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23 - ANJO DA MORTE

Seu pai tropeçou e caiu.

Estava bêbado e saiu rolando escada a baixo na palafita que ele morava, batendo a cabeça na madeira, no final da escada.

Foi um acidente estranho.

Não foi somente a pancada o problema, mas, também a falta do socorro!

Ele morreu olhando para cima, como se estivesse pedindo ajudas ao céu.

Só foi encontrado às cinco horas da manhã.

O funeral foi rápido e simples...Nem precisou de autópsia.

Conceição pediu um caixão fechado, não aguentava olhar para o seu pai...Ele parecia que a qualquer momento sairia do caixão andando.

O enterro aconteceu no cemitério de Santo Amaro, as dezesseis horas de uma segunda-feira cinzenta.

Só estava Conceição no cemitério.

O enterro com apenas uma pessoa velando o corpo.

Conceição, depois teve que pedir ajuda para levarem o caixão até a cova.

São três irmãos com ela.

Um está na polícia e outro morto! O irmão caçula quando morreu, ainda levou sua mãe junto.

Conceição chora por está sozinha e não pela morte de seu pai, o Seu Barbosa.

Sente-se abandonada, infeliz, não tem um amor, e devotou toda a sua vida ao bem dessa família, que agora se resumem aos dois irmãos.

Mas o irmão não tem tempo! Está com a vida dedicada integralmente na polícia e na política! O coveiro vai jogando as areias... Ela chora...

"Meu irmão, se eu soubesse o que iria acontecer a você, nunca teria contado para ele...Nunca. Me perdoe aonde você estiver."

Embora, Conceição esteja olhando para o túmulo do pai, a prece vai para o irmão que suicidou-se ainda jovem!

Conceição é uma mulher branca, mas muito branca.

Uma legítima sarará com olhos grandes feitos duas amêndoas, um metro e setenta, sessenta e cinco quilos.

No passado, não muito distante, ganhou um concurso de beleza chamado "Sereia do Recife", promovido por uma emissora de televisão, porem teve o sonho de modelo escorrendo por rio a baixo.

A menina Conceição, com a beleza que possuía, poderia ter escolhido qualquer pretendente, fosse dono de um barco ou de cinco barcos, era "modelada na mão", assim diziam sobre ela...Mas, o ciúme do pai afugentava os pretendentes!

"A maldição da filha única!"

Hoje, Conceição está acabada pelo sol da pesca, maresia e pelas agruras de uma vida sozinha e difícil.

Acordavam-na de madrugada para tirar Seu Barbosa da rua.

Ele bebia até cair.

E isso significa que eram todos os dias!

Os outros irmãos puxaram a cor da mãe, negra de olhos amarelos, uma beleza diferente.

Conceição não terminou a escola.

Gostava de ver a mãe cozinhando! Aprendeu fazer todo tipo de pirão!

Depois caldinho de frutos do mar, polvo, camarão, lagosta e de qualquer ser vivo do mar!

Quando criança era raquítica, aos cinco anos quase morre de coqueluche.

Dona Euzébia, nunca acreditou que ela fosse "vingar", crescer, porém, toda semana elas estavam na Igreja Nossa Senhora do Carmo, na Dantas Barreto.

A menina foi crescendo e pegando corpo, as orações pareciam esta sendo respondida, e sempre dava muito trabalho ao Padre Francesco.

A Igreja do Carmo surpreendia sempre a menina com sua construção única.

Ficava-se imaginando que era uma imperatriz ou uma princesa, Dona Euzébia ria com as presepadas dela e como era devota da santa, sempre repetia que "o Papa Bento XV elevou a  Igreja de Nossa Senhora do Carmo à honra de Basílica Menor, e foi agregada à Basílica Maior de São Pedro, na Santa Sé, Estado do Vaticano. No ano de 1938".

Conceição sai do Cemiterio de Santo Amaro, toma um Uber e segue para casa de seu pai, que fica numas palafitas próximas ao Shopping Rio Mar.

No outro lado do Rio Capibaribe. Nas costa de Brasília Teimosa.

O transporte a deixa na Herculano Bandeira, ela caminha, desce e chega na casa dele.

A moradia é suspensa sobre o rio.

Há dezenas de casas iguais a de Seu Barbosa, que entra ano e sai ano, são sempre esquecidas pela Prefeitura, independe da ideologia.

Ela sobe dois lances de escadas.

Sente a brisa do rio e o gosto da maresia.

Pega água no tonel e se lava.

O banheiro desagua no RIo Capibaribe, não só a dele, mas, das outras casas também.

O barco do pai dela está ali na sua frente. Fora vendido antes de sua morte. ela não sabe quem o comprou.

Conceição acende um cigarro e traga-o demoradamente. Seus cabelos voam, levados pelo vento.

Ela sorri.

Volta novamente a infancia. A parte feliz das memórias.

A diferença entre eles não eram muito, nasceram com a diferença de dois anos de um para o outro.

