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Doce Desespero

"O desespero tem suas formas próprias de trazer a calma..."

Bram Stoker


"Já tinha se passado uma semana desde o atentado contra as gêmeas, e parece que nesse período, as portas do infernos se escancararam.

Vou resumir os fatos que se antecederam até este momento.

Como pôde ver, conseguimos descobrir a tempo que o infeliz do Astrólogo conseguiu mexer com as configurações do sistema da cidade devido ao breve pane de energia que ocorreu semanas antes. A princípio, pensamos ser apenas um rápido blecaute, mas estávamos bem enganados.

Com as fontes de contato cortadas, Roman montou uma breve equipe especializada e foi até o local no dia seguinte. Confesso que quando soube, tive náuseas.

Os policiais responsáveis por guardar as irmãs estavam todos caídos no chão, cobertos de sangue e hematomas, enquanto apenas um dos dois corpos foi encontrado. Gamma, a gêmea mais velha, foi encontrada em seu quarto sem seus órgãos e olhos, enquanto o corpo de Gália não foi encontrado até os momentos atuais.

O Tenente Mako, um dos oficiais da equipe oficial do delegado, foi encontrado sobre uma poça enorme de sangue, porém, graças ao divino, ele estava vivo. Seu estado era grave, já que mais tarde descobrimos que ele sofreu um sério traumatismo na cabeça.

O resto da semana se resumiu a inúmeras perícias e investigações no apartamento, que não constava nenhum sinal de vida ou morte de Gália. Nenhum vestígio de sangue, ou qualquer outra coisa que pudesse identificar seu paradeiro, já que todos os cômodos estavam revirados.

De sete dias, vi Roman apenas em dois deles. Na segunda-feira, quando veio buscar algumas roupas para levar para a delegacia, e na quinta-feira quando veio verificar se eu não estava necessitando de alguma coisa.

Tudo bem, confesso que senti sua falta, um pouquinho de nada.

Com todo rebuliço, a mídia estava caindo em cima dele, cobrando uma posição e uma ação para com o caso. Coitado, estava fazendo tudo que podia, utilizando todos seus recursos, e as pessoas continuavam o pressionando.

Da última vez que o vi, suas olheiras estavam mais profundas, e fuçando sua bolsa, percebi que estava fumando mais também devido as carteiras de cigarro vazias. Como eu detestava esse péssimo hábito, isso é um suicídio lento.

Como se não bastasse, os jornalistas locais estavam vendendo informações de dentro da cidade para os jornais maiores. Como assim? O caso estava ganhando notoriedade nacional, levando até o governador da nossa querida Waves Side, nosso estado, a se pronunciar. E antes que me pergunte, todas as saídas de Lashbury estão fechadas, estamos literalmente isolados da civilização.

Os militares estão auxiliando ao protegerem as saídas, e Roman conseguiu suporte de uma equipe de cinco agentes do FBI, mas nada ainda do Astrólogo.

Devido a todas essas circunstâncias, não tivemos tempo de ir até onde Lisandra foi localizada, e suponho que nesse estado, o delegado não tinha cabeça para lidar com tal situação.

E eu? Esperei, apenas esperei.

Fui derrotada, e por mais que me doesse aceitar, tive que seguir em frente. Em nome da Ariah, da Tália, e agora de Gamma e Gália, eu tinha que achá-lo e vingá-las. Elas mereciam descansar em paz.

Depois do beijo que dei em Jasper, na qual me arrependo profundamente, ficamos mais afastados. Ele, por medo de sofrer alguma retaliação de Roman, e eu, por suspeitar dele.

É tão estranho, tão difícil, pensar que Miller pode estar por trás de tudo isso. E, se de fato essa situação for verídica, como pude ser tão trouxa assim?

Mas, partindo de uma frase que escutei de Roman uma vez, amigo próximo, inimigo mais próximo ainda. Se ele é o culpado, eu vou descobrir.

E se, com a ajuda do ruivo, eu conseguisse ir até Lisandra? Tudo bem, aposto que pensou que isso iria dar uma grande merda, ainda mais por envolver uma pessoa do passado do moreno.

Eu queria poder fazer isso por ele, queria poder privar ele de se sentir insuficiente novamente quando a visse, queria poder privá-lo desse sentimento de incapacidade, da sensação de ter sido traído. Eu quero protegê-lo, nem que para isso eu precise fazer coisas inimagináveis.

Mas, tenho medo de agir por impulsividade novamente e acabar o afastando mais de mim. Sempre sendo uma tola, Stella!

Por que sempre tenho que estragar tudo? Na delegacia, eu poderia ter dito algo, poderia ter feito algo, mas quando olhei em seus olhos, ah, seus olhos! Malditos olhos! Senti receio! Receio de colocá-lo em mais perigo, receio de que, se fizesse aquilo, o tornasse o próximo alvo. Como poderia eu, suportar isso?

