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26- Uma Morte Horrível

CAPÍTULO VINTE E SEIS

"Uma morte horrível"

Eu sou a Morte

Que ressurgiu do mal

Eu miro na cabeça

E atiro pra matar

Se munição eu não tiver

Pancadaria vai rolar

♦ ♦ ♦

Astrid estava ao lado de Vinícius quando recebeu a notícia, proferida por alguém que realmente presenciou a cena trágica. A moça levou a mão à boca. Suas sobrancelhas se aproximaram e se elevaram. Os cantos de seus lábios rosados foram puxados para baixo, e sua boca ficou ligeiramente aberta.

— Não! — Ela dizia para si mesma, paralisada. Segurou com firmeza o punho do militar ao seu lado, tentando encontrar um equilíbrio para o seu corpo — Não pode ser!

— Senhora — O rapaz engoliu em seco, antes de fazer sua pergunta. Seu coração batia cada vez mais rápido, assim como o da loira ao seu lado — Sabe dizer quem morreu?

— Não faço ideia — Ela o fitou em desespero. A cena ainda martelava sua mente. Não queria nem lembrar.

Vinícius não queria se aproximar para ver o corpo de seu amigo morto. Principalmente sabendo que foi jogado do décimo andar. Devia estar completamente desfigurado. Não queria aceitar que realmente houve mais uma morte em tão pouco tempo.

Lembrou-se da conversa que tiveram naquele dia. Falaram seriamente sobre a depressão, sobre o suicídio, a autoaceitação... Ele parecia estar bem mais confortável. Bem mais saudável.

Então, recordou-se logo que seu amigo havia acabado de se descobrir soropositivo.

E antes disso, ele teve uma conversa com Astrid Hoegen.

— Astrid! — Sua voz estava mais alterada que o normal. Suas sobrancelhas abaixaram e uma ruga fina se fez presente entre elas. A garota engoliu em seco e se virou para o rapaz. Observou aqueles olhos castanhos a encararem com ódio — O que você falou pro Isaque?

As pálpebras inferiores da jovem se tencionaram. Seus lábios esticaram. Quase gaguejou para falar.

— Quê? — Foi o que conseguiu dizer antes de falhar nas próximas palavras — O que está insinuando? Eu fui ajudá-lo!

Vinícius fechou os olhos e respirou fundo. Fez uma pausa nos seus pensamentos por cerca de cinco segundos, até retomar a consciência.

Agora, ele precisava ver o corpo.

Avançou até o meio da multidão. Mesmo com o coração apertado, Astrid foi atrás, tentando ignorar a grave acusação que foi feita contra ela.

Pedindo licença e, às vezes, tendo que ser inconveniente, chegou na frente da multidão, podendo ver, com clareza, a cena. Não podia ver o corpo. Os policias já haviam colocado uma lona preta por cima, e estavam afastando os curiosos que insistiam em assistir o ocorrido. Por outro lado, o braço branco e ensanguentado do rapaz estava visível.

O estômago de Vinícius embrulhou. Aquele cheiro de morte invadia suas narinas e lhe causava ânsia de vômito. Virou-se e se apoiou com a mão esquerda no prédio onde o jovem havia cometido o suicídio.

Astrid o seguiu, notando o estado abalado do Aluno, que fitava o chão. Timidamente, o rapaz deixava algumas lágrimas caírem de seus olhos. Ela se aproximou devagar, também com os olhos marejados.

A verdade era que a loira não suportava ver ninguém chorando. Mesmo que ela também estivesse abalada, queria, de alguma forma, ajudar outra pessoa triste.

Tocou com uma de suas mãos no ombro de Vinícius, que não reagiu.

Os músculos de ambos ficaram mais fracos e, logo, os joelhos do rapaz foram ao chão. Ele havia falhado. Estava presente durante o período mais crítico de Isaque. Poderia tê-lo ajudado durante sua doença. Mas não o fez. E agora, havia lhe perdido para a morte. Não conseguiria se livrar daquela culpa.

As lágrimas de Astrid vieram com mais intensidade logo em seguida. Os dois ficaram ainda mais próximos, e se permitiram a lamentar a grande perda. Ficaram assim durante alguns minutos.

