Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 6

Astra correu para junto da irmã, passando por um Zed abatido. Pela expressão de ambos, tinham discutido e Addison estava extremamente abalada. A mais velha aproximou-se, puxando-lhe o braço, os olhos púrpura analisando o rosto da mais nova com atenção.

- O que aconteceu? - perguntou, vendo-a engolir o choro.

- Nada... Ele não entende. - Addison abanou a cabeça, a voz embargada - Ninguém entende. Eu não... Eu não tenho um lugar aqui. Não pertenço a lado nenhum.

- És a capitã da claque, tens vários amigos, um namorado que te adora... - Astra encolheu os ombros - Não estou a perceber onde queres chegar.

- Continuo a ser a estranha, a diferente, a...

- E? - Astra apontou para os seus olhos, erguendo uma sobrancelha- É algo de família. Qual é o problema?

- Como é que tu consegues? - perguntou Addison, soltando o ar, como se tivesse a guardar aquilo à demasiado tempo - Tu chegas aqui, entras de cabeça erguida, não te dás com ninguém, não tens amigos...

- Obrigadinha. - resmungou a mais velha, sorrindo levemente.

- É verdade! Estás sozinha e... Estás bem. Não precisas de pertencer a lado nenhum para seres feliz. És apenas... tu. Como? Como é que consegues ser assim?

Astra não respondeu de imediato. Ponderou no que havia de lhe dizer, no qual vulnerável poderia mostrar-se para a irmã, até que ponto queria expor-se daquela forma. Crescera sozinha, longe da sua família, num mundo muito diferente de Seabrook. Se, por um lado, habituara-se a ser olhada de lado pelos seus olhos, por outro também lhe custara. Era humana, no fim das contas. Soltou uma risada abafada, achando graça ao facto da irmã a achar invencível.

- Addy. - disse, sorrindo - Achas que é assim tão fácil? Sim, eu entro por aquela porta adentro de cabeça erguida, nunca escondi a minha... peculiaridade, nunca quis ser outra pessoa que não eu mas... Como dizes, estou sozinha. Não confio em ninguém nem deixo que ninguém se aproxime demais de mim. - pensou em Wyatt, na sua mão estendida, na expressão confiante - Acabo por afastar toda a gente que tenta se aproximar... até tu. É assim que eu consigo. Não me importo com o que os outros pensam... Mas também não permito que me conheçam de verdade. Chama-se um mecanismo de defesa.

- Mas... Tens orgulho de quem és...

- Algumas partes, sim. Outras? Nem tanto.

       Addison levou as mãos ao alto, exasperada.

- Eu só quero que alguém me entenda!

       Astra recuou um passo, indignada.

- Eu não te entendo?

- Tu não tens estado aqui, pois não? Aliás... - Addison mordeu o lábio, frustrada - Tu continuas a não estar.

       A mais velha estremeceu. A expressão de mágoa espalhou-se pelo seu rosto, deixando a irmã a sentir-se culpada. Addison inclinou-se na sua direção, erguendo a mão para lhe tocar mas Astra afastou-se, abanando a cabeça.

- Tens razão. - retorquiu, a voz fria - Nunca estive aqui então não sei o que é ser diferente. A ser estranha. A ser a aberração esteja onde estiver. Pobre Addison! Só lida com isso há uns meses porque teve finalmente a coragem de mostrar ao mundo o seu cabelo branco enquanto a irmã mais velha anda por aí a mostrar a todos que a família Wells tem uma inclinação para as aberrações. Tens toda a razão, eu não estou aqui, nunca estive, nunca vou estar. Sou uma desconhecida para ti, não é? Porque eu quis que assim fosse.

- Não foi isso que eu quis dizer...

- Foi o que deste a entender. - Astra acenou, num gesto de descrença - Está tudo bem. A Astra consegue aguentar tudo.

- Asty...

- Até depois, Addison.

      E afastou-se, mordendo a língua para não permitir que as lágrimas escorressem pelo seu rosto, num sinal de fraqueza que não se permitia exibir.

- Aqui de novo?

Astra deu um salto, assustada. Apressada, limpou as lágrimas, envolvendo os joelhos com os braços, o queixo pousado nos mesmos. O seu corpo brilhava, iluminando a noite. Sentia uma sensação de alívio ao estar assim, sozinha, deixando que o seu poder se expressasse. Aprendera a controlá-lo, numa tentativa de começar a passar mais tempo com Addison, sem receio da noite. Ainda assim, sabia-lhe bem não ter de o controlar. Deixou-se ficar, engolindo em seco ao ouvir passos atrás de si, o coração acelerado com a súbita vontade de fugir, não fosse ele rodear o lugar onde estava para poder ver-lhe o rosto.

