Capítulo 25
Acredito neste horário estão todos em casa banhados e deitados ksksk
Resolvi postar este capítulo para que vcs tenham pelo menos um alívio pós Enem.
Voltei seus lindos, estou finalmente de volta depois de 2 anos né.
Mil desculpas, a vida adulta depois de tempo fica mais complicada, quando você menos se dá conta o tempo passa, rápido como fumaça ao vento, e quando se vê, suas horas são limitadas e de repente vc está preso dentro de uma vida adulta corrida, sem tempo, sem coragem e sem dinheiro KKKKKK
E mais de repente ainda, suas vontades não são mais as mesmas...
Mas eu voltei, os capítulos não vão ser tão rápidos pq eu infelizmente não sou mais desocupada.
Eu gostaria de contar tudo o que aconteceu para vcs, como minha vida virou de ponta cabeça, mas aí eu teria que escrever outra fanfic ksksksk que sabe 👀
Mas eu espero que vcs apreciem o capítulo, espero que me perdoem também.
Ele está com mais de 4K de palavras e tá cheio de coisinhas hihihi.
E é isso, amo vcs até a próxima.
✨
Nossa relação havia andado muitos degraus depois do fatídico beijo romântico sob as estrelas e as nuvens tocando os dedinhos dos pés, eu o encontrava na cozinha ocasionalmente e nunca em todas vezes conseguia controlar meus lábios, principalmente quando aqueles olhos violetas estavam em mim.
Eu gostaria de não ter me rendido, mas em uma noite quando desci para beber um copo de água, eu encontrei na cozinha, ele estava com as suas roupas de costume, blusas que cobriam os braços e pescoço.
Cruzei a soleira da porta com os dedos frios de uma ansiedade desconhecida, procurei o recipiente mais próximo e o preenchi até o topo, em todo momento eu podia sentir seu olhar sobre mim como uma chama violenta queimando minhas costas, a água já não descia com tanta facilidade até senti-lo por trás e ver suas mãos me prendendo contra a pia, aí eu já nem respirava.
— Não consegue dormir? — ele questionou com a voz rouca perto do meu ouvido.
— Senti sede. — respondi acima do silêncio que se instalou logo após, sua voz era como um abismo e tudo se silenciava diante dela, com pavor ou tal soberania, porque até às criaturas mais vorazes sabiam do poder diante dele.
Ele não respondeu nada além de um suspiro dramático, um sorriso mínimo crescia no canto dos meus lábios. Quando o copo tocou a pia depois do último gole, senti sua presença mais que concreta atras de mim, silencioso e mortal, eu quase me sentia intimidado, minha visão periférica captava os movimentos diminutos das asas cada vez mais empinadas afim de não tocar no chão.
Eu podia ouvir meu próprio coração pulsando nós ouvidos e temia o fato de que ele também podia ouvir, seu corpo próximo ao meu, escandalosamente meu coração desenfreou em batidas ritmadas e constantes, Jeon já havia chegado perto antes, mas não tão perto, não como se estivesse prestes a devorar uma presa.
— Também estou com sede. — sussurrou como um segredo, a distância mínima entre o toque da sua voz e o meu ouvido relembrou meu corpo uma sensação que no momento eu não pude descrever.
Jeon segurou um lado do meu quadril com as mãos bem abaixo do que era respeitável, uma carga espinhosa e traiçoeira subiu até minha nuca,lugar este que estava sendo cheirado como se fosse o soro da vida.
— A-ainda tem água no meu copo. — respondi mas ele riu descarado, vendo o copo vazio sobre a pia, o sopro leve e quente na minha nuca desce arrepiando meu corpo por inteiro.
— Doce... — Jeongguk murmurou como um sussuro cansado. — Você aceitou nosso laço.
Uma repentina mudança de direção, seus lábios tocando frio a pele do meu pescoço contrastando com a respiração quente, olhei para a pia quase inseguro e perdendo aos poucos o movimento do meu próprio corpo.
— Sim. — foi o que saiu, mas me mantive firme na palavra, havia sido um fato, apesar de quase nada ter mudado desde aquele dia além do seu comportamento.
— Acho que me torturaria menos se houvesse recusado-o. — ele disse recostando a testa em minha cabeça, pisquei atordoado.
