Prólogo
Helena estava sentada em meio a grama pensativa, ela e as meninas encontraram um lugar perfeito enquanto vagavam sozinhas, não conseguiram achar o caminho para o acampamento, então se estabeleceram em uma velha mansão, com um grande quintal e muros de pedra, completamente fáceis de atravessar por estarem bem danificados, mas pelo menos haveria algum barulho de aviso se alguma criatura viesse atacar.
Inclusive, sim meus amigos, elas voltaram. No dia seguinte a derrota dos generais, as criaturas que assolavam o mundo retornaram com grande força, impedindo a humanidade de se estruturar de novo.
Agora, melhor atualizarmos sobre o trio em si, elas nunca mais viram Pedro, Stuart ou John após aquele dia. Agora Helena tinha 28 anos, enquanto Emily e Lysa portavam seus joviais 22. Mas até entre elas o clíma era estranho.
Lysa havia se tornado arrogante e ranzinza em tudo o que fazia, Emily ainda se mantinha a garota positiva do grupo, mesmo que seus esforços fossem em vão. Já Helena havia começado a tentar ficar mais calma, pelos últimos dez anos sua rotina se tornou meditar e respirar fundo, como fazia agora, para que se mantivesse em pura tranquilidade.
-Fígaro! Fígaro! Fígaro! Fígaro!- Quer dizer, pelo menos tentava, mas ao fundo uma quarta voz lhe impedia de raciocinar ou de sentir nada, pois na calmaria que tentava criar em seu coração, uma pedra caíra. A mulher tentou se concentrar por diversos minutos, sem vitória. Ela então fechou os punhos em puro ódio, se levantou e caminhou até o violeiro que estava sentado na porta da mansão cantando feito um maníaco.
- Gabriel. - Disse Helena com toda a calma que podia ter com o amigo. Fazia cinco anos desde que o encontraram quase morto por um ataque de criaturas metamórficas, alegava ter sido enganado pois elas se transformaram em suas ex-namoradas. Por mais viajado e calmo que fosse era um homem bom e pacífico, que não sobreviveria mais uma semana sozinho.- Poderia cantar baixo e não berrar?
- Mas eu não estou berrando. Estou cantando uma obra prima nomeada "Fígaro".- Explicou todo orgulhoso de sua arte.
-Você nem sabe a letra dessa música.
-Não tem letra. É só repetir a mesma palavra toda hora, por isso o nome "Fígaro".
-Uau! Estou sem palavras...- Escarniou a mulher revirando os olhos.
-Eu sei! Muito conhecimento de minha parte.
Vendo que não levaria a lugar algum, e que se continuasse daquela forma poderia se estressar mais, Helena entrou dentro da mansão, deixando o artista sozinho com seus escândalos.
O chão rangia a cada passo que ela dava, mostrando o quão velha a mansão era, não que a poeira e folhas em todos os lugares já não o revelasse, pois, desde que chegaram, o grupo apenas se preocupou em limpar os quartos e a cozinha, não havia sentido em gastar energia limpando o local inteiro.
Emily estava na sala de estar sentado num sofá empoeirado enquanto preparava um jogo de tabuleiro, seu curto cabelo castanho havia crescido bastante até o meio de suas costas. A jovem era extremamente magra, não em um nível doente ou preocupante, mas certamente era mais magra do que a média, mesmo aos 22 ainda continha espinhas sobre algumas partes do corpo.
Gabriel era o único que chegava a jogar junto dela, dado a condição das outras duas. O que fez com que eles acabassem formando um laço entre si.
- Não vai querer jogar hoje de novo Helena?- Perguntou a jovem enquanto a mais velha passava no meio da sala, Helena lhe encarou, com um breve interesse e uma leve pena, incerta do que fazer.
- Não. Não, obrigada Emily. Não é uma boa ideia.
Com isso, Helena deixou Emily sozinha na sala, andando pelos corredores olhando para nada em específico. Apenas pensando cabisbaixa em quem perdera. Desabando pouco a pouco dentro de si, se entregando a uma amargura, a uma ânsia que não sabia explicar, estava se sentindo mal, seu coração não estava batendo direito, mas ainda tão difícil de localizar.
Até que, por um momento, ela viu um vulto na janela do lado de fora. Tinha certeza ter sido a silhueta de um homem, maior do que Gabriel mas mesmo quando saiu para procurar não viu ninguém.
