Capítulo 6 O Plebeu rico
Quando Park Ji-min terminou de se vestir para seguirem ao casarão Jeon onde ocorria as festividades de noivado, já esperava tomar Kim Kkoch-hee para uma dança. Ele queria saber se a jovem encantadora de puxados olhos e longos cabelos, seria a mesma menininha que conheceu na infância, mas surpreendeu-se ao adentrar o salão e encarar a dama que desejava nos braços de outro homem, ainda mais alguém que não conhecia.
— Quem é ele? — virou o rosto para Jung Ho-seok e pareceu imediatamente irritado. — Diga-me que não é Jeon Jung-kook.
— Não, aquele é Kim Tae-hyung da família Yoon.
— Yoon? Quem são eles, alguma família de nobres que não conheço?
— São os plebeus que enriqueceram misteriosamente há quatro anos. Deve ser um homem ousado, a face com que Kim Chung-hee os encara, parece que irá matá-lo.
— Ele ousou tirá-la para dançar, é provável que tenha alguma intenção.
— Devemos sentar na mesa que foi reservada a nós.
Park Ji-min e Jung Ho-seok seguiram para a mesa ao lado da que Jeon Ban-hae estava sentado observando Kim Kkoch-hee e Kim Tae-hyung dançando. Prontamente Jung Ho-seok apontou o noivo e tentou distrair Park Ji-min mostrando-lhe como o filho mais velho dos Jeon tinha envelhecido, mostrou as outras irmãs Kim e Kim Jin-yi, mas irritado, Park Ji-min só tinha olhos para Kim Kkoch-hee dançando com outro homem.
— Você é o tal Min Yoongi?
— E você quem seria? — .
— Jeon Jung-kook. Posso me sentar?
— Claro, porque não?
Park Ji-min o encarou por inteiro, aquele jovem de cara rosada e olhos que pareciam duas azeitonas que se tornaria seu inimigo e provável herdeiro do trono de Koguryo? Se Jeon Jung-kook imaginasse que estava diante do futuro rei, será que ousaria sentar-se e tentar fazer amizade? Os dois tinham mesma idade, Park Ji-min nunca se esqueceu daquele garotinho de olhos grandes, os dois costumavam implicar um com o outro com muita veracidade na infância e só brincaram juntos na presença da menina desconhecida. Por um momento cogitou a possibilidade dele também ter interesse na garota que os uniu na infância e se fosse Kim Kkoch-hee complicaria muito as coisas.
— Esse garoto mal chegou e está pedindo para morrer. — comentou tomando a atenção de Park Ji-min para si.
— Você o conhece?
— Já ouvi falar da família que enriqueceu misteriosamente, quem não ouviu? Mas chegar desafiando Kim Chung-hee é pedir pela morte, o homem não deixa ninguém chegar perto das filhas dele.
Quando a música sessou, Park Ji-min pareceu aliviado, observou o que Kim Kkoch-hee faria e os viu trocar um diálogo rápido antes de sentarem-se em lados opostos. Estranhamente Jeon Ban-hae foi atrás de Kim Tae-hyung como se o protegesse o que atraiu a atenção de sua majestade. Park Ji-min entendeu o que estava acontecendo quando Kim Chung-hee sentou-se na mesa junto ao noivo e o plebeu metido. O rapaz astuto apenas queria atingir o conselheiro e felizmente sentado ao lado da mesa deles, pode ouvir toda conversa sentindo-se aliviado por saber que Kim Tae-hyung possuía apenas intenção em um casamento arranjado entre sua irmã mais nova e um dos irmãos Kim.
Jung Ho-seok apontou Kim Tae-hyung despedindo-se de Kim Chung-hee e saindo com sua família depois da conversa e viu o rei erguer-se um pouco notando que Kim Kkoch-hee não estava mais no recinto. Irritado por perder sua oportunidade de descobrir o que queria, sequer se deu o trabalho de despedir-se de Jeon Jung-kook, levantou-se sendo seguido por Jung Ho-seok e os dois saíram para fora. Park Ji-min parou ao reparar a família de Kim Tae-hyung na porta esperando pelos cavalos, mas o plebeu metido não estava ali. Instigado por sua curiosidade, sua majestade meteu-se no jardim e descobriu aquele que havia lhe irritado conversando com a mulher que o interessou. Kim Tae-hyung não sabia, mas tinha acabado de arrumar um inimigo dos grandes.
Apesar de não ter boa visão da situação conseguia ouvir todo o diálogo e parecia mais incomodado à medida que os dois se entrosavam. Quando Kim Kkoch-hee gritou por Kim Tae-hyung ter pego em sua mão aparentemente ferida, Park Ji-min se descontrolou inexplicavelmente e quase saiu de onde estava para protegê-la, mas Jung Ho-seok o segurou com força impedindo-o de sair de trás dos arbustos. O rei respirou fundo e perguntou o motivo pelo qual estava tão incomodado com o fato de ter outra pessoa ao lado da garota Kim, ele nem sabia se ela realmente era sua dama da árvore, mas parecia querer que fosse e quando ouviu o que Kim Tae-hyung sugeriu, teve certeza que tinha ciúmes dela.
— Vai levá-la para casa? Quem esse plebeu imbecil pensa que é? — saiu dos arbustos depois que os dois seguiram para os cavalos e ficou observando-os sair. — Vamos atrás deles!
— Majestade, não podemos segui-los, eles irão perceber.
— Isso é uma ordem, siga-os.
Mesmo sabendo que era arriscado, com os cavalos que o rei Park Baek mandou ao filho, discretamente eles os seguiram um pouco distante. Ele sabia que iam para o Bunhong, mas tinha que ter certeza de que a deixaria em casa em segurança.
— Isso não é uma boa ideia, vão acabar percebendo.
— Só os siga. — continuou a encarar os cavalos na frente deles e viu a bela dama colocar a cabeça para o lado e gritar. Por conta do vento frio, o cabelo da jovem soltou-se e destrinchou o ar, para Park Ji-min foi como ver uma bela lembrança do passado e mesmo que Jung Ho-seok negasse a teoria, ele praticamente tinha certeza de que ela era a menina da árvore. Ele não sabia explicar o motivo pelo qual ela estava vestida como plebeia naquele dia, mas Kim Kkoch-hee com certeza seria a garota da árvore.
— Jung Ho-seok. — o rapaz parou e Park Ji-min desceu do cavalo tomando nas mãos a fita azul que prendia o cabelo da moça, ela tinha voado e caiu em uma das ruas de Koguryo, cobertas por sal para que os cavalos pudessem andar. Mesmo meio úmida por causa da neve misturada ao sal grosso, exalava uma atrativa fragrância de flores, cujo cheiro ele nunca tinha sentido.
— Devemos continuar seguindo-os?
— Não é necessário. — guardou a fita no bolso e encarou o amigo. — O palácio Real fica nesta direção também, não é?
— Antes da ponte senhor, depois da ponte a leste está o Bunhong. Lar da família Kim.
— Aquele Kim Chung-hee é realmente um desgraçado, mesmo depois que perderam o trono fez minha família construir um novo palácio por se recusar a entregar o Bunhong.
— O palácio foi construído pela família dele, seria lógico que ficassem lá.
— Vamos ao Real, quero ver meu pai.
— Majestade...
— Não se preocupe, a maioria das pessoas está no noivado de Kim Jin-yi, temos alguns minutos para vê-lo sem que ninguém saiba.
— Se assim deseja, vamos vê-lo.
Jung Ho-seok levou o príncipe até o palácio Real e usando uma das entradas secretas, adentraram no quarto do rei. Não demorou para o filho de sua majestade perceber que ele discutia com Oh Myeong-joo, mãe do rapaz.
— Pelo visto algumas coisas não mudam.
— Park Ji-min? — Park Baek encarou o rapaz que se aproximava da cama, fazia tanto tempo que não via o filho, mas imediatamente o reconheceu, afinal, esperava tal atitude.
— Não é seguro estar aqui querido, podem ver você.
— Estou bem mãe, são duas da manhã, quem me procuraria no quarto do rei?
— Você cresceu bem garoto, estou impressionado.
— E minha irmã?
— Já deve ter dormido essa hora. O que lhe traz aqui?
— Vim ver como o senhor está, desde que adoeceu parou de me escrever.
— Estou um pouco melhor, o doutor Choi Seo-joon tem cuidado bem de mim.
— O médico do reino? Porque não usa o médico da família?
— Superstição filho, superstição. Estou desconfiado de todos que tem interesse na coroa ou em quem a usufrui, aos poucos estou descartando inimigos e fazendo novos aliados.
— Que tipo de aliados?
— Você será meu trunfo, casará com Jeon Bong-soon e unirá nossas famílias.
— O quê? — gritou assustado. — Não pode me obrigar a casar.
— Não tem o que discutir Park Ji-min, já foi feito. Estão noivos.
— Mas não a conheço, não faz o menor sentido.
— Ser rei não faz o menor sentido, precisa casar com uma filha de uma das duas possíveis famílias herdeiras do trono para manter uma linhagem pura.
— Uma das duas famílias, é? E se eu dissesse que tenho outra pretendente e que é uma Kim?
— Tsc... — Park Baek gargalhou e chegou até a engasgar. — Kim Chung-hee não entregaria uma das filhas dele a você, mesmo que soubesse que é o rei. Todos acham que enlouqueceu por mantê-las embaixo de suas asas em tais idades, mas não adianta contestá-lo.
— E se o convencesse?
— Você está interessado em uma das filhas de Kim Chung-hee?
— Obcecado, na verdade. — Jung Ho-seok se meteu na conversa. — A viu ontem cedo e não consegue esquecê-la.
— Sorte sua ser meu melhor amigo. — Park Ji-min encarou o outro.
— E quem seria a dona dos pensamentos do príncipe de Koguryo? — Oh Myeong-joo perguntou.
— Kim Kkoch-hee. É uma bela mulher, bastante gentil e com uma personalidade única. — enfiou a mão no bolso tocando a fita que tinha pego na rua e depois sorriu.