— O que? O que quer dizer?
— Acho que esqueceu de ler as linhas miúdas do nosso contrato, meu bem. — e se retirou sem dizer mais uma palavra sequer.
Eu me mantive parado, com a sombra da sua presença no ambiente, confuso e desorientado.
Nossa conversa se resumiu a isso naquele dia, tentei ignorar o calor quase não humano que se apossou de mim depois que deitei na cama e esquecer suas malditas palavras, mas como era de praxe, pensei no assunto por dias a fio, até decidir que precisava tirar as dúvidas.
🌞
— Ah que horas Jimin deve chegar? — perguntei descendo as escadas, Jeongguk estava no sofá o mais longe possível da lareira, apesar de estar fazendo frio aquela manhã ele estava com menos roupa do que de costume, abaixo das mangas curtas da regata as tatuagens orvalhadas e brilhantes de suor.
— Antes do almoço Jimin já deve estar em Hera. — concordei ansioso, de Quicera a Hera costumava ser uma viagem de um dia inteiro ou mais dependendo do meio de transporte.
— Obrigada Sohie, aliás, bom dia. — os lábios pintados de vermelho sorriram para mim, ela lia um livro enquanto tomava um chá da mesma cor que seus lábios. — Bom dia Jeongguk.
Jeon pelo contrário, parecia avoado, suado.
— B-bom dia. — novamente, aquele sussuro.
Juntei as sombrancelha determinado a perguntar o que estava acontecendo com ele, mas antes que eu podesse, ele se retirou caminhando até a porta onde levava a biblioteca, quase o segui, mas Sohie nós observava de olhos cerrados, então obriguei-me a fingir que nada estava acontecendo até que Jimin finalmente chegasse.
Ao final das contas, uma pulga surgiu atrás dá orelha e por mais que eu tentasse fazer vista grossa era impossível não notar como ele parecia diferente.
Mesmo assim não tive coragem de ir na biblioteca procurar informação, certo de que os livros não me dariam as respostas que eu precisava.
Jimin chegou no final do dia, o sorriso brilhante e encantador como a própria lua, o recebi com um longo abraço sob supervisão de Yoongi dentro de uma armadura assustadoramente completa.
— Desculpe meu parceiro, ele é um pouco exagerado as vezes. — Jimin murmurou para mim. — A delicadeza dele é tão semelhante a de um touro numa loja de porcelana.
Sorri com as palavras de Jimin e comprimentei Yoongi com uma leve reverência ao respeito pelo que ele era e pelo que a armadura representava e em Jimin dei-lhe um abraço forte de pura e sinceras saudades.
O apertei como um bolinho durante o abraço e o barulho fofo que ele omitiu fez Yoongi dar um paço a frente com as pupilas diagonais e narinas dilatadas.
— Oh, deixe de tolice. — Jimin interviu batendo de leve na armadura. — Somos amigos agora, Taehy não nós apresenta perigo algum.
— Desculpe, amor, são os instintos é difícil controlá-los. — o parceiro concordou sabendo mesmo daquilo, era justamente uma pauta que eu gostaria de ressaltar, mas Yoongi por ali não me dava o conforto que eu precisava.
— Desculpe por isso, senhor. — senti a rajada de um tapa no braço, na mesma intensidade do qual ele tinha feito em Yoongi, mas por algum motivo doeu muito.
— Não o trate como superior coisinha, que falta de respeito. — Jimin me repreendeu e Yoongi diante mim se curvou profundamente, era comum esse tipo de cumprimento... Mas dentro da realeza da cidade.
— O-oque é isso? — O loiro riu com a bochechas lindas rosadas, Jimin era tão lindo que doía no coração.
— Seu humano bobo, todos sabemos porque seu coração brilhou daquela forma, sabemos o que você é, e qual lugar pertence. — eu deveria ser um grande ponto de interrogação néon, Jimin revirou os olhos. — Parceiro de Jeongguk e agora membro da família real.
E para enfatizar sua fala de forma teatral, Jimin me reverênciou profundamente tal qual Yoongi havia feito, me senti absurdamente envergonhado, tanto que desabei em risadas.