Pelo contrário, algo lhe viu. Dos ares uma criatura surgiu, meio mulher e meio pássaro, berrando com grande escândalo, emitindo ondas sonoras em direção a mulher. Ela saltou para fora da linha de alcance da rajada, um ataque que abriu um buraco no chão.
Helena começou a se desesperar, cogitando se deveria fugir ou lutar, um pouco de sua energia escarlate seria o bastante para derrubar a harpia, mas simplesmente não podia arriscar o menor dos movimentos, pois se exagerasse demais, se essa luta escalasse então aquela coisa iria vir e...
O monstro se preparou para mais um grito quando uma linha dourada atravessou completamente seu peito, fazendo com que fosse desintegrada na hora.
- Perder para um bicho desses é humilhante Helena.- Dizia Lysa se aproximando, seus olhos parecendo mortos se comparados a de dez anos atrás, não por conta de saúde, mas por conta de desinteresse, seus dourados cachos repousavam mais bagunçados e emaranhados em seu corpo, havia perdido peso e se tornado uma mulher formosa a vista. Sobre sua personalidade, a jovem Lysa havia se intensificado mais ainda em suas paranoias.
- Obrigada Lysa- A garota simplesmente passou reto, seus olhos mortos demonstravam desprezo sobre Helena, mesmo que erguesse sua mão a mulher não conseguiria alcançar aquela que se afastava cada vez mais em um poço sem fundo de sentimento nulo.
Anoiteceu, em seu quarto Emily não conseguia dormir, sempre tinha dificuldade para dormir, apenas Gabriel lhe ouvia, aquela que ela via como irmã lhe desprezava, aquela que ela via como guardiã nunca se envolvia. E isso era tão cansativo.
A garota fechou os olhos por alguns segundos querendo poder dormir o mais breve que conseguisse, talvez se fingisse dormir, o sono acreditaria e viria. Mas uma súbita claridade no quarto fez com que abrisse os olhos, havia algum tipo de cercas em volta de sua cama. Quanto mais olhava, mais percebia que não estava na mesma cama que a segundos atrás, nem mesmo era o mesmo quarto.
Ela finalmente reparou em seu corpo, havia se transformado um bebê e estava dentro de um berço. Um casal se aproximou e começou a brincar com ela, lhe pegando no colo com uma ternura e um carinho que, para ser sincero, Emily não se lembrava de receber em toda sua vida.
A garota não entendia o que estava acontecendo, e não tinha escolha a não ser seguir o momento, será que havia dormido e se encontrava em um sonho? Ah se a vida fosse simples assim nesse mundo.
O homem, brincando com a bebê, lhe lançou para o alto para pegar de volta no chão, mas no momento em que ele o fez, tudo parou de se mover. E a pequena Emily, ainda consciente e confusa, passou a se encontrar congelada no meio do ar junto com o cenário.
- Gostou de meu presente?- Então, se materializando em fumaça, um pequeno garoto branco surgiu no meio do cômodo, parecia ter por volta de 10 anos, seu cabelo era cinza emaranhado, usava o que aparentava ser roupas de garçom, gravata borboleta roxa, colete, calças e sapatos pretos, sendo as mangas e a sola dos sapatos roxas também. As mangas da camisa estavam rasgadas mostrando seus punhos e em sua mão direita havia um pirulito vermelho que parecia ter sido recém aberto.- Prazer em lhe conhecer, meu nome é Chrisnos- Ele olhava direto nos olhos dela, suas íris pareciam ser feitas de vidro, refletindo exatamente o que ele via.- Este momento em que você está vivenciando aconteceu há muitos anos atrás, você só tinha um ano, aposto que nem se lembra do rosto de seus pais correto? Então eu decidi lhe presentear com uma visão clara deles, bem vamos voltar ao presente.
Como uma fita sendo avançada na velocidade da luz toda a vida de Emily passou voando, em segundos ela estava de volta ao quarto em que dormira, mas dessa vez o menino estava na frente de sua cama a olhando.
- Quem é você?- Perguntou a jovem ainda confusa e, com um sorriso travesso, o menino ele respondeu.
- Eu já disse, eu sou o Chrisnos. Ative seu poder e você entenderá- Após hesitar por um instante, Emily ativou seus poderes, seus olhos transmutando de castanho para azul. Os raciocínios complexo foram se formando, ela foi juntando pista atrás de pistas, colocando coisas juntas que poucos pensariam em assimilar e então ela entendeu.
- O que você faz aqui?
- Você já sabe, afinal, você acabou de deduzir sozinha.
