palco veio o silêncio da plateia.
— Vamos arrebentar — sussurro.
Temos que arrebentar.
{•••}
Foi um show espetacular, Jack Brown nos procurou após o show e nos apresentou a produtores e outros organizadores do evento e um deles disse que tínhamos algo diferente e especial que foi capaz de agradar o público. Disseram que ajudamos a salvar a noite, logo depois de Bruno Herrera.
Como eu disse, Bruno é um dos maiores nomes da atualidade.
Quando o evento acabou, nós saímos de Santa Mônica acreditando que éramos estrelas em ascensão e muito porque, Jack Brown disse que iria nos procurar para realizar novos shows pela Califórnia. Ele disse que até o final de abril, todo californiano iria saber quem éramos nós.
Parecia um sonho, porque ainda tinha a possibilidade de um contrato com a Columbia Records também.
Realmente me sentia em um sonho daquele tipo aleatório. Porque eu acabei de perder tudo, quais seriam as probabilidades de darmos certos?
Não somos a única banda existente nos Estados Unidos, mas conseguimos animar mais de três mil pessoas em Santa Mônica, agitamos um casamento e estamos lotando o clube que divido com Megan todas as vezes que tocamos.
Uma banda interacial conquistando pessoas, aquilo me deixou surpresa, pois foi rápido, estrondoso e parecia que nosso carisma era contagioso.
Gostei disso, amei conhecer o sabor de estar no palco encantando as pessoas com algo que gosto de fazer. Com toda certeza, poderia continuar assim por muito mais tempo.
Viver disso, como as The Supremes ou as The Marvetes fazem. Com exceção ao fato de que eu não faço parte de um grupo musical feminino.
De toda forma, sonhava alto depois desse show.
Além disso, tinha o Bruno Herrera, quando o nosso show acabou eu não conversei mais com ele. Porém, notei que ele estava vendo nossa apresentação e teve uma vez que eu pude jurar que ele sorriu para mim, enquanto eu estava cantando.
Ele estava lá na plateia sorrindo para mim. Sempre imaginei que fosse ser o oposto, eu na plateia e ele no palco. Porém, o mundo é cheio de surpresas interessantes.
— Não acredito que conheceram o Bruno Herrera — Megan diz abrindo uma garrafa de cerveja e eu bebo minha Coca-Cola.
Minha amiga se senta ao lado de Nayara no sofá da sala da casa que dividimos.
Frank e Harry estavam sentados no chão e eu estava sentada em uma poltrona com um sorrisão no rosto.
— Conhecemos e ele disse que virá para cá no próximo mês.
— Ele tem que tocar no nosso clube, Ally — Megan sorri animada e dá alguns tapinhas no braço do sofá. — Isso seria espetacular!
— Ele disse que pode vim, não quer dizer que virá mesmo — Harry resmunga e reviro os olhos.
— Ainda não entendi o porquê de você não gostar dele — cruzo meus braços.
— Ele é uma gracinha — Frank diz e aceno com a cabeça. — E gostou de você Aaliyah.
— Como assim? — Megan parecia perdida.
— Ele ficou olhando sem parar para a Ally enquanto estávamos tocando e ainda disse que ela quem poderia apresentar a cidade a ele quando ele viesse. Também convidou ela para uma festa que eu não sei porque a gente não foi.
— Eu estava passando mal — Harry fala. — E não sabíamos o endereço, além disso quando tudo acabou Jack ficou falando com a gente — o moreno fala, mas Davis ainda parece chocada e inerte em um tipo de euforia que eu entendo, pois também passei por ela.
Observo Nayara dá um sorrisinho. A garota ainda está se enturmando conosco, então ela parece ser tímida, mas quando Nayara e Megan estão sozinhas tudo que escuto são risadas altas e sei que elas são felizes juntas. Estão inseparáveis desde que chegaram.
— Amiga não acredito — Megan diz chocada. — O Bruno Herrera afim de você. Seria o casal do século — sorrio tímida, escuto Harry suspirar alto e vejo ele se levantar.