Eles subiam no telhado da palafita e pulavam no Capibaribe, Dona Euzébia ficava doida, alucinada, com medo que escorregassem e batessem com a cabeça numa quina ou afunda-se na lama do mangue.

Mas, todos os três eram exímios nadadores.

Barbosinha era o mais velho, era o único dos três que conseguia ficar mais tempo embaixo dágua.

Cerca de três minutos.

Dona Euzebia sempre os diferenciava como o mais atleta, a mais bonita e o mais inteligente.

O caçula era extraordinário.

Fazia todas as operações matemáticas de cabeça. Com extrema facilidade. O orgulho da família.

Começou a falar primeiro que todo mundo e isso gerou uma ciumeira nos outros dois irmãos!

Seu Barbosa só não gostava muito da forma muito educada do menino.

Conceição, esquece o passado e caminha até o barco, o Rainha do Mar, que já foi primeiro do Seu Barbosa, depois do Barbosinha e voltou a ser de Seu Barbosa que o vendeu para um estranho.

Mas até agora ninguém veio buscar ele!

Ela entra nele, as memórias deles juntos correndo em volta, pulando no mar, subindo pela proa e novamente pulando no mar!

Ela chora!

Olha uma garrafa de conhaque na cabine. Está no fundo da cabine.

"Hoje sou eu que durmo bêbada!!"

Conceição vira a garrafa do conhaque e sente um gosto estranho... A bebida desce queimando! Uma dor sem igual toma toda sua garganta.

Ela começa a ter espasmos! Está morrendo.

Um vulto aparece na porta. Senta ao seu lado e coloca a cabeça dela na sua perna.

"Será um anjo?!"

Sim pobre coitada, o anjo da morte!

— Minha Irmã, por que você foi provar do conhaque do nosso pai? Não foi isso que planejei... Você acaba de beber o veneno do segundo vertebrado mais venenoso do mundo: o Baiacu. Sabia que ele libera a Tetrodotoxina, uma neurotoxina mil vezes mais mortal que o cianeto?

— Quem é você? —Conceição pergunta com dificuldades de respirar.

— A Tetrodotoxina não é fabricada pelos baiacus, mas por bactérias que ficam alojadas neles... E elas estão agora se espalhando paulatinamente por todo o seu corpo. E vai doer! Porém, prometo que apesar de tudo isso, não vou deixar você sofrer muito, mas devia.

— J-John?! — Os lábios de Conceição começam a ficar mais adormecidos e com os espasmos pelo corpo, fazendo a respiração ficar mais difícil!

— Sim, minha irmã. Sou eu sim! Shhhh — John faz o sinal de silêncio com seu dedo indicador. — Não se esforce muito. Seus lábios e dedos estão começando a amortecer e você já está com espasmos. — Conceição segura com força os braços do irmão — Não vou te enganar — Continua ele. — Se eu quisesse poderia te salvar, ainda há tempo. Mas, daí vão começar as perguntas... Você não vai conseguir ficar calada! Logo-logo vai começar a fraqueza muscular e os surtos de diarreia e vômito até que os espasmos comecem a ser percebidos também nos pulmões. Depois você vai começar a sofrer com sucessivas paradas respiratórias, e o pior de tudo minha irmã, você estará consciente de tudo, com a morte chegando logo depois.
No caso de nosso pai, a Tetrodotoxina acessou outras neurotoxinas no corpo dele e fez com que o corpo ficasse completamente paralisado. Ele parecia morto... Mas não estava. As funções cerebrais voluntárias foram retiradas e ele tornou-se um cadáver que está sentindo tudo, mas, está paralisado igual a um cadáver. Parece morto, mas, não está!

— N-Não... Pode... Ser... Está?— Conceição sente o frio do terror percorrer sua espinha.

Seus olhos estão vidrado no novo rosto de John Lennon!

— Sim minha irmã! Papai foi enterrado vivo! Mas, também tenho certeza que você não vai chorar! Vai?!

— M-Me desculpe. —John Lennon suspira olhando para Irmã e continua acariciando seu rosto, continua a fazer carinho e puxa a face dela e dá um beijo na testa.

— Minha irmã, adeus! Não era para o seu fim ser igual ao do papai...Mas, como amo você, vou ter que te afogar agora.

Ele vai dizendo isso e alisando a cabeça dela, passando suas mãos entre seus cabelos.

Afagando seu rosto, onde seus olhos minam água percorrendo pela face.

A dor não está mais tanta! Ela se engasga...Mais espasmos, e com eles, ela tenta gritar, mas, é inútil.

— Boa noite! Amo você! — Ao terminar a frase, John a beija na testa, Conceição súplica por misericórdia com sua voz embaralhada, porem seus tornozelos vão sendo amarrados bem devagar... Sem pressa, depois ele pega sua irmã, que já está totalmente paralisada e a joga no Rio Capibaribe.

Ela vai afundando aos poucos...

Conceição, imóvel, troca olhares com o irmão, que está no barco a vendo afundar lentamente na escuridão do Rio Capibaribe.

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