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Aaliyah

12 de Fevereiro de 1968

As gotas de água caem em minhas costas me fazendo uma deliciosa massagem nessa manhã de fim de inverno aqui em Astromélia. Porém, o sol já estava de pé e mesmo que algumas nuvens estejam tampando ele, vez ou outra, raios solares entravam para dentro do banheiro.

Porém, ventava bastante e por isso deixei a janela fechada. A única coisa que me deixa aliviada sobre esse dia é o sol que veio, ontem foi um dia chuvoso e ter ficado até tarde no clube noturno de Megan com chuva nunca é bom quando é para voltar para casa. Sempre entra água em seu fusca amarelo. Pelo menos hoje o sol apareceu e não é como se o clube fosse ficar cheio. Afinal, é segunda-feira, por isso ao invés de ter shows e festas como costuma ser nos finais de semana. Hoje será apenas refeições e às vezes alguém passa para cantar. Não é comum, os artistas que mais nos fazem lucrar tocam nos finais de semana e Megan não me disse nada sobre alguém tocar hoje.

Será uma segunda rápida e tediosa, ainda sim, um dia em que o sol resolveu aparecer, mesmo que sua presença esteja sendo ameaçada pelas nuvens instáveis e cinzas.

Depois de tomar meu banho, coloco uma calça jeans de cintura alta com um cinto preto e uma blusa marrom de gola alta. Meu cabelo está solto e molhado, mas me certifiquei de guardar um elástico dentro da bolsa quando o volume dos meus cachos aparecerem e me deixarem inquieta.

Pego minha bolsa vermelha de franjinhas e desço as escadas, sinto o cheiro de ovos e sei que Megan já acordou. Minha grande amiga que é especialista em fazer ovos mexidos pela manhã. Quando desço as escadas vejo o corredor com várias caixas do sótão.

— Megan! — grito pela minha amiga, mesmo sabendo que ela está na cozinha. Caminho até lá encontrando a mulher ouvindo rádio.

The Supremes tocando alto enquanto ela está fazendo ovos e balançando o quadril.

— Bom dia, Ally — Megan diz alto e se vira sorrindo para min. — Me gritou sobre as caixas não é?

— Foi sim — digo e abaixo o som do rádio. Estava alto e não queria ficar gritando com ela.

— Vamos ter mais um inquilino aqui.

— Mais um?!

— Sim, as coisas apertaram no clube e ele pagou adiantado.

— Ele?

Megan é cheia de surpresas. Minha amiga sorri divertida e abro a geladeira e pego o suco de laranja.

— Britânico e vai nos pagar. Então sim, melhor ele do que uma vadia que não paga.

— Ok, ok — murmuro e coloco suco em dois copos. — Quando ele vem?

— Disse que chegaria hoje pela tarde, ele também perguntou se poderia cantar no clube. Disse a ele que não costuma ter shows na segunda-feira, porque o fluxo é menor e esse blá blá blá. Só que ele não se importou.

— E ele tem nome?

— Harry Styles. Mas amiga, ele é britânico se ele chegar aqui vai saber pelo sotaque.

— Ok, se ele não atrapalhar e te pagar em dia — dou de ombros, minha amiga sorri e volta a aumentar o volume da rádio.

Os ovos mexidos já estão prontos, então coloco no prato e começo a comer meu café da manhã enquanto escuto as músicas do rádio e sobre os relatos de Megan sobre ontem a noite. Acabo sabendo de tudo que aconteceu ontem e que não vi, isso pelo fato dela ser a dona do Clube Noturno — Megan's Night — devo dizer que é um nome bem egocêntrico, mas é um bom lugar e também é o lugar que me paga e apenas por isso tenho onde morar, o que comer e comprar roupas. Não é como se eu fosse ficar rica, mas já tenho o suficiente e isso é o que importa.

Desde que Khalil morreu fiquei desamparada e sozinha, minha mãe morreu no outono de 1963 e eu só tinha quatorze anos, ela estava doente. Câncer no pâncreas e depois de quatro anos Khalil morreu porque a polícia disse que ele tinha roubado uma mercearia. Meu irmão estava no lugar errado, na hora errada e foi confundido com um ladrão. Levou três tiros no peito e morreu na rua, sozinho, eu estava no colégio e quando saí descobri que mataram meu irmão. Perdi meu chão naquele dia, o pior da minha vida e me vi totalmente sozinha. O meu pai nunca se importou comigo e quando descobriu que o primogênito morreu, foi para o enterro, bêbado como um gambá dizendo que o filho favorito tinha morrido por culpa minha. O homem nunca me assumiu como filha e a única coisa que fazia nós dois termos alguma relação era meu irmão. Agora não resta mais nada para fazer com que eu tenha alguma relação com ele e por isso saí de Nova Orleans para ficar com Megan.

