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Capítulo XVII - ZECA

Zeca ajudou a soltar a Mag e o Joca.

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Quando o expediente acabou, segui até o ponto para pegar o ônibus que me levaria para o curso. Eu teria que esperar mais duas horas antes de as aulas começarem, mas não dava tempo de ir até em casa, por isso eu preferia ficar na biblioteca estudando.

- Você é o Zeca? - perguntou uma moça, que estava no ponto, sentada ao meu lado.

- Depende de quem quer saber – respondi, não dando muita bola.

- Desculpa pelo mau jeito. Meu nome é Fernanda. Nanda pros íntimos – disse, dando a mão para que eu apestasse.

Ela parecia ser mais velha do que eu. Era negra e tinha os cabelos encaracolados na altura do ombro. Seu olhar era incisivo e cheio de segundas intenções.

- Olá, Fernanda – disse, dando ênfase no 'Fernanda' para mostrar que eu não queria ser íntimo dela. Apertei sua mão e continuei – Não vou me apresentar, pois, pelo jeito, você já sabe o meu nome.

Ela continuou me encarando com aquele olhar intimidador. Tive vontade de levantar e ir embora dali, se não fosse meu curso.

- Eu poderia dar uma palavrinha com você? - ela perguntou.

- Caso não tenha percebido, já está dando – disse, seco.

Alguma coisa nessa Fernanda me deixava em estado de alerta. Eu ainda não sabia o que era e nem queria esperar para saber. Vi meu ônibus vindo ao longe e me levantei para fazer sinal pra ele.

- Espera, Zeca – pediu, levantando-se também. - Eu tenho um assunto sério para conversar com você.

- Eu não sei quem você é, nem o que quer comigo – respondi, dando de ombros. - Seja lá o que for, aposto que você está enganada, porque eu não tenho nenhum assunto que possa te interessar.

Ela se aproximou o máximo possível de mim e disse baixinho, bem perto do meu ouvido.

- Eu sei que você é um ex-interno do hospital. Uma fonte segura me afirmou isso.

Encarei-a com espanto. Ela não tinha como saber disso, a menos que ela fosse alguém mandado de lá.

- Eu só quero alguns minutos da sua atenção – pediu.

Eu sabia que não devia confiar nela. Todos os meus instintos me diziam para me afastar dela o mais rápido possível. E o que o espertalhão aqui acabou fazendo? Dispensei o ônibus – que estava parado na minha frente – e disse:

- Você tem quinze minutos.

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Quem será essa Fernanda e o que ela quer?

Não esqueçam do votinho e do comentário.

Beijão e até amanhã ; )

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