DIA 5
DIA 5
Um barulho familiar me fez despertar.
Suspirei pesadamente abrindo meus olhos e aos poucos recordando os sentidos. Pisquei algumas vezes para que a minha vista se acostumasse com a claridade, então ouvi novamente o som familiar do meu celular recebendo mensagem.
Estiquei meu braço para pegá-lo e o silenciei rapidamente antes que acordasse Natie. Olhei as mensagens sobre a tela bloqueada notando ser de um número desconhecido.
Por que eu estaria recebendo mensagens de um número desconhecido?
Destravei a tela para conferir.
Número desconhecido, enviado às 6AM.
Que horas você vai sair hoje?
Franzi o cenho.
Katherine Mackenzie, enviado às 6:05AM.
Desculpe, acho que enviou para o número errado.
Depois de alguns segundos, outra mensagem chegou.
Número desconhecido, enviado às 6:06AM.
Você é Katherine Mackenzie?
Katherine Mackenzie, enviado às 6:06AM.
Sim... Quem está falando?
Eu realmente estava perdida.
Número desconhecido, enviado às 6:08AM.
"Jogo de adivinhações"
"Darei três pistas para adivinhar"
"Primeira: é lindo de morrer"
"Segunda: é gostoso de morrer"
"Terceira: é lindo e gostoso de morrer"
"Agora adivinhe, Mackenzie."
Revirei os olhos.
Espera... Eu revirei os olhos.
É claro, todo esse lado convencido que sempre me faz revirar os olhos vinha somente de uma pessoa.
Katherine Mackenzie, enviado às 6:10AM
Olá, Finley. Como conseguiu meu número?
Número desconhecido, enviado às 6:11AM.
Quando se têm assessores fica fácil conseguir o número dos outros. Ainda não me respondeu. Que horas vai sair?
Katherine Mackenzie, enviado às 6:11 AM.
"12:40PM"
"Por que não esperou para perguntar na faculdade?"
Número desconhecido, enviado às 6:13AM.
Não vou poder comparecer hoje. Te pego às 12:40.
Engasguei. Do que ele estava falando?
Katherine Mackenzie, enviado às 6:13AM.
Como assim?
Número desconhecido, enviado às 6:14AM.
"A entrevista"
"Ou já desistiu?"
Oh, é claro.
Balancei minha cabeça por ter pensado besteira.
Katherine Mackenzie, enviado às 6:14AM.
"Claro que não, estarei esperando".
"Ah... Obrigada, mais uma vez."
Mesmo não querendo admitir, tinha que agradecer por ele ter aceitado. Demorou um pouco até que respondesse novamente, fiquei me perguntando o que ele poderia estar fazendo naquele momento.
Número desconhecido, enviado às 6:20AM.
De nada.
Ele finalizou a conversa tão secamente que eu fiquei indecisa se enviava algum emoji só para descontrair. Talvez aquele de olhinhos fechados? Ou um beijinho sem coração? Ou apenas um emoji sorrindo?
Não. Nada de emojis.
Olhei para o seu número sem saber se seria o certo adicionar aos meus contatos. Deveria perguntar a ele antes, talvez ele não gostasse que pessoas entranhas tivessem seu número. Mas se ele não quisesse que eu tivesse seu contato, ele não teria me mandado uma mensagem. Eu iria entrevistá-lo,precisaria manter contato.
Por questões profissionais, seria o mais sensato ter o seu contato.
Cliquei em seu número e abri a opção "adicionar número aos meus contatos", mas travei na opção "Nome". Não queria colocar o seu nome verdadeiro, se Natalie visse iria surtar. Pensei em qualquer nome que pudesse combinar com ele, então me lembrei da sua Lamborghini preta que lembrava o Batmovel.
Batman. Digitei salvando o contato.
Joguei meu celular de volta sobre a mesinha para que eu pudesse dormir mais um pouco, porém vinte minutos depois o despertador tocou.
Afundei meu rosto no travesseiro, frustrada.
Ele realmente não apareceu.
Depois de todas as aulas daquela manhã, Finley não havia comparecido a nenhuma. Fiquei curiosa sobre o que poderia estar fazendo, ou o que poderia ter acontecido, mas provavelmente eu nunca saberei.
Andando pelo campus conversando com Natie e Aidan, chequei meu celular para ver se ele teria me mandado alguma mensagem. Nada. Espero que ele não tenha furado comigo.