Ela foi minha vizinha e prima emprestada por algum tempo. Minha tia Kate e o pai da minha amiga namoraram por seis anos, mas acabaram se separando e Megan veio para Astromélia. No entanto, sempre enviava cartas a minha amiga e ela para mim. Megan sempre me convidou para morar com ela aqui depois que descobriu que minha mãe morreu, assim como chamava Khalil. Agora, foi impossível negar isso, mas eu teria vindo antes. Meu irmão e eu estávamos juntando dinheiro para isso, estava terminando o ensino médio e planejava fazer faculdade aqui. Nesse momento, só quero me ajeitar e por isso estou trabalhando, mas espero que um dia possa voltar e terminar meus estudos e quem sabe entrar em uma universidade. Soa um tipo de sonho impossível, mas é o sonho que vez ou outra aparece em minha mente e não é fácil mandá-lo para longe. No entanto, tudo me resta para hoje é ir trabalhar, mesmo que haja sonhos dentro de mim propondo o oposto.

{•••}

Foi um dia tranquilo no clube de Megan. Exceto que George veio aqui querer saber onde Sugar, sua gata, estava. Isso vem acontecendo desde que começamos a abrir o clube como uma lanchonete, vendendo almoço, janta e outras refeições. A gata mesclada de George sempre vem para cá para entrar no lixo ou para enroscar nas pernas de quem quer que esteja aqui. E George vem pegá-la de volta, ele é um homem jovem e deve ter em torno de vinte e seis anos. Acredito que ele esteja vindo para cá, não pela gata. Ele sempre a solta quando chega na esquina. O homem com cheiro de perfume barato e biscoitos amanteigados vem todos os dias para cá pela tarde, procurando por Megan.

A minha amiga sempre o nega. Isso já é algo que não entendo. Eles têm quase a mesma idade, George é um homem bonito, com dentes alinhados e branquinhos, ombros largos, não é magrelo e o cabelo crespo sempre está bem cortado. Além disso, o homem tem um bom emprego de contador em uma empresa imobiliária. Nada disso parece agradar minha amiga e isso é algo que me deixa surpreendida.

Porém, tento colocar que isso não é da minha conta e se Megan não quer George, ela não o quer. Além disso, tenho que prestar atenção nos pratos que estou limpando. Enquanto isso, Nelson e a esposa Susan preparam o jantar e fritam alguns hambúrgueres. Eles são um casal antigo, Nelson tem cinquenta e sete anos e Susan cinquenta. Eles ajudam Megan e eu a preparar as refeições para vender e sempre nos ensinam segredos da cozinha e é bom tê-los aqui nos ajudando no clube, barra, nova lanchonete.

— Aaliyah tem um homem branco te procurando — Susan diz entrando na cozinha com algumas folhas de alface em uma bacia. Franzo minha testa.

— Quem?

— Não quis dizer o nome, mas com certeza não é daqui.

Deve ser o novo inquilino de Megan, minha amiga saiu agorinha para fazer compras para a casa. Então, ele se tornou responsabilidade minha, mas não imaginei que ele fosse chegar. Digo, estávamos o dia inteiro esperando por ele e agora já é quase anoitecendo.

Quando chego na parte que os clientes ficam, vejo o único homem branco lá. Ele estava no palco observando não sei o quê, ele ainda quer cantar?

O homem está usando uma calça preta com uma blusa rosa. Os cabelos castanhos estão curtinhos, ele é alto e branco foi um modo carinhoso que Susan o chamou. Esse menino nunca tomou sol na vida. Para mais, ele está sem malas, onde ele as deixou? Não é da minha conta.

Aproximo-me dele e o moreno me nota. Seus olhos verdes me olham de cima a baixo e ele morde a bochecha.

— Você não é a Megan — diz rude com seu sotaque britânico.

— Sou Aaliyah, vamos morar juntos também — respondo no mesmo tom rude que usou comigo. Não vou deixar que ele me trate de qualquer jeito. Tenho de mostrar que consigo falar igual. Só mesmo Megan para achar legal a ideia de um garoto branco morar conosco.

