35 - FOGO CONTRA FOGO (Parte I)
Esse capítulo foi escrito inspirado com a música "Believe" de Imagine Dragons.
Boa leitura.
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18: 38
Tavares e Gisele se dirigem para o local onde aponta a última localização de Douglas.
A Rua Coronel José Rufino tem uma extensão de mais dez quilômetros, paralela com o Metro do Recife, fazendo conexões em quase todo o percurso.
Oito agentes, contando com Gisele e Tavares estão chegando no local marcado, que foi enviado para o celular deles.
Todos estão fortemente armados e equipados, dentro de um furgão branco sem identificação.
— Senhores, — Começa Gisele — Em dois minutos estaremos chegando ao local. Esse é o retrato falado do nosso alvo. Não vacilem! Ele vai matá-los na primeira oportunidade! A ordem é prendê-lo com vida, mas, senão houver essa possibilidade, podem usar munição letal à vontade! Mais uma coisa, pode ser que os reféns estejam lá, então tomem cuidado... Atirem somente com alvo claro ou se formos recebidos a bala. Alguma dúvida?
— Não senhora! —Respondem os agentes.
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– Boa Noite meus amigos... Estava com saudades de voces. – Fala John Lennon, com sua tradicional voz irônica. — Está no viva voz? — Ele sorri. – Senão estiver no viva eu desligo chateado.
— Estamos todos te ouvindo John. Medeiros, fala olhando para Aloísio e depois para Rafael. — Vou pedir pela última vez, diga onde meus amigos estão, e vou ter piedade de você quando te encontrar!
— Uau, uau e uau! Eu te amo Medeiros... Você não sabe como estava com saudades suas!
— Quando estivermos frente a frente, não vai ser saudade o que irá sentir, e tenha certeza que vai se arrepender de ter voltado dos mortos!
— Você é que vai ficar sem palavras ao me ver frente a frente... Lembre-se disso garotinha. Mas, vamos ao jogo... As regras são as seguintes:
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A van para proximo a Igreja Presbiteriana em Areias.
— O local é aqui! — Avisa Gisele,
olhando para o mapa.
— Na igreja Presbiteriana? Não pode ser. — Tavares, olha mais acuradamente para o mapa.
— Eu sei... Mas, temos aquela construção ao lado do posto de gasolina, estão vendo? — Gisele mostra de dentro da Van uma estrutura velha e abandonada, pintada de varias cores pelas pichações.
— O que era isso? — Pergunta Carlos.
— Não sabemos. Mas pelo aspecto seboso... Alguém sabe o que funcionava ali? — Pergunta Gisele à equipe.
— A antiga frabrica de açúcar, parece que está desativada há cinco anos. — Responde Gustavo. — Eu moro aqui em Areias.
Rafael esta na Central, sentado e na sua busca por respostas, está olhando para o computador, quando recebe uma vídeo chamada de Gisele.
— Rafael, você poderia verificar quem é o proprientário dessa fabrica? – Gisele envia o endereço para Rafael.
– Um momento. Pesquisando... Mais um segundo... João Mendes Barbosa da Silva.
— Como é? O irmão de John Lennon? — Pergunta Gisele.
— Isso mesmo, mas, ainda vou fazer uma busca mais detalhada, e, Gisele, cuidado.
— Okay. Desligando... Pessoal como ouvimos o local é uma fabrica, Juliano, vamos passar pela frente, entrar naquela rua à direita e descemos.
— Tudo bem. — Juliano, que está dirigindo, segue conforme orientação de Gisele.
— Gustavo, quando descermos da Van, coloque o drone no ar. Precisamos saber o que nos espera.
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— Nossos amigos estão espalhados por quatro pontos da cidade. Você terá vinte minutos para chegar em cada um desses lugares. Porém a localização deles vai está num poema que vou dizer... Aliás, não imaginei que entrar em sua casa fosse tão fácil Medeiros... A sua mãe num é detetive? E sim! A casa está linda!
— Você poderia voltar para as regras?— Medeiros volta o assunto como se estivesse conversando algo banal.
— Sim! Claro, — John Lennon Sorrir — Inclusive você deve ter feito seu dever de casa com o texto que deixei com o dedo de Caetano.