— Eu tentei convencê-lo a não se matar — Uma voz já conhecida soou atrás deles.

Seus rostos imediatamente se viraram para o rapaz a sua frente.

Seus olhos azuis também lacrimejavam. O cabelo castanho-escuro estava ligeiramente úmido devido ao suor da corrida. As meias sujas de poeira indicavam que havia entrado no prédio.

Astrid foi a primeira a correr na direção de Isaque. Em um movimento rápido, envolveu o corpo do garoto com os braços o mais forte que podia, e ele correspondeu ao gesto. Deitou sua cabeça no ombro da universitária e fechou as pálpebras. Os dois, então, puderam sentir o coração do outro batendo cada vez mais forte.

Alguns instantes depois, Vinícius também se juntou.

Astrid se afastou, para que os amigos pudessem se abraçar também. E assim foi feito.

Quando desfizeram o gesto, Vinícius suspirou. De alívio.

— Eu estava correndo aqui... Muitas coisas passaram pela minha cabeça... Eu lembrei desse prédio... De como eu pensei em dar cabo à minha vida aqui... Mas — deu uma pausa, para deixar mais uma lágrima cair — Eu lembrei no que vocês disseram a mim. Os dois. Apesar de todos os motivos que me faz querer sumir, sei que também há muitos outros para continuar vivo. E vocês são um deles — os cantos de seus lábios se voltaram para cima, com as bochechas ainda encharcadas por lágrimas — Hoje, vocês salvaram a minha vida.

Astrid abriu um sorriso verdadeiro. Com delicadeza, pegou as mãos ásperas e suadas do rapaz.

— A vida é muito maior que qualquer um dos nossos problemas — Ela disse, com doçura — Eu estou à disposição para te ajudar com qualquer coisa. Não hesite em me chamar!

— E você conte comigo também, cara! A gente vai superar tudo — Vinícius falou, dando dois tapas de leve no ombro do amigo — Me desculpe por ter ignorado sua situação durante todo esse tempo.

— Muito obrigado! — Ele falou. Seu coração batia forte. Mas dessa vez, a felicidade em poder confiar naquelas duas pessoas contagiou seu ser — Depois do resultado do meu exame de sangue eu fiquei...

— Ei! Lembre-se! — A jovem anunciou, pousando a mão no ombro dele — Você não tem Aids! Você tem o vírus do HIV. É diferente, mas muita gente confunde por falta de informação. E mesmo se tivesse a doença, não é como se fosse contagiar qualquer um pelo toque, ou que você não pudesse viver uma vida normal. Eu imagino que não seja fácil lidar com isso. Mas eu creio que Deus nunca nos dá um fardo que não sejamos capazes de carregar.

Aquelas palavras encheram novamente seu coração de esperança e ânimo. Faltava-lhe conhecimento sobre aquele tema. Suas conclusões precipitadas quase lhe causou a morte. Mas que culpa tinha? Eram raras as discussões sobre o assunto.

— Eu não sabia disso... Você sabe, muita gente associa a Aids com o homossexual, mas eu sou virgem. Com certeza foi aquela maldita seringa contaminada...

— E mesmo se não fosse! — Foi a vez de Vinícius dizer — Você tem o direito de ter esse fato preservado.

— Vocês estão aí! — A voz do tenente Smith se fez presente no ambiente, e todos se viraram para ele — Isaque! — Seus olhos encararam o rapaz cheio de vida. Não conseguiu deixar de escapar um suspiro de alívio.

Puxou seu subordinado para um abraço que durou poucos segundos, mas carregado de emoções. Smith havia falhado ao não tomar nenhuma atitude em relação à doença do Aluno. Felizmente, ainda tinha como recuperar.

Não existe um remédio ou qualquer atitude que elimine instantaneamente a depressão. A cura para esse mal é adquirida através de um processo. Uma sequência de fatores. Em alguns casos, o doente nunca é curado totalmente.

— Deve ter sido uma morte horrível para aquele garoto... — O oficial admitiu.

— Eu quase fui lá tentar convencê-lo a desistir dessa ideia. Mas já foi tarde demais... — Ele disse, cabisbaixo.

