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Para um iniciante, o príncipe Ethan North,sabia bem como se posicionar, já que ela não sabia bem o que veio fazer ali, havia chegado a um dia e sua idéia de tentar ser mais que uma mera guardiã estava estagnada, mas ela seguia sua intuição. Ensinar a ele algumas coisas e fazer valer apena todo o seu conhecimento,ser uma professora para ele..mesmo que isso lhe rendia boas risadas.
Ele as vezes tropeçava em suas botas novas. O couro preto brilhante. Isso sem contar com as caras e bocas e alguns xingamentos que ela dava risada.
—Tira suas botas novas, elas estão te atrapalhando.— Ela se dirigiu a ele que ao mesmo tempo se concentrava nós bonecos de palha que havia ali.
—É necessário.. ? não sei se vai ser de bom proveito, está frio.— Ele se voltou a ela com o rosto cansado.
—Bem.. tem algum par velho..poderia ser úteis.
—Você poderia vir comigo e escolher o que será mais proveitoso..eu sou péssimo.
—Esta bem, me leve até seu quarto e me mostre o que tem.
Ambos andaram até o quarto dele. O silêncio incomodava ela. Havia algo confuso na companhia dele. Como se ele estivesse querendo gritar. Isso pois seu maxilar se mexia várias vezes, ela podia sentir a tensão dele, pelo respirar, pela mania de cutucar as unhas e também de estar fazendo caras e bocas sem perceber.
Ao chegarem no quarto dele, a porta dupla indicava que era um gigante cômodo. E ao abrir ele entrou, dando a ela a visão de um luxuoso quarto.
Diferente do quarto dela, esse era um azul celeste, o teto as paredes e até o sofá perto da cama. A coberta era de um vermelho bordô, havia tapetes em cores cinzas perto da cama, e também havia espelhos na lateral do guarda roupa enorme.
Mas o que mais lhe chamou a atenção foi a vista magnífica das águas do mar.bem a frente deles.
—Por favor,entre. Não se acanhe, vou trazer pares de botas, algumas eu iria passar para alguém que precise. Tento sempre estar bem apresentável.
— Pelo que vejo deste quarto já uma enorme fortuna, quão bem está!
—Não sou de contar fortunas e nem ganhos por ser da realeza. Sinceramente não acho tudo isso. Há mais solidão do que uma vida comum.
Ele trouxe os pares e quando dizia ser velhos na visão dele, para ela estavam ainda novos. Talvez o conceito de algo velho para ela seja diferente para ele.
Ela olhou alguns estavam um pouco gasto. Mandou ele usar e tentar se posicionar na posição que ela lhe havia ensinado. Ele o fez e então no quarto par, ela decidiu, ele sorriu e ambos sairam dali.
Eles treinaram, conversaram sobre o mundo, sobre conhecer mais outros lugares, sobre livros e poesia. Também ela lhe contou sobre sua primeira missão, e como quase morreu..e ambos deram muitas risadas.
Logo ele se despediu, estava na hora dele estudar mais sobre leis.. e ela se dirigiu ao quarto. Agora reparando bem como o príncipe Ethan é, ela até que se sentiu confortável em sua presença.
Mal notou que entrou em um corretor diferente.
No qual este, estava espelhado, e no final, havia uma porta preta com a maçaneta dourada.
O que instigada a ver do que se trata, ela deu passos ,com receio, até a porta. Sua intuição dizia para correr, mas a sua curiosidade era maior.
Curioso o resto todo ser branco, portas brancas, e este ser espelhado e uma porta preta.
Ela com medo, coração acelerado e um zumbido no ouvido, tentou abrir a porta mas estava trancada.
Ela forçou a entrada mas não dava.
Enfim ela soltou, e no mesmo instante, algo pelo lado de dentro bateu contra a madeira escura. Fazendo Aurora se assustar e sair dali o mais rápido possível,indo até seu quarto e se trancando lá.
Ela não esperava presenciar algo assim, durante todos os seus trabalhos,ela sempre ia a lugares comuns, mas de longe esse era o mais estranho lugar que já esteve.
Sua cabeça girava e a mente dizia que a morte era iminente. Para aqueles que são guardiões,os portões do abismo da alma está reservado para ela, mesmo que ela houvesse trancado a porta, o chão estava molhado, grudento. Como pode estar descalça,sendo que não havia retirado suas botas?
Ela foi puxada antes mesmo de gritar. Estava de volta ao corredor, a porta foi aberta, a porta preta que revelava a escuridão amedrontadora, convidando ela involuntariamente a entrar.
Ela queria agritar por socorro, mas sua voz foi roubada, ela estava sendo levada por dois serviçais sem rosto.
Aquilo era sua morte? Era sua vez de enlouquecer e ser jogada no precipício das trevas e ser esquecida por seus ganhos e por suas batalhas, sim, ela iria.
Ao entrar contra sua vontade, ela se separou com um ambiente claro, havia no centro deste uma banheira enorme, com um líquido vermelho. Era sangue?
Suas mãos começaram a suar, sua respiração alta agora descompensada tentando entrar nos pulmões e sua voz silenciada. A única coisa que se podia ouvir era gritos de bebês, sendo torturados e o pavor de seu corpo em movimento tentando sair dali, era uma cena de terror, logo se cessou.
Aurora chorosa se virou para a banheira, e de dentro dela saiu Sara, nua porém coberta de um líquido preto.
—A escolhida.— A voz da rainha saiu distorcia, como se ela falasse com raiva e medo, com agonia e um vazio.era absolutamente estranho.
Novamente Aurora batia suas mãos na porta e tentava gritar por Socorro.
Até que a mesma abriu e algo lhe puxou de volta ao quarto. Lhe retirando do corredor,trazendo ela a cama.
Ela deu um salto e puxando a respiração se sentou na cama. Ela havia sonhado..? um terrível sonho pelo visto.
Não se lembrou de ter deitado. Nem de ter retirado os sapatos.
Mas ela sentia o cansaço do treinamento. Lembrou que vagava pelo castelo.
Seria realmente verdade ou fruto de sua imaginação?
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