— Katherine? — ouvi uma voz me gritar. Olhei para a entrada do campus, arregalando os olhos logo depois. Não acredito que ele fez isso. — Hey, Katherine! — Matthew gritou novamente, dessa vez acenando loucamente com os braços. Natie e Aidan me olharam intrigados, assim como várias pessoas ao redor.
Eles estavam curiosos.
Não sabia se o matava por isso, ou se ficava encantada pela forma como ele pronunciava o meu nome com o seu sotaque.
Toda essa atenção era tudo que eu não queria.
Obrigada, Finley.
— Estou vendo Matthew Finley chamar você? — Natalie me olhou, confusa.
— Desde quando são íntimos? — dessa vez foi Aidan que quis saber.
— Desde nunca. — indaguei com firmeza. — Terei que entrevistá-lo pro jornal da faculdade. Finley ficou de me encontrar, só não esperava que fizesse esse showzinho particular.
— Não acredito, que sortuda. Por que não me disse antes? — Natalie estava em êxtase.
— Justamente por isso. — apontei para ela. Natalie sempre surtava por tudo, até as coisas mínimas da vida, essa informação seria o ápice para ela. E estava sendo. — Agora preciso ir, ele está me aguardando. Até depois. — murmurei me afastando sem dar a chance de eles prolongarem com o interrogatório.
Matthew parecia impaciente quando me aproximei.
— Quando quiser, princesa. Tenho o dia todo. — ironizou.
Pensei em revidar, mas eu tinha que ser profissional.
— Desculpe, fiquei enrolada com os meus amigos, mas aqui estou, podemos ir para a sede de comunicação? Lá temos um escritório e eu posso...
— O que? Claro que não. — interrompeu abruptamente. — Nós vamos almoçar. Entra no carro. — ele se afastou abrindo a porta da sua Lamborghini.
Eu ouvi direito?
— Como? — olhei para ele sem compreender o que estava acontecendo.
— Estamos no horário de almoço, então faremos essa entrevista em um restaurante onde podemos comer e conversar. Agora entra! — ele adentrou em seu carro e ficou aguardando enquanto eu permanecia parada ao lado de fora. Olhei rapidamente para trás encontrando Aidan de cara fechada e Natalie empolgada, me incentivando a ir.
Respirei fundo e abri a porta, adentrando no carro.
Engoli em seco notando ao redor as pessoas cochicharem sobre o que acabaram de presenciar. Espero que não criem teorias falsas, farei questão de deixar claro no dia seguinte sobre essa matéria com Matthew.
— Katherine?
Pisquei os olhos e olhei para ele.
Era estranha a sensação de ouvir sua voz pronunciar o meu nome. Fazia tanto tempo que as pessoas não pronunciavam o meu nome por completo que fiquei curiosa em saber do porquê ele preferia me chamar justamente assim ao invés de Kate.
— Sim?
— Está me escutando ou estou falando sozinho? — perguntou direcionando alguns olhares.
— Desculpe... Meus pensamentos estavam longe. O que dizia?
— O que gostaria de comer?
— Uma massa cairia bem, estou faminta.
Pude notar um leve sorriso em seus lábios.
— Então irei leva-la a um excelente restaurante italiano.
E ele não brincou, o lugar era cinco estrelas, nunca que eu poderia pagar por algo do tipo. As pessoas que frequentavam aquele lugar eram riquíssimas e elegantes, e eu estava vestida de calça jeans, tênis e camiseta.
— Matthew, não estou vestida adequadamente. — o repreendi.
— Se for assim, eu também não. — apontou para sua calça jeans, camiseta branca e sua jaqueta de couro.
Bufei. Ele estava perfeito.
— Você não vale, uma calça e camiseta são o suficiente para deixá-lo bem vestido, agora uma mulher vestida assim pega mal.
Dessa vez foi ele que bufou, não compreendia o que eu queria dizer, mas não o culpava, homens nunca iriam compreender.
— Tudo bem. Farei o nosso pedido e podemos comer em outro lugar, combinado?
Matthew saiu do carro depois que teve a minha benção sobre sua proposta. Não fazia ideia sobre qual lugar tinha em mente para que pudéssemos comer, mas pelo menos eu não entraria naquele lugar estando aos trapos.
Meia hora depois Matthew retornou com uma sacola enorme de papel com a nossa comida. O cheiro impregnou o carro e minha barriga roncou ao sentir aquela maravilha. Estava de fato faminta.
— Alguém com fome? — brincou ao ouvir o som do meu estômago.
— Só um pouquinho. — ri envergonhada, e logo já estávamos no trânsito de Boston. — Onde vamos comer?
