Ser casto?
Esse artigo que achei sobre a castidade é simplesmente magnífico. Em duas Partes, confira esse texto extraordinário. Confira na íntegra.
https://www.comshalom.org/o-que-e-ser-casto-por-que-ser-casto-como-ser-casto-hoje/
Ser casto é muito mais do que ser virgem. No entanto, a pureza, ou castidade, inclui necessariamente a vivência da virgindade. Ser casto abrange toda a pureza de coração, de intenções e de desejo sincero de fazer a vontade de Deus. Inclui a determinação de não pecar (e isso não somente com relação ao sexo, mas em todas as áreas da vida). Inclui, ainda, uma compreensão madura do que seja a vida e a decisão de viver para cumprir a vontade de Deus.
Viver a pureza é uma grande graça, da qual hoje todos zombam abertamente. É correr o grande risco de ser incompreendido, chacoteado, caluniado, humilhado, maltratado. No entanto, vale a pena buscar esta graça.Vale a pena pedí-la a Deus e colaborar com toda a nossa vontade para que ela seja efetiva na nossa vida.
No meio do “Anti-tabu” do sexo, agressiva e desafiadoramente praticado nos dias de hoje como algo muito natural, a busca da vida pura é um desafio para jovens de têmpera. Os tolos e imaturos nem sequer o entendem. Aqueles, porém, que encaram a vida com a serena alegria dos que creem em Deus abraçam o desafio com grande confiança de que a graça irá socorrê-los.
Falar de maneira genérica sobre a castidade nos levaria a todo um tratado sobre a vida santa, o que é muito além de nossas possibilidades e das desta revista. Como sabemos que o que mais questiona o jovem é a razão para a castidade com relação à vivência da sexualidade, é sobre ela que falaremos.
Baseando-se no texto de D. Rafael Cifuentes, vê-se que ele ressalta três pontos essenciais:
A pureza de vida é um mandamento evangélico.
Parece óbvio demais? Engano! Há educadores (desculpe,”educadores”) que não mais entendem ou ensinam o sexto mandamento da lei de Deus. O “Não pecar contra a castidade” não faz parte de suas pregações ou é covardemente omitido. Conheço dezenas de casos de ensinos, pregações, aulas, debates, mesas redondas, onde o representante do pensamento cristão, de quem todos esperam respostas esclarecedoras e firmes, se perde em observações esquivas, omissões e relativismos. Com certeza, infelizmente, você conhece outras dezenas.
No entanto, a Palavra e a Doutrina continuam como antes. Não mudaram. Não mudou tampouco (ao contrário do que muitos meios de comunicação divulgaram) a visão da Igreja sobre o sexo pré-marital, a masturbação, o homossexualismo, o adultério, a fornicação, a luxúria. No Catecismo da Igreja Católica em língua francesa (sua língua original) estes conceitos continuam imutáveis. Pensando bem, quem se atreveria a mudar um mandamento da lei de Deu se, ao mesmo tempo, um mandamento evangélico ensinado por Jesus que diz: “bem-aventurados os puros porque verão a Deus?” (Mt 5,8).
Enganam-se os que pensam poder-se relativizar o que está bem claro tanto no Novo quanto no Antigo Testamento, tanto na Doutrina quanto na Tradição e Magistério da Igreja. O problema é que hoje tem gente que nem a isso dá importância.
Enganam-se, também, os que pensam que o casamento seria uma “‘quebra” da castidade ou uma “concessão” feita quanto a este mandamento. Muito pelo contrário: a noção correta de castidade envolve o mandamento evangélico da pureza que deve, obrigatoriamente, estar presente tanto no matrimônio quanto no sacerdócio ou no celibato. O conceito evangélico de pureza ultrapassa o de estado de vida.
O segundo ponto ressalta que “o mandamento é muitas vezes recalcado devido à mentalidade de hoje”.
De fato. Tem-se medo de pensar diferente, de ser diferente da imensa maioria das pessoas, sejam jovens ou adultos. Tem-se medo de testemunhar o que pensa Deus a este respeito, o que a Igreja ensina, o que todos nós, no fundo no fundo, temos desejo de viver, pois Deus nos criou para sermos santos. O medo e a covardia, sem falar na ingratidão, nos levam a calar, a sermos omissos, a preferirmos a mentalidade do mundo à vontade de Deus. Desta forma, “recalcamos” o mandamento evangélico da pureza, isto é, abafamo-lo, ignoramo-lo, tratamos de relativizá-lo para sermos mais “normais”, mais bem aceitos. Corremos até o risco de achar que se fizermos isso vamos ter mais facilidade de nos aproximar dos jovens e levá-los a Jesus. Terrível engano! Como se pode levar alguém a Jesus deixando-o em seu pecado? O método de Jesus era bem diferente. Ele se aproximava amorosamente do pecador, mas não admitia seu pecado. Claro, não condenou jamais o pecador e, no entanto, nunca deixou de condenar o pecado abertamente e a ordenar com clareza: “Vai e não peque mais” . Quanto mais a gente conhece a beleza de alma que Deus deu ao jovem, mais a gente se convence que o que ele quer é Jesus. Jesus como Ele é: verdadeiro; radical quanto à perfeição de vida, mas extremamente misericordioso para com o pecador; absolutamente radical quando se trata de redimir ou retratar o pecado (veja-se Zaqueu), mas extremamente flexível quanto à regeneração do homem aviltado por seus pecados. Jovem quer Jesus. Um Jesus corajoso, radical, misericordioso, livre, como o jovem deseja ser.
O terceiro ponto é contundente: este recalque do mandamento, seja por medo e covardia, seja na ilusão do ser aceito para”evangelizar”, “produz distúrbios espirituais e psíquicos”.
Nada mais previsível. Se Deus criou o homem para o amor a Ele, a seus irmãos e a si mesmo, tudo o que venha deturpar esta finalidade última de amor e santificação deforma o homem. A isto se dá o nome de pecado.
O recalque do princípio evangélico da pureza visto aqui principalmente como o princípio de castidade, traz enormes prejuízos espirituais, especialmente devido à intemperança e ao vício. E, veja, aqui não estamos falando somente de coisas “‘fortes” como relações sexuais antes do matrimônio ou masturbação e homossexualismo masculino ou feminino. Estamos falando de toda uma caminhada de relacionamento também no namoro e no noivado, caso a vocação do jovem seja a do matrimônio. Estamos falando também dos pensamentos, das fantasias, dos filmes e revistas, dos programas de televisão(mesmo aqueles que parecem meros programas de variedades, mas contêm centenas de sentidos duplos em cada palavra dos apresentadores) das conversas; da maneira de vestir; do comportamento sensual ao andar, falar, sentar; das diversões; da busca desenfreada de mais prazer, de mais emoções, de mais “coisas novas”.
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