As portas da sala de reuniões de Klaus estavam abertas. Porta dupla pesada. Claro que Sam estava ali,ele a ajudava ela todos os dias. E depois da morte de seu marido, Sam se prontificou para lhe ajudar até mesmo na mansão. Como mãe e filho. Era adorável ver que ele a cuidava..

Ela entrou um pouco incomoda pela memória fresca que a fez quase parar e sair correndo dali. Ela observou que havia um papel nas mãos de Suzan, ela estava lendo, e o cenho franzido olhava para aquilo muito séria.

—Mandou me chamar?— Aurora não queria ficar muito tempo ali, mas, ela se sentia tão bem, era confuso. A morte é confusa, a vida também.

—Entre e Sam, por favor,nos dê licença.

—Sim, quando precisar..estarei do outro lado.

Fechando as portas, agora as duas estavam a sós. Ela repousou os olhos em Aurora, isso foi estranho mas até ela esticar o braço para que a assassina pegasse o papel.

—O que é isso? Minha carta para me retirar da mansão?

—Não, mas acho que terá que ler para ver o real motivo de ter pedido para Sam sair. Leia..me diga o que acha?

—Pelo acordo do rei para com o líder do reino dos assassinos, selado com os nomes dos líderes abaixo, próprio Klaus fergos de Kaladeya, deixou sob minha escolha,eu Sarah North,de convocar qualquer assassino para proteger a família real ou terras que possam ser invadidas juntamente com seu exército e ajuda de seus assassinos para que assim,úteis em campo contra o inimigo. Peço gentilmente que me envie Aurora Braun, para proteger o príncipe Ethan North,que se encontra agora em Ferdos,e o leve, com vida, para a capital, onde irá fazer o ritual e iniciação de sua coroação, refazendo os acordos para com a líder e um de seus assassinos. A ordem como se chamará, agora pré declarada por nada menos que seu futuro rei.
Ethan North.

Assinado: a rainha, Sarah North.

—Se aceitar a proposta, terá que assinar seu nome,bem como compromisso com a coroa. Se não aceitar, terá que sair. Não foi eu que fiz as regras, concordou quando assinou pela primeira vez então,está fadada até que se retire e suma. É o fardo de qualquer assassino.

Suzan não gostava do fato que aconteceu a anos atrás, Klaus havia dado a cabeça de um por todos. Isso se deu por conta de um rebelde entre eles, e a aliança fortaleceu os negócios, sempre sendo eles, assassinos, lacaios de reis de Austrum. O que seria de geração após geração, eternamente.

Aurora concordou ao assinar o trato, todos presentes naquela mansão estavam cientes do cargo.
Mas qual motivo em específico a rainha de Austrum escolheu ela?

— O que quer dizer com sumir se eu recusar?—perguntou a assassina.

—Não ser mais vista, nem se quer morar aqui, sabe bem o que diz o trato, se caso recusar, a coroa vai querer sua cabeça, se fosse eu antes, no lugar de Klaus, não faria isso, mas, Austrum tem mais doze reinos ao seu favor,ir contra é suicídio.

—Dizem que o rei de Austrum escolheu Sarah North para ser sua por conta da magia em seu sangue. A linhagem que se estendeu até ela como a ligação dos antigos feiticeiros. Deve ser por isso que ela ainda está lá. Por isso me chamou, eu sou a que faz as espadas e os arcos e flechas. Sei bem me proteger..

—Ainda sim,sendo ou não sendo a que sabe bem como se defender,há sorteios de quem é a vez e se recusar, são milhares de exércitos, lacaios e soldados prontos para defender um homem,prontos para ir atrás daquele que virou as costas,este rei tem muitos a seu favor, cujo o poder é as nossas vidas em suas mãos, agora seu filho, que não será diferente dele. Jamais gostei de Ruper, era grosso, rabugento..só os deuses sabem o quão desafiador pode ser quem carrega o título do líder de vocês, é pesado. Mas, tentarei o meu melhor.
O que vai fazer? Tem que decidir.antes do mensageiro passar e recolher tudo.

Ela não tinha opção, era aceitar ou arriscar sua vida. Que droga!

—Vou assinar. Farei o possível para não arriscar a vida do queridinho príncipe. Dizem ser muito mulherengo, adora festas e beber até cair.. Austrum está perdida se ele for o próximo rei. Isso incluí nós.

—Então, sugiro que tente também o seu melhor,nenhuma má imagem cairá sob você se fizer tudo certo. Te desejo sorte.

—Devo avisar o khol.. ele vai enlouquecer.

—Seu irmão ama você,eu vejo que ele fará perguntas, mas ele sabe que também fez o acordo, eu teria escolhido uma vida diferente se fosse eu naquela época. Boa sorte minha querida.

Suzan abraçou Aurora,por um breve momento ela lembrou de Klaus, ele fazia falta,muita. Era sempre bom ouvir seus conselhos, a voz grossa e doce dele depois de dois copos de rum e o bom humor sob as circunstâncias ruins, ele fazia tudo que era caos ser tão leve.
Tão difícil não desmoronar, quando tudo que se encontra ali, relembrava tudo, a infância, os momentos..até mesmo as brigas.