De fato, ela entendeu o que estava acontecendo, e se entristeceu pois não queria que aquilo chegasse agora. Mesmo se quisesse lutar contra seria impossível, afinal seu corpo parou de se mover, não importa o quanto tentasse, não iria fugir daquilo
A criança começou a caminhar para fora do quarto, o corpo de Emily o seguindo, flutuando no meio do ar, e ela não podendo fazer nada contra, até eles saírem para o lado de fora. Na calada da noite, a criança colocou dois dedos em sua boca e assobiou o mais alto possível, fazendo com que os três que ainda estavam dentro da casa, saíssem.
- O que está havendo aqui? Quem é você?- Perguntou Helena confusa, então eles repararam na menina paralisada em meio ao ar.
- Emily?- Chamara Gabriel confuso, mas não tardou para o entendimento recair de que ela estava sobre algum tipo de poder.- Solte ela!- Gritou o violeiro disparando em direção ao menino enquanto Helena parecia estar com perdida demais para fazer algo.
Mas no meio do avanço do homem, algo rígido e áspero se envolveu por seu calcanhar direito, o fazendo cair no chão pelo abrupto impedimento. Havia uma raiz de árvore enrolada firmemente em suas pernas o impossibilitando de se mover, e mais outras raízes começaram a sair, se envolvendo por seu corpo todo.
- Nosso assunto não é com lixo que nem você, plebeu.- Disse um homem loiro de íris verdes se aproximando, usava roupas da alta sociedade em tons preto e verde escuro, sem mencionar as luvas brancas em suas mãos. Tinha uma pele morena e cabelos loiros escuros penteados de forma cuidadosa.
Sua postura era elegante mas rígida, com os dois braços cruzados e seu nariz empinado.
- O que vocês querem?!- Lysa perguntou, quase berrando, tentando soar o mais amedrontadora e firme possível, em resposta, o loiro lhe olhou, menoscabando cada centímetro da existência da menina.
- Muito menos estamos aqui para falar com uma imunda como você.
Aquelas foram palavras ácidas o bastante para enfurecer a jovem, Lysa criou um enorme braço dourado em meio ao nada, a projeção se esticou em direção ao arrogante. Cujo semblante em nada se perturbou.
Então se ouviu o crocitar de um corvo e, em um piscar de olhos, uma pessoa encapuzada surgiu entre o ataque e seu alvo, o braço se desintegrou completamente no mero momento em que encostou no capuz.
Lysa se preparou para outro ataque quando começou a sentir uma sonolência imensa, um pó saía da boca do homem arrogante e voava diretamente até as narinas da menina. Ela não resistiu muito e adormeceu enquanto o crocitar do corvo ficava mais alto, o animal emergia em meio a escuridão e pousava sobre os ombros da pessoa encapuzada.
Helena era a única que restara em pé, encarada pelos três indivíduos que nunca vira na vida:
- Q-Quem são vocês?- Perguntou a mulher tremendo, que outra coisa poderia fazer? Certamente não iria lutar, não poderia correr e os abandonar. O que restava era a argumentação, apelar a comunicação.
- Esses são meus irmãos.- Respondeu outra voz infantil em meio a escuridão da noite. Uma menina vinha caminhando ao lado de um homem de manto colorido, com uma longa régua de madeira em sua mão, a dupla se juntou ao trio revelando serem um quinteto.
Essa criança era idêntica a Lalá, até mesmo com os olhos brancos como o leite, o homem atrás dela não parecia mostrar nenhum interesse no que ocorria diante de si, suas íris escuras como se de petróleo.
De uma forma estranha podia se dizer que o que todos eles tinham em comum eram seus olhos, mesmo sendo tão diferentes, com exceção da pessoa encapuzada claro pois não dava para os ver, os olhos deles pareciam brilhar no meio do nada, até o homem dos olhos negros, a escuridão em sue olhar se diferenciava da escuridão da noite.
- Enfim, vamos direto ao ponto Helena. Eu sou Lily, encantada com certeza! Ah e estes são Chrisnos, Michelle, Mikael e Pliefe.- Respondeu a menina, como se estivesse se apresentando a uma nova amiga, com tanta inocência e ternura em seu tom de voz, mas no instante em que Helena ouviu o nome ela sentiu seu coração se apertar e endurecer de novo, aquilo que já era um mal estar se tornou em dor e náusea, o que ela deveria fazer? Já havia dito que não queria mais saber dessas coisas, não queria mais saber dessa criatura nojenta e suas tramas
- O que vocês querem? Soltem Emily de uma vez.