O loiro mais uma vez revirou os olhos tamanha era a minha tolice humana e talvez lidar com costumes humanos fosse de fato cansativo, Jimin me segurou pela gola da camisa, ele era uns centímetros mais baixo e por isso tive que curvar o corpo e acompanhá-lo aos tropeços.
— Você é um bebê de colo ainda meu querido, espero que saiba o que acontece quando se aceita um laço. — Jimin murmurou um tanto mal humorado, eu só podia ver um pouco das costas de sua mão enquanto ele ainda me carregava.
— Era sobre isso que eu queria... Espera, como sabe que eu aceitei o laço? — eu quase o vi revirar os olhos novamente.
— Oh, tolinho... O mundo inteiro sabe, apesar de sermos uma comunidade grande as fofocas não demoram sequer um dia para serem distribuídas entre os reinos, meu doce. — a saliva estagnou na garganta antes de eu força-la.
— B-bom... Esse não é o ponto.
Jimin me levou até o fundo da biblioteca e empurrou meu peito para que eu me sentasse em uma das cadeiras feitas de mármore, por um segundo achei que iria desmontar tamanha a força que ele usou, olhando para frente seus olhos estavam quase acesos em minha direção, a mão apoiando o queixo e o rosto curioso e brilhante.
O olhei de volta confuso.
— O que você tá olhando?
— Estou esperando você começar a falar como foi. — e um sorriso.
— Do que... Exatamente você está falando?
— Jeongguk é bom na cama? Não me leve a mal, mas ouvi histórias que ele costuma ser bastante severo. — Jimin falou com uma tamanha naturalidade, senti que minha cabeça explodiria de vergonha e ao mesmo tempo com a saliva que desceu errado e me fez engasgar e tossir loucamente. — Oh céus, vocês não fizeram ainda.
Fiquei vermelho pela vergonha e pela falta de ar e Jimin diferente de mim, ficou pálido e suado.
No canto do mármore surgiu um copo de água e fui rápido em bebe-lo.
— Obrigada. — agradeci a casa que respondeu recolhendo o copo vazio, minha atenção estava nas feições pálidas de Jimin que costumava ser rosado, eu tentei entender a situação, mas minha cabeça se negava.
— Como ele está?
— Jeongguk? Ah... Parece... Pálido e... Febril.
— Ah, pobre criança. — ele fingiu um choro teatral e de repente segurou-me pelos ombros. — Taehy, Jeongguk deve estar feito uma pedra agora.
— F-feito uma pedra? C-como... — a cabeleira rosa sumiu entre as estantes altas de livros empilhados e demorou pelo menos 10 minutos para que eu podesse vê-lo novamente, segurava cerca de sete livros nós braços e custei a acreditar que ele estava vendo algo já que cada um era pelo menos da grossura da minha perna.
— Aqui, leia isso. — ele jogou os livros no mármore, sequer uma particula de poeira ousou se espalhar mesmo estando inutilizados por longos tempos, a casa sempre era impecável.
O primeiro livro era vermelho sangue, com fitas ao redor e um botão de rubi em formato triangular no meio, o título dourado brilhante dizia “Laços”, havia outro, com a capa em desenhos que lembrava montanhas em relevo da cor verde e em também dourado se destacava Hera e seus costumes, foram o primeiro a serem puxados em minha direção.
Meu dom de leitura ainda não era tão fluente, mas eu conseguia ler linha por linha apesar de precisar de ajuda vez ou outra.
— Vamos ter uma pequena aulinha hoje, costumes de Hera e o Laço. — Jimin fez questão de enfatizar a última palavra cantarolando-a, ele alcançou o livro verde com gravuras proeminentes com uma mão, o levantou como se não pesasse nada. — Vejamos... Ah, aqui.
Eu pude jurar ouvir o chão tremer quando aquele livro bateu sobre o mármore da mesa, Jimin recitou as palavras sem sequer olhar para o livro, parecia que ele sabia de cor cada palavra.
— “... no entanto os costumes no reino de Hera, são um mais rígidos e rigorosos como manda a sua própria espécie, em Hera, um macho dar-lhe uma flor ou constantemente acolhe-los em seu mundo particular, há um significado, este que seja um cortejo...”
— Cortejo? — pisquei, atônito e sem palavras, Jimin revirou os olhos pela milésima vez.
— Cortejo... Ele quer te com-
— Jimin! — ele riu.
