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10- Péssimo Batalhão de Piruações Erradas

CAPÍTULO DEZ

"Péssimo Batalhão de Piruações Erradas"

♦ ♦ ♦

DOIS DIAS PARA "O DIA"

Era uma quinta-feira.

O 10º Batalhão de Polícia do Exército andava movimentado naquela manhã. O relógio batia às sete horas e quarenta e cinco. Faltavam poucos minutos para a formatura começar. O momento em que o Comandante reuniria todos os militares de sua Unidade para dar alguma palavra.

Leandro Magno observava da sacada do Pavilhão de Comando o Pátio de Formatura, ainda sem ninguém. Apenas estavam lá os militares que instalavam os aparelhos de som que seriam utilizados.

Sua postura era séria. Em sua mente, muitos pensamentos se passavam. Os últimos dias tinham sido difíceis demais para ele. No entanto, o Batalhão nada tinha a ver com seus problemas. Precisava agir de uma forma ou de outra.

Fazia sombra na sacada onde estava. O vento percorria seu rosto, refrescando-o. O dia parecia estar agradável, mas sabia que aquilo duraria por pouco tempo.

Naquela formatura, ele teria que dar uma notícia importante, que geraria muitas discussões e desentendimentos.

Já não era muito bem falado pelos seus subordinados, mas agora, seria pior ainda!

— Senhor? — Disse uma voz atrás dele, que o fez sair, por ora, de seus devaneios. Virou-se para o militar que o chamava: Um homem um pouco mais novo que ele. Porém, mais alto, de pele negra clara, cabeça raspada, bastante bronzeado e muito musculoso.

— Oh, César! Desculpe, estava viajando aqui — Ele disse, calmamente, e estendeu a mão para que o outro apertasse e assim foi feito.

— As Companhias já estão todas prontas, senhor. Já podemos começar a formatura?

— Ah, sim! Claro! Mande a banda começar e já estou indo! — Ele falou, caminhando para o primeiro andar, onde aguardaria o momento de se apresentar — Mas agora, entre nós, você é meu Subcomandante! Ambos somos tenentes-coronéis, viemos da mesma turma de Infantaria. Por pouco você não é mais antigo que eu. Então, enquanto estivermos sozinhos, dispenso essas formalidades. Está bem?

O homem inclinou a cabeça e arqueou as sobrancelhas para Leandro. Não esperava aquilo.

— Se é assim que desejas, tudo bem! — Ele falou, rindo.

♦ ♦ ♦

Cerca de quinze militares estavam posicionados a, aproximadamente, cinquenta metros do palanque, onde era o foco do Pátio de Formatura, local em que o Comandante se posicionava para dar sua palavra. Cada um tinha seu instrumento. Flauta, clarinete, tuba, trompete, saxofone, entre outros.

O corneteiro era o primeiro a tocar. Ele executaria os comandos para preparar as tropas a se deslocarem até o local indicado. Dado os toques, todos os militares estavam entre um prédio e outro, com o Pátio vazio, para que realizassem uma entrada vibrante.

O maestro, um homem velho, estava à frente e, então, deu ordem para que iniciasse a canção.

Paralelamente, as seis tropas vinham, simultaneamente, cantando a música "Fibra de Heróis".

Se a Pátria querida for envolvida

Pelo inimigo, na paz ou na guerra

Defende a terra

Contra o perigo


Com ânimo forte se for preciso

Enfrenta a morte

Afronta, se lava com fibra de herói

De gente brava


Bandeira do Brasil

Ninguém te manchará

Teu povo varonil

Isso não consentirá


Bandeira idolatrada

Altiva a tremular

Onde a liberdade

É mais uma estrela

A brilhar

No fim da canção, a tropa parou em "Sentido". O Subcomandante fez sua apresentação para o Tenente-Coronel Magno e, então, ele ficou com a palavra. Aproximou-se do microfone e pôs as mãos para trás.

— 10º Batalhão de Polícia do Exército, um bom dia a todos! É com muita satisfação que, como Comandante desta Unidade, recebo esta tropa. É nítido o comprometimento de cada militar na hora de externar a sua vibração. Por tanto, parabenizo-vos! — Ele deu uma pausa, suspirando. Não podia mais enrolar — Não devo me furtar de dizer, também, que a eficiência das atividades do Batalhão tem sido notada, inclusive, na nossa Brigada. E, por isso, o General-de-Brigada nos deu mais uma missão importantíssima. Devido a evolução do tráfico e da violência na Favela da Rocinha, o Escalão Superior designou o nosso Batalhão para executar, junto com outras organizações militares e civis, uma Operação de Pacificação na região, que terá início na quarta-feira. Enfim, foram escalados trezentos militares para a missão em que eu mesmo estarei no comando. Disponibilizarei a escala no Boletim Interno de hoje. Conto com a colaboração de todos e tenho plena convicção de que executaremos na maior perfeição possível. No mais, é só isso. A formatura está encerrada.

