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14. Temor

#CodinomeFlamingo

E a dúvida daquela velha pergunta ainda não fora sanada. Afinal, o que é o amor?

"[...] é fogo que arde sem se ver. É ferida que dói, e não se sente"? Para Platão, o amor se chama Eros, filho de Penia – a personificação da pobreza – e por isso, é carente. É falta, necessidade daquilo que não possui.

Mas Aristóteles já dizia o contrário, existe um outro tipo de amor: Philia, que quer dizer amizade. E para este, na mesma medida em que há reciprocidade, também é necessário que haja desinteresse. As pessoas procuram fazer o bem, tanto para si mesmos, quanto para o outro.

Na Idade Média, os filósofos cristãos direcionavam o amor a Deus, sem qualquer inclinação para coisas terrenas e materiais. O prazer da carne era condenado, pois era pela sedução do corpo que as investidas demoníacas aconteciam.

E Agostinho de Hipona dizia que era impossível amar o desconhecido, porque ao invés de causar amor, o que surge é o temor. É preciso entender o universo do outro para, só então, amá-lo.

Para Park Jimin, o amor por si só era o mais puro sinônimo de temor. Quanto mais se aproximava da resposta, mais ele tentava se afastar, em uma fuga incansável, mas que no fim, sempre obtinha o desconhecido como resposta. Mas que agora, ele já não conseguia deixar de relacionar a um nome e sobrenome.

A tarde começava a dar os primeiros sinais de que o seu fim estava próximo. O sol já não era tão radiante, nem o céu era tão vivo em seu azul celeste e uma brisa fresca balançava as árvores que acompanhavam a passarela central da universidade. Os fios negros de Jimin dançavam na mesma velocidade lenta dos castanhos de Taehyung e as roupas escuras que vestia já não eram um incômodo, pelo menos dentro do campus, onde tudo sempre parecia tão fresco em comparação com o amontoado de cimento da cidade do lado de fora.

Andavam lado a lado, mas nada diziam. Taehyung estava cansado de falar sozinho e não obter qualquer resposta do amigo, que parecia tão perdido dentro de si mesmo e checava o celular a cada cinco minutos. Queria ajudá-lo, mas Jimin preferia ficar na dele e não poderia forçá-lo a contar algo que não queria. O que restava era apenas esperar para que o que tanto suspeitava, fosse dito pela voz tão conhecida do moreno. Os dois se conheciam muito bem para que Taehyung tivesse suas dúvidas, mas como aquele fato era inédito, ele ainda possuía incertezas.

Mas talvez não precisasse esperar tanto tempo para que todas as suas dúvidas fossem sanadas, a julgar pela forma como Jimin estancou no chão de repente e os seus olhos se arregalaram, acompanhados de um suspiro surpreso. Se não fossem pelos carros que passavam pela avenida logo em frente a Yonsei, talvez Taehyung conseguisse ouvir as batidas do coração do amigo. Acompanhou com a cabeça para onde os olhos de Jimin estavam presos e não se surpreendeu ao ver a caminhonete do Flamingo, que já não era estranha para si, do outro lado da rua.

— Espero que exista um bom motivo pra você deixar de me contar sobre a sua vida. — Jimin ouviu a frase e sentiu a mágoa que o seu silêncio provocava, mas nada conseguiu responder. Estava perdido demais com tudo o que sentia e a presença daquele que tudo causava, bem ali, à sua frente. O corpo escondido pela lataria da caminhonete e só o que conseguia ver eram os olhos de universo sorrindo entre os braços apoiados no teto do automóvel. Olhou para o lado, completamente perdido, e já não havia mais ninguém ali.

Em passos lentos e de pernas trêmulas, atravessou a rua para encontrá-lo, mas ao mesmo tempo, uma vontade incessante de correr para longe o afogou. A combinação do ritmo frenético de seu coração e as borboletas em seu estômago era coisa demais para assimilar, ainda mais porque não era o Flamingo ali o esperando e sim e apenas, Jeon Jeongguk, vestindo uma camiseta branca grande e larga, junto com o jeans claro e rasgado em conjunto com o velho par de all star chuck taylor preto.