— No meu apartamento.
Olhei para ele rapidamente com meus olhos arregalados.
— Seu... Apartamento? — minha voz saiu entrecortada. Pude notar seu familiar sorrisinho em seu rosto. Ele adorava se divertir com a minha cara.
— Algum problema? — olhou para mim rapidamente antes de voltar sua atenção para o trânsito. — Um lugar público não seria muito agradável. As pessoas nos veriam comendo e conversar, você sabe... Irá parecer algo romântico para a mídia.
Quase engasguei.
Matthew riu.
Mas dessa vez ele riu com vontade, pude ouvir o início de uma gargalhada, só que mais contida. Seu rosto se transformava quando ele sorria, o deixava mais leve e ainda mais lindo.
— Você realmente tem aversão em ser vista comigo, não é? — quis saber.
Tentei procurar as palavras certas que melhor poderiam explicar a minha situação sem parecer rude.
— Não é isso... Bom, quase isso. Não é que eu não queira sua companhia, é...
— Tudo o que me envolve. Fãs, mídia, pessoas falando sobre você, inventando coisas que não são verdade, entre milhares de outros adjetivos. Acertei? — olhou para mim. Concordei com a cabeça. E também o meu pai que não vai com a sua cara. Acrescentei mentalmente. — Não precisa se preocupar, se especularem algo eu logo tratarei de desmentir. Tudo bem? — olhou novamente para mim. Concordei mais uma vez, dessa vez sorrindo.
Fique aliviada por ele ter compreendido tão bem. Não queria meu nome envolvido em escândalos, quero iniciar minha carreira sem terceiros envolvidos, muito menos que meu pai saiba disso.
Mas depois dessa conversa eu estava mais tranquila, iria focar somente em fazer a melhor matéria que todos iriam ler no jornal acadêmico.
Quando chegamos em seu apartamento, minhas mãos começaram a suar frio. Agora eu deveria começar a me preocupar em ter aceitado ir à casa de um desconhecido?
Ele poderia ser o pop star Matthew Finley, mas ainda assim era um desconhecido.
Não era exatamente um apartamento, era um hotel, o melhor da cidade, a diária custava uma fortuna. Era tanto dinheiro que eu nem fazia ideia da proporção. Depois de deixar o carro no estacionamento do hotel, pegamos o elevador que nos deixou na cobertura.
Fiquei perplexa com a bela visão que tive assim que as portas se abriram.
Saímos na sala de entrada, enormes janelas de vidro proporcionavam uma perfeita visão da cidade.
A vista deveria ser linda durante a noite.
As cores eram frias, branco e preto complementavam todo o lugar. Tudo era muito luxuoso e ao mesmo tempo aconchegante e confortável. Olhei para aquele piso em porcelanato perfeitamente brilhante.
Comecei a tirar meu tênis.
— Não tire seu tênis. — Matthew ordenou, mas o ignorei ficando somente de meias. — Eu falei para não tirar.
— Seu piso brilha, meus tênis fariam um estrago. — os levantei entre meus dedos para que ele notasse o quanto eles estavam sujos.
Na verdade estavam encardidos.
— É que todo dia alguém vem para limpá-los, porque se dependesse de mim, estariam piores que seus tênis. — apontou para meus tênis imundos.
Rimos levemente.
No final aceitei um chinelo dele (mesmo que tenha ficado gigantesco em meus pés), deixando meu companheiro encardido na entrada. Segui Matthew até sua cozinha, o piso era intercalado entre preto e branco, os armários eram brancos com vidros pretos, havia um fogão embutido e uma enorme geladeira de inox.
Era a cozinha dos sonhos perfeita.
— Podemos comer aqui, assim fica mais prático para limparmos depois. — murmurou apoiando as sacolas sobre o balcão e retirando nossa comida. Não havia perguntado o que tinha comprado, mas o cheiro estava ótimo.
Quando ele abriu as embalagens canelones, panquecas e ravióli surgiram em minha frente. Minha boca encheu d'água.
— Espero que goste de algum deles.
— Está falando sério? Quem não gosta de canelones, panquecas e ravióli?
— Tem gente que não gosta de pizza, tem louco pra tudo nessa vida. — ri levemente, e pior que estava certo. — Sirva-se e fique à vontade, já volto. — assenti observando enquanto se afastava. Fiz o que tinha pedido, me servi um pouco de cada coisa e me sentei em um banco perto do balcão.
Comecei pelo ravióli.
