Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

8- Formação Miojo: Três minutos e tá pronto

CAPÍTULO OITO

"Formação Miojo: Três minutos e tá pronto"

♦ ♦ ♦

"O DIA"

O sol surgia preguiçoso no horizonte daquela manhã de sábado, iluminando cada vez mais cada rua e jardim. Invadindo os lares das famílias do Rio de Janeiro. As nuvens se abriam e, aos poucos, iam embora, deixando um céu azul vívido logo de manhã. O clima fresco deixava o ar mais agradável de ser respirado.

Na atmosfera, era possível ver a forma de um belo arco íris. Nada mais natural, pois os habitantes daquela região tiveram uma tenebrosa noite de chuva.

Mas quase nenhum deles enfrentou o período noturno como o pessoal de serviço do 10º Batalhão de Polícia do Exército. Durante a madrugada, os soldados precisavam exercer sua função de sentinela ou vigia por duas horas. Em pé e extremamente atentos a qualquer movimentação ao seu redor. Eram proibidos de se comunicarem, usar celular, sentar-se, dormir, encostar-se, abandonar o fuzil, comer ou fazer qualquer coisa capaz de distraí-los.

Podiam se abrigar em locais cobertos, mas era inevitável umedecer um pouco sua roupa e molhar seu coturno.

Após duas horas nessa situação, eles teriam seu momento de descanso. Mais duas horas. No entanto, mesmo dormindo, precisavam estar prontos para agir caso fosse necessário empregá-los. E após isso, teriam que se manter acordados por mais duas horas, sentados no banco da guarda, como força de reação, até irem novamente para seus postos.

Além das sentinelas e vigias, existia um Cabo que acompanhava a rendição dos postos, controlava os horários dos soldados e auxiliava o Comandante da Guarda. Este, por sua vez, era um sargento responsável por fazer o controle de todo o pessoal e material que entra e sai do Batalhão. Eram duas outras funções de grande responsabilidade.

Existiam nove postos, sendo cinco desarmados, os chamados de Vigias, e quatro armados de fuzil, sentinelas. Cada posto tinha uma identificação. O primeiro vigia era chamado de V1. O primeiro sentinela, S1. E assim por diante. O cabo e o sargento também portavam fuzil, mas ambos possuíam uma pistola 9mm Beretta em seus coldres.

Assim era composta a Guarda do 10º BPE.

Além do serviço de Guarda, responsável pela segurança do Batalhão todo, existia o pessoal de serviço da Companhia, que era encarregado de fazer a segurança das próprias instalações e das pessoas que, por vezes, residiam nelas.

Na Companhia, também existiam postos que eram ocupados por soldados responsáveis por vigiar uma área por vinte e quatro horas. Todos sem arma. Após permanecerem duas horas no posto, poderiam, à noite, descansar por mais quatro até entrar de novo. Junto com eles, também existiam um cabo, que organizava esse ciclo, e um Sargento-de-Dia, que comandava a Companhia na ausência do seu verdadeiro Comandante. Este sim andava armado com pistola presa ao coldre.

Existiam quatro Companhias que seguiam esse modelo. Todas com dois postos. Uma no piso inferior, para vigiar a instalação, e outra no superior, para a segurança dos militares que lá dormem.

E assim era composto o serviço das Companhias do 10º BPE.

Além das Companhias e da Guarda, existiam as figuras do Oficial-de-Dia e do Adjunto-de-Dia. O primeiro era responsável por controlar tanto a Guarda quanto as Companhias, enquanto o segundo o auxiliava.

Às seis horas da manhã, o 1º Tenente Smith se preparava para o seu serviço. Ele seria o Oficial-de-Dia daquele sábado. Diferentemente de seus colegas, ele havia dormido no próprio Batalhão, para que pudesse acordar tranquilamente. Para ele, não era algo muito ruim. Enquanto via seus colegas chegando no quartel, apressados, ele já estava lá, pronto para suas atividades.

Levantou-se de sua cama e foi direto para o banheiro. Tomou um banho, fez a barba e penteou os cabelos castanhos. Saindo de lá, vestiu sua melhor farda, colocou seu cinto e suspensório, calçou um coturno bastante engraxado e colocou seu gorro. Observou-se no espelho e esboçou um sorriso. Definitivamente, o homem estava bem apresentável.

