Capítulo 9
Oiê, tudo bem com vocês?
Trouxe um capítulo novo pra vcs, confesso que quanto mais a história avança mais ansiosa eu fico
ESTAMOS EM 800+ DE VIEWS Muito obrigada nenéns, daqui a pouco a gente tá em 1K e com muito votos e comentários conseguimos ir bem longe.
Esse capítulo é importante pra esclarecer algumas informações que serão importantes para a fanfic no futuro.
Beijos, até a próxima ♥️
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Ainda não havia saído do quarto para o café da manhã, na verdade, eu não sabia se estava com fome e a casa parecia estar com raiva de mim quando não se deu ao trabalho de me levar comida.
O interior da casa estava tão escuro quanto lá fora, parecia absurdamente frio considerando a neve espessa jogada sobre as plantas e cobrindo as árvores, estava sozinho no quarto e minha única companhia era aquele vaso de flor pequeno no parapeito da sacada, ela ainda estava saudável mesmo depois de dias e eu havia me ocupado em colocar água e expo-la nos dias em que o sol resolvia aparecer, mas eu duvidava que era os meus cuidados que a deixavam assim tão bonita e sadia.
Não sabia quantos dias haviam passado desde o beijo entre mim e Juwon, mesmo não considerando que aquilo fora um beijo, havia sido poucas as vezes em que me aventurei em tocar meus lábios em outro alguém, mas aquilo não havia sido um beijo.
Mesmo assim eu me ocupei a passar os dias evitando encontros com Juwon, por algum motivo eu senti necessidade disso.
Não vi Jeongguk pelos dias seguintes e nem tivemos as nossas aulas, então meus dias se resumiram em total reflexão no quarto e esperando que a casa cuidasse de mim, mas ela parecia estar irritada, eu conseguia sentir, como se respirasse para mim e sussurrasse no meio da escuridão pelos cantos da parede que eu havia feito errado.
Mesmo assim resolvi descer as escadas para me alimentar.
Sohie já estava lá, uma aura sombria em torno dela e do rosto absurdamente jovem para uma mulher que tinha dois filhos adultos, ainda estava disposto a questionar aquilo. Sentei-me a sua frente e ela não moveu um músculo, talvez já soubesse que eu estava a caminho desde que coloquei os pés para fora do quarto.
— Tudo bem? — perguntei, um copo de leite e pães recheados surgiu na minha frente.
Sohie me encarava enquanto eu bebericava o leite sem açúcar.
— Sim. — ela disse imediato e em tom de fim de papo, o que me levou a não insistir.
— Onde estão os outros? — ela me encarou novamente.
— Não sei.
Encerrei o assunto com um aceno e o silêncio se acentuou pela sala de jantar como se nenhuma alma viva estivesse ali, mesmo com Sohie imóvel feito pedra e eu a encarando como se ela fosse me atacar a qualquer momento.
Juwon surgiu na sala uns bons minutos depois, quando eu estava quase cogitando a idéia de sair correndo para o quarto, ele estava excepcionalmente satisfeito, um sorriso no rosto que ilumina a sala tanto quanto os lustre sobre a mesa, o ar da casa pareceu denso de repente, como se ela próprio não aprovasse a presença de Juwon, quase como se estivesse respirando e se esgueirando, eu podia sentir nas pernas e no corpo inteiro arrepiado.
Juwon se aproximou, os cantos dos lábios repuxado para cima em minha direção, ele se moveu próximo o suficiente para plantar um beijo úmido na minha bochecha.
Juntar as sobrancelhas foi uma tarefa inevitável.
— Bom dia, uma linda manhã, não acham? — foi o que ele disse, se sentando a mesa.
— Está um frio de menos dois graus lá fora, tem neve até nos cantos mais aquecidos de Hera, pessoas estão morrendo de frio, literalmente, e você bem me falar de "linda manhã"? — aí estava o motivo da sua falta de luz.
— Nossa, alguém acordou estressada hoje, está sangrando, mamãe? — julguei aquele seu comportamento, julguei o seu olhar e não gostei de como ele estava sendo sarcástico dentro de uma situação tão catastróficas.
— Não preciso sangrar para te achar idiota, meu filho. — respondeu ríspida, um brilho aquoso nós olhos pra representar o retrato do deboche.
Ela enfim bebeu a taça de vinho que eu havia notado apenas quando ela a ergueu entre os dedos.
Juwon a ignorou tanto quanto ignorou os olhos flamejantes da mãe queimando sua pele.
— Vamos sair Taehyung? — pisquei, relutante, intercalando o olhar entre Sohie e Juwon inúmeras vezes até conseguir formular uma desculpa, cuja eu não tinha, nenhuma.