Respirou fundo. Observou cada militar a seu comando. Viu a face de cada um, ainda imóveis, na posição de "Descansar". Mas podia sentir em cada rosto a raiva. Podia imaginar o que estava pensando. E então, as cenas da última missão do tipo permearam sua cabeça novamente.

— 10º Batalhão de Polícia do Exército! — Berrou, sem o uso do microfone. Para quebrar o clima tenso, ele decidiu puxar um brado de guerra. Um clássico. Quando o comandante diz "Uma vez PE", a tropa deve responder "Sempre PE". Leandro puxou o ar, cerrou os olhos, e gritou o mais alto que conseguiu — Uma vez PE!

No entanto, o Pátio permaneceu em silêncio.

♦ ♦ ♦

— Com licença, por favor! — A Terceiro-Sargento Jéssica falava, enquanto tentava passar por entre os soldados e cabos que, ansiosamente, buscavam ver a lista fixada em uma parede, com os nomes escalados para a missão na Rocinha.

Aproximadamente vinte militares estavam amontoados ali, falando e dizendo bobagens sobre o assunto e a respeito do vácuo que deixaram seu Comandante na formatura.

— Ei, Jéssica! — Chamou-lhe uma voz conhecida atrás dela, do outro lado do passadiço, onde poucos militares estavam por perto. Ela se virou. Era Arthur, de braços cruzados — É isso o que você procura? — Ele disse, tirando de trás um papel. Era a cópia do Boletim.

— Oh, você tem! — Ela arregalou os olhos e correu para o seu colega de trabalho.

— Eu não sei o porquê você ainda procura! — Ele contou, entregando a folha para a mulher que, afobada, lia cada palavra meticulosamente — É claro que você estaria escalada!

— Merda! — Ela esbravejou, batendo com força na parede — Que ódio! Ódio!

— Olha, cuidado para não dar um mau exemplo para seus soldados... — Ele falou, em deboche, virado para ela.

— Eu me arrependo tanto de ter vindo para esse Batalhão! Tanto! Por que fui pensar que "BPE" era bom?

— Achou que se chamava "10º Batalhão do Prazer e do Encanto"? — Ele riu.

— Não. Está mais para "Péssimo Batalhão de Piruações Erradas" mesmo! — Ela falou, suspirando pela última vez.

— Faz parte, sargento! Também estou escalado! Seja bem-vinda ao Exército Brasileiro! Se não der conta, pede pra ir embora!

— Não é isso, seu ridículo! — Ela franziu o cenho e caminhava de um lado para o outro — Não tem a ver com a missão! Tem a ver com o comandante da missão! O Tenente-Coronel Magno é péssimo! Você sabe das histórias, não sabe?

Ele ergueu as sobrancelhas e pôs a mão no queixo.

— É. Realmente é complicado. Por que logo ele para comandar uma missão nesse nível? Muito melhor o Tenente-Coronel César para isso!

— Sem sombra de dúvidas! Se da última vez tiveram duas mortes, quem garante que não terá de novo? Ainda mais agora que ele está todo atribulado aí... Pobre da gente!

— Pois é. Esse homem já devia ter saído daqui faz tempo! Piruão do caramba!

— Que ódio que estou dele! Se eu pudesse, eu faria qualquer coisa para sair... Ou tirá-lo do comando!

— E eu digo o mesmo — Suspirou.

— Deixa eu ver quem mais está na missão — Ela falou, pegando novamente o papel. Folheava as duas folhas com bastante atenção — Nossa! Praticamente toda a 1ª Companhia vai! Incluindo o tenente Alan Nunes!

— Hum, por que a curiosidade?

— Ah, eu? Nada! — As bochechas dela coraram na hora, devolvendo a correspondência para seu colega.

— Pensa que não percebi seu interesse nele? — Riu novamente, empurrando a mulher de leve.

— Ok, eu te conto porque chegamos aqui juntos e somos da mesma turma de sargentos! Ficamos na última semana sim. Não é nada sério. Foi só uma noite. Então não saia espalhando por aí.