Saiu do seu alojamento, perto do Pavilhão de Comando, e caminhou até o Rancho. O Rancho era basicamente o Refeitório do Batalhão. Ele era dividido em três. Um destinado a cabos, alunos e soldados. Um para subtenentes e sargentos. Outro para oficiais.

Jean Smith comeria com os Subtenentes e Sargentos, já que o de oficiais estaria fechado naquele horário. Mas antes, lembrou-se que, excepcionalmente nos finais de semana, um Aluno do NPOR o acompanharia no serviço, auxiliando-o. Apanhou seu celular, para checar quem era o militar e ergueu as sobrancelhas quando viu quem estava escalado para a função: Vinícius Dantas, um de seus melhores discentes e primeiro colocado do curso até o momento.

Antes de guardar seu celular novamente no bolso, o Aluno apareceu atrás dele.

— Bom dia, tenente! — Ele falou, prestando-lhe a continência enquanto caminhava em direção ao seu refeitório.

— Bom dia, Dantas! — Ele respondeu, com um aceno de cabeça — Ei! Vai tomar o café agora? — O rapaz se virou novamente para o oficial.

— Sim, senhor! Estou indo agora.

— Ah, vem aqui. Comigo! — Ele disse, surpreendendo o garoto. Não era comum ser convidado a comer no rancho dos Sargentos. Apesar de a comida ser a mesma para todos.

Vinícius assentiu e fez como lhe foi ordenado. Quando os dois chegaram lá, logo viram, em uma das várias mesas redondas que possuía no local, os sargentos Arthur e Jéssica, acompanhados do Tenente Alan Nunes, que tomavam seu desjejum. Os três devidamente fardados. Alan, inclusive, era o Oficial-de-Dia.

Eles pareciam estar conversando fazia bastante tempo, já que não havia mais alimento em seus pratos. Assim que se serviram, e vendo como uma forma de interagir com seus companheiros de farda, Jean se dirigiu até eles.

— Bom dia, meus camaradas! — Ele falou, em um sorriso singelo, sentando-se na mesa e fazendo sinal para que o Aluno fizesse o mesmo.

— Bom dia, tenente! — Arthur cumprimentou, seguido por Jéssica e Alan.

— Feliz é a Guarnição de Serviço que sai, confere? — O loiro brincou, e todos riram.

— Confere. A rendição sempre chega. Serviço sem alterações? — Smith falou e logo mordeu um pedaço de seu pão.

— Sem alterações. Quero ir logo pra casa!

— Vocês estão todos saindo de serviço? — O tenente indagou, após engolir seu alimento.

— Eu estou entrando junto com o senhor — Disse a Terceiro-Sargento Jéssica, levantando graciosamente o braço direito. Com ele, também, pegou sua xícara e bebeu o resto do conteúdo que tinha ali.

— Eu vim foi só pra comer mesmo — Arthur revelou, gargalhando sozinho em seguida.

— Fora o Sargento Miguel, Xavier e Barreto, a senhora sabe quem mais está conosco? — Foi o Aluno que perguntou, dessa vez, para Jéssica.

— Sargento Kelvin — Ela bufou, revirando os olhos.

— Não gosta muito dela, né? — Jean indagou, cerrando os olhos. Ela corou por uns instantes e tomou mais um gole de seu café.

— Perdão se me expressei demais — Ela disse, tentando se desculpar. Colocou as mãos sobre os joelhos, mas logo as pôs na cabeça, ajeitando o seu cabelo tingido de loiro escuro, preso em um coque bem firme — Apesar de ela ser mais antiga, estar há sete anos no Exército, nós não nos damos muito bem. Creio que o senhor me entende.

— Entendo perfeitamente — Ele falou, não entendendo o motivo de tal antipatia — Lembro quando ela chegou aqui. Chegamos no Batalhão juntos e sairemos juntos também.

— Pois é — Ela começou novamente, com as pupilas retraídas — O senhor é temporário assim como ela, mas se formou em um ano. Ela em quarenta e cinco dias. Eu acho isso um absurdo! Formação miojo: três minutos e está pronto! Lembra daquele dia em que, no Treinamento Físico, ela caiu na rua que nem merda e quase quebrou a perna por bobeira? Por isso temos militares tão ruins dentro da Força. É uma paisana que veste farda e paga embuste com arma e divisas por aí. Achando que é alguma coisa!

