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Vinte - Madison.

Porque eu estava tão surpresa? 

A princesa parecia indiferente a tudo aquilo, como se já tivesse aceitado seu destino... E eu, não tinha nada a ver com as tradições de um reino, que conhecia a menos de uma semana. Mas então, porquê a sensação de que poderia ajudar não me saía da cabeça?

Deveria estar pensando na pedra, na oportunidade perfeita que foi colocada em minhas mãos, de terminar a primeira missão com o coração ainda batendo no peito. Se apenas fizesse meu trabalho, seria o suficiente para tirar o peso da responsabilidade dos ombros daquela princesa? Ou tudo poderia se resolver sozinho, talvez Emanuelly já conhecesse seu futuro marido... Talvez ela não estivesse realmente sendo vendida.

— Madi... — Uma voz, não mais que um sussurro, chamou minha atenção em meio ao corredor, fazendo com que levasse minha mão à guarda de Incandescente. — Madi... — Não era apenas uma voz, pareciam várias... Procurei silenciosamente sua origem, encontrando na escuridão de uma fenda entre duas tapeçarias, cinco pares de olhos conhecidos. 

Um sorriso enorme me trouxe de volta a realidade, como se estivesse flutuando e sentisse novamente o chão sob meus pés. Ver novamente cinco Escolhidos reunidos, era um alívio, um refúgio de felicidade.

— Por Universo, como me encontraram? Esse castelo é imenso! — Resmunguei, juntando-me aos outros na fenda escura. Não havia uma viva alma no corredor.

— Estávamos procurando você e o Lucas! Ele desapareceu depois do banquete, não sei se ouviu o cortejo que esteve no castelo hoje. — Helena respondeu, segurando minhas mãos com força. Parecia feliz em me ver, se certificando se eu realmente estava ali. Assenti com a cabeça, confirmando que sabia do cortejo e um peso se instalou em meu estômago. — Lucas disse que encontraria uma maneira de roubar a Esmeralda e se separou do nosso batalhão. Não vimos mais ele depois.

— Também não encontrei com ele, estava sozinha até agora! — Respondi, um tanto aflita, apertando as inúmeras folhas do contrato entre os braços.

— Vem procura-lo com a gente? — A ruiva continuou.

— Não posso, eu tenho a oportunidade de entrar nos aposentos da rainha, a coroa com a Esmeralda está lá! — A respondi e Helena soltou minha mão. Os outros Escolhidos pareceram curiosos, Jesse cruzou os braços e franziu as sobrancelhas, me incitando a continuar. Troquei o peso de uma perna para a outra. — Estão vendo esses papéis? Preciso deixa-los lá dentro, tenho permissão para entrar. É a nossa oportunidade, quase como se tivessem colocado a joia em nossas mãos!

— Por que não vamos todos juntos então? Não somos uma equipe? — A mais nova entre nós resmungou, pensativa. Seu tom de voz estava um pouco arisco.

— Somos seis, não passaremos despercebidos. — Rosh comentou. — Já é difícil andarmos como um batalhão de guardas comum, será impossível entrarmos todos de uma vez, dentro dos aposentos de uma rainha. Madi deve ir sozinha, vamos ficar na retaguarda, se algo der errado.

A ruiva me encarou e esboçou um sorriso sem vida. Entendia que talvez fosse maçante ser apenas um apoio, mas Rosh tinha razão em tomar todo o cuidado possível. Estávamos perto demais... Sem dizer mais nada, voltei a surgir na luz amarelada das velas, deixando-os para trás, a cabeça baixa e o olhar pregado em meus pés.

Bati na enorme porta, três vezes como fez a criada, esperando para ver se alguém a abriria. A ansiedade fazia minhas mãos tremerem levemente. Por um longo minuto, apenas permaneci parada, escutando os pequenos sussurros, ouvindo os gritos que a tanto abandonaram meus pensamentos. Não permiti que o medo se apossasse de mim como fez antes. Não poderia ter esse luxo. Quando me convenci que não havia ninguém nos aposentos, segurei a maçaneta forte e abri a porta.

O quarto da rainha era incrivelmente luxuoso, imenso e extremamente... Sombrio. Todas as cores eram variações de cinza, preto e verde escuro e a madeira que compunha os moveis parecia mais velha e acinzentada que as próprias paredes. A falta de cor roubava a vida do aposento. Um dossel enorme cobria a cama e um tapete se estendia pelo chão. Havia uma enorme varanda, rodeada por trepadeiras e a belíssima vista que tínhamos do corredor, parecia ter sido intensificada pelo ângulo perfeito. A luz era feita por velas, mas me perguntava se estávamos perto do amanhecer... Aquele castelo não dormira, parecia completamente desperto na madrugada.

