A Chegada
Depois do período de quarenta semanas é chegado o momento do parto das crianças, Dr. Lourenço convida um antigo amigo, Dr. Téo, de outro CCO para auxilia-lo nos partos. Eles começariam de manhã, a ordem era para que fosse realizados todos partos com cesariana. Dr. Téo passa as instruções a equipe enquanto Dr. Lourenço vai conversar com a mulheres.
- minhas amigas estamos chegando na fase mais importante desse projeto, agradeço o esforço de todas vocês para ajudar a realizar o sonho dos pais dessas crianças. Estamos com tudo pronto e dentro de instantes vocês vão ajudar a trazer essas novas vidas ao mundo. Agradeço a coragem de vocês. Vai dar tudo certo.
Uma das mulheres pergunta por Ângela.
- estamos cuidando com muito carinho dela e os parentes estão ajudando a tomar conta dela, ela vem demonstrando sinais de melhora e acreditamos que logo ela acorde para estar novamente com vocês. Tudo dará certo.
Ele se despede com um sorriso paterno e avisa que as enfermeiras irão buscar uma a uma para os partos.
Os médicos decidem começar por Ângela. Eles pedem para as enfermeiras trazerem a mulher até a sala de cirurgia. Eles fazem todos os preparativos e a equipe de seis pessoas já está com tudo pronto para a realização da cesariana. Eles começam os trabalhos e depois de algum tempo Dr. Téo dá os parabéns a Dr. Lourenço pelo belo garoto que acabou de nascer, depois de alguns segundos a criança começa a chorar e Dr. Lourenço fica com olhos cheios de emoção em vê-lo, sente um grande alívio em ver a criança bem, se lembra como foi difícil ver Ângela naquele hospital depois do acidente. Eles entregam o garoto às enfermeiras e vão se preparar para o próximo parto.
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Depois de algum tempo a segunda mulher chega para a próxima cesariana. Eles seguem todo o procedimento, Dr. Téo retira uma menina da barriga da mãe, ele segura a criança e faz o gesto padrão dos médicos para a criança chorar, alguns instantes se passam, a criança não chora Dr. Lourenço devolve o mesmo olhar preocupado para Dr. Téo. Eles parecem não acreditar, mas a criança está sem vida. O animo dos dois amigos fica bastante abatido, mas esse era o motivo de gerar tantas crianças, caso algo saísse errado eles tinham uma margem de segurança.
A terceira mulher chegou, os médicos começam os trabalhos, a esperança estava renovada para essa nova criança que iria nascer. Vem mais uma menina e Dr. Lourenço pode ver no semblante do Dr. Téo que algo não estava bem com essa criança também.
- o que houve Téo?
- não parece bom, a criança não está bem...
Dr. Téo tenta reanimar a menina, sem sucesso...
- vocês checaram as condições das mulheres e dos bebês quando?
- Téo, estava tudo certo ontem... fizemos todos os exames e com exceção de Ângela que estava em coma tudo estava certo! Não estou entendendo... O que acha de cancelarmos os trabalhos?
- vamos avisar a esfera superior.
Os médicos pedem para as equipes cuidarem das coisas enquanto eles pedem orientação. Dr. Lourenço fala com a esfera superior, a ordem era clara: continuar com os trabalhos.
Os médicos conversam alguns minutos, eles estavam um pouco nervosos e decidem continuar com os trabalhos. A surpresa é grande quando mais três meninos nascem mortos, a equipe estava desolada.
Agora os médicos já não demonstram suas emoções e apenas vão realizando os procedimentos. Finalmente é hora do último parto.
- está acabando meu amigo – diz Dr. Téo com um ar fraterno ao colega.
Enquanto o médico vai puxando a criança, Dr. Lourenço vai imaginando o choro de uma criança, ele não acreditava que apenas um menino nasceria de um projeto tão bem cuidado, o que os superiores iriam pensar: "incompetente..." talvez não deixassem ele acompanhar a única criança que sobrou, por medo dele não poder cuidar dela como deveria. Mas a culpa não foi dele, o único deslize que cometera foi justamente com Ângela, quando ela conseguiu fugir e se acidentar na casa da irmã. "Ainda tem essa a irmã de Ângela", pensava o médico quando seus pensamentos foram interrompidos por um estridente, mas muito bem vindo, choro de uma linda menina.
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- mais uma! Temos duas crianças Lourenço!
Os dois médicos comemoram com muito entusiasmo aquela pequena vida.
Dr. Lourenço se recorda do aviso dos pais biológicos e dos sonhos das mulheres e fica pensativo. Por que justamente a mulher que não teve o tal sonho foi a única além de Ângela a ter um bebe com vida? Quais foram mesmo as palavras de Laís e Marcos, os doadores do material genético? Tudo isso com certeza não é coincidência!
Ele informa o conselho local e seus superiores, o conselho fica horas discutindo. Eles avisam a esfera superior e temem terem que refazer o processo haja vista que a ideia era que fossem gerados sete bebes e no final acabou saindo apenas dois com vida.
A esfera superior afirma que a seleção começou a partir da concepção e que estas baixas eram esperadas, porém ordena que os dois bebês restantes sejam separados. Com essa nova informação Dr. Lourenço tem a confirmação de que os sonhos e o surto que os pais biológicos tiveram não foram meras coincidências. Ficou lembrando de todo o processo desde a alimentação, medicamentos e rituais que foram realizados. Ele entende que realmente as duas crianças restantes deverão ser criadas separadas para suas próprias seguranças.
https://youtu.be/cqZc7ZQURMs
O garoto poderia ficar ali, mas a ordem era para que a menina e a mãe deveriam ser enviadas ao CCO6 aos cuidados do Dr. Litz, um pesquisador como ele. Dr. Lourenço lembra que apenas uma criança seria eleita para ser a titular do projeto de desenvolvimento, então fica preocupado qual delas seria. Mas sabia que não adiantaria perguntar à esfera superior. Ele apenas poderia torcer para que o garoto fosse o escolhido. Na verdade ele gostaria de ficar com as duas crianças, assim ele poderia verificar por ele mesmo quais seriam as capacidades de cada. Mas a ordem já fora dada, e o risco de alguma coisa parecida com os sonhos e os partos voltar acontecer talvez não valesse a pena mesmo. Dentro de poucas horas uma comissão iria buscar a menina e sua mãe.
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