"Porra!" — Medeiros ainda não havia parado para pensar no texto.
Ela olha para Rafael que faz um sinal de OK e pisca com o olho direito, a mandando continuar.
— Não! Eu esqueci... — Medeiros, pisca de volta para Rafael. Aloísio fica ensandecido, sem entender o que significa esses sinais entre os irmãos. — Mas você bem que poderia repetir!
— Medeiros você cansa minha beleza, e eu pensei que você seria uma oponente a altura... Mas vejo que seus amigos vão morrer! Lembre-se, você vai ter que está lá quando eu ligar... Espero que a bateria esteja carregada. Não sei se a tapada da Doutora fez o que pedi... Mas, vamos lá... Até daqui há vinte minutos... Boa noite!
— Rafael diga que você descobriu alguma coisa!
— Estou com o texto completo, não esqueça mana, a casa também é minha e foram nossos pais que ele ameaçou ao entrar ali! Quero ele tanto quanto você. Agora, vou colocar o texto de Daniel Cartaxo Penalva na integra:
"O Recife
Do maracatu e do frevo nasceu
Cidade poética, camafeu
Recife das pontes e sobrados
Dos caminhos torneados pelos rios
O Capibaribe e o Beberibe
Formam teus mangues
Teu atômico pulsar
À beira dos coqueirais e do mar
Cidade tão leve e feminina
Tua áurea chega à minha retina
Com calma se faz presente
Em meu navegar; esse navio...
Que é o Recife e sua cultura
Que há séculos se faz pintura
De quadros primorosos;
Como os do artista André Cunha
Zona da Mata pernambucana
Lugar por limite da cana
É o Recife esse altar
Entre Olinda e a cana...
Cidade doce das pontes
Dos crepúsculos no horizonte
Recife do Capibaribe
E o mar como não dizê-lo nesse lugar!
Onde está cidade navegante?
Entre um ponto e outro da América
Flutuante entre o povo e o sonho
De vida na força do rio e do mar
Foz do rio que vem encontrá-lo
E que encontra minha vida nesse lugar
É Recife; o inicio e o fim da minha história
Tão solta; tão louca em seu carnaval
O que vens fazer de mim afinal?
Cidade incorporada entre o mangue e o sal
Entre o meu e o seu; amor afinal...
Já não sou mais eu depois de te avistar
O Recife dos sobrados estreitos e mocambos
À beira do rio; quais são teus planos?
Fico mais doce ao te encontrar
Num cais do Capibaribe entre Boa Vista e Santo Antônio...
Sei que vou te achar Recife pitoresco
Mergulhar em teu recato quase mourisco
Tuas construções e becos coloniais
Tua influência holandesa; é dos trópicos a Veneza
Vou te encontrar no Marco Zero; virás então?
Impossível te desvendar; entendi
Minha busca infinita; é achar a saída
Pra uma paixão tão espontânea e desinibida
Tão geral e tão moço; ao mesmo tempo tão curtido e secular
É o lugar que venho a amar depois de minha terra natal
Tão Nordestino é você
Tão masculino e tão mais feminino; simplesmente Recife, esse lugar..."
— Fodeu.— Afonso xinga com o palavrão. — Como vamos achar o local nesse poema? É grande pra cacete!
— Pessoal, já se passaram três minutos!
Medeiros, coloca sua memória fotográfica para trabalhar e acende um sorriso.
— Não gosto desse seu sorriso psicopata. — Fala Aloísio.
Medeiros vai até sua bolsa e pega a chave da sua moto de seiscentas cilindradas.
— Antes de você sair, tome esse fone de ouvido, — Rafael coloca o aparelho no ouvido da agente — Eu desenvolvi para podemos conversar no prédio do Porto Digital. Está em teste.
— E como ele funciona?
— Aonde tiver uma antena de retransmissão Wi-Fi ou de telefonia móvel conseguirei comunicação com você. — Medeiros vira-se para sair. — Irmã, você vai conseguir! — Os dois se abraçam como se fosse a última vez. - E você fala por aqui.
— Por garantia vou levar meu celular.
— Sim, mas você ainda não disse para onde vamos. — Lembra Laureano.