— Isso é mais frequente do que a gente pensa — Informou a estudante de Psicologia — a maioria dos casos de suicídio podem ser evitados. É uma pena. Agora, este jovem é só mais um número. Mais um para as estatísticas. Uma situação que só vai melhorar até esse assunto estar saturado na mente de todo mundo.

Pouco depois da loira terminar suas palavras, o celular do Tenente tocou. Alguém o chamava. Seu coração disparou mais forte.

Naquele dia, todas as vezes que isso acontecia, era para noticiar algum problema.

Observou, na tela, quem queria falar com ele. Era o Sargento Alvim. Provavelmente ligando para informar alguma pista nova.

— Alô?

Alô, tenente! — Ele dizia, do outro lado da linha.

— Que houve, Alvim?

Tenente, o senhor não vai acreditar no que acabamos de achar. Em um latão de lixo na rua do Batalhão, tinha um conjunto de casaco, blusa, calça, tênis, toca, luvas e meias. Completamente pretos.

— Todos pretos?

Sim, senhor! Acredito que seja a roupa em que o assassino usou pra matar o Soldado Vitor.

— Está certo — respondeu, balançando a cabeça e fazendo sinal para que os três jovens o acompanhasse até o carro — Daqui a alguns minutos, eu chego aí.

♦ ♦ ♦

Sem precisar falar mais nada, Astrid, Isaque e Vinícius fizeram como foi solicitado. Os quatro entraram no veículo e, durante o caminho até o 10º BPE, o tenente Smith contou sobre o ocorrido.

— Vamos ter que chamar a Sargento Kelvin de novo — O rapaz disse, passando a mão pelos cabelos e dando um longo suspiro.

— Ela viu o assassino? — Foi Isaque quem questionou, com os olhos arregalados.

— Sim e não — ele respondeu — Ela viu alguém encapuzado matando o Vitor e pulando o muro.

— Ah, sim — ele falou, respirando fundo e voltou seu olhar para a janela.

— Zack — a loira, que estava ao seu lado no banco de trás, o chamou e olhou para ele com um sorriso doce — Você confia em mim?

O jovem se virou para ela. Engoliu em seco. Seus lábios se comprimiam.

— Quê?

— Você confia em mim, Zack? — Ele a encarou com as pupilas contraídas — De verdade?

Por mais que a garota transparecesse ser confiável, ele não conseguia, ainda colocar tudo o que afligia para fora. Ele começava recentemente o tratamento para a Depressão.

Seus olhos evitavam os dela. Procurava em algum canto uma resposta boa para aquela pergunta. Por fim, decidiu responder.

— Acho que sim — Ele falou, dando um sorriso amarelo — Mesmo com pouco tempo, eu me afeiçoei demais a você.

Ela inclinou a cabeça para a esquerda. Seus olhos brilhavam.

— Que bom!

— E você? — ele questionou, após uns vinte segundos da exclamação de Astrid — Confia em mim? De verdade?

Ela ainda o encarou com um sorriso nos lábios. Queria usar suas habilidades para ajudá-lo com seus problemas. Amava-o por isso.

— Zack, sendo bem sincera... Não. Não confio. Não ainda — Ela respondeu, sem mudar de expressão — Não até você confiar em mim também. Confiar mesmo.

O ambiente descontraído e leve que circundava o local, foi substituído pela ansiedade, devido à resposta de Astrid. Pelo menos para Isaque, que engoliu em seco. Não conseguiu falar mais nada. Devia ter permanecido calado. Antes não tivesse feito a pergunta.

Astrid realmente não era mulher de mentir. Eram raros os casos que ela não tinha razão sobre algum fato.

E esse não era um deles. Isaque sabia disso.

♦ ♦ ♦

O automóvel estacionou em frente a portaria do 10º Batalhão de Polícia do Exército. A partir dali, Isaque e Astrid tiveram que descer. Precisavam estar juntos. Provavelmente, teriam que prestar algum depoimento ainda.

Quando os dois saíram do veículo, Vinícius jogou sua cabeça para trás e fechou os olhos. Processava lentamente aquelas informações que foram lançadas tão repentinamente. Já eram duas da tarde. Seu corpo doía, mesmo que levemente. Não havia tido uma boa noite de sono. As cobranças deveriam vir em primeiro lugar.