- Tens uma voz muito bonita. - confessou Wyatt, sentando-se alguns metros atrás dela.

- D-Desculpa?!

- Estavas a cantar. Não consegui não ouvir, era demasiado bonito.

Um súbito pensamento assolou a mente de Astra mas empurrou-o para longe, não querendo entrar em pânico. Estivera a cantar a mesma música que ensaiava na sala de música. E se Wyatt a ouvira em algum momento? E se a reconhecesse?

- Estás bem?

- Estou ótima. Podes por favor deixar-me sozinha?

- Pareces perturbada.

Estava perturbada. A conversa com Addison deixara-a vulnerável. Fungou, pigarreando para disfarçar. Olhou para o céu estrelado, resmungando:

- Por favor, deixa-me sozinha.

- Não acho que deva fazer isso...

- Oh por favor!

Irritada, Astra pôs-se de pé, desatando a correr floresta fora. Não sabia exatamente do que fugia: de Wyatt? Dela própria? Da vida?

Apenas corria, sentindo o vento bater-lhe no rosto, os cabelos escapando-se da trança que usava sempre, os pulmões em busca de ar. Do que fugia? Porque fugia?

Nunca se deveria ter ido embora... Ou nunca deveria ter voltado. Parou vários minutos depois, desnorteada, limpando as lágrimas que insistiam em escorrer. Ouviu passos atrás de si e virou-se de costas para ele, os braços cruzados em frente ao peito, a respiração ofegante.

- Eu sei quem és... Astra. - afirmou Wyatt, aproximando-se dela, o nome dela dito com gentileza - E sei o que és.

Astra virou-se, a expectativa fazendo-a perder o medo e enfrentá-lo. Os olhos castanhos do lobisomem arregalaram-se. Embora já suspeitasse que Astra fosse a rapariga misteriosa da floresta, vê-la em todo o seu esplendor, com o brilho de mil galáxias a inundar-lhe o corpo, o cabelo desgrenhado pela fuga e os olhos púrpura fixos nele, não pode deixar de se surpreender.

- Uau... - murmurou, admirando-a

A Wells corou, recuando um passo.

- Como sabias? - Astra praguejou, baixinho - Foi a música, não foi?

- Também. Eu... - agora era Wyatt que corava, atrapalhado - Os lobisomens têm os s-sentidos apurados... A tua voz, o teu odor...

- O meu odor? - a loira soltou uma risada, os ombros descaindo num instante de descontração- Tu cheiraste-me?

- Tens um perfume agradável!

- Oh céus, és ridículo.

Os dois riram. Astra sentia-se mais leve, o peso do seu segredo aliviado por uns instantes, já que alguém finalmente sabia o que realmente se passava com ela. Queria que Addison tivesse sido a primeira a saber mas a admiração nos olhos de Wyatt enquanto a observava era impagável. Ele aproximou-se mais um pouco, passando a ponta dos dedos pelo seu braço, a luz violeta refletida na sua própria pele. Inspirou fundo, sentindo-se mais forte. A Pedra da Lua no seu pescoço brilhou intensamente, os olhos castanhos substituídos por um dourado vibrante, os caninos de fora, a sua forma lobisomem à vista. Astra suspirou. O seu coração batia fortemente contra o seu peito, o formigueiro nos seus dedos aliviado ao tocar nos braços dele, o poder irradiando de si em ondas.

Ele encarou-a, a voz baixinha ao começar a narrar:

- Há muitos anos atrás, um fenómeno único fez com que a Lua desaparecesse do céu por demasiado tempo. Na altura, a Pedra da Lua ainda não existia e estávamos dependentes da própria Lua para sobreviver. - contou Wyatt, pegando-lhe na mão, acariciando-a suavemente - A Alfa da alcateia implorou aos deuses que a escutassem, pedindo para que não deixassem o seu povo morrer. Precisavam de ajuda divina para sobreviver, já que a Lua se escondera e não havia como saber quando voltaria.

           "Naquela época, humanos e lobisomens não se misturavam, tal como agora. Havia uma linha muito ténue que, caso fosse ultrapassada, desencadearia na guerra e na discórdia. Nenhum dos povos ansiava por isso então ficavam longe uns dos outros.

       Exceto ela. Uma humana sentia-se curiosa em relação aos lobisomens, observando-os à distância, fascinada com a sua liberdade e o seu instinto selvagem. Ela própria era diferente dos outros, seguia o seu coração em vez da razão, não se deixava manipular pelos que lhe diziam que os lobisomens eram apenas monstros. Não eram, não para ela.

