O castelo medonho e totalmente escuro,o reino ,o centro de tudo..

Austrum.

Fazia anos que ela não via aquele enfadonho amontoados de pedras escuras, era diferente do castelo branco, era tenebroso olhar tanto procurando um certo padrão de construção..mas ela não queria saber como foi construído, e sim, o que havia dentro.

Ela jamais entrou, na época da coroação do segundo rei de pico Dourado,o que  foi ali mesmo, ela não entrou. E  havia somente participado da coroação, depois disso ela não ficou, voltou a Kaladeya  e jamais pisou novamente nas terras místicas de Austrum.

Mas ali estava ela. E com uma vontade enorme de vomitar suas tripas,ao ver um homem alto, magro demais, com feições fora do comum, seus olhos eram esbugalhados não tinha cílios,a cara parecia sem vida, ele não tinha sobrancelhas,cabelos fino e escuros,lisos e parecia mais sujos que o comum, seus lábios eram finos e ele andava como se fosse cair e quebrar.

Isso fez Aurora querer segurar a pobre criatura, mas, também estava meia intimidada com a aparência estranha do pobre  homem, suas vestes eram escuras, ele vestia um gibão que mais parecia fino trapo costurado a algo que Aurora podia jurar ser tecido de saco de batatas, estava frio e a pobre criatura estava assim? Suas calças era também escuras e desleixadas e sapatos diferentes dos demais.ele não piscou uma única vez e estendeu a assassina um papel amarelo, trazendo consigo uma pena que pingava a tinta preta.

Ela assinou o nome e para sua surpresa, a rainha os recebeu. Ethan logo estranhou.
Como podia estar tão bem ..e eles passaram sufuco?!

Talvez ela esteja fora de perigo, foi o que Aurora pensou. Mas a face da rainha ainda dava desconforto nela.

Ethan foi abraçado inesperadamente, e para Aurora foi uma recepção um tanto estranha, era óbvio que não eram acostumados a ser afetuosos. E mesmo que a mãe ainda o abraçasse de forma forçada, Ethan apenas retribuiu com tapinhas de leve nas costas de sua mãe.

—Demorou muito, está tudo bem com os dois?—ela perguntou olhando diretamente para a assassina que retirou o manto e balançou a cabeça afirmando que estavam. Ethan fez o mesmo.

Ambos então seguiram a rainha para dentro do castelo .. Aurora engoliu em seco e deu dois passos até subir os degraus.

Não tinha mais volta, ela estava em Austrum. Por anos ouviu histórias daquele lugar, lugar que muitas das vezes deixava algumas pessoas com a mente pertubada. Isso não era nada acolhedor.. tão pouco convidativo.

E mais uma vez ela suspirou, como se dissesse —que ótimo— interiormente é claro.

As portas redondas de madeira crua se abriram rangendo em um grito das dobradiças, era um som agoniante.

Mas o que mais surpreendeu era o ambiente dentro.
Estranhamente parecido com da mansão em Kaladeya. Ela se sentiu confortável mas nem tanto..era um sensação desconhecida.

Ethan subiu logo as escadas e parou na parte de cima no último degrau da escada.

—Venha Aurora.. vou lhe mostrar onde ficará. Desta vez perto do meu quarto..

—Ethan, ela tem que ficar no quarto da ala sudoeste .. não Leste.—disse a rainha. Ela vestia um vestido azul celeste muito bufante. E os cabelos pretos preso ao um coque maior ué sua cabeça. Era até engraçado a visão da assassina. Mas a realidade era isso mesmo, todos da realeza era um saco e puro tédio visual e desnecessário.

—Mamãe, eu sou o príncipe, se não fosse por ela hoje e entre outros dias, não estaria vivo. O mínimo que posso dar a ela por esse trabalho, é um quarto digno para seu descanso, não um quarto empoeirado esquecido pelos empregados miseráveis deste enfadonho castelo.
Vamos Aurora, quero que ainda possamos conversar sobre algumas coisas.

Sara obviamente não gostou da atitude do filho, o que não dirigiu nenhuma palavra a ele, que agora esperava a assassina subir as escadas, ela olhava de cima a parte de baixo. O mármore que cobria o chão era cinza escuro, no teto pendia um lustre de vidro que imitava a cor do chão.
Móveis rústicos e escuros também...além disso, perto da sala onde ficava uma enorme lareira havia um piano, preto.

O tapete vermelho sangue seguia da escada principal até o último corredor na qual ambos percorreram até entrar no primeiro quarto.
A porta era bem desenhada. Pesada pelo visto, havia tranca também.

Logo de cara se via uma imensa cama com um acolchoado verde musgo.
Travesseiros brancos, um tapete que se estendia até a janela em cor vermelho bordô.
Havia uma penteadeira em cor tabaco, uma pequena lareira, poltronas direcionadas a lareira. Um guarda roupa pequeno. Era um quarto aconchegante. E a sacada é claro,sem falar que a banheira ficava perto da janela.

—O meu quarto fica ao lado. Se precisar de algo. Vou lhe trazer água para o banho, e comida. Eu trago, não quero os criados daqui lhe pertubando.. sei que vai dizer que não posso pois serei um rei logo, mas, eu não quero ser um homem a sentar em um trono de pedra,madeira ou  o que seja feito,para me tornar frio com as pessoas..ainda mais você que me deu dias que fez sentido a minha existência.

—Quantas palavras certinhas para um príncipe. Andou estudando tanto..o que mais há aí para ser dito?

—Um obrigado por isso.

Ela ficou surpresa por isso, jamais foram gentis com ela. E talvez a reputação dele não seja assim tanto gritante, como haviam dito sobre ele.
Ele não foi rude, nem galanteador,mais foi gentil.

Ele se agachou perto da lareira, pondo dois tocos grossos dentro e com um pedaço de madeira, ele colocou na chama da vela, pondo entre os tocos, até que pegasse fogo..

Ele ficou admirando a chama e por um tempo o calor  se fazia cada vez mais presente.

—Eu preciso de sua ajuda. É que, não confio em minha mãe.

—O que está tentando me dizer Ethan?—ela se agachou e fixou os olhos nele.

Ele deixou uma lágrima escorrer. E enfim disse:

—Acho que sei quem pagou os assassinos ..acho que foi minha mãe.

A RAINHA, foi ela que pagou os assassinos?

Era o que ecoava na mente de Aurora.