— Hm, entendi — dá de ombros. — Desculpa o atraso, fiquei na casa de um amigo. Será que posso ir para casa? Nossa casa, estou sem as chaves — diz e um sorrisinho forma em seus lábios.

Reviro meus olhos.

— Eu estou trabalhando agora — digo e olho em volta. O clube está vazio. — Mas vamos sim, só tem que ser rápido.

— Querida, seremos rápidos. — fala e sorri divertido. Fico encarando ele e decidindo se o mando a merda ou se espero ele descer para dar um tapa bem forte em seu rosto. Quem ele pensa que é para falar assim comigo? — Gostaria de cantar aqui também... Merda, já me esqueci como se chama.

— Me chamo Aaliyah e se quer mesmo cantar aqui, vamos logo — falo mandona e o homem acena como resposta. — Só um minuto — aviso, mas não dou tempo dele me responder dessa vez.

Sigo até a cozinha e aviso para Nelson e Susan que preciso ir para casa, o casal concorda e pego minha bolsa vermelha de franjinhas e saio do clube encontrando Harry escorado em um mustang perolado. As pessoas que passavam pelo passeio olhavam para o homem curioso, para ser sincera, até eu estou. Por que um homem com um carro novinho e que paga em dia ficaria nessa parte da cidade? Aliás, por que ele viria para Astromelia? Tem Los Angeles, São Francisco e outras cidades que aceitariam muito bem um jovem branco, britânico e com dinheiro como ele.

— Ahm... — aproximo-me do moreno e ele me encara. — Podemos ir agora — digo e ele abre a porta do carro e bufa com raiva.

— País de merda — xinga e olho para ele. — Sempre esqueço que a direção fica do outro lado — diz me encarando e dá a volta no carro.

Eu entro no banco de passageiro e seguro minha bolsa, dentro do carro sinto cheiro de frango frito e tenho certeza que ele passou no restaurante do Mars. Ele tem o melhor frango frito daqui, de toda forma, quando Harry entra no carro, ele liga a rádio e começa a dirigir. Logo, reconheço o que está tocando. Stevie Wonder I Was Made to Love Her. O moreno batuca os dedos enquanto escuta a música.

— Então você gosta de Stevie Wonder?

— Como eu poderia desgostar de alguém com Wonder* no nome? — retruca e me olha rapidamente. — Você não gosta?

— Gosto sim — dou de ombros e deixo minha cabeça na janela. — Você sabe onde fica a casa?

— Sei sim.

— Ótimo — murmuro, mas o moreno não me responde mais. Ele continua a batucar os dedos escutando Stevie Wonder e quando dirige e não demora muito tempo para a música acabar.

— Que lindo início de noite, queridos ouvintes! Por isso, vou colocar aqui para vocês, o mais novo lançamento do cantor Bruno Herrera, Treasure.

Bruno Herrera lançou um álbum no meio do ano passado e agora está lançando mais músicas e só pelo início dessa música eu sei que ela vai tocar sem parar na rádio, como foi com as outras. Megan vive dizendo que não vai demorar muito tempo para ele vir para cá e ela quer tanto que ele venha para o clube noturno dela. Minha amiga disse: Mesmo se ele não cantar, se o Bruno pisa no nosso clube, Ally. Seremos ricas.

Ela está certa nisso, mas nem posso imaginar se esse dia acontece de verdade. Bruno é uma gracinha e tenho medo de parar de respirar vendo ele. De toda forma, como eu tenho meus sonhos, minha amiga tem os dela e é simples assim.

Voltando a observar Harry, noto que ele não está curtindo tanto a música de Bruno como estava curtindo a de Stevie Wonder, pensei em questioná-lo, mas quando o moreno entrou na rua onde quase todas as casas tem um jardim de rosas, soube que estava bem pertinho de casa. Logo, Harry para de frente a casa verde pastel de dois andares que divido com Megan e agora vou dividir com ele. A casa tem uma garagem, mas não acho que vai caber dois carros, porém, o moreno não estaciona na garagem. Ele para de frente a casa e desliga a rádio.

Saímos do carro e ele abre o porta malas e vejo que ele trouxe sim malas. O moreno não precisa pedir ajuda, eu pego uma bolsa grande e marrom, estava pesada, mas não o suficiente para me impedir. Em seguida, abro a porta de casa e mostro para o moreno onde ele ficaria. O sótão parece maior sem todas as caixas de Megan e ela arranjou até uma cama-sofá para Harry. Tem uma janela e eu adorava observar a praia por ela, agora será difícil já que o britânico passará a ficar aqui.

Olho para o moreno e ele observava cada detalhe daquele lugar e não sei o que está se passando na cabeça dele agora, mas ele caminha até a janela e fica observando a praia.

— Obrigada pela ajuda com as malas, Aaliyah — diz após alguns segundos de silêncio, ele se vira me olhando. — A vista daqui é bonita.

— É mesmo — dou de ombros.

— Onde fica o banheiro? Gostaria de tomar um banho antes de voltar para o Clube de Megan — diz e abre uma das malas pegando roupas.

— Fica aqui no segundo andar, na segunda porta à direita. A água demora a esquentar e por favor deixe a janela fechada. Semana passada entrou uma gaivota pelo banheiro e ela fez cocô em tudo.

— Certo, janelas fechadas — ele murmura e me olha. — Te vejo no clube, Ally — diz e passa por mim.

Ouch! Quem ele pensa que é para me chamar de Ally?

Não o perturbo por isso, porque eu teria de voltar andando para o clube e faço isso mesmo. Ao chegar lá, encontro Megan e digo a minha amiga que nosso inquilino já tinha chegado, ela sorriu e pareceu aliviada por aquilo. Depois minha amiga disse que pensou que ele poderia ter ido para Saint Augustine, um bairro de brancos ricos, mas não foi isso que aconteceu e a mulher estava aliviada por Harry ter finalmente chegado. Por outro lado, ainda me sentia desconfiada sobre o rapaz. Tem alguma coisa nele que não faço ideia do que seja, mas eu não confio em brancos. Um branco de farda matou meu irmão.

Depois de quase uma hora, Harry voltou, dessa vez ele estava usando uma calça xadrez e uma jaqueta preta. Apenas a jaqueta preta? Não sei, mas parecia que sim, ele também estava usando botas e tinha um violão na mão. O cabelo estava penteado com bastante gel e eu sentia o cheiro de perfume caro de longe. Não era apenas eu, todos lá já notaram a presença dele e o moreno cumprimentou Frank. O baterista.

Frank é gente boa, tem um sorriso lindo também e ele vive conversando comigo. Megan disse que eu deveria chamar ele para tomar um sorvete comigo, ela é maluca. No entanto, ele continuar a conversar comigo e lançar sorrisos bonitos, talvez eu acabe fazendo isso mesmo, já que ele não o faz.

Harry vem até a minha direção e a de Megan e cumprimenta minha amiga com um sorriso, ele disse que não trancou a porta porque não tinha chave, minha amiga respondeu que não tinha necessidade de preocupações e entregou uma cópia da chave para o moreno e sem demorar mais, o moreno foi para o palco e começou a cantar. As pessoas prestaram atenção, ele não estava cantando nenhum jazz ou soul, o que comumente acontece. Harry começou cantando Rolling Stones de maneira tímida, mas acabou conseguindo atenção das pessoas do clube e mais pessoas chegam apenas para ouvir ele cantar.

Não fico apenas parada, escutando ele cantar e vendo sua performance, até porque o clube realmente encheu para uma segunda-feira. Esse garoto branco, é uma estrela nascendo. Harry cantou até onze horas depois desse horário, eu não o vi mais. Normalmente, os cantores e as pessoas da banda aproveitam esse momento para flertar com algumas garotas, mas o britânico simplesmente sumiu e continuei meu trabalho, atendendo mesas e quando mais pessoas vinham, mais lixo tinha e apenas por esse motivo eu pego dois sacos enormes de lixo e levo para fora.

Assim que piso meu pés para fora, escuto murmúrios, um gemido e me sinto constrangida por ter chegado no beco para jogar lixo fora justo no momento que tem pessoas transando. Vejo a sombra do casal e penso em sair de lá, mas então, Frank é empurrado para a outra parede, ele está ofegante e não me percebe. Caramba! Por isso, o homem não dá bola para mim, ele está com outra garota... Não!

Não é outra garota, Harry aparece com a jaqueta toda aberta, mostrando sua pele branca e ele beija Frank.

Isso me choca completamente, Frank é gay.

Harry também.

Continua...

* Wonder - maravilhoso/incrível em inglês. Harry usou o nome do Stevie Wonder como trocadilho para o adjetivo.

Notas: Oioi meus amores como vocês estão?

Gostaram do capitulo? Quais são suas primeiras impressões? Comentem!

Ps. Alguém avisa para Aaliyah não tirar nenhuma conclusão precipitada por favor!!

Vejo vocês em breve. Anna. Xx

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