— Onde quer ir nesse frio? — ele sorriu.
— não precisamos sair, achei que já houvesse conhecido a casa. — concordei, embora não me atrevessse em atravessar maioria das portas, Jeongguk dissera uma vez que isso me levaria a ser uma fácil presa.
E eu não queria ser presa nenhuma.
— Então, pode ser. — mostrei um sorriso, Sohie sumira dali antes que eu podesse dizer mais alguma coisa.
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— Não é exatamente um jardim, mas a casa gosta de manter esse ambiente, não sei quem cuida, se é realmente a casa ou sei lá, minha mãe, mas sempre está muito cuidado. — Juwon havia me levado para o mais fundo da casa, mais longe do que a biblioteca, fora um longe e tedioso tempo atravessando portas.
Mas valia a pena, por ver esse campo, algo parecido com um jardim particular, as flores tão bem cuidadas que pareciam de mentira tanto que me atrevi a toca-las para me certificar de que eram reais.
Havia uma única árvore no meio, uma mesinha artesanal sob ela com duas cadeiras de vidro.
— É vidro? — foi a primeira coisa que saiu dos meus lábios antes de tudo. Minha surpresa estampada no rosto.
Juwon sorriu.
— Cristal.
— A quem pertence esse lugar? — ele novamente apenas ergueu os dois ombros junto as sobrancelhas.
— Não sei, encontrei a poucos dias, já estava exatamente como está. — murmurou ele, também tocando as flores vivas e alegres.
— É lindo, parece um conto de fadas. — divaguei ao lembrar de Hoseok a fada que nunca mais retornou ao meu encontro. — Mas o que você veio fazer aqui?
— Ah, pensei que poderíamos conversar. — concordei me acomodando na cadeira de cristal incrivelmente confortável, Juwon me imitou até estar a minha frente.
— Sobre?
— Sobre o-
— E Jeongguk? Onde ele está? Não o vejo a dias. — me apressei, nervoso, porque sabia em que ponto ele iria tocar e eu não queria de forma alguma começar uma conversa sobre aquilo.
Juwon sorriu vacilante, um brilho que eu jamais presenciei nos seus olhos.
— Não... Não sei, também não o vi. — concordei. — Porque perguntou sobre ele?
— Ah... Estávamos tendo aulas, ele... — minhas sobrancelhas se juntaram, a vergonha se acumulando no centro do peito a ponto de não conseguir verbalizar.
— Não precisa ter vergonha, pode dizer. — o olhei. Mas disse.
— Ele está me ensinando a ler, já consigo ler grandes frases. — Juwon se dissolveu em algo que eu não consegui indentificar, seus olhos negros estavam em mim, mas ao mesmo tempo não, parecia envolvido em algo muito mais distante e sombrio que eu podesse adivinhar.
— E-entendo. — um murmurio lento, algo vivo em seu interior sufocado pelas próprias lembranças.
Eu não tive coragem de iniciar algum tipo de interrogatório, não tive necessidade de tocar em ferida nenhuma e correr o risco de abri-las, então permaneci em silêncio apreciando a imaculada vista sentado nas cadeiras de cristal.
— Sobre os outros reinos Juwon. — comecei, desesperado para me livrar daquele silêncio. — Você já foi em algum?
— Sou um dos representantes de Hera, então sempre que precisamos resolver burocracias eu estou lá... Exceto em Quicéra... — concordei, sem saber oque dizer.
— O que a de errado?
— Bom... É complicado.
— Ah algo que o deixe realmente com medo nestes lugares? — ele pareceu pensar. Ponderou antes de responder.
— Em Goryhd, a algo que eles chamam de a feiticeira.
Ele começou, mas não pareceu disposto a revelar muito sobre ela.
— Ela te deixa com medo?
— Sim.
— Por que?
— Porque ela é a alma de uma mulher traída e humilhada, que teve o filho morto pelo próprio marido cujo ela amou. — ele falou baixo, como se as flores e aquele canto bonito não podesse ser manchado pela menção daquela mulher.
Meu estômago se revirou em horror.
— E isso que as maiorias das histórias dizem, mas nunca se soube, não pela própria, ela vive em uma caverna detrás de uma montanha em Goryhd, ninguém se atreve a atravessar aquelas áreas. — contínuo ele.
— Mas... A relatos do que ela pode fazer? — notei quando a garganta de Juwon oscilou.
— Por isso tenho medo, ninguém sabe do que a ira dela é capaz. Os que se atreveram a invadir os cantos da montanha para mostrar virilidade e coragem nunca mais voltaram para contar história, nunca, nenhum sussurro no vento, nada, nem mesmo um grito de pavor ou de socorro, somente silêncio férreo. — meus dedos tremeram nas suas palavras, uma linha de terror percorrendo meu corpo como um gato.
