3 - AGENTE MEDEIROS
Medeiros sai do seu apartamento, que fica na Rua da Autora, décimo segundo andar, em frente ao Memorial da Tortura.
São 6h da manhã e já está pronta para fazer sua corrida matinal. Coloca o fone de ouvido, Beats Dr. Dre e vai na direção do Palácio do Campo das Princesas, correndo e
escutando o RAPPA. Passando pelo Palácio, observa o belíssimo prédio, e mais adiante, ao terminar a praça onde está o Teatro Santa Isabel, contorna e volta pela frente do Palácio da Justiça,
e continua correndo... Logo mais à frente, olha para o Teatro Santa Isabel, que está a sua direita, agora, e pega à esquerda
Sentido à Praça Joaquim Nabuco,
Que fica próxima a Casa da Cultura, a antiga Casa de Detenção, pega à direita e vai
subindo pela Ponte Velha, entrando na Rua da Aurora.
Passa pelo Cinema São Luís
e quando termina o trajeto, se alonga em baixo no Memorial da Tortura, onde, bem próximo há uma academia da Cidade.
Depois de terminar o alongamento segue para o Edifício que mora e sobe num elevador retrô.
Rafa Medeiros é solteira, 26 anos, loira, cabelos pelo ombro, formada em direito, graduada em faixa preta de Jiu-jítsu e Muay thai, o pai é Jornalista e a mãe é detetive particular, tem um irmão chamado Rafael Medeiros, Gerente de TI do Porto Digital,
34 anos, noivo de Lívia, e uma irmã mais velha chamada Juliana, Designer, 35 anos.
Medeiros ao chegar dentro de sua casa, segue para a cozinha, abre a geladeira, que tem com tema: "Rambo, Programado para Matar" e bebe bastante água.
Depois pega seu Iphone, liga o Bluetooth, e bota pra tocar músicas do Rock nacional dos anos 80, pelo reciver da Sony com 7. 2 Canais.
Ao chegar no banheiro ver o bilhete no espelho que deixou para si mesma:
9h Dra.LAYL
E sai tirando a roupa para tomar banho.
Medeiros curte o banho escutando o Barão Vermelho, na voz de Cazuza, cantando Bete Balanço.
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
Terminando, veste uma camisa branca da Hering e uma calça jeans, verde clara, também da mesma marca, com um tênis branco da Nike.
Para na frente de um espelho gigante na sala e escova o cabelo para trás, amarrando com um "Rabo de cavalo".
Na cozinha, prepara um café rápido, come frutas e se pega pensando no Sargento Douglas.
So de pensar na cara dele, arremessa a faca que cortava a fruta na pia. Depois sai um discreto sorriso pelo lado direito da sua boca.
"Antes de passar a mão na bunda de outra mulher, vai pensar duas vezes!"
Há seis meses atrás, Medeiros foi afastada das funções de Agente, aconteceu numa segunda-feira pela manhã, o Delegado Aloísio vai na Academia de Polícia com Medeiros para falar com o Comandante Pericles, sobre a união das inteligências das Polícias.
O Governador do Estado quer unificar as polícias e contava com o apoio de quase todos, embora, fosse um assunto delicado, devido uma diferença salarial entre as corporações e isso estava gerando uma animosidade entre as Forças Civis e Militares. Porém, nada, que não pudesse ser resolvido.
Aloísio deixa Medeiros do lado de fora da sala e depois de alguns minutos, escutam um "ziriguidum".
O Sargento Douglas, com seus quase um metro e oitenta, rosto quadrado e narigudo, ver Medeiros olhando as placas com as honrarias aos heróis policiais que foram mortos em serviço. Quando a agente está lendo, escuta uma voz atrás dela dizendo:
"A dona de uma bunda dessa, merece mesmo ganhar mais que um Sargento..."
Medeiros não acreditando no que escutara, como também não acredita que a sua bunda estava sendo invadida.