— Personalidade única mesmo, sabia que ano passado ela quebrou o nariz do Jeon Ban-hae? — afirmou.
— Adoraria ter visto tal feito.
— Faremos o seguinte. — Park Baek bateu no ombro do filho depois de tossir e prosseguiu. — Se conseguir convencer Kim Chung-hee a dar a mão de Kim Kkoch-hee ao rei, sem dizer que é você concordaremos em desfazer o noivado com Jeon Bong-soon. Até lá, continuará noivo da menina Jeon.
— Que seja, Min Yoongi não está noivo, terá tempo o bastante para esquematizar tudo.
— Devo alertá-lo de que não é o único interessado na jovem Kim Kkoch-hee. Jeon Tae-yang mencionou que Jeon Jung-kook e ela seriam um casal e tanto e isso faria com que as três famílias se unissem, sabe o que significa?
— Os Jeon conseguiram tomar o trono de uma forma ou de outra. Sabia que aquele garoto estúpido tramaria contra mim.
— Ele não está tramando contra você, nem quer a coroa. Jeon Tae-yang quer que ele tenha herdeiros legítimos do trono. Metade dos solteiros do reino tem interesse nas irmãs Kim, se Kim Ha-won já estivesse casada, Kim Kkoch-hee e Kim Hye-ji também estariam.
— Darei um jeito de resolver isso, pensarei em algo.
— Devem ir queridos, alguém pode vê-los.
— Nós vamos mãe, mas voltarei em breve.
Os dois saíram do palácio na espreita, andaram até o portão onde os cavalos tinham ficado e conseguiram seguir para a hospedaria sem serem notados. Quando chegou ao quarto, Park Ji-min tirou a jaqueta sentando-se perto da janela com um copo de Soju.
— Você a quer? Uma mulher que acabou de conhecer e não sabe nada sobre. — sentou-se na cama e questionou o príncipe.
— Sim, prefiro que seja ela ao invés de Jeon Bong-soon. Olhá-la, senti-la e amá-la será mais fácil porque sinto que a conheço. — puxou a fita do bolso e cheirou-a. — Esse aroma, do que acha que pode ser? — estendeu a fita e Jung Ho-seok também cheirou.
— Parece flores, por quê?
— Pensei em começar conquistando a confiança dela, se apaixonar-se por mim será mais fácil convencer o pai dela.
— E quer usar a fita para isso?
— É um pretexto. — sorriu. — Vamos encontrá-la no consultório do Dr. Choi Seo-joon amanhã.
— Amanhã será domingo, além disso, com que pretexto irá ao médico?
— Boa pergunta. — encarou-o. — E se você me desse um soco?
— Se lhe batesse, seus pais me matariam.
— Mas eles não saberiam, além disso teria um motivo para ver minha dama.
— Você costuma ser bastante sensato, mas desde que cruzou caminho com aquela mulher não parece pensar direito.
— Talvez esteja apaixonado. Não acredita em amor à primeira vista?
— Acredito nos fatos, majestade. Você só a acha bonita, não creio que tenha se apaixonado por uma mulher como ela.
— Qual a possibilidade daquele plebeu ser um problema? Ouviu o que ele disse, quer casar a irmã com um dos filhos de Kim Chung-hee. Eles se tornariam uma família, os Yoon se anexariam como uma subfamília dos Kim, como os Min são ligados à nossa.
— Exatamente, acho que eles pensam nisso mesmo. Seria uma forma de ganhar reconhecimento mediante a sociedade. Yoon Dong-yul soube investir bem o dinheiro em Baekje e praticamente manda em tudo lá, se Kim Chung-hee for esperto, não hesitará em aceitar a moça.
— Rico, médico e está vendendo a irmã aos Kim, com certeza simpático o bastante para levar uma dama solitária até em casa, estaria interessado nela? Pouco provável.
— Devia se preocupar com Jeon Jung-kook, ele é o inimigo.
— Tem razão. Mas não deixarei o plebeu de lado, alguma coisa me diz que acabará se tornando inconveniente de alguma forma.
Park Ji-min possivelmente tinha razão, Kim Tae-hyung demonstrava-se muito afetuoso com Kim Kkoch-hee, talvez porque de alguma forma a entendesse ou porque gostava dela ou tinha se apaixonado ou estava usando-a como uma peça para alcançar Kim Chung-hee, o que irritava o príncipe, mas não tanto quanto pensar na possibilidade de três homens distintos, cujos status competiam de maneira desigual estarem atrás de uma dama que estava presa ao pai até que a irmã mais velha casasse.
— Lembro-me de uma coisa, posso conseguir olhar na segunda enquanto ela me atende, a menina que costumava brincar comigo tinha uma mancha de nascença atrás da orelha em forma de coração.
— Não vai descansar enquanto não convencer seu cérebro de que Kim Kkoch-hee é a garotinha da árvore?
— Não. Se não for, não haverá motivos para importuná-la, mas se for, eu a quero.
— Como quiser, majestade. — deitou-se. — Sugiro que descanse.
— É, possivelmente seria bom.
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