         Ao escutar o pedido de misericórdia da Alfa, a humana não hesitou. Nessa mesma hora, ajoelhara-se na floresta e jurou pelos deuses que daria a própria vida para salvar aquele povo. O tempo que passara a observá-los à distância deixara-a apaixonada por aquelas pessoas e o seu coração era demasiado bondoso para não tentar ajudar de alguma forma.

         Ártemis, a Deusa das Estrelas, ouviu as preces da humana. Selene, a Deusa da Lua, ouviu as preces da Alfa. Cada uma, de sua forma, decidiu ajudar os lobisomens.

        Mas os deuses nada sabem sobre as criaturas que vivem abaixo de si. Ártemis, sensibilizada pelo sacrifico da humana, concedeu-lhe o poder das estrelas, que iluminaria os lobos até que a Lua regressasse... se a Lua não regressasse a tempo, a humana pereceria pois era da sua própria energia vital que ela fornecia energia aos outros. Selene, por sua vez, concedeu à Alfa a primeira Pedra da Lua. Quando a Lua regressasse, a Pedra acenderia e não mais os lobos estariam dependentes dela... em vez disso, estariam para sempre ligados às Pedras que carregavam nos seus peitos. Duas dádivas... Duas maldições."

       Wyatt olhou diretamente para Astra, cuja respiração ficara presa nos seus pulmões, ciente da razão pela qual ele lhe contava aquela história. Quando ele abriu a boca, já ela abanava a cabeça, recusando-se a ouvi-lo, recusando-se a acreditar.

- Astra, eu acredito que tu és a humana da história. A lenda diz que a Guardiã das Estrelas regressaria num momento crítico da vida dos lobisomens... Eu acredito que tu és a nossa Guardiã. Os teus poderes, a força que sinto, Wyntter ter-se sentido muito melhor depois de lhe tocares...

- Estás enganado. - disse Astra, com a voz rouca - Isso é apenas uma história, Wyatt. Não é real.

- Os teus poderes são reais e a minha história não é? - questionou o lobisomem, observando-a recuar, os olhos arregalados - Astra, tu podes salvar o meu povo, pelo menos até encontramos a Pedra da Lua...

- Ou morrer caso não encontrem. - interrompeu a loira, afastando a mão que ele ainda segurava - Foste tu que o disseste. Eu não vou morrer por ninguém.

- É aí que a Addison entra.

        Ao ouvir o nome da irmã, Astra endireitou-se, os olhos semicerrados na direção do lobo.

- O que a Addison tem a ver com esta história?

- Com esta? Nada, não direitamente... Mas há uma profecia. A Alfa Genuína é a única que nos pode guiar até à Pedra da Lua. Na caverna, escondidas nas paredes, há uma profecia sobre a Grande Alfa, uma jovem de cabelos brancos...

- A Grande Alfa... A do cabelo branco. - Astra abanou a cabeça, soltando uma risada de escárnio - A minha irmã não é uma lobisomem. Estás enganado.

- Estou? Ela é uma líder nata...

- Somos irmãs. Acabaste de contar-me uma lenda que fala de uma humana com o poder das estrelas... Humana. - Astra cruzou os braços, descrente - Addison é minha irmã, tem de ser humana também.

- Se assim for, tudo bem. Eu só preciso de saber... Astra, vocês são a nossa única esperança. - Wyatt pousou as mãos nos seus ombros, quentes contra a sua pele fria - Por favor. Vem comigo.

- Onde? Wyatt, eu não sei quem tu pensas...

- Tu és exatamente aquilo que eu penso, Astra. - respondeu o lobisomem, convicto - Os lobisomens precisam de ti. Por favor, Astra.

- Não sou a heroína de ninguém...

- Astra, Por favor. Se não resultar... Se não fores quem acho que és... - Wyatt engoliu em seco, desviando o olhar - Nunca mais te incomodo.

      A loira pestanejou, pesando as palavras dele. Prensou os lábios, ciente de que não tinha exatamente uma escolha. Não queria ser responsável pela destruição de um povo, embora também não quisesse ser a sua salvadora. Mas eles iriam atrás de Addison. Iriam dar-lhe esperança de finalmente saber porque nascera com aqueles fios cor de neve.

         Caso essa esperança fosse em vão, Astra queria estar lá para a apoiar e mitigar os danos.