Revirei os olhos de prazer, estava divino.
— É muito bom, não é? — levei um susto com sua entrada abrupta. — E você continua com os sustos. — riu balançando a cabeça. Ele pegou um prato se servindo. Notei que havia tirado sua calça jeans substituindo por uma calça de moletom e uma camiseta, algo mais confortável. Seus braços musculosos estavam completamente expostos agora. Intenso.
Ele nunca tinha ficado tão sexy antes.
Era incrível sua capacidade de conseguir ficar sexy com algo tão casual.
Balancei minha cabeça, voltando minha atenção para o meu prato.
— Sim... é muito bom. — entupi minha boca de panqueca.
Matthew se sentou ao meu lado e devorou sua comida, assim como eu fiz com a minha. Comemos o resto que havia sobrado e depois jogamos as embalagens fora. Estava farta e me sentindo com dez quilos a mais.
— Acho que comi demais. — lamentei. Rimos quando notei que ele se sentia da mesma forma. — Depois me diz quanto custou tudo, darei a metade.
Ele riu.
— Sério? — indagou incrédulo, mas ainda rindo. — Vou fingir que você não me disse isso. Agora podemos ir para a sala, temos uma entrevista a ser feita. — se levantou e saiu da cozinha. Decidi ignorar, não iria fazer um caso sobre isso, até porque não faria diferença na conta bancária dele pagar por um almoço, já na minha faria diferença durante um mês inteiro. O segui logo depois encontrando-o esparramado em seu sofá. — Sente-se, fique à vontade.
— "Entra no carro", "não tire o tênis", "sente-se", você é sempre mandão assim? — provoquei me sentando em uma poltrona bem distante dele.
— Me acha mandão? — arqueou a sobrancelha, surpreso.
Talvez nem ele mesmo tivesse reparado.
— Um pouco. Não te conheço muito bem, mas nesse pouco tempo pareceu ser.
— Não sou. Se a pessoa não quiser eu não forço a barra, não sou o tipo de pessoa que quer tudo do seu jeito. Não forcei você a colocar seu tênis de volta. Eu só estou acostumado a dar ordens, mas isso não quer dizer que forçarei as pessoas a aceitarem.
Tive que admitir, ele realmente estava certo.
— Não está mais aqui quem falou. — levantei minhas mãos como se estivesse me rendendo. Apesar do meio sorriso em seu rosto, ele continuou parado me observando sem muita expressão. Gostaria de saber no que estava pensando. — Bom... — pigarreei limpando minha garganta e pegando minha bolsa. Peguei meu celular ligando o gravador, então peguei minhas anotações. Ele continuava observando cada gesto que eu fazia, sem dizer nada. — Podemos começar?
— Claro! — fez gestos com as mãos, indagando que estava pronto.
— Por que escolheu a nossa universidade?
— O programa de comunicação deles é incrível, um dos melhores, isso se não for o melhor. Como eu queria cursar algo dentro da minha área, escolhi a publicidade.
— Por que não música? É algo totalmente envolvido no que você faz.
— Porque não preciso entendê-la, sei tudo o que eu precisava aprender, já sou um músico completo. — respondeu com firmeza.
Segurei um sorriso.
E ele estava realmente falando sério, não tinha nada de dúvidas na sua expressão.
Matthew se achava perfeito no que fazia, e apesar de eu concordar que ele tinha uma bela voz e boas músicas, ele passava longe de ser perfeito. Ou quase isso.
Ele notou minha expressão e perguntou:
— Não acha que sou um bom músico?
Em seu rosto não havia expressão, não sabia se estava bravo, irritado ou as duas coisas ao mesmo tempo.
— Não é isso... É que costumo ouvir outros estilos.
Na minha playlist do Spotify os artistas masculinos que eu costumava ouvir eram Maroon 5, Coldplay, One Republic, Bruno Mars, John Mayer, Justin Timberlake entre outros nesse estilo. Matthew tinha boas músicas, mas não era algo que eu ficava o tempo todo ouvindo.
— Tipo Coldplay?
Ele lembrou da nossa última conversa em seu carro quando The Scientist começou a tocar.
— Isso, mas também gosto de suas canções, só que meu estilo musical é outro.
— Acho que você curte mais um rock disfarçado de pop, e um pop disfarçado de R&B, acertei?
— Como deduziu isso? — perguntei estreitando os olhos.
Ele havia acertado perfeitamente o que eu mais gostava de ouvir.