Tenente Smith compartilhava da mesma sensação. Mas ele precisava ser exemplo. Não podia, simplesmente, dar-se ao luxo de descansar enquanto seu Comandante exigia o resultado da investigação o quanto antes.

O carro foi conduzido até o estacionamento. O Sargento Arthur observava com os olhos estreitos a cena, de costas para a 2ª Companhia de Fuzileiros. Com os braços cruzados.

Aproximava-se deles com passos lentos.

— Boa tarde, tenente! — falou enquanto prestava sua continência para o oficial, que o fitava com curiosidade, já fora do veículo. Dantas apenas observava a conversa, sendo ignorado completamente — Queria falar com o senhor sobre o que foi encontrado.

— Já soube. Roupas pretas. Provavelmente as que foram usadas para assassinar Vitor.

— Positivo. O senhor vai querer ver?

— Oh, sim. Onde está?

— Eu guardei na 1ª Companhia. Eu levo o senhor até lá.

— Está certo — disse, e logo em seguida se virou para o Aluno — Dantas, procure o Sargento Alvim. Diga a ele que já cheguei. Pergunte se tem algo de interessante nos interrogatórios que ele fez. E tente arrumar o contato da Kelvin.

— Brasil — O rapaz assentiu e seguiu para o destino.

Jean suspirou. Ele e Arthur fizeram uma caminhada rápida até o local.

O Sargento o levou até seu alojamento, onde foram feitas as perguntas com ele. Abriu um armário que ficava próximo à porta. De lá, retirou uma sacola plástica preta. Antes mesmo de abri-la, o tenente já sabia o que era pelo volume.

Retirou de lá exatamente as vestimentas que Kelvin relatou do assassino.

— Como você achou isso? — Ele perguntou, enquanto analisava as roupas ligeiramente sujas e gastas.

— Não fui eu, na verdade. Foi um soldado. Ele foi jogar o lixo fora e encontrou essas roupas lá no latão. Aquele perto da Reserva de Armamento, sabe?

— Sei, sim — estalou os lábios. Passou a mão em cada centímetro da roupa. Tentando achar algo comprometedor nos bolsos. Mas não havia nada. Respirou fundo e pôs tudo dentro da bolsa novamente.

♦ ♦ ♦

— Sargento Alvim? — Vinícius perguntou, na porta da Seção onde o homem trabalhava. A sala cujo as paredes eram pintadas de branco, com murais onde haviam papéis informativos anexados, um quadro com a imagem do Marechal Duque de Caxias e algumas mesas com computadores, parecia vazia.

O jovem suspirou e desistiu.

— Ei — Alvim falou, atrás dele, caminhando em direção a sua sala — Tenente Smith está aí?

— Ah, na verdade, acabamos de chegar.

— Bom! Venha aqui. Vou te mostrar o que achamos — ele disse, fazendo um gesto para que o Aluno o acompanhasse.

Ele ergueu uma das sobrancelhas, mas assentiu e seguiu o homem que o conduziu até a cadeira onde estava escrito o seu nome. Embaixo de sua mesa, havia uma bolsa plástica preta com algo bastante volumoso dentro.

O homem apanhou o objeto e pôs sobre uma superfície lisa, abrindo e revelando o conteúdo logo em seguida.

— Espera! — Vinícius exclamou, assim que pôs os olhos no interior da sacola. Suas pálpebras inferiores ficaram mais tensas. Com as mãos, pegou um casaco preto e o estendeu. Observou cada centímetro da roupa. Bastante empoeirada e sem a menor pista de quem poderia tê-lo usado — Onde o senhor achou essa?

— Na lata de lixo que fica no final da Vila. Quando o soldado foi jogar fora, encontrou assim. Não estava com sacola nem nada, só a roupa mesmo.

— Achei que fosse apenas um conjunto de roupas.

— E não é? — Ele perguntou, com o cenho franzido.

— Sargento Arthur acabou de falar que achou umas peças de roupa pretas assim também.

— Ué, então... Será que...

— Duas roupas foram jogadasem latas de lixo diferentes    

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