— Isso é verdade — Alan se pronunciou, cruzando os braços — Alguém, alguma vez, a viu tirando Comandante da Guarda?

— Nunca! — Jéssica falava, gesticulando com a mão — O Comandante sabe que ela é incompetente! Enquanto isso, nós, de carreira, que sofremos por dois anos na formação, estamos aqui, sangrando na Guarda! — Ela disse, apontando para seu coldre vazio.

— Está na Guarda, Jéssica? — Jean inclinou a cabeça, fazendo a pergunta.

— Sim, senhor — Ela falou, fitando bem nos olhos de seu superior.

— Acho impressionante! — Arthur exclamou, sorrindo em tom de brincadeira — Uma mulher que gasta uma hora para se maquiar e produzir, fica por aí andando armada, equipada e comandando homens! — Ele disse, e gargalhou em deboche.

Jéssica deu de ombros, cruzou os braços e o encarou com um sorriso provocador e forçado.

— Ah, é? E mesmo gastando uma hora para me maquiar e me produzir, executo o meu serviço muito melhor que você! — Ela respondeu, rindo de volta.

Os outros ao redor da mesa também gargalharam com a resposta inusitada da Sargento, inclusive Arthur.

— Está bem! Está bem! Não falo nada! — O homem disse, enquanto voltava a postura séria.

— Acho bom! Aliás, já que estamos falando da Kelvin e seu trabalho, por que não falarmos do Vitor? — A mulher sugeriu.

— O soldado? Ele é do meu GC, do pelotão do Tenente Alan Nunes, por quê? — O Sargento disse, arqueando as sobrancelhas.

— Ele terminou com a Kelvin, não foi? — Ela perguntou, pondo a mão no queixo.

— Terminou? Deve ter sido. Oh soldado para dar trabalho! Não sabe cumprir ordens simples. Está no meu "livro negro" direto.

— Livro negro? — Dantas questionou, inclinando a cabeça e semicerrando os olhos, curioso.

— É o que eu sempre digo: Quem tem como me pagar, nunca fica me devendo! No meu livro negro, anoto todo mundo que vacila comigo de alguma forma. Deixo guardado até a hora de dar o troco. Obrigo ele a vir final de semana fazer faxina, deixo até depois do expediente no Batalhão fazendo alguma tarefa ruim, entre outras coisas!

Ele dizia com a maior naturalidade. Vinícius recostou-se em sua cadeira. Não concordava com as atitudes do militar, mas preferiu não argumentar.

— Sinceramente? Acho isso ridículo — Jéssica comentou, mexendo a cabeça horizontalmente, em reprovação — Ele acabou de terminar um relacionamento. Deve estar abalado! Sofrendo! E o que você faz? Ao invés de ajudar, cobra dele ainda mais!

— Ah, me poupe com seus moralismos, Jéssica! — De repente, todos notaram que o tom de brincadeira sumiu daquele lugar. Agora, a voz de Arthur era mais séria — Só porque tira Comandante da Guarda, coisa que não é muito comum de uma mulher fazer, não quer dizer que sabe como é ser um infante de verdade! Um infante não se abala por qualquer coisa não! O infante é forte! É destemido! Você não sabe e nunca saberá como é comandar um GC em uma favela. Vai ficar felpuda lá na sua "enfermariazinha" e só!

— Justamente por isso, Arthur! Você precisa que seus subordinados confiem em você! — Ela argumentava, mas a mente fechada do homem parecia não querer aceitar que estava errado. Por isso, acreditava cegamente que sua teoria estava certa — Você vai depender e muito deles na hora que entrar na favela!

— Ok, já chega! Se quiser ensinar um padre a rezar missa, pelo menos aprenda a rezar missa — Ele disse, levantando-se de sua cadeira — Permissão para me retirar, tenente!

Alan assentiu, rindo de leve.

— Também já vou indo — O homem loiro disse, saiu de sua cadeira, pegou seu material e se despediu dos três — Até mais!

A Sargento cruzou as pernas e franziu os músculos da testa, verdadeiramente irritada.

— Concordo contigo, sargento! — Jean Smith falou, bebendo o último gole de sua bebida.