— Minha boca é um túmulo — Falou, fazendo um sinal na boca como se tivesse fechando um zíper. Ambos deram uma risada amarela — Não sei quem mais foi escalado, mas eu sei de alguém que não foi escalado, hein!

Ela inclinou a cabeça, curiosa.

— Ah, é? Quem?

♦ ♦ ♦

— A sargento Kelvin, Vitor — Vicente falou, mordendo os lábios inferiores, para seu melhor amigo no quartel — Ela não foi escalada.

Vitor suspirou.

Os dois estavam sentados na cama do alojamento de Vitor, conversando. Já tinha devolvido seu fuzil e guardado sua gandola. Estavam gozando do intervalo oferecido entre o fim da formatura e o início da primeira instrução do dia.

O ex-namorado de Kelvin não se importava com nada daquilo. Recostou sua cabeça no mastro do beliche e fechou os olhos. Sua mente latejava de dor, mas não chegava perto da ferida que havia em seu coração.

Sem conseguir se controlar, uma lágrima caiu de seu olho.

Vicente observava aquilo com pena. Era seu canga. Seu melhor amigo. Tanto do Batalhão quanto na sua vida. Estava profundamente abatido e não sabia o que fazer para se animar. Ele não queria mais realizar as atividades em grupo como antes. Por outro lado, andava desanimado, chorando, sem vontade de fazer nada. Nem de comer, nem de dormir. Só queria se manter em seu canto.

Em uma semana após seu término com Kelvin, já foi punido disciplinarmente por ter desobedecido ordem, realizar um serviço mal feito e se deitar no expediente. Os seus superiores e seus pares pareciam não entender ou não reparar na sua situação, que apenas se agravava. Desde então, só pode dormir no próprio Batalhão, como punição. Mesmo que lhe fosse autorizado ir para casa, não tinha vontade de encarar novamente a sociedade.

Só a presença de Vicente o deixava menos deprimido, pois apenas este parecia se preocupar com a saúde do amigo. Mesmo ele não sabendo o que fazer para melhorar a situação dele.

— Bom pra ela, então! — Vitor disse, secamente.

— Poxa, cara! — Vicente mexeu com a cabeça e suspirou. Deu um tapa de leve na perna de seu amigo — Você precisa esquecer essa mulher! Ela te faz muito mal!

— Não, Vicente... — Ele não conseguia segurar mais ainda suas lágrimas, deixando-as cair — Eu me sentia bem com ela! Você sabe do que estou falando. É quase a mesma coisa que você sente com a Joyce! Agora tem um vazio dentro de mim tão grande que eu não sei se vou conseguir suportar sem ela... Eu quero mesmo é que a gente volte.

— Ah, não fala assim! — Ele dizia, pegando no braço do rapaz — Eu e a Joyce somos muito diferentes que você e a Kelvin! Ela me trata bem, me entende, me ama e demonstra isso. Ela me coloca pra cima! E eu faço o mesmo com ela. Diferente da Kelvin, que só fica bem quando os outros estão mal. Tudo bem você ter seu luto, mas entenda: você vai superar isso! Quando menos esperar, vai encontrar alguém que goste de você de verdade! Claro que vai!

— Eu não estaria tão certo disso...

Vitor não queria mais ouvir nada. Fechou os olhos com força, acabando por desabar em suas lágrimas. Não conteve alguns gemidos.

Vicente via aquilo aflito. Ainda meio sem jeito, puxou o amigo para um abraço, que logo foi respondido com mais intensidade que ele imaginava. Vitor envolvia o amigo com os braços da mesma forma que a angústia o envolvia.

— Sabe que eu tenho uma consideração do caramba por você, né cara? — Vitor declarou, do fundo do coração, deixando escorrer uma lágrima.

Ele não entendia o porquê. Mas, em seu interior, não era bem aquilo que ele desejava falar. Não. Vitor queria dizer que, realmente, amava Vicente. Como um bom amigo. Todavia, algo em sua mente o impedia de pronunciar tais palavras. Pois se falasse, poderiam pensar mal dele.

Era o último dia de sua punição. O dia continuou bem, como sempre. O expediente acabou e seus amigos foram dispensados para ir pra casa enquanto ele era obrigado a ficar no quartel devido às suas punições.

No entanto, apenas na sexta-feira, ele poderia sair. Ao acordar, parecia outra pessoa. Levantou-se de sua cama, alongou-se e fez alguns exercícios.

Estava radiante. 

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