— Brincadeira, mas você sabe o que significa cortejo e quando acontece, não é? — então lembrei das infinitas vezes em que fomos em passeios, visitei seu bosque mágico escondido... As flores violetas das quais ganhei e ainda as tenho guardadas.
— S-sim, mas eu-
— Tolices, tudo o que sai de sua boca são tolices, jeongguk o encontrou novamente, Taehyung.
— Novamente? — ele levantou o livro vermelho com fitas, pressionou o rubi que brilhou vividamente, representando meu coração naquele dia, e então o livro abriu exatamente onde precisávamos ler.
Talvez eu nunca me acostume com este lugar.
— Laços, é como uma ligação entre almas, laço é como a ideia de Almas gêmeas, são almas destinadas a se encontrarem em cada reencarnação, o fio do destino está entre vocês, ligando suas almas, ele pode esticar, embolar, se emaranhar... Mas nunca em hipótese alguma se romperá.
— Eu... E ele... Eramos-
— ...Um só, eram parceiros na vida passada... Assim como estão destinados a ser nesta.
— Eu aceitei o laço Jimin, mas talvez eu não saiba a dimensão disso...
— Não precisamos de pânico, ele pode aguentar as febres, mas no geral isso é uma tortura... Ele apenas está mais vulnerável, mas... Você só pode fazer isto quando estiver pronto Taehyung, Jeongguk jamais o forçara a nada. — concordei com a cabeça afinal eu o conhecia bem.
Suspirei profundamente, aquilo tudo me assustava, as condições começavam a ficar mais difíceis e por mais força que eu estivesse colocando em cada passo, eu mal conseguia me sustentar sobre os pés, mal tinha forças.
— E-eu... Honestamente não sei o que fazer. — havia lágrimas em meus olhos, eu o queria com desejo e com amor, mas havia medo em cada um dos meus poros, isso nunca havia acontecido antes.
— Querido... —Jimin envolveu-me em um abraço de aconchego, seu cheiro era doce e com alguns minutos dentro daquele abraço pude acalmar meus nervos. — Farei uma proposta, veja você na encarnação passada, veja ele... Veja que nada disso é novo... Você não está vivendo uma mentira, quando vir...
— Faça.
— Tae... Quando quiser-
— Eu quero Jimin. — sussurrei, havia calma e determinação em meu rosto.
Jimin apenas movimentou a cabeça com tranquilidade, um sorriso ameno nos lábios me confirmaram que eu finalmente estava fazendo algo certo ao deixar o medo de lado, ao pensar em finalmente viver e desperdiçar os poucos anos de vida que ainda me restava.
Ele se colocou a minha frente, seus olhos no entanto já não eram mais azuis havia apenas uma cavidade totalmente branca... Os olhos sem pupilas se direcionaram para mim, mas de forma alguma senti medo, quando Jimin finalmente encostou as pontas dos dedos em minhas temporas senti um choque que forçou meu corpo a se curvar, de repente eu estava cego, mas a minha frente não existia mais a biblioteca apenas inúmeros portais dimensionais... E em todos eles havia eu e Jeongguk.
“ — Trouxe carne para o jantar. — era Jeon, com roupas diferentes, cabelo diferentes.
— Papai! — uma criança pulou em seu colo assim que ele entrou pela porta. — Onde está o meu homem aranha?
— Ele não parou de falar disso o dia inteiro. — lá estava eu sorrindo, distribuindo beijos na faces de ambos, alegres e satisfeitos.
— Aqui seu boneco! — a criança correu alegre e brincalhona. ”
"— Eu tenho medo de altura Jeongguk. — Taehyung disse recusando-se a subir na casa da árvore.
— Olhe apenas para mim. ”
“— Seu abusado de uma figa. — ele reclamou, colocando os ovos e o bacon em pratos separados.
— Oque eu estava fazendo?
— Me seduzindo! — ele jogou outro pano de prato no meu rosto.
— horas, que mentira. — ele riu. ”
Múltiplos mundos em que éramos dois.
Sempre nos encontraríamos, em todos os universos...
Voltei a mim com um solavanco, a minha frente Jimin estava encarando enquanto eu de cabeça baixa mirava o chão assimilando as inúmeras informações e as novas ideias que surgiram.