Aurora se retirou e Sam retornou para a sala, ainda bem que ele não fez nenhuma pergunta, ela devia avisar khol sobre a sua nova vida. Iria passar um tempo até que o príncipe Ethan North,fosse coroado, sempre havia riscos, alguns anos antes de Ruper ser coroado, alguns rebeldes tentaram matar o rei, isso custou a vida de dois assassinos.

Por isso a aliança fortaleceu ainda mais a ligação, eram treinados sem cessar, o que lhes davam mais chances de sair de uma enrascada.

Mas a jovem também odiava tudo, ora temperamental.

Ao entrar no quarto avistou de imediato khol sentado na parte de pmadeira,no estofado que havia na janela, dando a visão do lado de fora.. era ótimo para ler.

—Esteve na sala dele novamente?– khol estava com roupas claras, era tarde da noite, ele sempre ia ao quarto dela e dormia ao seu lado. Seu cabelo molhado deixava a beleza dele mais realssada e seu olhos heterocromaticos em azul e mel, fazia o resto ser tão delicado, era um homem muito bonito..as vezes Aurora achava que khol estava na vida errada. Ele não tinha nenhuma cicatriz, e como Aurora, era um ser bem diferente de muitos.
Ele parecia ser parte realeza, mas a vida cruel dele também fazia ser parte do povo, um mero plebeu que nasceu num corpo muito atraente. Daria um ótimo rei..se essa fosse sua sorte.

—Precisamos conversar, eu terei de partir para Austrum.. rumo ao norte, em Ferdos.

—Mas para quê?—perguntou ele se levantando e indo até a cama, ele se sentou e recostou as costas na parede, ela retirou os sapatos e somente com o vestido, subiu a cama e se sentou perto dele.
Era nítido em sua face que ele estava esperando uma resposta clara,mas, não precisou muito. Ele já havia entendido.

—Uma nova vida..uma missão. O que querem desta vez? Da última vez,dois de nós morreu salvando o querido rei Ruper.. sem falar nas cabeças que mandaram buscar.
Meros lacaios por moedas de cobre, isso sem dizer que são poucas o que vai contra até mesmo o acordo.

—Não quero brigar. Nem quero ser peso de ninguém, não posso recusar se não..

—Terá que sumir. Isso se não te matarem primeiro. Droga de acordo.

—khol, não fique chateado. Será por pouco tempo. Até ele ser coroado.

—O próximo rei é o filho, Ethan North..terá que tomar cuidado. Ele já tem alguns inimigos,pessoas da corte Leste querem a cabeça dele por conta de algumas damas na qual ele andou se engraçando.

—A reputação dele é baixa. Isso sem dizer nas filhas do lorde Dominic, uma delas engravidou, o boato se espalhou, sabemos que são bem poderosos. Ainda me admira um deles ter tanta regalias assim.

—Eles não fazem nada a não ser decidir a vida do povo e retirar o pouco de cada um, para si. São estúpidos, e nós ainda mais por servir. Somos escudos deles até que o próximo sirva e seremos descartados. Odeio está vida.

Ele se deitou frustrado, eles não tinham família a não ser eles mesmos. Era cruel para com cada um. Eles dormiam juntos mas, o sentimento era outro.
Aurora sabia bem dos reais sentimentos dele, ela também queria retribuir,mas..

—Queria te levar para minha terra, construir nosso comércio, família e sermos meros plebeus. Sem essa responsabilidade dirigida aos da realeza.

—Não podemos. Seríamos caçados e torturados,mortos.

—Queria poder te beijar.

Ele se esticou perto dela, já que ambos deitados podiam deixar se levar pelo sentimento, mas, eles não podiam dar vez a isso. Seria como se assumir.
Ele sentia no fundo de seu peito, o quão bom seria poder beijar ela. Ela queria também,tinha curiosidade.

Mas mesmo assim, ele colou o rosto dele no dela. Quase que suas bocas se tocaram, mas, por interferencia dela, não o fez.

—Eu queria saber como é. Como seria, como iríamos fazer a vida além disso.

—Droga de vida.

Ele se levantou e saiu sem dar chance a ela de o ter pela noite.. seria sua última noite na mansão.
Ela queria poder dormir ao lado dele, sentir o cheiro de banho tomado, ou somente olhar ele dormindo. Por anos eles faziam isso, desde a noite que ele reclamou para ela sobre o pesadelo de ser sozinho no mundo. Desde então, ele dormia com ela. Todos tinham conhecimento disso..mas por respeito ao que representava os títulos deles.. não ultrapassavam o limite.

Ela deitou de costas para o teto, passando os dedos no chão procurando a custura do tapete, ela pensou em como seria agora o príncipe. Jamais o viu de perto.

Quem diria que uma assassina estava ligada ao destino de um príncipe.

Que ótimo!