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Capítulo Oito

Minha decisão está tomada desde ontem. Sei o que tenho que fazer, quando fazer e como fazer. Passei metade da noite revirando-me nos lençóis e planejando meus passos. Nada ficará em meu caminho dessa vez.

Liguei para Ludame, minha amiga e secretária, há horas atrás e avisei que estava indo trabalhar, recebendo um suspiro de alívio como resposta. Um alívio que será bem curto.

Nem com um milhão de desculpas, conseguiria que meus seguranças relaxassem a vigilância em cima de mim, então nem tento me livrar deles, apenas aviso onde estou indo e todo uma rota é montada para qualquer emergência.

Quando chego ao prédio, utilizo o elevador privado para evitar encontrar meus funcionários, que certamente têm muitos 'você está bem?' para perguntar, mas os 'sim, estou bem' que terei que responder não cabem na agenda diária. Jerffins não questiona minha escolha, acho que até prefere.

— Preciso de privacidade — digo, assim que piso fora do elevador. Jerffins assente, e dá alguma ordem no ponto para que as câmeras do meu escritório sejam monitoradas com mais veracidade agora que estou dentro dele.

Minha sala, assim como o escritório de minha casa, é dividido por paredes inteiras de vidro, o que não ajuda com o andamento do plano, no entanto já havia visado esse problema e tenho a solução enfeitando meu pulso.

Ludame, assim que coloca seus olhos em mim, corre em minha direção e me abraça. É o primeiro contato humano que, em semanas, retribuo com a mesma intensidade. Ela tem um cheiro adocicado e traz a sensação de familiaridade.

— Senti sua falta — diz Ludame, a voz embargada. Segura meu rosto com as duas mãos. — Nunca mais seja sequestrada, me ouviu? Não sabe quanto trabalho eu tive que assumir durante sua folguinha.

Rio, porque isso é exatamente o que estava esperando. Ela tem a habilidade de reduzir problemas à relevância mínima, e tudo que eu preciso no momento, é não conversar sobre o sequestro e suas consequências.

— Não acho que ser sequestrada conta como folga.

— Ah, se você estava fora deste lugar, então foi uma folga, sim — ela anda até à minha mesa e começa a recolher suas coisas.

Apesar de eu chamar Ludame de secretária, ela é muito mais que isso. Resumidamente, ela é meu braço direito na empresa, e em minha ausência, ela assume todo o meu trabalho. Logicamente, o Conselho e a Mesa de Acionistas odeiam o fato, mas a última palavra é minha e eu nunca confiaria em alguém além de Ludame para administrar minha empresa.

— Sabe quão difícil é ser você? Não sei como suporta. Vou precisar de um mês de massagens para me recuperar — exclama, dramática. Leva a caixa com suas coisas para sua própria mesa, que fica do outro lado do cômodo.

— É por isso que trouxe ajuda — anuncio, indo até o meu computador e conectando minha pulseira. Vox vem à vida no mesmo instante.

— Você trouxe Vox? — Ludame profere, batendo palminhas. — Não brinca! Agora sim vai ficar divertido, o velho Trej está ficando para trás.

Vox não tem licença para ser utilizada em rede empresarial, então nunca pude trazê-la ao trabalho por motivos de segurança. Dentro da empresa, usamos um programa similar à Vox, Trej, porém suas capacidades tiveram de ser limitadas para poder ser licenciado.

— Eu ouvi isso — a voz computadorizada de Trej fala.

— Ah, Trej. O ciúmes não lhe faz bem. Não queremos que você dê pane, não é? — Ludame brinca e eu rio. Amo essa garota.

— É só por alguns minutos — aviso. — Vox, ative a ordem 875, por favor.

— Que ordem é essa? — pergunta Ludame, confusa.

Apenas espero que Vox faça sua mágica. Ontem à noite, no momento em que decidi o que fazer, pensei em cada detalhe, inclusive nas câmeras e paredes de vidro. Se eu ativasse a reflexão das paredes, cegando a visão do interior da sala, Jerffins iria desconfiar no mesmo instante. Então, para que tudo ocorra como deve, criei a ordem 875, onde Vox projeta tanto nas paredes quanto nas câmeras, vídeos em repetição onde eu e Ludame estamos apenas trabalhando e não fazendo nada suspeito.