— Deduzi por você gostar de Coldplay — deu de ombros. — É um rock mais disfarçado de pop, não é tipo Metallica, então foi fácil deduzir o seu gosto. — ele viu minha expressão de surpresa, então sorriu convencido. — Eu disse que entendia do assunto. — quando pensei em encerrar aquele assunto e passar para a próxima pergunta, ele continuou. — Então não gosta mesmo das minhas músicas? — me desafiou com um olhar. Droga. Não sabia como responder a isso novamente.
— Hmm... — forcei meus lábios em uma linha fina, pensando no que responder. — Não muito... — sorri desconfortável, tentando amenizar a situação.
Pensei que ele fecharia a cara e começaria a me atacar, mas ao invés disso ele abriu um sorriso enorme de orelha a orelha, e céus... Definitivamente era o sorriso mais lindo e vivo que eu já tinha visto em meus dezenove anos de vida.
— Você é a primeira pessoa que não me diz algo só para me agradar, fascinante. — sibilou me olhando intensamente. Senti meu corpo corresponder ao seu olhar intenso. Passei minha mão pela minha nuca, tentando disfarçar minha inquietação.
O que estava acontecendo?
Quando pensei em continuar com as perguntas, uma voz atrás de mim chamou minha atenção.
— O que é isso? — olhei para trás dando de cara com um rapaz que aparentava estar na casa dos quarenta.
— Jimmy? O que faz aqui?
Matthew se levantou e foi até ele.
— O que ela está fazendo? — perguntou dessa vez apontando para mim. Matthew rapidamente ficou desconfortável. Quem era ele?
— Uma entrevista, sei que eu deveria ter contado antes, mas é só para...
— Está fazendo uma entrevista sem me consultar? — Jimmy murmurou irritado.
Fiquei me perguntando o que ele poderia ser do Matthew.
— É só algo para a faculdade.
— Mesmo assim deveria ter me comunicado, você sabe como são essas coisas, não lembra da última vez? — esbravejou as palavras. Ele estava definitivamente muito irritado. Seu olhar pousou sobre mim, depois voltou a olhar para Matthew. — Livre-se dela, precisamos conversar.
O que? Eu precisava dessa entrevista.
Quando pensei em abrir a boca para me intrometer, Matthew disse:
— O que? Mas... — ele começou, mas logo foi interrompido por um olhar duro de Jimmy.
— Agora, Matt. — então se afastou sumindo por um corredor.
Continuei parada sem saber o que fazer.
Eu ficaria sem minha entrevista? Eu precisava disso, nem que tivesse que convencer esse cara que eu nem sabia quem era.
Matthew olhou para mim.
— Desculpe, ele é meu empresário, não contei sobre a entrevista... — fez uma pausa olhando para os seus pés, depois voltou a olhar para mim. — É que muita coisa aconteceu, ele só está preocupado.
— Mas amanhã já é fim de semana e terei um compromisso com o meu pai, não terei tempo para fazer isso. — e a noite irei curtir com uma amiga e provavelmente estarei morta no domingo, mas não contei essa parte.
— Podemos fazer isso na segunda, então, sem nenhuma problema, não vou deixar de cumprir o que eu prometi.
Pensei sobre sua proposta, ficaria um pouco atrasada, mas era melhor isso do que nada.
— Por mim, tudo bem. — juntei as minhas coisas e calcei novamente o meu tênis. Matthew me levou até a porta. — Obrigada, Finley, até segunda. — estiquei minha mão para ele.
— Por favor, me chame de Matt. — disse apertando minha mão para a despedida.
Senti um leve formigamento, era a primeira vez que eu sentia sua pele, era mais macia do que eu achava que fosse.
— E você pode me chamar de Kate. — soltei sua mão interrompendo a sensação estranha-agradável.
— Acho que não. — sorriu levemente.
Franzi o cenho, confusa.
— Por que não? Não acha mais prático pronunciar o apelido?
— Seu nome é lindo demais para não ser pronunciado. Até segunda, Katherine. — se despediu antes de fechar a porta.
Fiquei estatelada olhando para a porta a minha frente, surpresa com a sua confissão.
NOTAS FINAIS
EITAAAA QUE AGORA A COISA TA COMEÇANDO. Espero que tenham gostado meus amores. Gostaria de dizer que Intenso está me fazendo muito feliz, assim como todo o apoio que ando recebendo de todos vocês. MUITO OBRIGADA (apesar de palavras não serem o suficiente para expressarem minha gratidão).
Até o próximo final de semana meus amores ♥
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro