O Sentimentalismo Exacerbado
“O sentimentalismo é, para a sensibilidade, uma afetação de amor de Deus e do próximo que não existe suficientemente na vontade espiritual. Então, a alma procura a si mesma mais do que a Deus; daí, para tirar a alma desta imperfeição, Deus purifica a alma pela aridez da sensibilidade.
Se verdadeiramente nesta aridez a alma não é suficientemente generosa, então cai na preguiça espiritual, na tepidez, e não mais tende suficientemente à perfeição.
Igualmente, pelo amor desordenado de si mesmo, vicia-se o labor intelectual ou apostólico, pois nele buscamos satisfação pessoal, buscamos o louvor em si mais do que a Deus ou à salvação das almas. Assim, o pregador pode tornar-se estéril 'como um bronze que soa ou um címbalo que tine' (1Cor 13,1). A alma se retarda, não é mais iniciante porém não avança ao estado dos aproveitados; permanece uma alma retardada, como um menino que, por não crescer, não permanece criança e nem se faz adolescente ou adulto normal, mas um homúnculo deforme. Ocorre algo similar na ordem espiritual, e isto provém do amor próprio desordenado, do sentimentalismo, do qual nasce a esterilidade da vida.”
(Pe. Garrigou Lagrange, 'As Três Vias e
as Três Conversões', ed. Permanência)
Alguns católicos insistem que o maior câncer da igreja foi o concílio Vaticano II, Se bem que, não sei se esses devem ser chamados de católicos. Outros, acreditam que o maior câncer é o próprio Papa Francisco. Outros, os grandes escândalos de pedofilia. Eu, no entanto, acredito que é o sentimentalismo. Afinal, o que é o sentimentalismo? Segundo o Google:
Emoção superficial e débil, sem causa justificável; excesso de emoção ou sentimento como motivo de prazer.
SUPERFICIAL
DÉBIL
SEM CAUSA JUSTIFICÁVEL
EXCESSO DE EMOÇÃO
Nós humanos temos a tendência de procurar o prazer. A psicanálise afirma que quando há muito barulho em nossa mente, temos a tendência de gritar e escancarar essa bagunça interna em momentos religiosos. Não quero entrar em termos técnicos e teóricos da psicologia nesse livro, mas tem um que se
encaixa perfeitamente: Dissonância cognitiva
Em breves palavras, a Dissonância é causada por um conflito interno que é consequência do nosso próprio EU. Defendemos algo, temos algo como valor e moral, pregamos determinada coisa e temos atitudes totalmente DIFERENTE. Essa é a Dissonância cognitiva.
Existe a Dissonância religiosa? Sim. E esse conflito interno muitas vezes é jogado para escanteio justamente pelo sentimentalismo. A oportunidade de refletimos sobre nossos valores e nossas atitudes, a oportunidade que temos de refletir sobre nossas questões internas são destroçadas pelo sentimentalismo. Como assim?
Imaginemos que, existe um indivíduo em pecado mortal (Se ainda não sabe a diferença do pecado mortal para o venial, indico estudar e depois voltar a ler esse capítulo.), ele vai para um momento de oração, cheio de músicas, frases de efeito, promessas de curas e prosperidades, chora e grita. Ajoelha no chão e faz sua súplica. Conclui após o momento que foi perdoado, vai para casa convicto que não precisa de confissão. Ou até, se convence que não pecou. E isso se torna um ciclo vicioso. Toda vez que cometer esse mesmo pecado irá recorrer para esses momentos em busca do "perdão", do sentir a "unção". Esse fato pode ocorrer, quando você está triste e sentir-se alegre e só sentir essa alegria nesses momentos. Só sentir-se amado nesses momentos, só confiar nesses momentos para recebimento de graças... Enfim! O católico se torna dependente desses momentos sentimentais sem se preocupar minimamente com suas obrigações como cristão católico. Vai em busca do PRAZER. E ESQUECE que somos a igreja da CRUZ, do sofrimento dos mártires. E qualquer mínimo sofrimento vai atrás do momento para voltar a Alegria. Só sente a presença de Deus nesses momentos ( fé SUPERFICIAL).
É importante destacar que os movimentos pentecostais são uma das maiores belezas que a igreja católica possui. Esses movimentos são frutos verdadeiros do espírito de Deus, fruto de conversões e santidade. Porém, quando colocamos o sentimento acima do CATOLICISMO eles se tornam perigosos. Quando levantarmos da cama para ir a algum momento desses e sentimos que estamos mais alegres do que quando estamos indo para missa ... Sinto informar, mas Aí existe um grande problema.
a alma procura a si mesma mais do que a Deus;
Estamos indo atrás de nossas vontades. Do que queremos sentir. Do que queremos ouvir. Não conseguimos chorar em nosso quarto e conversar com Deus em particular e vamos a procura daquela voz linda do momento para cantar minha música preferida e eu "sentir Deus." A sua alma, meu caro, está encontrando seu próprio EU afundado na Dissonância religiosa, afundado em conflitos internos, Afundado na preguiça de tentar ser um católico autêntico e não é Deus.
Ressalto novamente, que é possível sim encontrar Deus nesses momentos. Ele fala conosco, ele age, ele se manifesta. Eu sou petencostal. Entretanto, justamente por ser desse meio escrevo esses problemas sérios da igreja atual para alertar vocês. Quando um louvor torna-se mais importante que uma missa é um fato concreto para assinar sua ficha de óbito católica. Afirmar que só encontra Deus nesses momentos, que só é possível conversar com ele nesses momentos é desmerecer todos os milhares de Santos que nunca tiveram contato com essa espiritualidade e nós nem estamos pertos de chegarmos nas sombras deles.
Então cai na preguiça espiritual
Sim.
É preguiça de ser católico.
É preguiça de estudar a história dos santos e da Igreja.
É preguiça de aceitar seus conflitos internos.
É preguiça de reconhecer a Dissonância religiosa.
É preguiça de afirmar nossa Hipocrisia.
É nossa tendência de buscar soluções fáceis e imediatas.
É preguiça de lutar.
É a vontade de obter graças e mais graças.
É a vontade de fugir das obrigações de um católico.
É preguiça de rezar um rosário.
É preguiça de procurar uma confissão...
É mais fácil o sentimental do que rezar 1.000 ave-marias
É mais fácil o sentimental que o jejum...
Irmãos, o sentimental só é inútil, inexistente, ineficaz, é ilusório. Porém, somado com nossa obrigações como católicos transforma-se. Deixa de ser uma ilusão e passa a ser uma fonte de frutos.
Isto provém do amor próprio desordenado, do sentimentalismo, do qual nasce a esterilidade da vida.”
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