— Ordem 875 ativada. Vocês não estão sendo vistas ou ouvidas — Vox diz, arrancando uma careta desconfiada de Ludame.

— O que vamos fazer que não podemos ser vistas e ouvidas?

— Vox, redija um contrato de substituição de Chefe Executivo com o nome de Ludame Akello.

— Como é? — minha amiga pergunta, completamente pasma. — De qual altura você caiu quando bateu a cabeça?

— Não bati a cabeça.

— E qual motivo justifica o fato de você estar passando sua empresa para mim, além de cérebro terrivelmente danificado?

— Se eu te contasse, estaria colocando a sua vida em risco, e eu te amo demais para ser egoísta agora — encaro-a, para que entenda a seriedade da situação.

— Tudo bem — ela cruza os braços, magoada. — Então eu vou falar com seu segurança, talvez ele saiba o que está acontecendo — caminha até à porta, e deixo que tente.

— A porta não vai abrir — confesso, apontando para Vox.

— Aurora, você não pode sair hackeando as coisas assim — solta um murmúrio irritado quando não consegue abrir a porta. — Vox, sua traíra. Eu gostava de você.

Vou até meu armário e escolho algumas roupas que mantenho ali para emergências. Não acho que será muito prático chegar em uma Base Rebelde de terninho e salto alto, então troco a roupa sofisticada por calças de couro que ajustam a temperatura do corpo, blusa e jaqueta que contém a mesma tecnologia, além de um par de sapatos que muda de forma para melhor atender ao terreno em que está sendo pisado.

Ludame observa tudo com muita curiosidade, mas não diz nada. Ando até minha mesa novamente e faço a próxima coisa que vai matá-la do coração: transfiro todo o dinheiro da minha conta pessoal para a de Ludame. Transfiro metade do dinheiro da conta conjunta que tenho com Eunjin para meu pai. Não deixarei que meu marido tenha um centavo do que é meu, do que eu lutei para conseguir.

— Ludame, você recebeu uma transferência bancária — Trej anuncia.

— De quem? — Ludame questiona.

— Aurora Park.

Quando Trej diz o valor da transação, ela fica imóvel, o rosto desconfigurado em horror. Parece que acabou de presenciar a cabeça de alguém sendo arrancada do corpo.

— O que você fez?

— Parabéns, você acabou de ganhar um filho — digo, sarcástica. Ela continua inerte, mas não tenho tempo para amenizar sua confusão e sigo para o próximo passo:

— Vox, prepare um contrato de divórcio com o nome de Eunjin e o meu, por favor.

— O quê?! — Ludame grita. Assino os papéis do divórcio assim que Vox os mostra. — O que está acontecendo? Minha cabeça está explodindo em mil pedacinhos, Aurora.

— Ludame, eu preciso que você se acalme — vou até ela, segurando seus ombros com firmeza. — Eu não posso te dizer o que estou fazendo, mas preciso que confie em mim.

— Eu confio, só que... — seus olhos imploram por uma explicação.

— A única coisa que posso te dizer é que estou indo embora.

— Tudo bem. Ok. Isso explica a empresa e o dinheiro. Tudo bem. — Respira fundo algumas vezes. — Mas e o divórcio?

— Eunjin não é quem parece ser — dou de ombros, cansada.

— Por que está indo embora? Você simplesmente vai abandonar tudo, assim... — ela estala os dedos.

— Não estou abandonando nada. Confio em você para cuidar de tudo.

— E isso é completamente normal, não é? Aurora... eu sei o que essa empresa significa para você. Eu sei o que você teve que fazer, os leões que teve que matar para construir esse império, então me perdoe se não consigo achar qualquer lógica em tudo isso.

Respiro fundo, sentindo meus olhos marejarem. Explicar tudo para Ludame é como cravar uma faca em meu peito, porque dizer em voz alta torna mágoa em uma realidade absoluta. Palavras não podem ser removidas. O que foi dito não pode ser apagado. Minha dor se tornará palpável no momento em que as palavras saírem da minha boca.

