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c a p í t u l o - 1

Edith acordou novamente, agora com a música irritante e fina do seu despertador que avisava a hora de ir para a escola. Ela se levantou preguiçosamente, com as imagens do sonho ainda frescas na memória. A dor das presas, a percepção dos olhos vermelhos e vorazes, o frio da floresta tenebrosa que ainda era visível em seus pelos arrepiados. Não havia como não estar um pouco afetada, afinal, aquilo parecia muito real.

Olhou-se no espelho da penteadeira, os lábios carnudos estavam secos, seu cabelo escuro estava embaraçado e olheiras profundas se mostravam abaixo dos olhos de cores raras, um tom violeta intenso, que fazia seus olhos parecerem duas ametistas. Ela suspirou, pensando se passava ou não maquiagem para esconder as provas de uma noite mal dormida.

Após ir ao banheiro fazer sua higiene pessoal, trocou o pijama azul e roxo de galáxia por seu uniforme escolar, que equivalia a uma saia preta pregueada até os joelhos e uma blusa branca de seda com o brasão do colégio bordado do lado esquerdo, logo acima do seio. Nos pés, colocou um sapato preto de salto baixo.

A jovem desceu as escadas e foi tomar o café da manhã com a mãe, uma mulher quieta, calma e preocupada com a filha. Às vezes, ela era demasiadamente protetora com Edith, que se irritava com isso, mas que mãe não quer proteger sua cria do mundo?

— Bom dia! Fiz panquecas hoje! — disse a mãe, olhando para Edith com doçura, enquanto tomava um grande gole de café em sua caneca branca gigante com a frase "Sra. Sempre Certa". Essa era a definição perfeita da maioria das mães, o que era extremamente divertido. Seus cabelos louros e curtos estavam livres, coisa difícil de acontecer, no entanto, seus olhos não mudaram nada, continuavam piscando com as íris azul-piscina resplandecentes.

Edith não pensava muito no pai. Em seus dezessete anos de vida, nunca chegou a conhecê-lo, sequer sabia seu nome, de onde veio ou como conheceu sua mãe. Nunca recebeu uma resposta concreta, seja lá de quem fosse.

A família de Edith era muito pequena e dispersa, sem ter conhecimento da família paterna e com apenas duas tias, irmãs de sua mãe, que moravam em outro país, Edith apenas tinha a mãe, e a mãe apenas tinha Edith. Então, depois de certo tempo, ela simplesmente parou de perguntar e decidiu esquecer, vivendo sua vida sem sua figura paterna.

Assim que terminou seu café com algumas panquecas em silêncio, Edith colocou o prato e a caneca na pia. Lavou e colocou no escorredor. A mãe continuava na mesa, de pernas cruzadas, agora interessada no jornal do dia.

— Esses jovens de hoje em dia... — resmungou a mãe, enquanto lia o jornal. Sua atitude era normal, afinal o jornal Gazeta tinha noventa por cento de desastres, assassinatos, mortes e roubos e dez por cento de colunas para outras pessoas falarem sobre os mesmos assuntos.

— Cuidado para não se atrasar, Edith — falou ela, olhando para a filha com um sorriso carinhoso.

— Não vou, mãe — Ela deu um risinho, antes de ir escovar os dentes.

Antes de sair, Edith deu um beijo na testa da mãe, a qual retribuiu com um "Se cuide". Já com a mochila xadrez nas costas, ela saiu, fechando a porta atrás de si.

Enquanto caminhava pela calçada, observou a paisagem natural novamente, pois não se cansava. Era um belo bairro, com árvores grandiosas que emanavam ar puro e sombras aconchegantes além de serem morada para diversas espécies animais e de plantas. Poucas pessoas andavam por ali, uma moça com roupas de corrida de cor laranja passou com um poodle na coleira. O cachorro saltitava feliz ao lado da dona.

O vizinho, Fred, acenou-lhe, enquanto aparava a grama, tinha a pele bronzeada e uma barriga avantajada, seus cabelos eram de cor caramelo, assim como seus olhos. Tratando-se da movimentação, passavam pouquíssimos automóveis por ali. Talvez assim, como para Edith, os moradores pensassem que a caminhada ao ar livre fosse revigorante.

O trajeto até a escola era curto, e, em menos de cinco minutos, Edith já estava em seu destino. A aparência do lugar não era a mais bela, com seus muros de quase dois metros de altura, tirando a pequena cerca de arame que se estendia a mais um quarto de metro por cima, a cor verde-claro desbotada e descascada estava coberta por pichações.