Ela, sem demora, com o cotovelo esquerdo acerta o Sargento na cara, quebrando o seu nariz.
Embora o militar, seja mais alto, os olhos ficam cheios do sangue que explodiu da venta quebrada. Ele não tem tempo de reação, depois da cotovelada na cara, Medeiros aplica uma rasteira, fazendo o Sargento cair no chão seco.
Ele, rapidamente ao cair, com a mão direita "passa o rodo" nas pernas dela que também vai ao chão. Quando ele vai esmurrar a agente, descendo o gancho de cima para baixa, com sua mão direita, não percebe que está indo para uma armadilha.
Medeiros recebe o impacto, mas, como uma Jiboia, enrosca o braço do Sargento, e o quebra em duas partes, fazendo homenzarrão urra de dor.
Aloísio e Pericles saem da reunião sem entender o que está acontecendo, escutando gritos de dor e ver, aquela jovem menina ainda agarrada, igual a um cachorro com um osso, no braço quebrado do militar.
O Gestor das Policias Militares e Civil, Júlio Mendes, achou um exagero a moça ter quebrado o braço do Sargento, bem como não ter respeitado o local, que era justamente um Memorial contra a violência.
O Delegado Aloísio, consegue a permanência de Medeiros, desde que, ela vá duas vezes por semana à Psicóloga da Corporação e um Ano afastada das funções, recebendo cinquenta por cento do salário.
Medeiros ao chegar à sua mesa, no Edifício da Polícia Civil, recebe uma salva de palmas das mulheres e gritos com socos no ar dos homens.
Ela fica sem ação, mas, levanta acanhadamente a mão direita, acenando para todos. Depois sai para as férias forçada.
Tudo vem na memória igual a um vento que a faz relembrar tudo isso. Medeiros pega sua moto e sai em direção ao consultório que fica em Boa Viagem, num prédio chamado Cidade Sul, ao lado da Pracinha de Boa Viagem.
Ela pega a escada rolante e vai até as sobrelojas do segundo piso.
Chega no consultório que tem uma porta em madeira de lei escura, com uma de vidro na frente e uma placa de bronze, com letras douradas com escrito:
Dra.
LAYL LAMASHTU
Medeiros toca o interfone na porta.
-Consultório de Psicologia bom dia! - Fala uma voz feminina.
-É a paciente das 9 horas. Rafaelle Medeiros.
Logo em seguida o som da porta de vidro destrancando. Medeiros abre as portas e entra na sala de espera. O consultório é um luxo.
Há um sofá preto, de couro, no formato em U na lateral a esquerda da sala, já perto da entrada da sala da Dra. Layl.
Há também três quadros de três artistas plásticos Pernambucanos, um deles de Romero Britto.
O primeiro bem colorido, e bem alegre de se ver, o segundo lembra a Via Sacra de Jesus e o terceiro, uma criança chorando, mas sendo acalentada por uma mulher ruiva em trajes de Rainha.
Esse tem um tom mais depressivo.
No outro lado está à mesa com a secretaria de nome Claudia, ela está vestindo terno feminino bem delineado ao corpo, e com o cabelo preto, bem ajustado e penteado para trás. "Acho que ela passa um dia e uma noite para deixar esse penteado desse jeito" Pensa Medeiros rindo.
-Srta. Medeiros, assine aqui por favor. a Dra. está terminado uma consulta e logo lhe atenderá. - Medeiros vai assinar o documento de presença, solicitado pelo Gabinete do Delegado Aloísio, depois ela olha para um relógio digital que está na mesa da secretária.
8:55 am
Quando a porta da médica abre e sai um homem alto, elegante, com uma camisa vinho Dudalina e com uma calça escura com um sapato preto de couro.
O cabelo do homem é crespo e muito bem cortado. Medeiros tem a impressão que o conhece. Mas, fica na dela, calada, só observado. Quando escuta a Dra. Layl, a chamar pelo nome completo.
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