— Meu irmão está vivo — começo, relutante. Minha garganta arde a cada sílaba. — Kard é um assassino, Ludame. Durante quinze anos, ele estava vivo e era uma arma do governo. As verdades que considerei absolutas, foram massacradas em mentiras agonizantes — ela ouve tudo com os olhos verdes arregalados.

— Eunjin... sabia de tudo, desde sempre. Ele supervisiona cada passo de meu irmão. Minha mãe assinou todos os papéis que transformam Kard em uma máquina. Ela também sabe de tudo.

Com os estilhaços da bomba cravados na pele de Ludame, seus joelhos cedem abruptamente e ela cai na poltrona atrás de si. Ajoelho-me à mesma altura, segurando sua mão, não para confortá-la, mas porque preciso do conforto dela.

— Sinto muito, Aurora — ela diz, sincera. Não há muito mais a se dizer, além de sinto muito.

— Eu sei — asseguro. Porque preciso redirecionar o clima, pergunto: — Você se lembra de ter me questionado uma vez, se eu pudesse mudar qualquer coisa, o que seria?

— Sim. Estava fazendo um teste de personalidade — dá de ombros, e eu rio. Típico de Ludame.

— Esta sou eu, mudando o que eu quero — levanto, estendendo a mão para que ela faça o mesmo. — Seja melhor que eu nisso, querida. Não confie em ninguém. Não se conforme. Mude o mundo inteiro, se desejar. Agora você pode.

Ela assente, um novo brilho no olhar. Assino o contrato de substituição e ela também o faz, com os dedos trêmulos.

Então, com um último abraço e uma promessa de que isso não é um adeus, uso a saída de emergência da minha sala para subir ao terraço. Busco em meu sutiã o dispositivo de localização que Kwame me deu. Tudo se resume a este botão. No momento que eu apertá-lo, estarei selando minha decisão. Estarei selando meu futuro. Estarei deixando tudo e todos que conheço para trás.

Estarei indo embora.

Aperto o botão e espero.

***

— Você sabe quão difícil é entrar nessa cidade? — é a primeira coisa que Gwen fala, assim que pousa a Axus no terraço do prédio. Passa as costas da mão na testa, ofegante.

— Minha empresa desenvolveu quase sessenta por cento dos sistemas de segurança, então sim, posso ter uma ideia — dou de ombros, caminhando para entrar na nave.

— Isso não é inteligente de se dizer na frente de uma rebelde — murmura, entrando logo atrás de mim.

— Eu sou muito importante para ser morta — replico, convencida, apenas para irritá-la. Sento na cadeira acolchoada ao lado do piloto, sem me importar com os cintos.

— Superestimada, é o que você é — ela se acomoda em seu lugar, cruzando os braços. — Preciso fazer algumas perguntas, antes de levá-la para se sentar à mesa do rei.

Assenti, incentivando-a a continuar, apesar de não ter entendido o que ela quis dizer com aquela frase. Ela respira fundo, balançando uma das pernas descontroladamente.

— Qual o seu plano? Quero dizer... o que você vai fazer? Eu preciso saber se não estou simplesmente dando uma de guia turístico, oferecendo carona grátis para as montanhas e fazendo um tour por terras desconhecidas de Magna.

— Não é isso.

— Espero que você entenda o motivo do meu receio. Eu não confio em você — enfatiza as palavras, como se eu tivesse três anos de idade.

— Eu não preciso que você confie em mim, Gwen — respondo com sinceridade, minha voz amena. — Porém, os fatos são os fatos. Eu não tenho motivos para continuar aqui, mas eu tenho motivos para ir para lá. A única coisa que importa para mim agora é meu irmão e como irei resgatá-lo. Você pode confiar nisso.

Ela pisca e exala, descruzando os braços e ligando a Axus. Creio que se deu por satisfeita.

Eu poderia estar sentindo mil sensações ou sentimentos agora, como uma pessoa normal estaria. Porém, tudo se resume ao nada.