— Ah, achei que eu era a única maluca! — Ela suspirou, pondo as mãos sobre a mesa. Respirou por alguns segundos e pensou em algumas coisas — Me preocupa muito a sanidade desse rapaz, o Vitor. A Kelvin fez muito mal a ele! Após o deixar extremamente apaixonado, largou-o semana retrasada! De lá para cá, só o vi de cabeça baixa, com olheiras, dando alteração... É uma situação complicada, eu sei. Mas acho que cabe a nós, mais antigos, cuidarem disso. Ele foi escalado para um serviço armado hoje! Não tive como não mudar. Ontem eu troquei e o coloquei como vigia. Tudo bem, tenente?

— Sim, claro! Você agiu corretamente. Não posso deixar um militar depressivo com um fuzil na mão.

— Pois é... Tudo por causa daquela mulher nojenta que quebrou o coração do pobre garoto sem mais nem menos!

— Ela é Sargento Técnica Temporária, certo? — Vinícius perguntou.

— Isso. Ela se formou como técnica em Eletrônica e, após um tempo desempregada, teve a chance de vir para o Exército. Agora, felizmente, está indo embora! — A mulher respondeu.

— Vou falar com o Alan sobre isso também. Ele é Comandante do Pelotão do Vitor. Precisa se preocupar com isso também.

— Falando nisso, tenente, eu também tenho notado o Aluno Isaque mal também. Posso perceber. E ele é bem colocado, não é?

— É o segundo melhor colocado — Ele respondeu. Suspirou, lembrando-se de seu subordinado com muitos problemas — Talvez sejam as brincadeiras entre os alunos, não é, Dantas?

O garoto se lembrou das coisas que aconteceram recentemente com Isaque. Apesar de ele se isolar das pessoas, considerava o rapaz um bom sujeito. Podia até dizer que eram amigos após o dia que o provocaram dizendo que ele era gay por ter se excitado com outro Aluno.

Obviamente, Dantas não fazia parte do grupo que o ridicularizava constantemente. Detestava o preconceito com qualquer tipo de pessoa. Aquilo não significava nada sobre quem Isaque era ou suas capacidades. Mas ele, sozinho, não conseguia quebrar um sistema que afetava toda a sociedade.

Quando o jovem se afastou de tudo e todos, Vinícius sabia que algo estava errado, mas não sabia o que fazer para ajudar. Então, permaneceu calado. Vez ou outra cumprimentava o sobrinho do Comandante. Já deu algumas palavras de incentivo, oferecia ajuda nos estudos, mas nada muito próximo. Talvez, tenha sido esse o seu erro.

Era aquele o principal momento de agir.

— O que fizeram com o Zack não foi brincadeira. Foi humilhação — Ele afirmou — Ele não gostou. Ficou chorando no banheiro por horas enquanto o ofendiam!

— Nossa! — Jéssica pôs a mão na boca, mas logo voltou ao seu estado anterior — Isso é realmente grave. Ele está com problemas sérios de saúde!

— Como assim? — Jean a questionou.

— Ainda é cedo para afirmar, mas durante o campo básico, quando Isaque ficou baixado, percebi que havia algo errado em seu sistema imunológico. Quero pedir um exame de sangue. Ainda é cedo para afirmar alguma coisa, mas ele está doente! — Ela disse, piedosa.

— Isso é um problema! — Ele disse, mordendo o lábio inferior — Vou tentar conversar com ele sobre isso. Mas agora, precisamos ir. Está quase na hora da Parada Diária.

A sargento assentiu e os três se levantaram ao mesmo tempo, despediram-se, e cada um partiu para seu alojamento escovar os dentes e ajeitar os últimos preparativos para o serviço. Em seguida, partiram para a Reserva de Armamento e cada um cautelou uma pistola 9mm Beretta. Jéssica, por ser a Comandante da Guarda, pegou um Fuzil 7,62mm também.

Reuniram-se em frente ao Pavilhão de Comando, onde o 1º Tenente Smith participaria a todos as ordens referentes ao serviço daquele dia. Tudo era realizado com antecipação e responsabilidade. Tudo caminhando para o dia terminar como sempre.

Mas acabou como nunca.

Alguém morreria naquela noite.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro