Capítulo CXXXIII - HELÔ
– Você está com medo? – perguntou o Tião, enquanto caminhávamos a passos rápidos pelo corredor.
– Muito, muito medo – respondi.
– Puxa! Eu estou quase me borrando! – Riu, mas de nervoso.
No fundo eu sabia que ele só estava tentando nos distrair da tensão que estávamos sentindo. O Tião era um cara muito legal e eu admirava essa capacidade que ele tinha de falar coisas engraçadas, mesmo que por dentro estivesse tremendo de medo.
Eu não fazia a menor ideia de onde ficava essa sala que eu teria que invadir, mas sabia que o Joca estaria na frente dela me esperando, já que alguém teria que fornecer energia para os computadores, uma vez que o hospital estava as escuras.
Estávamos andando a esmo há alguns minutos, esquadrinhando corredor por corredor atrás do Joca, quando eu vi a única cena que eu não esperava ver naquele momento: o Bruno segurando a Flávia pelo braço. Ao perceber que minhas suspeitas estavam corretíssimas, senti o medo dando espaço para a raiva. E como a raiva não é uma boa conselheira, fiz a coisa mais imbecil que uma pessoa poderia fazer no meu lugar.
– Não fala nada – sussurrei para o Tião e então segurei a sua mão.
Ele me olhou com estranheza, mas fez o que eu pedi.
Quando vi a cara fechada do Bruno encarando nossas mãos dadas, senti uma satisfação inenarrável.
– Oi, Bruno – disse, com o tom de deboche transbordando. – Tudo bem?
– Eu perdi alguma coisa? – indagou, soltando do braço da Flávia e cruzando os braços, numa postura de total descontentamento.
O coitado do Tião não estava entendo nada e ficava me implorando uma explicação com o olhar, mas eu estava zangada demais para raciocinar. A Flávia também demonstrava essa mesma confusão, mas eu não estava nem aí para ela.
– Perdeu coisa pra caramba – tornei, dando de ombros. – E vai perder a invasão do hospital se continuar me olhando com essa cara de bobo.
A raiva que ele estava sentindo era quase palpável e a minha satisfação também. Eu sabia que era muito errado e muito infantil da minha parte, mas naquele momento era só no que eu conseguia pensar.
Puxei o Tião para longe dali, antes que ele botasse a perder toda a minha encenação. Pelo menos a minha missão de deixar o Bruno com raiva tinha sido cumprida com méritos.
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E o prêmio vergonha alheia do ano vai para... HELÔ!!!
Não esqueçam do votinho e dos comentários.
Beijão e até segunda ;*
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