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Perdição

"O amor é quando começamos por nos enganar a nós próprios e acabamos por enganar a outra pessoa."

Oscar Wilde


"Com a chegada da ambulância, acompanhamos Lisandra até o hospital mais próximo. O menino havia se acalmado um pouco, e acabou adormecendo no meu colo. Ele era um pouco pesado, tenho que confessar, mas nada que não aguentasse.

A preocupação estava nítida e estampada na face de Roman, que freneticamente olhava para a criancinha deitada em meu colo. Quis dizer algo, confortá-lo, dizer que tudo ia ficar bem e que provavelmente foi só um mal-estar, mas olha as condições em que vivemos.

Enquanto eram feitos os devidos exames, fiquei sentada na sala de espera, aninhando a criança, que dormia feito um bebê. Coitado, tão novo e já acumulando tantos traumas assim.

Vi Roman se aproximar, com dois copos de café, e me entregou um. Sentou-se na poltrona verde água ao meu lado, e soltou um longo suspiro.

Não falei nada, apenas olhei fixamente para a recepção vazia a minha frente. Lembrei-me da recepção do manicômio, só diferenciava a coloração de tons de verde claro do hospital, e a iluminação meio amarelada.

Olhei para a criança, em seguida olhei para o moreno, e soltei um suspiro."


*


— Tem certeza de que o menino não é seu?

— Não tenho certeza de mais nada, Stella. — Olhou para mim e sorriu de canto, cansado — Parece que vocês se deram bem.

— É, ele só precisa de atenção nesse momento.

— Você daria uma bela mãe, leva jeito para isso. — Assim que terminou de falar, minhas bochechas ruborizaram e um médico veio até nós, me impedindo de falar algo.

— Senhor... Roman Lloyd? — Olhou-nos por cima da prancheta.

— Sim, sou eu, doutor. — O moreno se levantou, se aproximando do homem baixinho e calvo.

— Bem, sua esposa já se encontra fora de perigo. — Disse com neutralidade.

— Ela, bem, ela... — Olhou para mim de relance e se voltou para o médico — Que bom, fico feliz em ouvir isso. O que ela teve, doutor?

— Estamos esperando os resultados de mais alguns exames para identificar a causa, mas não vai demorar muito.

— Tudo bem, esperarei aqui. — Com um breve sorriso, ele se afastou do médico e se sentou novamente na poltrona.

— Ei, fico feliz em ver que ainda se importa com ela. — Disse pondo minha mão em seu ombro, e forçando um sorriso de canto.

— Não... eu... Stella...

— Está tudo bem, Roman, está tudo bem.

— É perigoso você ficar aqui, vou ligar para o Jasper vir te buscar.

— E o menino? Não posso deixá-lo aqui sozinho.

— Eu posso cuidar dele. — Se levantou, mandou uma breve mensagem por telefone, e pegou a criança no colo.

— Já entendi o recado.


*


"O silêncio depois da nossa conversa foi devastador.

Ele ainda a ama, sim, queria poder dizer que é tudo fantasia da minha cabeça, mas não é. Roman ainda ama Lisandra.

Jasper chegou em torno de meia hora, acompanhado pela aspirante Cruz, que estava responsável por cuidar de mim também. Aposto que o delegado achou melhor não deixar o ruivo ficar a sós comigo depois das nossas suspeitas.

Segui rumo ao apê em silêncio, minha cabeça estava a milhão enquanto meus pensamentos estavam turvos e soturnos.

Segurei algumas lágrimas que queriam cair, ao lembrar que tudo talvez não tenha passado de uma terrível e eterna ilusão da minha cabeça, que talvez, tudo fosse platônico.

Ao chegar, a oficial ocupou o lugar de Jasper, já que seu turno já tinha acabado.

Seu cheiro de canela era marcante, seu cabelo bem preto, sua pele bronzeada e sua estatura baixa. Tinha um corpo roliço, mas muito em curvejado, uma característica latina bem marcante.

Soltei um breve sorriso para ela antes de entrar no apartamento, na qual, ela me retribuiu com gentileza.