— Ele me fez um convite. — Medeiros aponta para a estrofe que está lançada na tela:
"Vou te encontrar no Marco Zero; virás então?
Impossível te desvendar; entendi
Minha busca infinita; é achar a saída
Pra uma paixão tão espontânea e desinibida"
18:25
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- Drone no ar! — Avisa Gustavo. O drone vai subindo e enviando as imagens das instalações. Ele coloca no modo visão noturna, passeando por todo o prédio.
— Como está a leitura de calor? — Tavares está preocupado como o que poderá encontrar lá dentro.
— Não há nada vivo lá dentro!
— Isso não é bom! — Comenta Tavares!
— Também concordo com você, — Gisele ajeita sua arma e verifica a munição. — Atenção! Vamos entrar! — A equipe tática coloca seus equipamentos de segurança e vão se dirigindo ao portão lateral.
Juliano pega o Alicate hidráulico para quebrar cadeado e o parte no meio.
— Gustavo, o drone viu alguma leitura de câmeras?
— Não! Limpo.
Eles vão andando em formação única.
Um pouco mais adiante, Gisele levanta o punho direito, sinalizando "Parar".
Ela manda dois passarem: Alfredo e Henrique passam abaixados do janelão.
Mais à frente há uma porta de corta incêndio, que está com um cadeado.
Novamente usam o alicate hidráulico.
Todos Entram.
O local está escuro.
Há varias armações de ferro, escadas e salas com vidro.
O local para o refino do açúcar tem buraco com mais de três metros de profundidade.
Tudo está sujo e fede a agre doce, fora que, em todo lugar está cheio com água.
Eles ligam os óculos com visão noturna.
Não há armadilhas pelo chão.
Somente a luz no final do corredor.
— Filmando! — Ordena Gisele para todos ligarem as câmeras que estão nos capacetes, que começam a filmar no modo noturno.
Eles entram no primeiro cômodo, há um rastro com um líquido, parecido com água, saindo de todas as salas e que vem descendo das paredes.
Nessa primeira sala não há nada.
Gisele olha para a equipe e faz um sinal com a mão direita dizendo "dois", eles passam então para formação em "V".
Com suas armas engatilhadas, avançam sala por sala até chegarem onde a luz está acesa...
— Meu Deus... — Sussurrou Tavares arregalando os olhos e com o coração parecendo que vai sair pela boca.
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Medeiros corre até o estacionamento e escuta Rafael falando no fone auricular interno, que tem uma haste fina descendo e saindo uns três centímetro do ouvido.
—Você está me ouvindo?
— Alto e claro.
—Ótimo. Você vai ter que falar audível para poder te ajudar. Okay?
— Positivo. — Medeiros sobe na moto e segue para o Marco Zero. Não é muito distante, num dia normal são quinze minutos até lá, mas, numa sexta feira, as coisas pioram muito.
A agente vai subindo pela Rua do Cais do Apólo.
O trânsito está parado, ela pega pela contra mão e sobe o meio fio, fazendo os pedestres correrem para os lados, dando passagem forçada para Medeiros.
—Doze minutos! — Lembra Rafael. Ela avança o sinal e dobra a esquerda pegando a Rua Rio Branco descendo sentido o Marco Zero.
— Pronto estou chegando no Marco Zero! — Avisa Medeiros. Ela estaciona rapidamente a moto e sai correndo para um local onde há um aglomerado de pessoas. — Estou vendo algo! Há alguém sentado... Tem muita gente!
O enxame de pessoas está próximo a estátua do Barão do Rio Branco! Ela avança rápido, costurando e empurrando a multidão.
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Os oitos agentes observam o Sargento Douglas pendurado, de braços abertos e com sua cabeça projetada como uma armadilha de caranguejo, segurada por um pedaço de carne.
— Base, achamos o Douglas! Está morto. Ele está pendurado com os braços abertos e...
—Tavares estamos escutando. — Afonso avisa, olhando para Rafael.
— O pênis dele está espetado por algo saindo do peito e apoiando o pescoço... Para que a cabeça dele não role para frente.
Gisele está muda.
A barriga do sargento está rasgada, com os fatos do homem saindo pelo buraco da castração e mergulhados no piso banhado de sangue.