- Antes de minha pessoa lhe responder, eu gostaria que o individuo escondido nas sombras se revele, tem espaço para todos nessa roda de conversa.- Confusa, Helena se virou na direção em que Lily olhava enquanto dizia tais palavras e, de fato, uma silhueta no meio das sombras se aproximou.
Pedro se aproximou.
-Então você já havia me notado?- Sua barba cresceu, estava grande, não exagerada, mas maior do que a dez anos atrás, ele continuava sujo e desarrumado, Helena não sabia o que dizer ou como reagir, era ele, realmente era ele.
- É claro que eu te notei.- Respondeu Lily em um tom caricatamente fofo.- Bem agora a explicações, sabe foi muito divertido aquilo que nós fizemos dez anos atrás, então eu fiquei pensando: " O que eu posso fazer que seja capaz de se equiparar?", digo deveria ser impossível para vocês derrotar os generais e, ainda assim, vocês conseguiram. Sem falar que ter que coletando almas para criar seres fortes o bastante para vocês enfrentar é um saco então...
- Pretende enrolar até quando? Ande logo com isso Lily.- Falou Mikael, o arrogante, revirando seus olhos. Lily começou a agir de forma toda a assustada e trêmula, se empalidecendo de um instante a outro.
-Ah me perdoe Mikael.- Dizia gaguejando e se atropelando no meio da frase.- Eu me empolgo fácil com essas coisas, então eu vou explicar.- Então seu medo foi embora de novo e seu cinismo preencheu seu semblante.- Vocês vão jogar um jogo.
- Um jogo?- Perguntou Pedro.
- Isso mesmo, vocês contra eu e meus irmãos. O prêmio? Essa garota chamada Emily, nós iremos a devolver se vocês fizerem o que pedirmos. Inclusive não pense que somos só nós cinco, se lembrem que, ao todo, somos em vinte.
Finalmente, Helena e Pedro entenderam o que ela queria dizer. Vendo o semblante perplexo dos dois, Lily não conseguiu conter seu riso e começou a apontar, primeiro para Mikael, o homem arrogante.
- Natureza.- Então seu dedo foi para Michelle, a encapuzada.- Morte.- Depois para Chrisnos.- Tempo.- Para Pliefe, que segurava sua régua.- A virtude sombria.- E, por fim, apontou para si mesma.- Esperança.
- Então vocês são todas as virtudes?
- Exatamente. Infelizmente apenas esses quatro quiseram me seguir, os outros me odeiam consegue acreditar? Enfim, após um tempo me esforçando finalmente consegui transcender todos meus irmãos a seus corpos físicos, como eu. Eles se espalharam pelo mundo e, acreditem ou não, estão causando por aí. Vocês não fazem ideia das tragédias que eles estão fazendo. Quantas pessoas estão morrendo, ou sofrendo um destino pior do que a morte nas mãos deles e vocês são os únicos que podem os impedir. O jogo é simples, derrotem todas as virtudes e sua amiga vive, fracassem e ela morre.
- Isso é ridículo, você simplesmente espera que nós sigamos aquilo que você diz assim? Basta enfrentar vocês cinco aqui para salvar a Emily, eu não preciso ir atrás de mais ninguém. - Pedro ergueu as mãos, contudo as plantas não se mexeram, pois, do outro lado, havia aquele que tem domínio sobre todas elas. Fogo se formou sobre as mãos enluvadas de Mikael e, lentamente, ele o aproximava de Emily, que nada podia fazer além de encarar tudo paralisada.
- Você tem certeza Pedro? Não queremos que sua maldição machuque mais ninguém.- Brincou Lily.
- Helena o que fazemos?- Perguntou Pedro, ela não respondia, apenas permanecia pálida, fraca e temerosa. Seu corpo inteiro tremia e seu coração doía, sua respiração não estava certa.- Helena!- Toda aquela pressão sobre ela, seu coração iria estourar, Criara iria sair e mais pessoas iriam se machucar.
O fogo se aproximava mais ainda de Emilly.
- Eu aceito.- Disse Helena, com a voz falhando.- Eu faço qualquer coisa só... não toque na Emily, só não nos machuque, só nos deixe em paz, só pare de nos pressionar assim.
Lily lhe encarou por alguns segundos com sua face séria, analisando, julgando, vendo e pensando. Então ela voltou ao modo alegre
- Então essa é sua resposta em uma situação desesperadora? Que decepcionante... muito bem eu já sabia que você iria aceitar, suas instruções estão na mesa lá dentro da mansão. Partiremos agora, boa sorte nessa aventura e espero que se divirtam, mas cuidado, nós virtudes não somos fracos como os generais.