Meus sentimentos por ele estão indo além do que sequer um dia sonhei que poderia ter, não sei, nunca imaginei que me apaixonaria logo por esse velho ranzinza. Ah, pobre Roman, deve estar tão sobrecarregado.

Espero que não se importe em ouvir um pouco dos meus sentimentos, não sou um robô que consegue computorizar tudo.

Enfim, finalizando o meu não tão breve resumo, seguindo a ordem dos dias que contabilizei, ele deve aparecer hoje, no domingo.

E falando na margarida, acabei de escutar alguém entrando pela porta."


*


— Stella? Está acordada? — Perguntou ao adentrar a sala.

— Roman, é você mesmo?! — Corri em sua direção, e lhe abracei apertadamente.

— Uau, não esperava ser recebido assim. Está tudo bem? — Sua voz rouca ressoou em meu ouvido.

— Claro que não está nada bem! — Me separei de seu abraço frouxo, e olhei em seus olhos.

— É, está tudo um inferno mesmo.

— O quê? Não estou falando sobre isso.

— Ué, se não é sobre a nossa situação atual, sobre o que é então? — Olhou-me confuso.

— Você. Estou falando de você, Roman.

— Como assim, sobre mim? Estou bem, como pode ver.

— É sério que é tão tolo assim?

— Não, na verdade, não. Eu só queria ouvir da sua boca que estava com saudades de mim. — Seu tom se tornou provocativo, estava claro que estava jogando comigo.

— Você não existe! — Disse brava — Me deixou preocupada, e tudo que consegue fazer agora é brincadeirinhas? Ao menos se perguntou se eu estava viva?

— Não seja tão dramática, eu sei tudo que você anda fazendo, inclusive se ainda está viva. Você precisa melhorar esse senso de humor, Stella. Não acha que já estamos cobertos por coisas negativas demais? — Disse calmamente, enquanto me olhava.

— Seu... idiota! — Dei um leve tapa em seu peitoral, seguido de outro e outro.

— Está tudo bem, pode descontar seja lá o que esteja sentindo. — Me envolveu em seus braços, me apertando firmemente enquanto desabei em seu colo.

— Eu perdi! Perdi de novo! As meninas, a Ariah, a Tália, o Jasper, minha família, meu emprego, você... eu sempre perco, ele está me tirando tudo, tudo!

— Você não me perdeu, estou aqui agora, estou com você. — Sua mão acariciava minhas costas, enquanto a outra afagava meus cabelos.

— Não, Roman, não. Será que não consegue perceber?

— Não podemos nos dar esse luxo, Stella. — Sua voz outrora rouca, estava baixa e triste.

— Eu sinto sua falta, sinto falta da minha antiga vida, sinto falta da minha mãe.

— Vai ficar tudo bem, meu bem. Logo, vamos conseguir achar esse infeliz e você vai poder voltar a ser quem era. — Me afastei, limpando as lágrimas com as barras da manga do meu casaco, e fui até a bancada da cozinha.

— Desculpa por isso, sei lá, acho que eu tinha a necessidade de desabafar com alguém.

— Tudo bem.

— Roman?

— Sim, Stella?

— Nada, deixa. Tem alguma atualização do caso? — Disse enquanto apoiava minha cabeça na bancada, vendo o moreno se prostar ao fogão para preparar café.

— A mesma coisa, as perícias sempre dão os mesmos resultados. Nenhum sinal da Gália.

— Que merda. E o Marcus? Sabe se ele já saiu do coma?

— Também continua na mesma. Os médicos disseram que pode demorar um pouco para que ele acorde, já que foi um trauma grave.

— Espero que ele consiga sair dessa logo, tão jovem para morrer assim.

— Ele é um dos meus melhores oficiais, ele é forte o suficiente para sair dessa.

— E a família? Não tem nenhum familiar?

— Todos mortos, ele veio para Lashbury com a mãe quando era criança. O pai morreu quando ele tinha cinco anos, ainda na Tailandia, e aqui, assim que chegaram, a mãe descobriu um câncer no colo do útero e infelizmente acabou falecendo pouco tempo depois.

— Puta merda, tadinho.

— Ei. — Se virou para mim.

— Oi.

— Também senti sua falta. — Disse ele nervoso, com um leve rubor nas bochechas.

— Fico feliz em saber disso. — Sorrio e percebo um leve sorriso se formar no canto de seus lábios.

— Você é um furacão, Stella Stone. — Riu e me entregou uma xícara de café.

— E isso é bom, ou ruim? — Questionei com uma enorme curiosidade.

— Para mim, isso é bom. Até certo ponto. — O vejo sentando ao meu lado.

— Roman?