A falta de verba não ajudava a inovar a beleza exterior da Escola Santa Maria e a diretora Letícia Albuquerque se importava com coisas mais significativas do que o aspecto exterior. Apresentando dois andares e um ginásio de esportes, não era um dos maiores da região, mas apresentava um bom índice em provas nacionais.

Passando pelo portão de correr que um dia foi prateado, do qual agora caíam ferrugens do tempo e da umidade, Edith foi recebida pela amiga Laura Ewans, com pele negra e cabelos e olhos escuros que chamam atenção por onde passa, ela era dona de um belo corpo curvilíneo e com estatura de modelo. A bela garota batia o pé nervosamente, com as mãos pousadas na cintura fina. Vendo Edith, revirou os olhos e sorriu abertamente aproximando-se.

— Edith! Por que se atrasou? — perguntou, enquanto seguiam pelos largos corredores da escola. Edith só revirou os olhos, sabendo o que viria em seguida, afinal sempre chegava ao mesmo horário.

— Quanto tempo?

— Vinte e sete segundos de diferença com ontem. Cara, mais de vinte segundos! — expressou Laura, fazendo Edith sorrir.

— Quanto tempo de diferença, não? — ironizou Edith — Da próxima vez eu tento demorar mais.

— Claro! Deve ser por causa dessa sua cara de "Ah-mãe-mais-cinco-minutinhos" — Laura imitou a expressão de Edith comicamente.

— Não dormi direito — afirmou Edith.

— Eu acho que percebi — Laura deu um sorriso irônico — Olha o tamanho das suas olheiras! Não tem maquiagem para esconder?

— Laura, vê se eu tenho cara de quem gosta de rebocar a cara a essa hora — Edith falou, rindo.

— Devia cuidar um pouco, mas, e aí, na real, o que aconteceu? — Laura mudou o tom para certa preocupação.

— Tive muitos sonhos ruins, nada de importante, nem me lembro — mentiu Edith, na verdade, contou uma meia-mentira.

— Sei — retrucou a amiga, desconfiada. Laura sabia quando Edith não queria lhe contar algo.

— Sei que sabe! — Edith cortou o assunto — Mas, então, me conta, quais são as novidades? Você está toda saltitante, parece um grilo.

— Estou é? — Laura deu uns pulinhos bobos, rindo, debochada.

— Com certeza! Grilo Falante! Vamos, me conte! — afirmou Edith.

— O Ricardo me convidou pra sair! — contou a morena, dando pulinhos histéricos.

— Não brinca? Sério? — Edith iluminou-se tanto quanto a amiga.

— Sim! — Laura sorria de orelha a orelha.

— Não?!

— Sim!

— Não?!

— Sim! Sim!

Ricardo era um dos jogadores mais importantes do time de futebol da escola, era o zagueiro do time e o melhor jogador. Mesmo sendo o mais cobiçado, não dava atenção para as loucas fãs que o cercavam a todo o momento. O primeiro pensamento é que talvez o belo jovem de cabelo louro e olhos acobreados fosse de boa índole e não apreciasse jovens oferecidas que gritam elogios ou frases abusadas durante seus jogos.

E, como num passe de mágica, o assunto apareceu no caminho das garotas. Elas passaram por um grupo de garotos robustos que estavam sentados em bancos de pedra no pátio do colégio. Laura acenou para o garoto do meio, que retribuiu o gesto, sorrindo. Em volta deles, estavam várias garotas que tentavam de todas as formas chamar a atenção dos jogadores. Com decotes à mostra, saias curtíssimas, batons fortes e movimentos sexys. O único que não dava atenção era Ricardo, que apenas seguia Laura com o olhar. Edith percebeu o modo como o garoto olhava para sua amiga.

— Eu quero ir lá com ele, dar um oi, espantar as piranhas... você se importa?

— Não! Vai lá! Quero ter conhecimento de tudo depois, ok? — pediu Edith, em um sussurro, mesmo um pouco triste pela amiga não querer que ela fosse junto.

De boas! — afirmou à amiga.

Uma das gírias mais utilizadas por Laura era "De boas". Jovens possuem milhares de gírias, e Laura era uma das que mais usava. Às vezes irritava Edith, por ter que traduzir o que a amiga falava, estava pensando seriamente em construir um dicionário de "Laurês".

Edith mudou o trajeto, dirigindo-se para seu armário, enquanto Laura foi atrás dos jogadores, mais especificamente de Ricardo. Os populares não gostavam muito de Edith, e Laura não queria perder a amizade com a amiga, ao mesmo tempo, se preocupava com a imagem diante dos jogadores. Naquela escola, todos apenas achavam Edith estranha e diferente, a garota calada, sem pai, com as melhores notas e nenhum amigo.