— Oi. — E o sorriso já não era só dos olhos, mas dos lábios tímidos que escondiam os dentes, do nariz que se enrugava e da mente confusa que se questionava o motivo do corpo de Jimin estar tão longe do seu.

— Você pintou o cabelo. — Disse nervoso, apertando a mão suada na alça da bolsa carteiro, finalmente lendo a resposta da mensagem que enviara horas atrás.

— E você cortou o seu. — Reparou em como gostava da forma como as laterais dos fios eram tão baixas e as pequenas argolas que enfeitavam as orelhas ficavam mais à mostra, evidenciando o rosto bonito de bochechas vermelhas.

— Você sumiu. — Não conseguiu deixar de repetir o texto da mensagem e de dar um passo em direção ao corpo encostado na caminhonete. Os braços de Jeongguk se esticaram para tocar a pele bronzeada de Jimin, que logo permitiu ser agarrado, não conseguindo escapar da sensação gostosa que era ter as mãos do tatuado em contato com a sua pele, se perdendo no abraço que o fazia se esquecer de onde estava.

— Ah neném, me desculpa. — As mãos grandes de Jeongguk eram firmes na pele exposta da cintura, graças a camisa que era feita sob medida para se levantar a cada movimento brusco. A voz macia tão perto do ouvido era baixa, quase um sussurro carregado de dor, saudade e uma vontade incessante de não querer que Jimin se misturasse com o caos de sua vida. Mas talvez, naquele ponto de intimidade que alcançaram, quase sem querer, já não era possível fazer essa separação. — É que eu tava uma bagunça.

— O que aconteceu? — O cheiro de Jeongguk não era apenas um afago soprado em sua direção e sim, um maremoto do qual ele não buscava salvação. Estranhava a vontade de se perder na linha do pescoço alheio e sentir na ponta dos dedos a maciez da nuca cheirosa, mas não fazia questão alguma de se afastar.

— Quer dar um passeio comigo? — Buscou os olhos de Jimin, se afastando para fitá-lo e percebendo-os tão perdidos em cada detalhe de seu rosto. Não precisava dizer muita coisa quando todas as ações de seu corpo entregavam que o coração apertado sentia medo de ser machucado, mas ao mesmo tempo, se questionava o porquê de se sentir tão inteiro.

O silêncio foi companheiro por todo o percurso. Jimin nem ao menos questionou para onde estavam indo, já que em sua mente, inúmeras perguntas surgiam, mas todas possuíam a mesma resposta. Por que se preocupava tanto com a ausência de Jeongguk e por que ele não se importava em dar explicações? Por que não perguntava o motivo da curiosidade? Por que não se afastava de uma vez e por que Jimin não conseguia deixar de procurá-lo?

Porque... Bem, ele se recusava a dizer.

E quando a caminhonete estacionou no topo de um morro do estacionamento do parque da cidade e Jimin permaneceu exatamente onde estava, Jeongguk se virou para ele confuso e perguntou: — Por que você tá tão longe? Vem aqui, bebê.

E as mãos de Jeongguk o puxaram para mais perto, não encontrando qualquer resistência, se perdendo entre os fios bem aparados da nuca e beijando o canto da boca antes de encontrar o gosto fresco de menta dos lábios de Jimin. O corpo completamente vulnerável nada conseguia fazer, apenas se perdia em todos os toques e no beijo lento, que parecia saborear cada canto da boca, arrancando-lhe suspiros e quase sentindo o sabor do medo de amar que vinha da ponta da língua de Jimin, se misturando com o gosto doce de querer ser amado de Jeongguk.

— Desculpa por não ter dado notícias, eu disse que as coisas seriam complicadas naquele dia e realmente foram. — Seus olhos se mantiveram fechados e logo sentiu as palmas quentes de Jimin repousadas em seu rosto, as testas coladas, as respirações se confundindo e os lábios mudos do moreno ainda processavam toda a enxurrada de sensações que o beijo ainda provocava em si. — Eu fui levado até Busan.

— O que? Por que? Pra que? — Os olhos de Jimin se arregalaram em preocupação e as frases, mesmo curtas, foram ditas atropeladas, quase gaguejadas.