Em uma prateleira perto da cama, estava a cúpula de vidro que guardava o que tanto buscava. Assim que meus olhos encontraram a Esmeralda, perfeitamente simétrica, na ponta mais alta da coroa, minha Marca voltou a emitir sua luz, dessa vez um pouco mais forte, pintando o quarto de vermelho. A joia era perfeita em todos os sentidos, desenhada com um cuidado impossível de copiar.

Estava tão perto...

Meus pés caminharam rápido, quase em piloto automático. Deixei os papéis sobre uma pequena mesa de canto, organizados como haviam me entregado e me voltei para a cabeceira, encarando a joia com cobiça. Minhas mãos se estenderam para retirar a pequena cúpula que a protegia, mas elas voltaram tão rápido quanto foram, ao ouvir a maçaneta girando e a porta se abrindo com um rangido baixo.

Assustada, coloquei as mãos para trás, tentando a todo custo esconder o brilho que minha Marca emitia contra o tecido pesado. Abaixei a cabeça, reverenciando a rainha, que me encarou com as sobrancelhas franzidas.

— O texto da aliança está pronto, a princesa me pediu para entrega-lo. — Resmunguei, tentando manter a voz firme. Meu corpo tremia levemente e havia suor escorrendo pelas minhas costas.

— Verei isto depois, tenho certeza que O Oráculo Detentor da Palavra o redigiu com maestria. — Sua voz inundou o quarto, exalando imponência. Parecia estar no tom exato para provocar medo, subjugar qualquer um que o ouvisse. — Saia.

Não demorei um segundo a mais para acatar sua ordem.

Só parei de caminhar três corredores depois, sentindo que meus músculos se romperiam de tanta tensão. Cerrei os punhos e a mandíbula, fincando as unhas na palma da mão, sem conseguir acreditar em como estive perto e deixei a oportunidade passar novamente. A irritação percorreu meus nervos, me fazendo grunhir e reprimir um grito de raiva.

A janela mais próxima pareceu um convite, uma ideia fascinante e perigosa. Minha mente fez o trabalho de ligar os pontos. A barra do vestido da criadagem foi cortado acima do joelho, completamente desigual. Fiz questão de subir as mangas até os cotovelos, deixando à mostra minha Marca e as cicatrizes que ganhei durante os treinos. Tirei a bainha de Incandescente de dentro do vestido e a deixei completamente à vista. 

Subi no parapeito, determinada a terminar com tudo aquilo aquela noite. Apoiei os pés nos ferros que sustentavam as trepadeiras, o vento frio da madrugada me arrepiando por completo. Não pareciam fortes o suficiente para suportar meu peso, mesmo assim, a raiva que me invadia não deixou que desistisse da ideia.

Estava na hora de realmente agir.




Me arrependi do plano no momento em que senti os braços fraquejando, as panturrilhas doendo, mas sem poder ceder. Estava a um deslize do precipício, da morte iminente. Minhas mãos ardiam com o esforço e pequena gotículas de sangue deixavam-nas pegajosas, escorrendo dos cortes provocados pelas plantas. Percorrer as paredes silenciosamente, como uma sombra, escalando as trepadeiras, puxando e arrancando as flores para abrir caminho, até que estivesse em baixo da varanda nos aposentos da rainha, me deixara destruída. Sentia as lágrimas inconscientes escorrendo. A raiva me levara até ali, mas sinceramente, não sabia dizer o que me mantinha fixa.

O horizonte se tornava mais arroxeado, a medida que a noite começava a dar lugar ao dia.

Estava bem perto agora, mas já havia chego perto e falhado, mais de uma vez. Não falharia novamente. O vento chicoteava meu rosto, fazendo os cabelos farfalharem à minha volta.

As trepadeiras acabavam antes mesmo de chegar ao parapeito, visivelmente uma medida para que pessoas como eu não conseguissem chegar escalando. Havia uma estrutura de ferro velha e enferrujada contornando a base da varanda, onde poderiam ser colocados vasos de flores, mas que se encontrava vazia. Seria arriscado tentar, mas eu não desistiria estando tão perto.

Virei meu corpo nos ferros, a fim de ficar de frente para o horizonte e conseguir um melhor ângulo para o impulso. Fixei o olhar na estrutura enferrujada, preparando os braços e as pernas para pular. Só teria uma chance, ou o precipício me engoliria. Meu coração pulsou forte, explodindo em minha mente e senti a adrenalina percorrendo meus músculos, carregando a coragem que precisava para continuar.

Meus pés deixaram a trepadeira, tomando um grande impulso e lançando meu corpo no ar. O mundo pareceu se mover lentamente, o precipício se abrindo centenas de metros abaixo, aterrorizante. Eu voava, voava de verdade e meu medo parecia perceber isso, martelando sangue e adrenalina. Martelando coragem. Minhas mãos se estenderam, abertas, para agarrar as ferragens. 