Entrei, acendi as luzes, e encontrei uma caixa de papelão bem embalada disposta sobre a mesinha de centro, em um dos barbantes que a enfeitava, um bilhete.

'Querida e doce, Stella

Fico feliz que tenha encontrado a senhorita Magedanz ainda com vida.

Fico feliz também em saber que vai continuar nosso joguinho.

É realmente uma pena não ter encontrado Gália, mas ela está em boas mãos, pode acreditar.

Como um bom jogador, deixei dentro dessa caixa pistas da minha próxima jogada.

Lembre-se, cuidado com o xeque-mate.

O Astrólogo'

Desgraçado! Como ele entrou aqui?!

Olhei em volta, estava tudo como deixei antes de sair.

Temerosa, gritei a aspirante Cruz e liguei para Roman, não iria abrir aquela caixa sem ele estar presente.

Enquanto ela vasculhava o apartamento, fiquei encolhida sobre o sofá, com os olhos fechados, pedindo para que o que é que fosse aquilo, não fosse retalhos do corpo de Gália ou algum dos órgãos sumidos de Gamma.

Algumas horas depois, exatamente, algumas horas depois, Roman chegou um pouco ofegante e preocupado.

Antes de continuar, tenho que deixar claro uma observação que soube depois das cenas seguintes. O menininho ficou no quarto da mãe, sob a supervisão de um dos oficiais do moreno, estavam bem e protegidos.

Voltando ao ponto principal, rapidamente ele veio de encontro a mim e me abraçou. Sim, ultimamente estamos nos abraçando com frequência, devia ser um problema?

Ele pegou a caixa, leu o bilhete e olhou para mim. Apenas assenti para que ele abrisse a encomenda.

Com ajuda de um estilete, ele abriu cautelosamente, e merda, era um coração humano.

Supus ser o coração de Gália, que situação mais desprezível e horrenda.

Com o auxílio de uma luva cirúrgica, ele pegou um papel plastificado que estava sob o coração, e rapidamente pediu para a aspirante encaminhar o órgão para a perícia, ele queria ter certeza de que realmente era de uma das gêmeas.

Olhei horrorizada para aquela cena, enquanto uma lágrima escorria pelos meus olhos.

Depois de ter limpado o documento plastificado, ele se sentou ao meu lado e olhou-me com uma cara de extrema preocupação. Que inferno estava vindo pela frente?"


*


— Isso é um laudo médico. — Disse firmemente.

— De quem? O que consta? — Falei ainda sentindo náuseas.

— Câncer de mama.

— O que? Como assim?

— É, câncer de mama. Estágio terminal.

— Mas... e de quem é esse laudo?

— Lisandra Magedanz. — Seus olhos o traiam ao derramarem simplórias lágrimas.

— Roman, eu sei que não vai ajudar muito dizer isso, mas tudo vai ficar bem. — Pus minha mão em seu ombro.

— Eu devia saber que ela tinha chances de ter câncer, é hereditário.

— Vai ficar tudo bem. — Me aproximei, envolvendo meus braços por sua volta.

— Obrigada por estar aqui.

— Eu não tenho muita escolha, não é? — Soltei um riso baixo e beijei sua bochecha — Pode contar comigo, Roman.

— Você é especial, sabia disso? — Olhou-me profundamente nos olhos e chegou até a tocar em minha bochecha com seu polegar, mas se afastou bruscamente.

— Bom, e agora, cadê o personal com quem ela estava? E a criança, quem vai cuidar dele?

— Assim que ela acordar, vou interrogá-la. E bem, como os pais da Lisandra já faleceram, vou ter que deixá-lo sobre a tutela de alguma casa para órfãos.

— Ou pode cuidar dele.

— Não tenho estrutura para isso. — Disse com certa surpresa.

— E sua mãe?

— Minha mãe mora em Lake Shore Ville.

— Merda. Infelizmente também não tenho condições...

— Eu sei. — Se levantou.

— Roman?

— Oi?

— Não acha que ele pode ser seu filho? — Disse receosa.

— É impossível. — Falou com certa raiva.

— Mas ele é idêntico a você.

