Capítulo Um
A agitação dominava a mente de Misaki Sato. Afinal, sendo filha de comerciantes da classe média curitibana,as suas noites eram mais movimentadas do que as noites da maioria de moças da sua idade .
Aos vinte anos, ela era uma linda nissei de quem os pais se orgulhavam, já que estava cursando o segundo semestre de Medicina.
Eles possuíam uma boa condição financeira, mas ela fazia questão de custear os estudos com o trabalho. Certamente, um trabalho muito bem remunerado, já que a filha andava com boas roupas e mesmo à prestação, comprara um bom carro.
Esforçada, ela alternava as noites da semana entre as aulas na faculdade e o serviço de técnica de enfermagem em uma clínica particular.
Os pais de Misaki tinham uma certa insatisfação porque ela sempre chegava em casa pela manhã. Sentiam falta da filha, mas dormir durante o dia todo pareceu a eles ser um fato normal, já que ela estudava e trabalhava à noite. Pensaram porém, que no período de provas ela poderia ser prejudicada por causa do trabalho, o que não acontecera, afinal.
Sim, eles tinham quase cem por cento de sorte. O que faltava de sorte ficava por conta da companhia de Mirtes, colega de faculdade de Misaki. Decididamente eles não gostavam dela e suspeitavam que ela fosse uma potencial má influencia para a filha.
Enfim, confiariam na filha, que a essas alturas saía correndo de casa , linda em seus trajes brancos. Dormiria o restante da noite no apartamento da amiga e no outro dia viria para casa. Enfim, era o preço que pagavam por um futuro promissor para ela.
Apressada, Misaki atravessou o jardim e pegou seu carro. Estava quase atrasada. Mirtes já devia estar a esperar por ela. E ela jamais poderia deixar de estar à disposição de sua amiga. Com ela compartilhava um trabalho, uma vida.
Ao chegar ao apartamento, Mirtes já a esperava impaciente. Era uma linda moça de vinte e dois anos e de descendência alemã. Grandes olhos verdes destacavam-se num rosto bonito, fazendo contraste com uma boca de lábios carnudos e vermelhos.
Alta, com corpo escultural delineado por horas de academia, ela diferia claramente do corpo pequeno e magro de Misaki.
Vestia uma saia branca minúscula, que destacava sua pele bronzeada. Uma blusa poucos centímetros maior que um sutiã fazia conjunto com ela e em sua cabeça estava um chapéu com o símbolo da enfermagem.
Misaki foi até um guarda roupa e pegou um traje igual. Sem nenhum pudor tirou seu jaleco branco e as demais peças de roupa que vestia. Em seguida, ainda nua, calçou as meias e a cinta liga branca e vestindo a roupa minúscula, pôs por cima o jaleco. Mirtes fez o mesmo e as duas saíram.
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