Foi a primeira vez que eu realmente senti pavor, não senti vontade de sequer chegar perto daquilo.
— Nenhuma teoria sobre ela?
— Alguns dizem que ela é canibal, que devorou o próprio marido depois da traição e que é isso que ela faz com todos que se atrevem a ir lá: uma sopa. — exprimiu em tom de repulsa. — Outros dizem que ela usa feitiçaria e os torna escravos pela eternidade, a quem diz que os sopros dos montes são gritos de desespero que nunca serão interpretados e que eles rastejam incessantemente pelas montanhas em busca de liberdade.
Minha expressão se desfez em medo, um retrato fiel da incredulidade e do terror genuíno.
— Qual foi a última aparição dela?
— Há quinhentos anos. — minhas sobrancelhas se curvaram para o alto em espanto, era muito mais do que eu imaginava. — Apesar de todo falatório, ela quase nunca se mostra e essas aparições são contos do povo, ninguém nunca de fato a viu. E é isso que me atormenta, a total falta de conhecimento, nunca saberemos o que poderíamos usar contra ela, nunca saberemos com o que estamos lhe dando.
Minha única ação fora concordar entre uma divagação e outra, porque ele tinha razão.
— E... E como se tem certeza que ela não é... Um conto também, para assustar crianças?
— Porque eu a vi, uma única vez, há 20 anos, foi algo muito rápido, as vezes penso que foi um sonho.— ele riu levemente perante meus olhos arregalados, não dando importância aquela informação, mas havia uma surpresa massiva emoldurando meu rosto inteiro.
— Você disse quinhentos anos?
— Quantos anos acha que eu tenho, Taehyung?
Jurei sentir apenas meu olho esquerdo piscar incessantemente.
— V-vinte, como acabou de dizer? — ele soltou uma gargalhada sincera, tanto que precisou curvar o corpo sobre a mesa.
— Vinte em uma das pernas. — murmurou bem humorado, mas eu não estava achando graça e ele percebeu. — Tudo bem, sou o irmão mais novo com quinhentos e setenta e cinco anos. Sou dez anos mais novo que Jeongguk.
Sim, definitivamente, meu olho esquerdo estava em um tique nervoso.
— Eu não acredito nisso, quinhentos anos? Vocês tem quinhentos anos?
— Quase seiscentos.
— Espera, acho que minha pressão caiu. — Suspirei abanando o rosto com a mão. — Você devem ter visto todas as gerações da minha família.
— Até os 100 anos ainda somos crianças, o corpo maduro se forma depois do centésimo aniversário e então e uma loooonga espera até se tornar um homem de fato. — saboreei a forma como cada letra fora enfatizada, não com admiração, algo muito abaixo disso.
— Ainda é muita coisa, eu não tenho nem a metade do que você viveram.
— Sim, eu sei.
— E você me beijou.
— Você me beijou. — ele não era tão diferente assim de Jeongguk.
— Você falou quem nem ele agora. — cruzei os braços emburrado.
— Ele quem?
— Jeongguk. — novamente aquele lampejavo.
— Não nos compare. — juntei as sobrancelhas.
— Porque tanto rancor? — me atrevi a perguntar.
— Não somos iguais, apenas isso. — ele disse me ponto final e novamente não fui atrevido em perguntar mais.
Ponderei um tempo, reformulando perguntas até sugir.
— Você já amou alguém, em quinhentos anos, acredito que tenha conhecido. — nunca vi Juwon tão rígido, seus músculos internos estavam tensionados, de repente ele estava imóvel e jurei não vê-lo respirar.
Juwon não me respondeu por minutos, até sair do estado de inércia e olhar no fundo dos meus olhos, como se eles fossem portais que o transferisse para o passado.
— Não, nunca. Jeongguk já. — juntei as sombrancelhas para tentativa desesperada de desviar do assunto.
Mesmo assim, me senti interessado naquele assunto e não me contive.
— Por quem?
— Não está mais entre nós. — concordei.
Piscando afastei todos os pensamentos, talvez Jeongguk fosse frio devido aquela perda, talvez aquilo lhe tenha doído tanto que ele desistiu de sentir.
— Acho melhor voltarmos.
— É, eu concordo.
E saímos, deixando para trás nada além das flores que já ouviram tantos segredos, mas que nunca seriam capazes de contar.
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Iai? O que vcs acharam?
Muito obrigado se chegou até aqui, prometo que nos próximos capítulos teremos muitas interações taekook pra compensar que não teve nesse capítulo.
O próximo promete viu?
Beijos, até.
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