26 - CAMPO NEUTRO?
Medeiros ao acordar pela manhã ainda sente muita dor pelo corpo.
Ela dormiu bem... Pouco, mas descansou bem!
Com cautela, senta na cama e olha para os hematomas que estão na sua barriga chapada.
Tenta também fechar as mãos, mas dói.
Tudo dói!
Lembra-se da conversa que teve com seus pais ontem, suspira e tenta se levantar.
—Ai... Parece que fui atropelada. Vamos, você precisa melhorar. —Medeiros, fala para si mesma.
Ela tenta se motivar e vai até o banheiro, passa uns minutos olhando-se no espelho, e vendo como estão suas olheiras.
"Já tive dias melhores."
A água desce gelada, fazendo-a novamente tomar banho de corpo inteiro.
Medeiros sai devagar, enrolada na toalha vermelha, deixada na noite anterior por sua mãe.
Ela olha as notificações no celular e não há nenhuma nova.
"Esse silêncio me incomoda."
Com dificuldades e bem devagar começa a vestir suas roupas.
Denise deixou uma calça jeans, mostarda com uma blusa Lacoste azul bebê.
Medeiros não aprova a combinação, porém, não reclama.
Quando chega na sala, o café da manhã está colocado.
Sua mãe está "passando" o café, há pão novo e quente na bandeja de inox e em volta da mesa, estão a manteiga, queijos, geleias, cuscuz e um bolo de mandioca.
—Que cheiro bom! —Começa Medeiros puxando a cadeira para sentar —Cadê papai?
—Foi andar com Spok! E desculpas por ontem!
—Pelo que?
—Seu pai às vezes se excede, mas é que está preocupado com você!
—Tudo bem mamãe, estava precisando ouvir tudo aquilo! Dormi feito uma pedra! —Complementa Medeiros.
—Excelente! Posso colocar cuscuz no seu prato?
—Claro... Por favor. Minha filha, tenha cuidado! Não estou com bons pressentimentos! Sabe, é como se uma nuvem preta pairasse sobre o telhado dessa casa... É como estou me sentido.
— Mãe, —Medeiros fala abraçando Denise. —Vai dar tudo certo! Sou igual a bambu, envergo mas não quebro!
—Eu torço que seja assim!
O barulho da porta da frente se abrindo e fechando!
—Seu pai chegou! Amor! —Denise chama JJ. Ele não responde. Medeiros coloca um pouco de café, enquanto sua mãe vai na sala.
Ao chegar a sala está vazia.
—Amor? Você está aí? —Denise pergunta novamente e ninguém responde.
Mas adiante, a porta do escritório de JJ abre e fecha.
Denise vira-se discretamente, volta para a sala sem tirar os olhos do escritório.
— O que está havendo?— Medeiros, veio logo atrás. Estava preocupada com sua mãe.
—Que susto minha filha...Tem alguém no escritório do seu pai!
Medeiros saca a arma Buldog, levanta-a apontando para a porta do escritório.
—O escritório ainda tem o janelão de vidro?
—Sim. Só um minuto! —Antes da entrada do escritório tem uma cristaleira de madeira de lei.
No canto superior direito, há um espaço da grossura de um livro de trezentas páginas.
Exatamente, onde está guardada a arma .40 de Denise.
Ela, pega a arma e engatilha.
—Carregada!
—Pronta? —Medeiros pergunta a Denise.
—Já nasci pronta minha filha.
—Vou primeiro abrir a porta, e logo em seguida a senhora entra, está claro?
—Cem por cento de clareza!
—No três entramos! —Medeiros quase fala sibilando, mas mostra a contagem com a mão esquerda.
Quando o terceiro dedo sobe, Medeiros abre a porta e a puxa, para logo em seguida ficar com a proteção da parede.
Denise entra com a arma em punho, mas, encontra o janelão aberto e o escritório vazio.
Porém, há uma coisa deixada em cima da mesa quadrada, que, faz com que a mãe da investigadora fique perplexa, Medeiros entra logo em seguida para ver:
Um dedo indicador, fixo num furador de papel, em pé, apontando para o teto!
—Meu Deus! —JJ chega surpreendendo Medeiros e Denise, e se assustando com a cena dantesca.
—Ele esteve aqui em casa! —Fala Denise nervosa com a invasão!
Medeiros aproxima-se da mesa.
Irada, mas sem demonstrar que o motivo havia sido por que John Lennon invadira um campo, que até então, a investigadora pensava que era neutro:
A casa de seus pais!
—Aloísio, John Lennon esteve aqui em casa. — Medeiros, de imediato ligou para Aloísio, sem tirar os olhos do janelão.
—Na sua casa? —Surpreende-se o delegado.
—Não! Na casa dos meus pais! —Medeiros fala fria e calculista, tendo certeza que nesse duelo, só um vai sobrevive, passar de fase... Seguir com a vida.
—Estamos indo pra aí agora!
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