— Para onde vai? — Frank pergunta.
— Estou com fome, vou comprar um jantar para gente. Pizza lá do Saint Augustine?
— Pode ser — todos nós concordamos e Harry pega a chave do carro e sua jaqueta jeans.
Assim que o moreno sai, escuto Frank respirar fundo.
— Harry não gosta do Bruno, porque achamos ele uma gracinha — meu amigo diz e isso faz as meninas rirem.
Então, dessa forma, enquanto o moreno foi comprar uma pizza para gente comer em uma noite que trovejava, Frank, Megan, Nayara e eu conversávamos sobre diversas coisas e riamos bastante também.
Nós conversamos mais um pouco sobre Bruno e Megan disse que esse não é o tipo de oportunidade que se perde e Frank acrescentou que se estivesse em minha pele não iria perder a oportunidade de ficar 'trancada no céu' com ele.
Obviamente o meu amigo estava fazendo referência a uma das músicas de Bruno Herrera, mas aquilo me fez sentir várias coisas. Tímida era uma delas, além disso, não queria criar expectativas. O homem só foi educado comigo e sorriu para mim algumas vezes. Ele pode ter todas as mulheres que quer, afinal. Porém, foi divertido imaginar por um instante que eu poderia ter chances e que meus amigos me apoiaram naquilo. Exceto Harry, às vezes ele é assim e eu não o entendo.
22 de Março de 1968
Era uma noite fria de um início de primavera. Estava usando uma calça jeans com uma blusa branca de frio e cinto de arnês de fivela. Ela fica na minha cintura e é grandinho e eu estava com o cabelo cacheado.
Tocava a guitarra enquanto cantava junto de Harry, havia trocado de instrumento essa noite. Só que estava dando certo, porque Bailey se adaptou muito bem com o baixo.
Quem deu a sugestão foi Chris, segundo ele, eu estava ficando menos tímida e disse que seria interessante uma mulher na guitarra. Os meninos concordaram e está dando certo.
Nessa noite, nós estávamos em um clube em Saint Augustine, eu nunca imaginaria, mas as pessoas estavam pedindo por nós. Alguns moradores de Astromélia estavam em Santa Mônica dias atrás e nos convidaram para tocar na sexta-feira. Fizemos isso, estamos tocando.
Megan ficou com ciúmes, mas nós prometemos a ela que iríamos tocar no sábado e no domingo.
Depois, teríamos uma reunião com Jack Brown, porque ele estava sendo sincero quando falou sobre querer que tocássemos em toda a Califórnia. Estavam sendo meus dias dourados e estava amando aquilo.
Sinceramente, eu estava adorando o fato de estar animando as pessoas, trocava olhares com Harry e sorríamos enquanto cantávamos, ou quando eu tocava a guitarra e ele cantava. Passei a entender melhor sobre ele querer a fama e cantar para as pessoas. Entendi Chris, Bailey e Frank também e nós somos muito bons juntos.
Quando o show acabou, Bailey e Chris foram atrás de algumas garotas. Harry havia saído para fumar e Frank foi com ele.
Eu, por outro lado, fui até o bar para pedir Coca-Cola com limão e gelo. Minha garganta estava completamente seca e apesar de ser uma noite fria, sentia um calor enorme dentro de mim.
— Senhorita? — Uma voz masculina me chama e olho para trás. Um homem negro usando terno e chapéu. Parecia ser tudo de alfaiate e ele tinha um bigode no rosto, era preto mas com cabelos brancos e ele tem olhos escuros conhecidos. Porém, não o conheço.
— Posso ajudar?
— Sim, estou procurando filho. Frank Stuart.
Continua...
O Harry pro Bruno enquanto ele estava cantando/flertando a Aaliyah:
Notas: Heey meus anjos tudo bem?
Esse capitulo está um pouco mais curto que o habitual então decidi postá-lo. Me digam, o que acharam dessa interação do Bruno com a Aaliyah?
Gostaram do Ponto de vista da Ally?
Espero que estejam gostando. Com amor. Anna. Xx
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