— Eu não queria te colocar dentro dessa confusão, mas não sei porquê eu tenho essa necessidade de falar com você. — Necessidade. Jimin repetiu mentalmente e engoliu um suspiro, agradecendo aos céus pelos olhos de Jeongguk ainda estarem fechados e não verem a sua feição assustada. Tinha medo daquela palavra. Talvez ele tenha dito sem pensar. — Mas o fato é que eu fui levado até lá pelo meu chefe, você já deve imaginar o porquê. E eu nunca me senti tão vazio, tão perdido e confuso. Eu não reconheci uma rua sequer e eu não queria vê-la, hyung. Mas só porque, no fundo, eu sei que ela não queria me ver também.

— Jeongguk... — Jimin sussurrou e apertou a mão tatuada, afagando as pétalas da rosa, já sendo um costume seu. Inevitável. Necessário... Jamais poderia escutar qualquer frase que saísse daqueles lábios finos e não ser tocado de alguma forma, muito menos deixar de tentar encontrar alguma palavra, algum gesto que servisse de analgésico.

— E sabe o que é pior? — Jimin odiava quando os olhos de universo perdiam o brilho e a cor. — Eu sempre achei que lá fosse o meu lar e quando eu voltasse, teria certeza disso. Mas só o que eu senti foi um vazio, como se eu não pertencesse a lugar algum.

— Ei... — Era tão fácil para Jimin sentir a dor do outro, mas com Jeongguk tudo era mais intenso. A conexão que existia entre os dois era desastradamente harmônica. E afagando a bochecha dele com o polegar e com os olhos bonitos tão cativos sobre si, tudo fazia sentido, mesmo quando não deveria fazer. — Você pertence aonde você quiser. O seu lar é você quem diz onde vai ser. Quer que seja aqui, nessa caminhonete com a visão do pôr do sol que está por vir? Então será. — Só se permitiu sorrir quando os lábios de Jeongguk, mesmo tímidos, pintaram um sorriso capaz de levar para longe todas as suas inquietações, o fazendo se concentrar no que sentia aqui e agora. — Como imagina que o seu lar seja? Fecha os olhos e imagina o cheiro, o som...

— Eu imagino um lugar de paredes pintadas com desenhos meus e ao fundo escuto o zunido de uma máquina de tatuar e, a risada do meu amigo Hoseok. — Sorriu mais aberto ao perceber que esse lugar já existia, mas interrompeu a divagação por não poder sonhar muito alto, afinal, Baekhyun ainda existia e comandava a sua vida. Seu chefe o ensinara que não poderia o esquecer e Jeongguk aprendera a lição como um aluno dedicado. — Mas não dá pra chamar esse lar de meu, não enquanto tudo ao meu redor me prende a ser o que eu sou.

— E quem você é?

— Eu sou um traficante. — Nunca disse tal frase em voz alta. As palavras não doíam, somente o fato de ser algo incontestável.

— Deixa eu te explicar uma coisa. — Mesmo que a sua voz fosse macia, havia uma nuance de firmeza que era necessária naquele momento. — Existe uma grande diferença entre os verbos ser e estar. — Jeongguk se concentrou nos olhos que pareciam maiores e nas palavras que saíam da boca carnuda. — Ser é uma condição imutável, então você não é um traficante, tá me ouvindo? — Fez que sim com a cabeça e esperou o moreno continuar. — Estar já é uma condição transitória. Não sei o que te prende a isso, mas você só está sujeito a essa circunstância, um dia vai acabar.

— Você acredita em mim, hyung? — Jeongguk entrelaçou os dedos nos de Jimin, sentindo que o peso não era completamente retirado de seus ombros, mas sim, dividido.

— Eu acredito, mas você precisa acreditar em si mesmo também. — O mais novo apertou os lábios e concordou com a cabeça, digerindo tudo o que havia escutado.

Jimin o fazia questionar a vida de um jeito que nunca havia feito antes e ele não sentia medo de se virar do avesso para que o outro enxergasse toda a profundidade de suas cicatrizes, porque sentia que junto a ele, a melhor parte de si florescia, como uma rosa em plena primavera, mas que não morria quando o seu fim, enfim, chegasse. Não havia como tatuar aquilo, porque não poderia ser fotografia na pele, muda e imutável, mas sim, sempre em movimento, em ascensão. E nada nem ninguém poderia privá-lo de alcançar o que ele realmente era, já que no fim, tudo sempre esteve dentro de si. Ele só precisava acreditar.