Ela tem náusea.
Gisele sai zonza e vomita fora da sala.
— Aloísio está aí na central? — Pergunta Gisele, depois que limpou a boca.
— Não! Ele seguiu Medeiros —Avisa Afonso —Eles foram no Marco Zero. Mas sugiro que não mexam em nada.
— O que é aquilo por trás de Douglas? — Pergunta Damião.
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... Um ventríloquo! — Medeiros se decepciona, o artista para sua apresentação assustado e junto com ele, todos olham para Medeiros.
—Irmã, acharam Douglas morto, com o pênis apoiando a cabeça pelo pescoço... Acho que foi assim.
— Como é? — A investigadora para e olha em volta. — Quanto tempo tenho?
—Oito minutos!
— Espere... você disse que Douglas está com um pênis segurando a cara dele para não cair?
—Mais ou menos isso.
— Mandem eles sair de lá agora! É uma armadilha! Ele está mandando um foda-se!
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Gustavo e Damião ficam paralisados com o timer que está em cima de um monitor, com uma câmera olhando para eles.
O monitor mostra o corredor que eles passaram, e o digital continua...
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—Saiam dai agora! — Grita Rafael pela vídeo transmissão à Gisele.
— Corram! É uma armadilha! — Grita Gustavo, desesperadamente.
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00:05
Todos começam a tentar evacuar o prédio.
Correm pelas suas vidas!
Correm o máximo que podem.
São trinta metros até à saída.
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A bomba dentro de Douglas explode.
Não é tão forte na verdade, é apenas um gatilho que espalha o fogo pelos caminhos onde acreditavam que eram só água.
As labaredas vão subindo as paredes, como se estivessem sendo puxadas por uma corda invisível para o andar de cima.
O fogo corre por todos os lados, igual a vários mísseis se dirigindo para um mesmo alvo:
Os tonéis com produtos químicos inflamáveis que estão amarrados em cima da porta corta incêndio... Há dezenas deles por dentro e por fora.
Uma armadilha indetectável.
O bailar dos corpos em combustão... É visto pela transmissão enviada a Rafael através da câmera de Gisele, até ser cortada bruscamente.
Os agentes lutam, tentando em vão fazer com que o fogo os soltem, os deixem de abraçá-los.
Era tarde demais.
Corpos flamejantes caíam, sendo lambidos e comidos pelo fogo infernal!
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—Meu Deus... — Fala Rafael com uma voz funesta.
— O que foi Rafael? O que foi? — Grita Medeiros exatamente em cima do Marco Zero! Aloísio e Laureano chegam onde ela está.
—Você estava certa, era uma armadilha... Sinto muito... Estão todos mortos! A comunicação foi cortada, e irmã você tem três minutos.
Medeiros fecha os olhos.
Lágrimas rolam pela sua face, mas ela tem que se concentrar em salvar essa vida.
Não pode deixar que Gisele e Tavares tenham morrido em vão... O poema passa na sua frente, salta-lhes os olhos como um filme.
"Vamos... Medeiros... concentração" — A investigadora fala para si mesma.
Aloísio e Laureano nada podem fazer, há não ser olhar em volta e para os céus.
Medeiros começa a repetir o texto:
"O Recife...
"Do maracatu e do frevo...nasceu"
"...torneados pelos rios..."
"...Capibaribe e o Beberibe..."
"...esse navio..."
"Que é o Recife e sua cultura
Que há séculos se faz pintura
De quadros primorosos..."
E ela vai repetindo, sentindo o sabor do sal na boca, trazido do mar, até achar a resposta.
— Sei que vou te achar Recife pitoresco
Mergulhar em teu recato quase mourisco
Tuas construções e becos coloniais — Ela vai olhando para trás, sentido o mar — Tua influência holandesa; é dos trópicos a Veneza
Vou te encontrar no Marco Zero; virás então?
Impossível te desvendar; entendi
Minha busca infinita; é achar a saída
Pra uma paixão tão espontânea e...
Medeiros sorri pelo canto da boca e corre na direção do Mar.
— Ela está no cais. Lá onde saem os passeios de Catamarãs! — Apontando à direção para Aloísio e Laureano.
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