Não demorou até que víssemos os três parados no corredor. A Helô correu até a porta e eu fui logo atrás dela, enquanto a Flávia e as crianças ficaram do lado de fora.

– Vou procurar aqui pelo nome Vera – disse, sentada em frente ao computador, digitando em uma tela de busca. – Não encontrou nada. Será que eu digitei errado?

– Você consegue achar informações sobre as primeiras cobaias?

Ela concordou com um aceno e tornou a digitar algumas coisas com pressa. Não demorou a aparecer alguns registros com uma foto e alguns dados sobre cada pessoa. O médico era o primeiro deles, então mais um monte de pessoas e uma mulher que era a cara da Malu, mas com cabelos longos.

– Essa é a nossa mãe. – Anunciei, estarrecido.

– Eu já volto nela. Deixa só eu passar todas as cobaias para encontrar qualquer informação sobre essa tal Vera – explicou, enquanto mais rostos desconhecidos passavam pela tela. Até voltar ao rosto do médico. – Ela não está aqui. Será que eu deixei passar alguma coisa?

Ela tentou mais algumas vezes e nada dos registros dessa mulher e isso não fazia muito sentido.

Sem que eu pedisse, ela voltou até a foto da minha mãe e abriu seu arquivo. Ela era telecinética igual a mim, o que fazia bastante sentido, uma vez que a Malu e o médico eram telepatas. E ela era bem poderosa para alguém que não era da segunda geração. Os relatos dos seus testes eram incríveis.

– Ela era mesmo a cara da Malu. – A Helô comentou, parecendo chocada. – Mas vamos voltar a essa tal Vera. Como ela poderia fazer as ilusões como a Flávia e conversar com a Malu através de telepatia e não ter participado do experimento? Isso não faz muito sentido. Eu estou te dizendo que é tudo culpa daquela garota!

– Não pode ser ela. Tem alguma coisa estranha aí. – Constatei, sem tirar os olhos do computador.

Tinha alguma peça desse quebra-cabeça que estava faltando e eu não estava conseguindo descobrir qual era. Teoricamente, nenhuma cobaia poderia ter família e o médico conhecia as duas, então isso significa que o pessoal do hospital tinha conhecimento sobre esse fato.

– Olha a ficha da minha mãe novamente. – Pedi e a Helô tornou a abrir. – Tem certeza que não faz nenhuma menção sobre ela ter irmãos?

– Olha... No registro de todos os outros tem esse termo aqui assinado, alegando que não possuem familiares. O dela não está assinado.

– Já temos um começo, pelo menos. Já sabemos até agora que ela não participou do experimento, tinha inveja da própria irmã, tem muita influência aqui no hospital e está querendo sabotar nosso plano. Resta saber se ela está nos sabotando para o bem do hospital ou se é apenas uma vingança pessoal. E se for só pela vingança, por que ela não fez isso antes?

– Pelo que a Malu disse, esse médico tentou protegê-la, mesmo que a proteção dele fosse bem estranha – começou, deixando o computador de lado e olhando para mim. – Talvez eles estivessem planejando fazer alguma coisa com vocês depois que afastaram o médico do experimento, mas a fuga da Malu frustrou os planos deles. Agora ela finalmente tem a chance de se vingar de vocês.

Ponderei sua hipótese, porque ela fazia bastante sentido.

– Talvez seja as duas coisas – continuou. – Ela quer se vingar e defender os experimentos. Você já parou para pensar nos lucros que isso pode gerar se conseguirem comprovar que eles funcionam?

E então, como em um estalar de dedos, eu consegui descobrir o elo entre todas aquelas informações.

– Vamos procurar a Malu. Acho que eu entendi o que aconteceu.

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Corre, Bruno!!

No mês passado eu participei de um desafio insano. Eu e mais onze autores fomos desafiados a escrever um livro em conjunto em uma semana!! O resultado foi um livro diferente, cheio de surpresas e suspense. Convido vocês a conhecerem esse projeto que será lançado pela Editora Sonhos no ano que vem, mas que até então estará disponível no Wattpad. O link está nos comentários.

Não esqueçam do voto e dos comentários.

Beijão e até amanhã ;*