— Tae?
— Onde ele está?
🌛
A final da tarde após Jimin sair, me deparei com o vazio de meu quarto, parecia imenso diante a minha existência e talvez eu existisse agora um pouco pensativo demais... um pouco... sóbrio.
Por anos acreditei que meu destino se resumiria em uma vida distópica e que durante toda a minha existência eu deveria lidar com tormentas e complicações sendo que lidar com a pobreza extrema seria o menor dos problemas.
Agora uma manta efêmera foi arrancada e por bem ou por mal eu sentia que havia vivido uma grande mentira, e mesmo sóbrio não conseguia ver sentido nisso tudo.
Saí do quarto com a consciência pesada e a sensação de falta de ar maltratava meus pulmões, buscava ar puro nas janelas da casa e a espreita respirando calmamente... O vi, sentado próximo a relva germinando, o vento insone tirava o sono das flores e agarrava-se a elas, estava ele, tão lindo que beirava o irreal, solenemente entregue aos sonhos.
Da janela mesmo eu conseguia ver sua boca levemente aberta, havia alguns botões de sua camisa soltos e o vento lhe acariciava os cabelos.
Se me faltava ar, a essas alturas eu já nem respirava.
Ele parecia vulnerável deitado sobre a grama, o sol estava quase indo embora mas ainda o tocava nas têmporas como se também lhe admirasse.
Graças aos deuses eu conseguia bem atualmente manter todos os pensamentos na bolha, ele jamais imaginária como eu estava o vendo agora, depois do nosso laço aceito, notei mudanças em meu corpo, não havia mudanças físicas, mas eu sentia que algo estava diferente... Eu me sentia... Liberto.
Balancei a cabeça com força quando notei que estava quase escrevendo poesias para ele, ignorei o coração socando minhas costelas e voltei para o quarto com a mão no peito pedindo para que ele se acalmasse.
Era isso, isso estava mudado, meu coração.
A alguns dias atrás, eu sequer sabia que ele possuía alguma propriedade mágica... Hoje sei que ele é capaz de muitas coisas, incluindo se apaixonar perdidamente por um não humano vestido de preto e asas imensas.
Mas claro, ele nunca saberia disso.
🌛
A casa cutucava minhas costelas sob o colchão da cama, estava quase na hora do jantar mas eu não estava com tanta fome assim, mesmo assim ela insistia em me deixar mais desconfortável possível a fim de me por de pé.
— O que você quer? — perguntei finalmente levantando, roupas surgiram a minha frente e não quis contestar ao vesti-las, a casa tinha seus mistérios e eu aprendi a não meter o nariz neles.
Minutos após, batidas leves estalaram na porta, o disparo repentino no meu coração denunciou quem era.
— Jeongguk. — falei, após meses finalmente tímido.
Jeongguk sorriu levemente, nunca o vi tão calmo, não havia vinco entre as sobrancelhas ou sequer a cara de mal de sempre, apenas um sorriso pequeno e bochechas levemente rosadas.
Mas com certeza ainda éramos os mesmos.
— Quando vai confessar? — ele falou malandro.
— Quando eu estiver prestes a morrer. — falei sarcástico, cruzando os braços e batendo um dos pés no chão. — Você veio aqui só encher meu saco?
— Você eu não sei... Mas o meu- — lá estava aquele famoso sorriso de lado..
— Eca Jeongguk, que nojo! — o repreendi empurrando seu ombro, ele foi movido ao mesmo tempo e puxou o braço que usei para empurra-lo para aproximar nossos corpos, ele rodeou as muralhas que era seus braços em minha cintura enquanto eu espalmava as mãos em seu peito, assustado.
Era a primeira vez que um contato tão direto acontecia... Segunda vez.
— O-oque você tá fazendo? — questionei relutando, os olhos levemente arregalados diante o retrato de calmaria de Jeon.
— Quero testar algo. — calmamente ele deslizou a mão que antes estava na minha cintura até meu peito, fechou os olhos e com a sensação de calma transmitindo através do laço, meu coração passou a brilhar, não tão intensamente, mas dentro da calma do Jeon ele estava irradiando luz.
O vi sorrir enquanto seus olhos refletiam a luz que meu coração emitia, pisquei atordoado.
— Uma hora ou outra você vai ter que admitir, a prova já está na palma da minha mão, literalmente. — então sorri sapeca.
— Só no meu velório. — então a primeira risada que teve efeito na intensidade da luz em meu peito.
Jeongguk debochou com um gesto antes de afastar um pouco da gola e depositar um beijo gelado próximo a minha clavícula.
— Eu sou paciente, doce, tenho muitos anos.
— Que pena, porque eu não. — ele pareceu rir leve, mas não com sinceridade.
— Posso levar você a biblioteca?
— Eu já aprendi a ler Jeongguk.
— Não quero levá-lo lá para isso.
— O que é então? — ele sorriu canalha como sempre.
— É o lugar que temos mais privacidade.
— Seu porco! — mas antes que ele podesse falar, sai do quarto indo em direção a biblioteca.
Ele me olhou boquiaberto.
O encarei por cima do ombro.
— O que? Me restam poucos anos, cansei de perder tempo. — falei sorrindo tão canalha quanto ele.
Segui caminho sem olhar para trás.
🌛
— Lembra de Marta, Taehyung? — ele perguntou enquanto caminhavamos no interior da biblioteca, havia espaços significativos por toda parte e mais a frente uma mesa de madeira retangular com cadeiras.
Sorri leve concordando com a cabeça.
— Sim, como esquecer. — falei sorrindo, Jeongguk não acompanhava o mesmo sorriso, seu rosto carregava ternura, compaixão e... Saudade. — Ah... Não... Eu sinto muito.
Jeongguk encarou os próprios paços enquanto caminhava, relutava no que falar.
— Hoje de manhã... Ela foi em paz, como queria que fosse. — suspirou.
Claro que havia saudades, havia amor... Marta havia sido uma figura na vida de Jeon, e o fez ser quem é hoje.
— Ela está ao lado de Gaia, e que Hera a receba em seu berço. — Jeongguk sorriu fraco, mesmo triste, ele estava sorrindo com cada vez mais frequência, esquentava meu coração pensar neste fato, de que, ele sim sorria até com os olhos.
Mas ele mudou de assunto rapidamente notando o clima pesar, ainda olhando para os próprios passos enquanto andávamos calmamente pela biblioteca, era como estávamos atualmente, calmos e serenos ao lado do outro.
— Levei peixes para seu dragão hoje, ele está cada vez maior, temo pela casa ter que sustentar algo tão... Sinto que apenas peixes não estão mais sendo suficiente. — olhei ao redor sabendo a dimensão que meu dragão estava, já havia perdido os traços de bebê, estava inegavelmente maior, eu já podia monta-lo.
— Preciso leva-lo para fora, creio que ele vá crescer mais do que eu imaginei.
— Deixe comigo, acho que sei onde posso deixa-lo. — ele sorriu de lado, mostrando um covinha sutil na sua bochecha esquerda.
Havia um caminho entre as prateleiras de livros da biblioteca, um pouco mais estreito e um pouco mais escondido, Jeongguk me levou até lá em total silêncio e assim que chegamos, embora silencioso e paciente ele se colocou na minha frente, muito próximo aproveitando o estreito do corredor entre as prateleiras.
— Aqui é o seu abatedouro? — perguntei um tanto quanto nervoso.
— Não, aqui eu só trago os especiais. — abri a boca incrédulo, levantei a mão para acerta-lhe um tapa que foi impedido no mesmo minuto entre risos espinhosos.
— Por um segundo eu havia esquecido que você não presta.
— E você gosta. — ele tinha um tom sensual na voz, era arrastado e grave, baixinho entre sussurros, o que me fazia ir mais perto para ouvi-lo.
— Quem disse? — respondi raivoso, tentando soltar a mão que ele ainda segurava.
— Eu sei que sim. — neguei puxando meu braço.
— Pois está muito enganado.
— Estou é? — então ele puxou de volta, me colocando mais perto, o estreito corredor havia ficado menor e mesmo que eu quisesse não havia condições de sair dali.
Jeongguk sorriu ao mesmo tempo que uma leve briza bagunçou seus cabelos, casa, a maldita casa.
— Não é justo. — falei perdendo as forças, não porque estava cansado ou lutando para ter minha dignidade de volta.
