As Sombras da Existência
Depois de alguns dias se escondendo do Bureau e procurando o "louco viajante do tempo" nos bares e nas casas dos amigos Pedro, finalmente, encontra Espíndola.
- Pedrão meu brother, a quanto tempo!
- Fala Espíndola, pois é... - responde Pedro com uma voz baixa e os olhos inquietos.
- Cara se tá meio estranho, tá pegando alguma coisa? Tem notícias da Érica?
- Pois é cara, depois que ela foi embora eu nunca mais tive notícia, infelizmente...
- Que lástima, vocês formavam um casal bem legal, mas diga lá cara, o que tem feito, o que te traz aqui novamente?
- Meu, a minha vida tá virada de uma forma... você não acreditaria... bom, você sempre diz que ajuda as pessoas, eu tô precisando de sua ajuda Agora, não tenho mais ninguém a quem recorrer...
- Ehhhh, o que você andou aprontando garoto? Não vai trazer polícia aqui não né? - disse o homem levantando-se da cadeira e esticando seu pescoço em direção às janelas.
- Cara se fosse só a ploícia tava bom... é pior que isso, bom não sei se você vai conseguir entender, mas eu tô desesperado, tô precisando de uma força... Eu posso pagar, em grana viva!
- Bom aí você mexeu com meu coração! Grana! Eu gosto muitcho! Vamos lá pra minha casa e você me explica melhor o que que tá pegando.
Pedro e Espíndola conversaram por horas e cada vez que Pedro fazia uma revelação o viajante do tempo ficava mais sério e pensativo.
- Sabe Pedro, essas coisas que você falou, eu já havia sonhado com muitas delas... Encriptografia mental, Engenharia Genética, essa força chamda Bureau, dominar a mente das pessoas... cara essas coisas são realmente... estranhamente... estranhamente familiares.
- Bom Espíndola, já que eu tô sentindo que você está sendo sincero e receptivo, eu tenho que falar mais uma coisa.
- Fala aí Pedrão!
- Cara, tem umas coisas bem estranhas sobre você que eu ando pensando há alguns tempos. Eu te disse que às vezes o Bureau, para não matar algumas pessoas, faz a encriptografia mental, ou seja deixa sua consciência presa dentro de sua própria cabeça, mas inacessível. Acontece que as vezes o processo pode não ocorrer muito bem...
- Como assim, alguém pode ficar "bugado"?
- Exatamente. Eu fiquei muito curioso a respeito de muitas coisas sobre você, mas tem duas que são... realmente... bom... vou tentar explicar. A primeira era sobre o lance de ser um "viajante do tempo", ou seja você não existia antes dos quarenta anos, hoje você tem 62 não é isso?
- Sim estou com 62 anos, mas não me lembro de nada antes dos quarenta, aliás ninguém tem informação sobre mim antes disso. Mas você disse que seriam duas coisas, qual é a outra?
- Eu acho que você sofre de dupla personalidade, na primeira noite da minha volta eu acho que cruzei com você na rua. Era um mendigo, aquele mendigo que eu e a Érica havíamos pensado que era um parente seu. Bom há algumas noites atrás esse mendigo estava com uma bíblia, repetindo uns números, acho era 140 mil, ou coisa assim...
- 144 mil... cara eu não acredito, eu sempre sonho com esse número... mas nunca consigo me lembrar o que significa, eu não lembro de todas as partes dos sonhos!
- Pois então, o mais estranho foi que ninguém te via há alguns dias. E tem outra coisa, depois que eu dei "boa noite pra ele" ele me respondeu com um "boa noite Pedro". Como ele poderia saber meu nome?
- Puta merda cara! O que que você tá dizendo?
- Pois é cara, pelo que pude ver da última vez que eu estive aqui, junto com a Érica, você tem altos conhecimentos de farmácia, pois aquelas drogas que você chama de licores abrem várias portas escondidas do cérebro.
- E o que isso tem a ver?
- Bom, daquilo que conheço do Bureau, derrepente, um dia, você já pertenceu a essa organização e por algum motivo decidiram te encriptar, mas o processo talvez não tenha sido muito bem conduzido e pode ter dado esse problema com a dupla personalidade.
- Mas você não disse os caras ficam esquizofrênicos e dementes depois dessa tal de encriptografia? pelo que eu saiba eu não sou demente... Bom vamos lá eu tenho dias ruins como qualquer pessoa, mas eu tô aqui agora falando numa boa com você...
- Eu posso sentir que tem alguma coisa escondida dentro de sua cabeça amigo... Eu não sei exatamente o que é, mas que tem aluma coisa bem fora do lugar, isso tem...
Após ouvir a teoria de Pedro, Espíndola não disse nada. Apenas acendeu outro baseado. Foi até a geladeira, pegou uma garrafa de vinho que estava pela metade, serviu dois copos, entregou um para Pedro e bebeu um gole do outro. Deu uma longa tragada e caminhou até um espelho quebrado pendurado do lado de sua estante, olhou para a surrada bíblia jogada na segunda prateleira, suspirou profundamente, virou seus olhos para os estilhaços. Pedro tentou continuar a conversa, mas o homem, catatônico, com os olhos fixos no mosaico que o refletia, continuava a tentar encontrar, de alguma forma, uma pista que revelasse as sombras de sua existência.
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