Fez a combinação do cadeado, mas ele não abriu então tentou novamente... e nada. Tentou mais uma vez lentamente: um, seis, um, oito e click, o armário abriu. Parecia senha de celular, que depois de bloqueado só abre quando se digita devagar. Selecionou as aulas do dia e colocou os livros no chão, já que Laura não estava ali para ajudá-la, para que pudesse fechar o complicado cadeado.

Assim que se levantou, trazendo consigo os objetos, uma mão com dedos finos, que exibiam espalhafatosos anéis e enormes pulseiras douradas, empurrou seus livros em direção ao mesmo local que estavam.

Quem havia causado este desastre era ninguém menos que Elizabeth Sky, a garota que vocês leitores julgariam como "abusada" ou "oferecida". Em sua companhia, estavam as suas amigas Alice e Isabella, com cabelos louros, ruivos e pretos, respectivamente, vestindo as saias do colégio alguns números menores e saltos de tamanhos extremamente não permitidos. Estas eram as garotas dos jogadores.

— Olhem, meninas, se não é a aberração do colégio, a garota sem papai — disse Elizabeth, as amigas deram risadinhas fanhas e estranhas. — Pobre e solitária Edith, abandonada por ser insuportável.

Edith a observou por alguns instantes, então se abaixou para pegar os livros espalhados. A calma da menina perturbou Elizabeth, que não suportava ser ignorada. Enquanto Edith os recolhia, ela chutou para longe alguns deles antes de sair jogando o cabelo e empinando o nariz cheio de maquiagem.

Usava tanta maquiagem que as más línguas a chamavam de "cara de reboco". Talvez Edith e Laura fossem algumas dessas más línguas. Dizendo o quanto a face dela parecia derreter após uma aula de educação física ou quanto tempo ela passava na frente de um espelho em plena aula de matemática.

Nesse momento, uma sombra alta e robusta se projetou sobre a menina. Oferecendo um dos livros que foi lançado para mais distante, estava um garoto com a camiseta branca perfeitamente arrumada, junto com sua gravata vermelha mais solta, como se usar aquilo o incomodasse.

Mas o observou mais a fundo, Edith só conseguia vê-lo como o jovem do sonho, só que com belos olhos esmeralda. Ele a observava como um déjà vu, sentia que a conhecia, mas sem sucesso em lembrar-se de onde. Os olhos violetas eram estudados com atenção pelos verdes.

— Isto deve ser seu — falou ele, sorrindo, implacável.

Sua voz tinha o timbre perfeito para fazer as mulheres se derreterem na direção de um simples olá. A mente de Edith dizia para fugir ao sentir o mesmo perfume que sentiu durante o sonho, e com razão. Ele observou a cautela que a menina teve ao pegar o livro que segurava.

— Obrigada — agradeceu ela, enrubescendo e colocando seu livro sobre os outros três que já tinha em mãos. O garoto apenas sorria, amigável, fazendo o coração dela disparar.

— Sou Nathan, Nathan Blake — Ele se apresentou, estendendo a mão. A menina, que até agora o observava temerosa, decidiu parar de pensar bobagens e conversar corretamente com o garoto. Aquilo foi só um sonho!

— Meu nome é Edith Engel — respondeu ela, segurando a mão do rapaz e olhando em seus olhos, ela nunca havia visto olhos tão verdes antes, mesmo que os dela também não fossem fáceis de encontrar — Prazer em conhecê-lo.

— O prazer é todo meu — Nathan disse, antes de segurar a mão de Edith e apertá-la.

Um aperto de mão demorado. Ele adorava o efeito que causava e viu o rosto da jovem ficar vermelho de vergonha. Mas, mais que isso, eles sentiam o desconforto e o reconhecimento crescendo cada vez mais. A sensação perdurava e parecia explodir.

— Bem... Edith, você saberia dizer onde é a sala de número quarenta e quatro? Eu mudei de sala e não sei onde fica — indagou Nathan, segurando um papel de transferência. O modo como ele pronunciou o nome dela fez com que ela sorrisse, e a resposta ainda mais.

— É a minha — respondeu ela, embasbacada com o sorriso sem nenhuma presa cruel que Nathan abriu.

— Que ótimo! — exclamou ele, sem se preocupar com nada, caminhando lado a lado com a moça. 

(2164 palavras)

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