Sempre fui sistemática e organizada, planejando meus dias, semanas, meses e anos, traçando metas para minha vida pessoal e para a empresa, calculando prós e contras, consequências e benefícios de cada passo. Me dava a sensação de controle, de poder sobre algo muito maior do eu. Era exaustivo, porém sempre funcionou, até muitos dias atrás, quando o destino arrebatou todas as cartas da minha mão, jogou na lama, dançou em cima e depois cuspiu nelas. Posso até ouvi-lo dizendo "RÁ! Por essa você não esperava, bonitinha", e logo depois me dando o dedo do meio.

— Kwame estava certo, sabe? — Gwen diz, depois de vários minutos em que cada uma se prendeu aos seus devaneios.

— Sobre o quê?

— Ele falou uma coisa sobre seus olhos — ela riu, como se aquilo fosse uma lembrança distante. — Eu o ignorei, já você e seu rosto não são meus tópicos preferidos de conversa.

— O que tem meus olhos? — perguntei, curiosa. Não tem nada de excepcional ou terrível nos olhos de uma mulher coreana.

— "Sãos os mais transparentes que já vi, Gwen. Se quiser saber se Aurora Park está sendo honesta, evasiva ou planejando algo, basta olhar aqueles dois círculos castanhos. A resposta sempre está em seus olhos." — ela cita, fazendo uma tentativa de voz masculina.

Estou acostumada a ser analisada e observada, levando em consideração a vida que eu tinha. Estive sempre debaixo dos holofotes, ganhando mais atenção do que eu gostava. Porém esse é um tipo diferente de percepção. É mais íntimo, e não sei o que pensar sobre, realmente.

— Como ele está, a propósito? — pergunto ao invés de comentar mais sobre meus olhos e quão sinceros eles parecem ser. Gwen hesita. Vejo alguns músculos seus retesarem.

— Gwen, o que aconteceu?

Então ela me conta tudo sobre a punição da Floresta, e todo os motivos pelo qual ela é tão temida. Explica todas as regras e praxes e o que deveria ter acontecido pela traição de Kwame. Ele deveria ser realocado, e a punição foi por motivos pessoais de Eunad. Gwen relata como foi mantida presa durante todo o tempo em que Kwame estava sendo preparado para a punição, de modo que não pode fazer nada, e como a posição de Ikari tornou difícil a interferência dela nos planos do Comandante.

A avalanche de informações me despacha tonturas, e eu apoio a cabeça nas mãos. Conforme puxo o ar para dentro dos meus pulmões, o sentimento de culpa me toma de forma inesperada, inundando meu peito e apertando meu coração.

— Não tem nada que possamos fazer — Gwen finaliza, desviando o rosto para o lado.

— Tem que ter — inconformada, tento achar qualquer indício de resolução para àquilo.

— Quando eu chegar, talvez Eunad revogue a punição. Sim! Eu voltar invalida o motivo da traição. Sem crime, sem pena.

— Queria eu que funcionasse assim, Aurora... — ela enfia os dedos nos fios dourados. — Uma punição posta não pode ser anulada. Eunad é o Comandante de todas as Estações, ele está no topo da hierarquia, de forma alguma ele correria o risco de ser visto como fraco e maleável por causa de um homem que odeia.

— Bem, se não por Kwame, então por mim. A Aurora que Eunad conheceu é vulnerável, triste e fraca por todas as perdas que sofri naquele dia. Ele ainda não conheceu a Aurora irritada e determinada. Vou fazer da vida de Eunad Colligan um inferno.

— Será meu prazer ajudá-la nessa tarefa — Gwen sorri diabolicamente. Eu gosto.

— Eu vou tentar trazer Kwame de volta, Gwen. Eu te prometo. 

Notas: Olá, leitores! É isso mesmo, esse capítulo não tem narração do Kwame. Eu seeeei, todo mundo quer saber o que aconteceu com ele, e eu prometo não deixar vocês esperando muito. Já estamos com saudade do nosso rebelde favorito <333 Gostaram de Ludame? Ah, já deixo avisado que logo logo teremos um novo personagem... Enfim, espero que tenham curtido o capítulo. Não esqueça de deixar seu voto e comentário, até logo e se cuidem! 

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