- Eu tento... até encontrarem a Pedra da Lua. Se não encontrarem... Não vou arriscar a minha vida como a humana da tua história. - fez uma pausa, afirmando- Não sou a heroína que achas que sou.

         Wyatt sorriu, confiante.

- Anda daí, Estrelinha.

         A noite estava fria. A Wells enrolou-se mais no seu casaco, revirando os olhos perante o olhar furtivo da Alfa.

- O que foi? - questionou, parando para encarar a lobisomem.

        Willa semicerrou os olhos. Depois da conversa na floresta, Wyatt levara Astra até à caverna para irem buscar o resto da alcateia. Iriam buscar Addison para lhe contarem o que esperavam dela... e a Astra. A Wells mais velha pedira a Wyatt para guardar para si o seu segredo, pelo menos até que Astra realmente se sentisse confortável para contar. No entanto, a alcateia não gostara muito de ver o lobisomem chegar com uma humana sem dar explicações.

- O que ela está aqui a fazer? - protestou Wynter, rosnando - Ela não gosta de nós.

- Nem nós dela. - completou Willa, aproximando o rosto de Astra - O que estás a fazer aqui?

- Willa, acalma-te. - respondeu Astra, esboçando um sorriso irónico - Não queremos estragar mais esse rostinho bonito com rugas de stress, pois não?

- Astra. - repreendeu Wyatt, segurando-lhe pela mão- Willa, ela é minha amiga e eu prometi que não faria qualquer mal à irmã dela. A Astra está aqui para que a Addison se sinta mais confortável em vir connosco, certo?

        O lobisomem encarou a humana, que desviou os olhos, escondendo o ligeiro rubor que preenchera as suas bochechas.

- Certo.

- Nós não te queremos aqui, que fique claro. - retorquiu Willa, ao passar por ela.

- Acredita, eu também não quero estar aqui. - Astra balançou os cabelos, passando pela jovem com um ar altivo - Oh eu sou uma lobisomem, tenho um cabelo incrível e consigo arrancar a cabeça de alguém só com o meu olhar penetrante! - esganiçou Astra, numa imitação exagerada de Willa - Ajoelhem-se aos meus pés que eu vou passar!

       Willa rosnou. Os lobisomens soltaram risadinhas baixinhas, recebendo um olhar furioso da Alfa. A Wells sorria ironicamente, fazendo sinal a Wyatt. Tinham chegado à casa dos Wells. O lobisomem assentiu, num agradecimento silencioso, enquanto Willa olhava de um para o outro, erguendo o queixo.

- O que é que tu lhe fizeste? - questionou ela, quando Wyatt se afastara- Ele parece um cachorro atrás de ti.

- Chama-se charme natural. - respondeu Astra, desdenhando - Queres que te ensine? Não consigo, é algo que nasce connosco.

       A lobisomem abanou a cabeça, os olhos castanhos fitando a humana com redobrada atenção, a postura altiva substituída por uma genuína preocupação.

- Eu estou a falar a sério.

- Não lhe fiz nada. - Astra suspirou, descaindo os ombros - Ele é... simpático. O mais simpático de vocês todos. Não lhe quero mal, acredita em mim.

         Willa assentiu, incerta. As duas encararam-se, baixando a guarda por breves instantes. O sorriso de Astra formou-se genuinamente nos seus lábios, apontando para o rosto de Willa num gesto amigável.

- A sombra roxa... Onde a arranjaste? É maravilhosa.

- Nós fazemos a nossa própria maquilhagem. - Willa sorriu, balançando os cabelos - Temos um cabelo lindo e maquilhagem maravilhosa.

      Astra bufou, rindo.

- Convencida.

- Arrogante, não foi o que me chamaste? - a lobisomem pôs a mão na anca - Queres que te ofereça uma sombra igual à que uso?

- O que tenho de fazer em troca?

       A porta dos Wells abriu-se, fazendo os lobisomens calarem-se. O momento desvanecera-se e Willa caminhou para junto de Wyatt, à frente do grupo. Addison arregalou os olhos ao vê-los, surpreendida.

- Vem connosco. - disse Willa.

- O que é tão importante? - perguntou Addison, hesitante.

Wyatt sorriu.

- Tu.

- Addison. - chamou Astra, atraindo a atenção da irmã para si - Não precisas de ir...

- Eu vou. - interrompeu Addison, descendo a escadas, estendendo-lhe a mão - Vens comigo? - pestanejou, a cabeça ligeiramente inclinada, a culpa presente nos seus olhos - Por favor?

       Astra suspirou.

- Onde mais eu estaria?

      E sorriu, dando a mão à sua irmãzinha.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro