"Signo de Câncer: Nesta fase em que Vênus começa a caminhar através de capricórnio, você estará mais fechado e decidido a fazer algumas mudanças em seus relacionamentos. Uma relação que vem crescendo pode aprofundar-se. Uma sociedade envolvendo dinheiro começa a prosperar"

Me levantei as seis e quinze e fiz as mesmas coisas de sempre, tomei um banho quente, era primavera, o inverno já estava chegando, mas eu já estava acostumada com o frio de Londres.

Tomei meu café que acompanhava de panquecas com caramelo que eu havia feito no dia anterior, ainda estavam uma delícia.

Coloquei um vestido que Clar havia me dado de aniversário de vinte anos, eu achei um completo exagero, o vestido é lindo, completamente lindo. Coloquei um salto alto bege, eu realmente amava aquele sapato, ele era simplesmente confortável, me sentia bem com ele nem que eu passasse horas com ele no pé. Peguei uma capa para meu celular que dizia "Head in the Clauds", peguei uma bolsa preta simples e coloquei meus óculos, e eu estava pronta para ir ao meu querido trabalho.

Sai de minha casa, desci os oito andares, e assim que entrei no carro me dei conta de que havia esquecido o meu computador, eu tenho que parar com o costume de esquecer as coisas, isso já estava me irritando um pouco. Subi os oito andares novamente, abri a porta de minha casa, fui até meu quarto peguei a bolsa com carregador e notebook, desci novamente os oito andares e fui em direção ao carro, a essa hora da manhã não tinha muito movimento então cheguei rápido até meu trabalho.

Eu estava escrevendo um romance, só que esse romance não era bem romance, hm, como posso explicar? Ela queria terminar com ele, mas ela simplesmente não conseguia, talvez porque ele a surpreendia a cada dia, talvez porque ele fazia ela se sentir bem, ou talvez porque ela tinha medo de se arrepender depois de tudo, mas eu ainda não sei como resolver isso, e, pra ser sincera, também não sei quem é ‘ele’ e nem quem é ‘ela’, e isso é um problema. E eu não quero que fique uma coisa clichê, como Clarie disse, ‘jovens de hoje em dia não gostam dessas baboseiras inúteis e clichês’ e, realmente, ela tem razão, pra variar, isso não renderia dinheiro e sim críticas.

Depois de algumas horas escrevendo, me dei conta de que aquilo era exatamente uma coisa inútil e clichê.

Ctrl T;

Delete;

Tudo apagado.

Coloquei as mãos em minha cabeça e apoiei meus cotovelos na minha mesa, eu tinha vontade de chorar, respirei fundo, tomei água e finalmente relaxei.

Já iriam dar dez para as seis da tarde, na verdade podemos dizer noite, o que significava um trânsito infernal na volta pra casa. Eu estava com muita fome então peguei meu carro e fui em direção a uma cafeteria em Londres, a Costa Coffee, que é um café britânico multinacional, empresa sediada em Dunstable, Reino Unido, e uma subsidiária integral da Whitbread - novamente, eu pesquisando coisas completamente desnecessárias-.

Sentei-me em uma mesa perto da Televisão que havia ali.

- Boa noite, eu poderia anotar deu pedido? - Um moço que aparentava ter uns 17 anos me perguntou enquanto sorria, mostrando alguns dentes tortos.

- Ah claro! Eu queria um café tradicional com leite e queria um pedaço de torta alemã. – sorri.

- Logo trarei seu pedido, é só aguardar. - ele disse sorrindo e eu assenti da mesma forma, ele era muito simpático!

Gosto de gente simpática.

Involuntariamente, comecei a me lembrar do que aconteceu, me lembrei de Zayn Malik, o garoto que salvou minha vida.

Claro que eu tinha muitas perguntas para o que ele fez afinal, o cara poderia estar armado, ele poderia matar Zayn, mas Zayn não ligou, ele apenas parou para bater no cara, o que eu achei uma atitude incrível da parte dele, porque mesmo se eu fosse um homem eu não iria chegar e bater no cara sozinho, eu iria ligar para a polícia, iria pensar. Ele agiu por pura emoção, não pensou quando partiu para cima do cara. Eu sou muito agradecida pela coragem desse garoto, se ele não estivesse lá sabe Deus aonde estaria.

Ok, eu não faço ideia de que o aconteceria se aquela situação não tivesse sido exatamente como foi.

- Aqui está seu café... - o garçom disse, me tirando de meus pensamentos - E aqui sua torta. – ele completou, colocando os alimentos na minha frente e sorrindo, como sempre.

Ele logo saiu, tomei meu café e comi a torta, deixei dez libras em cima da mesa e saí, peguei meu carro, já estava começando a chover em Londres, como sempre.

Estacionei meu carro na garagem do apartamento, entrei no elevador apertei o número oito, subindo até o meu andar. Simplesmente me joguei no sofá, eu estava completamente cansada, minha mente estava cansada, eu queria mudar minha rotina de vida, mas não agora, eu me sinto bem fazendo o que eu faço, eu estou fazendo tudo o que eu sempre quis: escrever. Mas às vezes era chato, não o meu trabalho, a rotina, eu sentia vontade de sair, de viajar, sair com os amigos, isso não era mais frequente.

Resolvi ligar para Clarie para sairmos, eu queria conhecer seu novo namorado.

- Oi! - ela disse completamente empolgada, ela sempre era assim, por isso eu amava ela.

- Oi Clar... – disse simples.

- Está tudo bem? - ela perguntou preocupada.

- Está tudo ótimo – respondi. - Vamos sair amanhã? Você pode me apresentar seu namorado, o Nill, Na...

- Niall! – ela me interrompeu.

- Certo! Niall! O que acha? – eu sabia que isso esquecer esse nome em alguns minutos.

- Claro poderíamos ir a aquele novo restaurante e...- a interrompi.

- Isso, novo restaurante. - disse e soltei um longo suspiro.

-Nossa, han, ok então, é...Tudo bem, vamos ao novo restaurante amanhã. - Ela disse um pouco confusa.

- Certo! – sorri, mesmo que soubesse que ela não estava me vendo.

- Certo. - ela concordou e eu tinha certeza que ela estava sorrindo, como sempre.

- Obrigada, por tudo mesmo! - eu disse

- Disponha, estou às suas ordens...

- Tenho que desligar, Clar, minha cama está chamando meu nome... - ri no fim da frase

- Vai lá, eu te amo, tenha uma boa noite! - ela se despediu do mesmo jeito que ela sempre faz.

- Boa noite, Clar... Sonhe comigo!

- Vou tentar! – ela disse por fim e eu desliguei o telefone.

Me levantei do sofá e me arrastei até meu quarto, parei na frente do grande espelho ao lado da porta e mexi no meu rosto e no cabelo: até minha aparência estava exausta. Balancei o pé esquerdo e depois o direito para tirar os sapatos e deixei que meu corpo caísse na cama, deitando na diagonal da cama de casal, com a barriga para baixo. Adormeci pouco tempo depois.