– Tudo está quieto demais – disse o Tião.

Logo eu, um adorador do silêncio, tinha que concordar com ele. Tudo estava quieto demais e isso só podia significar uma coisa: problemas.

O silêncio foi quebrado quando ouvimos passos. Parecia que uma manada corria na nossa direção e aquilo não podia ser coisa boa. Minhas suspeitas se confirmaram quando avistamos guardas correndo na nossa direção. Guardas armados.

– Isso deve ser mais uma ilusão. – Arriscou o Tião, lançando um olhar pidão na direção da Nice.

Eu também queria muito que ela dissesse que se tratava de mais uma ilusão, mas quando ela balançou a cabeça e nos devolveu um olhar assustado, eu entendi que a coisa era séria.

Como havíamos combinado, o Tião tratou logo de fazer um campo de força a nossa volta e eu não tardei em energizá-lo. Qualquer pessoa que tocasse naquele campo levaria um choque bem forte.

Os guardas não recuaram e, assim que a primeira fileira deles tocou no campo de força, recuou rapidinho. É claro que eu não tinha colocado uma voltagem forte o suficiente para eletrocutá-los, mas aposto que estava doendo para caramba.

– Quem tentar encostar na gente vai se dar mal! – ameaçou a Nice, aos gritos.

Os guardas nada disseram, mas pelas suas expressões, eles não estavam ali para nos ajudar. Quando alguns deles ergueram suas armas e atiraram na nossa direção, tive certeza que eles não estavam nem aí para nossas vidas.

– Seu campo de força consegue proteger a gente? – indagou a Nice, num sussurro.

– Consegue – respondeu. – Eu só não sei por quanto tempo.

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O cerco está se fechando 'o'

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Beijo e até amanhã