A consciência - parte3
No dia da segunda reunião, Pedro aproveita que Alcides e Dênis estão embalados nos detalhes do negócio para saber um pouco mais de Érica e vai contando um pouco de sua vida, inventada. Ele fala de seus pais como se fossem apenas um casal normal. Dênis percebe a conversa olha e acha graça. A garota parece bem interessada no assunto e Pedro parece não temer as perguntas que ela faz, ele realmente está curtindo esse momento. Dênis conversa com Alcides sobre detalhes técnicos sobre o plano de contratações. Enquanto isso Pedro e Érica vão trocando mais ideias.
- então Pedro, o que vocês já conseguiram ver de bom aqui na cidade? – pergunta Érica.
- bom na verdade só conhecemos a praia em frente o hotel e tomamos algumas cervejas num quiosque lá perto.
- hum, já é alguma coisa.
- e você conhece bem aqui?
- bom, eu desde pequena sempre passo boa parte de minhas férias e feriados aqui, meu pai tinha um apartamento na cidade, mas acabou vendendo depois que minha mãe morreu.
- poxa! Que triste.
- pois é mas acho que agora ele já está bem melhor, tanto que está montando tudo isso aqui, e eu talvez fique responsável por essa planta mais pra frente, depois que terminar a faculdade. Por isso estou acompanhando tudo bem de perto, pra ver se aprendo alguma coisa com ele.
- hum, você ainda tem amigos aqui?
- sim tenho muitos, nós paramos de frequentar essa cidade quando eu tinha onze anos, na época que meu pai vendeu o ap, mas começamos a voltar aqui novamente quando uma grande amiga minha fez sua festa de quinze anos, nossos pais são muito amigos, então desde aquela festa voltamos a frequentar essa cidade e retomamos nossos laços de amizade.
- que legal, então você deve conhecer bastante gente na cidade...
- sim, conheço. Meus amigos são tudo para mim. Eu tenho apenas meu pai então considero meus amigos como parte de minha família.
- legal, gostaria de conhecer pessoas novas, pois sempre dediquei meu tempo aos estudos e agora ao trabalho, realmente tenho poucos amigos.
- bom se você quiser poderemos dar um rolê amanhã e eu apresento uma galera bem legal.
- acho que vai ser ótimo, seria onde?
- bom seria numa exposição coletiva que uns amigos estão realizando.
- então fechou! Que horas eu te pego?
- pode ser lá pelas oito, mas eu que te pego, vamos no meu carro.
- ok, como você preferir.
Dênis agenda com Alcides os próximos encontros para tratar da continuidade do projeto de contratação.
x-x-x
Chegando na exposição, Pedro acha muito estranho um dos trabalhos e solta um comentário:
- pardais empalhados, asas amarradas com correntes douradas, pés substituídos por pés de galinha encravados em uma esfera de barro duro suspensos por cabos e encerrados numa caixa de vidro... pô, francamente, pra mim é muito difícil entender essa tal de arte moderna...
Érica põe seu ponto de vista:
- tudo bem, você precisa treinar seu olhar para entender toda a complexidade da arte contemporânea.
- mas na boa o que é isso um tipo de abajur bizarro?
- bom pra mim, o que eu consigo ver quando olho para essa obra é o seguinte: nós temos a mania de abafar nossos instintos, sufocamos nossas asas com coisas que tem apenas valor material e ficamos presos pela gravidade de um mundinho material seco e sem vida, sendo que há muito a ser visto e vivido se abandonarmos as convenções sociais opressoras e dermos mais atenção a nossos sentimentos e instintos libertadores. Está bem claro para mim. Você tem que entender que a arte contemporânea não se resume apenas num objeto pendurado numa sala de museu, ela é formada de várias camadas, a pessoa só consegue entender se tiver uma certa sensibilidade, pensar no contexto...
Pedro ficaria pensando naquelas palavras por dias. "Érica realmente é uma garota muito interessante" - pensou.
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Se você quiser saber duas curiosidades sobre a história veja o comentário abaixo.
Abraço.
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