— Oi.

— Temos que ir até a Lisandra. — Disse com receio de sua reação, que não foi tão agradável.

— Temos mesmo que tocar nesse assunto? — Seu sorriso se desmanchou, e ele bebeu um gole enorme de café.

— E se ela realmente for a próxima?

— E se não for?

— Muito me admira você, na sua posição de delegado dizer isso.

— Não se admire tanto, se ela realmente for, o mundo não vai perder nada com sua partida. Mas sei o que está pensando, e tem razão, tenho que ser profissional e controlar meus sentimentos.

— Por que não vamos lá?

— Não acho que gostaria de vê-la, ainda mais se você estivesse junto.

— Por que não? Somos um ótimo duo, e você é meu guarda-costas agora. — Soltei um breve riso para descontrair.

— Não vai me deixar em paz até irmos, não é? — Suspirou profundamente.

— Não, não vou.


*


"Me arrumei rapidamente, e fui de encontro a Roman que me esperava na porta. Por um instante, tive a breve sensação de ter visto seus olhos brilharem ao me ver, mas acho que foi só uma impressão mesmo.

Ao sairmos, peguei em sua mão, grossa e macia, e o vi estremecer. Acho que eu estava começando a falhar quanto a esconder o que estou sentindo, mas não me importei.

Era noite, e as luzes da cidade estavam tão reluzentes quanto eu lembrava. Os prédios, as ruas, os bares, tudo continuava tão belo... se não fosse a sombra que estava por toda Lashbury.

Dado momento, saímos da pista e entramos em uma entrada com estrada barrosa. Não durou muito, e logo, estávamos em uma pista a caminho de uma das colinas do oeste do condado.

Através da minha visão periférica, pude ver Roman me olhando algumas vezes, mas não tive coragem de olhar em sua face ou fazer alguma brincadeira. Provoca-lo era bom, mas eu estava ansiosa e queria me preparar para apoiá-lo.

A estrada terminava à medida que subíamos a colina, e o chalé de madeira ganhava o panorama com uma aurora boreal ao fundo. Era belíssimo.

O chalé era grande e iluminado, e parecia até mesmo ter saído de um comercial de Natal, aqueles bem clichês que as famílias tradicionais alugavam para passar as férias juntos. A sua volta, pinheiros eram bem-dispostos e criavam uma pequena clareira, na qual a vista devia ser maravilhosa. Ao fundo, tinha uma trilha por meio das árvores, mas não consegui ver até onde ia por conta da escuridão.

As cortinas da frente estavam fechadas, impedindo que qualquer um pudesse bisbilhotar. Porém, era perceptível que a lareira estava acesa, devido a coloração alaranjada através da cortina bege, e da fumaça que saia pela chaminé.

Caminhamos pela entrada de pedra, e quanto mais nos aproximávamos, meu coração pulava dentro do peito. Agarrei a mão de Roman, forçando um breve sorriso. Ele precisava saber que eu estava aqui por ele.

Ao nos aproximarmos mais, ouvimos um baixo barulho, como se alguém chorasse ruidosamente. Tocamos a campainha e batemos na porta, mas a única resposta foi aquele barulhinho.

Preocupado por não ter visto nenhuma sombra através das cortinas, o delegado abriu a fechadura com o auxílio de um grampo de cabelo meu. Tudo na mais perfeita ordem.

Entrei logo atrás dele, segurando em suas costas, e caminhamos lentamente por dentre os cômodos. Era um ambiente rústico, mas ao mesmo tempo iluminado, aconchegante e elegante.

Insisti para que fossemos até o ruído, e chegamos até a cozinha. Tomamos um baque gigante ao presenciar a cena que descreverei a seguir.

Havia um menininho, de aproximadamente quatro anos, agachado ao lado de um corpo enquanto chorava baixinho.

Vi Roman correr até o corpo, desesperado, e ligar para uma ambulância.

Minha única reação foi ir até o garotinho, de cabelos pretos, lisos e curtos, e o abraçar. Ele soluçava em meus braços, enquanto eu tentava o acalmar com uma música que minha mãe cantava para mim, e para Sebastian quando éramos pequenos.

Sua semelhança com Roman era assustadora, e tenho certeza de que o mais velho também notou.

A mulher, que estava desacordada entre a ilha da cozinha e o fogão, era magra, baixa, e tinha cabelos loiros até os ombros. Seu rosto era delicado, suave, e até pude entender o porquê de Roman ter casado com ela. Ela era radiante! Tinha alguns hematomas pelo braço, o que nos deixou em alerta.

O homem, preocupado de que houvesse mais alguém na casa, se levantou e fez uma breve varredura pelo local. Pura, somente a mulher e a criança.

Ao longo dos minutos inquietantes, ouvia-se a sirene da ambulância."

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