Os seis, incluindo Emily, desapareceram em meio a escuridão.
Helena caiu de joelhos exausta e apavorada, segurando seu peito com muita força e com lágrimas nos olhos. Pedro também não sabia o que fazer, as plantas simplesmente não ousaram fazer nada, se tivesse usado o mimetismo teria surtido algum efeito?
- Por hora acho melhor irmos para dentro e ver sobre o que estavam falando.- As raízes em volta de Gabriel se soltaram, permitindo ao violeiro para que se mexesse, Lysa também recobrava a consciência.
- Que jeito de nos reencontrarmos hein?- Gaguejou Pedro, um pouco constrangido para Helena. Provavelmente lhe odiava por ter retornado.
Helena apenas continuou andando como se nem tivesse ouvido, lhe odiava por ter a abandonado.
- Ei onde aqueles caras foram?- Perguntou Lysa enquanto seguia o resto do grupo para dentro da casa.
- Embora.- Respondeu Gabriel, tendo visto a situação toda.- E levaram a Emily também. Aparentemente eles querem que joguemos algum tipo de jogo.
- E essas devem ser as instruções que eles mencionaram.- Respondeu Pedro pegando um rolo de papel que se encontrava sobre a mesa da sala.
Ele o desenrolou e, no centro do papel, havia desenha um enorme círculo dividido em 6 pedaços, e em um, uma estrela no centro.
-O que é isso?- Perguntou Helena.
- Uma pizza.- Respondeu Pedro, e os outros três o encararam- O que foi? Eu tinha 11 anos na última vez que eu comi uma pizza, me deixe sonhar.- Helena revirou os olhos e tomou o papel da mão dele.
- Alguém tem outra ideia?
-Hm? Vocês realmente não conhecem a bandeira dos sobreviventes?- Respondeu Lucas, como se estivesse falando de algo óbvio.
- Bandeira dos sobreviventes? O que é isso?- Perguntou Lysa.
- É um grupo criado, a nove anos atrás, pelos únicos 6 países que conseguiram se manter de pé em meio a essa bagunça que o mundo se tornou.
- Então ela quer que nos passemos por cada um desses países?- Deduziu Lysa tentando contribuir com algo para a discussão.
- Ela falou que as virtudes estão espalhadas pelo mundo- Recordou Pedro.- Acho que já da para ter uma ideia do que é para fazermos.
- Gabriel, quais são os países dessa aliança?- Perguntou Lysa.
- México, Japão, França, Brasil, Alemanha e Egito.
- Que ótimo, vocês só terão que dar a volta no mundo.- Comentou Pedro tentando brincar um pouco, mas Helena ouviu a frase e ficou incomodada com o como ele a parafraseou.
- Você não vem?- A pergunta pegou Pedro de surpresa, ele abriu os lábios para falar, mas percebeu eu não saberia como se explicar.- Quer saber? Não me importa, faça o que quiser da sua vida, eu não irei me estressar por isso.
-Mas eu irei.- Disse Lysa.- Se o Pedro não vier eu sou a única que luta entre nós três.
- Eu não disse que eu iria.- Começou a dizer Gabriel levantando a mão levemente.
- Cala a boca Gabriel, você vem e pronto.
- Ah então tá.
- A Helena não luta mais?- Perguntou Pedro olhando para ela, mas a meia ruiva evitava de lhe encarar de volta.
- Foi o que eu disse, não foi?
- Tá, então...- Pedro pensou por um tempo, vendo que aquele não era um assunto muito apropriado no momento.- Se vocês avançarem para o sul talvez encontrem Stuart por lá. Não faz mais do que umas semanas que eu o vi.
- E quanto a Olho-De-Águia?
- Eu não vejo John desde os generais.
- Seria confortante ter alguém inteligente como ele junto, mas acho que Stuart será de grande ajuda também, tem certeza de que não virá junto Pedro?
-Acredite vocês ficarão melhores sem mim.
Desapontada, Lysa pegou o papel e saiu andando, aparentemente iria ter que fazer tudo sozinha por lá. Helena foi logo atrás, não aguentaria ficar perto de Pedro. Gabriel também estava partindo, mas não antes de deixar umas palavras
- Se realmente acreditasse que eles estão melhores sem você, o que está fazendo aqui?- Antes que Pedro pudesse responder, ele já havia saído. E com isso, o grupo se preparou para sair, para mais uma aventura, para mais um jogo de Lily.
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