— Não achei.

— Faz pelo menos o teste de DNA.

— Você me vence pelo cansaço, sabia disso?

— Se ele for realmente seu filho, você não vai querer participar da infância dele? Levar ele para passear, ir as apresentações escolares, ensinar a andar de bicicleta, a jogar basquete e beisebol? — Caminho até ele.

— Não começa com isso, Stella! Você não tem esse direito. — Falou bravo e saiu do apartamento com o documento em mãos.


*


"Depois de ter chorado o que eu tinha para chorar, a dor da perca de um amor e as frustações da minha vida, fiquei refletindo sobre o bilhete, a caixa, o coração e o laudo médico. Sobre Lisandra, Roman, o mini Roman e em como tudo estava terrivelmente se chocando contra a minha vida.

Obviamente as pistas se tratava sobre o signo de câncer.

O literal e o denotativo em uma única caixa, o laudo constando um câncer verídico e o coração humano evidenciando o lado emocional que esse signo carrega consigo.

Logo ele iria agir, mas quando?

Já tinham se passado três semanas da morte das gêmeas, se em uma semana e meia não conseguirmos achar o próximo alvo e montar uma base de proteção sólida para ela, adeus liberdade.

Sei que Roman teve a capacidade de pensar no mesmo que eu, e que a esse ponto, provavelmente já estava na delegacia resolvendo tudo isso. Logo, iria também no hospital visitar sua digníssima esposa, seu talvez filho e confirmar o ponto de interrogação que ficou em sua cabeça. Ela está mesmo com câncer?

Me senti tola, me senti boba, enrolada em um mato de ilusão e largada em plena margem de uma estrada de perdições.

Eu precisava relaxar minha cabeça, espantar um pouco esses pensamentos que me afligiam.

Achei na estante, entre milhares de livros empoeirados, um folheto com algumas crônicas e me surpreendi ao ler uma frase que me chamou atenção.

'Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre.'

Abalou as quatro cavidades do meu coração, me senti pior.

Larguei o folheto e fui para o quarto, me enrolei em uma coberta grossa, fechei os olhos, limpei as lágrimas, e desejei acordar desse pesadelo.

Acordei com os barulhos dos sinos, e nem acredito que dormi por dez horas seguidas.

Saí do quarto e nem sinal do delegado, devia estar ocupado na delegacia, ou quem sabe a essa altura já estava no hospital.

Por que eu estava remoendo esse assunto? Isso, enquanto uma mulher estava correndo risco de vida. Se preserva, Stella!

Sem ter o que fazer no momento, peguei uma xícara de café e segui até a porta, onde a aspirante ainda se encontrava."


*


— Olá. — Disse docilmente.

— Ah, olá senhorita Stone. Está tudo bem? Precisa de algo? — Seu tom era cordial e formal.

— Não, está tudo bem. Só quero conversar um pouco.

— Sou toda ouvidos, senhorita.

— Pode só me chamar de Stella. — Sorrio de canto e bebo um gole de café.

— Tudo bem. — Disse sem jeito.

— Qual é o seu nome?

— Caridad. Em homenagem a minha bisavó.

— Que lindo, aliás, você tem descendência latina, não é?

— Sim, minha família é cubana.

— Como vieram parar em Lashbury? — Questionei curiosa, como sempre.

— Meu avô saiu de Havana por conta de uma crise econômica, a uns trinta anos mais ou menos, e minha abuelita acabou gostando de Waves Side e decidiram permanecer aqui. — Disse alegremente.

— A cidade do interior tem suas belezuras mesmo, entendo bem.

— Meio que isso.

— O... Roman esteve aqui? Digo, depois daquele ocorrido mais cedo? — Questionei com receio.

— Não senhorita.

— Tudo bem, obrigada. Ele disse alguma coisa relacionado se iria voltar hoje? — Meu coração estava a mil.

— Não senhorita, mas pelo que fiquei sabendo, horas atrás ele estava no hospital e pediu para um oficial ir para lá, que em seguida ele iria para a delegacia.

— Obrigada, Caridad. Não se importa se eu te chamar assim, não é? — A encarei com um sorriso na face.

— Não, senhorita. — Retribuiu-me com um largo sorriso.


*


"Meu repertório de perguntas estava esgotado, isso era fato.

Mas a distância me incomodava, me deixava louca, angustiada, preocupada.

Com o bip, mandei uma mensagem para que ele voltasse ao apartamento. Além de querer atualizações do caso, eu precisava conversar e me desculpar por mais cedo, e é claro, saber a respeito do estado de saúde da Lisandra e do menininho.

Deitei no sofá, a espera de algum sinal de vida, e acabei adormecendo. Sim! Mesmo tendo dormido por horas e bebido uma xícara de café.

Me assustei com o barulhinho do bip, e rapidamente li a mensagem.

Nela, ele pedia para que eu me arrumasse e que fosse com a aspirante Cruz até a delegacia. Isso estava mesmo acontecendo? Roman Lloyd estava permitindo que eu saísse?

Levantei do sofá, pulando de animação, e corri para vestir uma roupa mais confortável para sair de casa. Pela janela, vi que estava ventando fortemente e pelo sistema de aquecimento, vi que a temperatura estava bem baixa. Optei assim, por uma blusa de gola e manga comprida de lã marrom, uma saia preta de couro falso, meia calça e meu salto plataforma preto diário.

Peguei meu sobretudo, minha bolsa com meu caderninho de anotações, minha boina francesa e fui até a oficial, que me esperava.

Fomos até a delegacia, e fui diretamente para a sala do moreno, que estava dormindo na cadeira. Seus pés estavam sobre a mesa, enquanto cochilava com as mãos atrás da cabeça.

Era tão lindo, tão... intocável.

Entrei com calma, sem fazer nenhum barulhinho sequer e fiquei observando-o.

Sua respiração lenta e pesada, seu rosto suavizado, o cabelo preto bagunçado sobre sua testa, a forma como ele ficava fofo... que merda é essa? Estou me sentindo como aquelas stalkers agora, Joe Goldberg, é você?

Parei de encarar e peguei meu bloquinho de anotações, decidida a repassar algumas teorias e hipóteses, e é claro, atualizar com as novas informações do dia. A caixa, o bilhete, o laudo médico, e o próximo signo."


*


— Chegou que horas? — Sua voz rouca ecoou pela sala.

— Não tem nem dez minutos. — Respondi sem tirar o olhar do meu caderninho.

— E por que não me acordou? — Falou se endireitando na cadeira.

— Você estava tão sereno, não quis fazer interromper.

— O que tem aí?

— Coloquei algumas teorias, nada demais. E como está a Lisandra?

— Está acordada. — Suspirou fundo e continuou — Mas só tem mais três meses de vida.

— Que porre.

— E ele não é meu filho. — Disse seriamente, e olhei em sua face, que estava rígida.

— Tudo bem, desculpa por ter insistido nisso. — Falei calmamente.

— Eu quem devia me desculpar, fui grosseiro com você. — Ele se levantou e veio até mim, sentando ao meu lado.

— Não, você estava no seu direito. Eu me intrometi na sua vida, como eu sempre acabo fazendo, e eu não deveria.

— É, não deveria mesmo. — Soltou um breve riso e disse — Mas você estava certa, se ele realmente fosse meu filho, que pai eu seria se não fosse presente ou lhe desse uma infância boa? Você abriu meus olhos, obrigada.

— Me desculpa, ok. — Olhei para seu rosto, passível, belo e hipnotizante.

— Tudo bem, tenho outras notícias.

— Quais?

— Olhei os exames de DNA, e o coração era sim de uma das gêmeas, mas foi o da senhorita Gamma.

— Ele é sádico, não é possível!

— E, tinha outra coisa dentro do coração. Uma imagem de um homem, estava um pouco borrada e era em tom de sépia. — Vi ele pegando uma imagem de sua gaveta, e me entregou.

— Roman... esse homem! — Olhei incrédula para ele.

— Você o conhece? — Questionou com uma confusão explicita em seu rosto.

— Sim, é o meu pai!

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