— Como que você faz isso, hein? — Jeongguk afundou o nariz na cabeleira escura de Jimin e sorriu ao sentir o cheiro daquele mesmo shampoo, que dias atrás, ficara impregnado em seu próprio cabelo.

— Isso o que? — Sorriu com a textura tranquila da voz e com o braço que circundava o seu ombro, o levando para mais perto do corpo alheio e só com isso, Jimin já sabia que o cheiro de Jeongguk ficaria cravado em suas vestes.

— Faz tudo ficar mais leve... — Suspirou quase cansado, fitando o horizonte recortado pelo para-brisa. — Só espero que não fique mais pesado pra você.

— Não fica, não, bebê. — E Jimin sabia que jamais ficaria só pelo cuidado que o tatuado transparecia em suas palavras. — Sabe o que a gente podia fazer?

— O que? — O olhou de volta, esperando resposta.

— Topa ir ao show da minha banda preferida comigo? — Arqueou as sobrancelhas duas vezes e abriu um sorriso que era capaz de fazer qualquer um concordar com o que ele quisesse.

— E qual é a sua banda preferida? — Jeongguk perguntou tentando se recordar de todas as músicas que ouviram juntos naquele dia chuvoso, mas Jimin não pareceu animado com nenhuma delas.

— Bring me the horizon. — E assim que Jimin pronunciou o último fonema, seu rosto foi inteiramente tomado por beijos e a sua cabeça segurada, para que assim, não escapasse da enxurrada de lábios molhados que atingiam a sua pele.

— Essa é a minha banda preferida! — Jeongguk exclamou animado, dando ênfase em cada palavra, fazendo-o gargalhar ao ponto dos seus olhos se fecharem por completo. — Poxa Jimin, você quer roubar tudo o que é meu: meus pensamentos, meu coração e agora, a minha banda favorita.

E os olhos que antes assumiam uma linha de pálpebras cerradas, se arregalaram em câmera lenta. E o sorriso alto que reverberava por toda a caminhonete, morria aos poucos. Mas Jeongguk não se arrependia do que havia dito e nem achava um motivo que fosse capaz de espantar para longe a voz que se repetia incessantemente dentro de sua cabeça: "É tudo seu, Jimin".

E os olhos de universo fitavam de forma carinhosa os orbes assustados, mas que se permitiam mergulhar em todo o mar de estrelas alheio. Mesmo que o coração pulsasse nervoso em busca de fuga, Jimin não conseguia ir muito longe. Ele não queria. E se entregava aos toques das mãos calejadas, tão cansadas de tocarem o vazio tão repleto de solidão e negação, que tateavam cegamente a procura de alguém que quisesse ficar.

E encontrou.

Mas Jimin o beijava com as mãos repousadas sobre o coração, o segurando para não transbordar, assustado com a intensidade do que sentia e nunca, jamais, desejando sentir menos do que aquilo: A pele arrepiada com cada mínimo toque da ponta dos dedos. Os músculos molhados que se encontravam e o davam a sensação de estar na beirada de um precipício, sem nunca antes ter desejado tanto se jogar e experienciar toda a sensação de queda livre que a mão grande espalmada em sua nuca, já o fazia sentir.

E quando o lábio inferior de Jimin foi arranhando levemente pelos dentes de Jeongguk, as testas se tocaram e nada mais foi dito. E nem precisavam. Fitaram o horizonte alaranjado com algumas silhuetas de prédios envoltos de uma sombra escura, mas só o que Jimin conseguia observar era o retrovisor que refletia a imagem dos dois juntos, mesmo que ele só tivesse olhos para Jeongguk.

Eram bonitos juntos, não havia como negar. O reflexo dos dois o fazia recitar um verso de uma poesia ainda inexistente, algo que precisava ser escrito por ele, mesmo que se julgasse covarde por espantar tais pensamentos, mas era corajoso o suficiente para manter os olhos abertos.

E com um gosto de morango silvestre na boca, não conseguiu deixar de se lembrar de um certo verso registrado em seu tão amado livro: "[...] o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro, e vice-versa. Como se houvesse, entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia."¹

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