Mas porque eu o sentia queimar de desejo e pelo laço, ele estava fervendo, ele estava cada vez mais próximo afetando os meus sentidos e sentimentos, a vontade que eu estava havia se tornado quase palpável entre as paredes das prateleiras, e não só ele estava fervendo mas eu também.
— O que não é justo? — ele questionou, beijava meu pescoço com firmeza enquanto agarrava meu corpo mole entre os braços fortes.
— Não tenho chances de fugir. — ele riu levemente, afrouxando o aperto.
— E você quer? — O olhei sem piscar, não havia percebido que minha respiração falhava e meu coração pulsava descontrolado no peito.
Ele me encarava de volta, tinha o sorriso canalha nos lábios porque sabia, ele sabia minha resposta.
— Não.
E então nos beijamos afoitamente, como se fosse o suspiro da vida, como se finalmente a última peça do quebra cabeça havia sido colocada no lugar.
Sua mão foi sorrateira deslizando os dedos ágios e firmes até o interior da minha coxa, ele formou uma camada quente ali e espremeu minha carne com vontade até eu sentir minha respiração trêmula e falha, seus olhos estavam vítreo na minha direção, piscava devagar e preguiçosos, o toque firme fervendo em minha pele retirou um pouco da sanidade que eu buscava manter.
Jeongguk não se preocupou se estavamos dentro de uma biblioteca, muito menos a excitação crescente em meu peito, seus dedos ameaçando subir mais até o meio das minhas coxas e inevitávelmente afastei as pernas para lhe dar mais acessibilidade até mim, até meu interior, até que me tocasse como fosse preferido, a ordem saiu dos meus pensamentos quando que a única coisa que invadia minha cabeça era apenas seu calor tocando meu corpo e o cheiro do desejo emanando dele.
Cada poro, cada particula e célula clamava o desejo queimando em brasa dentro dele, algo me permitia sentir o quão excitado ele estava, ainda mais quando desci meus olhos para a calça de couro que ele usava e o pau marcava ali, empurrando o tecido e as custuras.
Minha boca secou, eu o olhei piscando devagar ameaçando levar a minha própria mão em busca do alívio que ele clamava com os olhos.
Passos, passos foram o suficiente para nos afastar, alguém que sabia como disfarçar a presença e sabia muito bem que estávamos ali, era um aviso "seja lá oque estejam fazendo, pare agora".
Mal consegui disfarçar a respiração ritmada, precisei cruzar as pernas e Jeongguk apenas permaneceu sentado e inabalável usando uma almofada para cobrir o volume na calça.
— Boa noite. — Juwon surgiu, sorrindo.
Os olhos de Jeongguk brilharam em algo que parecia ódio, ele não se ocupou em esconder para o irmão este que apenas lançou um sorriso vítreo para ele.
— Boa noite, irmãozinho, é uma ótima hora para vir a uma biblioteca, não sabia que gostava de livros. — ele disse, nenhuma das palavras pareciam acolhedoras.
Juwon esquentou as mãos nos bolsos da calça, mostrou aquele sorriso que nunca chegava aos olhos.
— Sim, achei que aqui poderia ser um passeio agradável. Posso me juntar a vocês? — a irá de Jeongguk era quase física, eu quase podia sentir o gosto dela na lingua.
— Acho que já estamos indo embora. — eu não podia levantar ainda, não com o pênis dolorosamente ereto dentro da calça.
"Não posso, estou duro" Jeongguk permanecia sério, mas sua satisfação pairou para mim como uma brisa.
"Eu também, não sei porque falei isso" ele repassou para mim os seus pensamentos. "Ficar ouvindo você confessando que está duro não ajuda muito"
Segurei o riso por puro orgulho ao invés disso o lancei o dedo do meio e ele riu de volta.
— Mas que pena, então não tenho o que fazer aqui, posso ir com vocês também. — não foi uma pergunta, foi uma afirmação.
Jeongguk tocou o arco do nariz como se aquela conversa lhe causasse dor de cabeça, um suspiro irrompeu dele e no segundo seguinte ele estava olhando para o irmão e estendendo a mão para mim.
— Então boa viagem. — deu tempo de ver Juwon fervendo em irá antes de sumirmos de vista.
Até a próxima.❤️
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