Por um momento, um brevíssimo momento, eu tive certeza que falharia, que mergulharia em direção à cachoeira, ao rio e à morte. Meus olhos se arregalaram com o puro horror da incerteza e me perguntei se aceitaria meu destino ou lutaria contra o ar enquanto caísse. 

Então, agarrei a estrutura, escorregando um pouco antes de firmar as duas mãos no ferro, suportando o peso do meu corpo com dificuldade. Arfei, aterrorizada. Precisava continuar, ou meus braços não aguentariam.

Meus pés encontraram o piso de pedra com um baque surdo. A Marca brilhou suavemente, assim que percebi a proximidade da Esmeralda. Estava quase. A coroa continuava envolvida pelo vidro, repousando ao lado da rainha adormecida, que agora se tornara meu principal empecilho. Não importava o quanto tentasse caminhar silenciosa, meus passos pareciam machadadas em uma arvore e amaldiçoei as sapatilhas da criadagem por isso. A rainha não parecia ouvir, mas isso não me impedia de sentir a ansiedade em minhas veias.

Estava bem próxima da mulher agora. Sua respiração, calma e suave a fazia parecer menos mortífera. Não me surpreendi ao ver que Nelifa era estupidamente bela. Seus rosto comprido, a boca carnuda, a pele incrivelmente branca e os cabelos incrivelmente negros em contraste, eram similares aos de sua filha. A rainha parecia até mesmo mais jovem do que a princesa.

Meus pensamentos foram interrompidos, quando o toque frio e amedrontador de uma mão me provocou um arrepio profundo. Algo me agarrou, cobrindo minha boca, pressionando meu corpo contra o seu. Me amaldiçoei novamente, por permitir um momento de descanso, por deixar um segundo de vantagem aos inimigos.

— Sou eu. — Todo o pavor da possibilidade de uma captura evaporou, ao ouvir aquele tom de voz, ao sentir a pele completamente humana. Relaxei o corpo. 

Virei o corpo para Lucas, pedindo silêncio com o olhar. Não havia tempo para perguntar de onde o garoto havia saído, ou como conseguira entrar ali, apesar da minha curiosidade. Ele apenas assentiu. Novamente, voltei minha atenção para a coroa, retirando a cúpula que a envolvia com todo o cuidado e entregando-a para Lucas. Passei os dedos sobre a Esmeralda, sentindo suas ranhuras e fixei as unhas na joia, fazendo força para arranca-la da coroa.

Conseguia sentir a pedra resmungar, se contorcer em si mesma. A energia pulsava, ribombava e se espalhava como uma onda em direção ao infinito, se entranhando em minhas veias, impulsionando meu corpo, minha força. Era arrasador, me arrancou completamente o folego.

Todo o esforço que fora feito até agora para nos manter ocultos, foi enviado precipício a baixo em menos de um segundo.

No momento em que consegui arrancar a Esmeralda, o quarto foi iluminado por um flash de luz branca, silencioso, mas tão cegante quanto um raio. Cada célula dos nossos corpos congelou, assim que os olhos de Nelifa se abriram, brilhando na escuridão como os de uma pantera. Ela nos encarou, sem um pingo de surpresa. Era evidente que estava nos esperando.

— Talvez... Talvez ela seja sonambula... — Lucas sussurrou, colocando a palma de sua mão nas minhas costas, fria como gelo por conta do choque.

— Estou bem acordada, agradeço a preocupação. Mas garanto que em pouco tempo, não terão tanta sorte...

Todo o medo que já sentira em minha vida, parecia não se passar de um mero desconforto, assim que Nelifa ergueu o corpo, sentando-se sobre os lençóis brancos, o olhar pregado em nós. A rainha passou os dedos por dentro dos cabelos, erguendo o queixo. Suas íris cor de âmbar se fixaram por um segundo na coroa e no segundo seguinte, no espaço vazio onde deveria estar a joia principal.

Ela se levantou. 

Mas resolvi que não permitiria nem ao menos um segundo de vantagem. Agarrei o braço de Lucas, com força suficiente para deixar um hematoma, girando nas canelas e disparando o mais rápido possível porta afora, arrastando-o comigo. Estava confiante, mesmo que meu corpo dissesse o contrário, tremendo ao som da voz de Nelifa.

— Essas crianças merecem coisa pior que a morte. — A rainha riu, aos berros e mesmo em meio à correria, um arrepio de eletricidade ribombou entre minhas vértebras.



O castelo foi preenchido por passos. Dos guardas, das criadas, uma comoção geral que preenchia todos os corredores. 

Escondidos e amedrontados, nós sete nos espremíamos em um armário de vassouras escuro e mal ventilado. A Esmeralda se encontrava adormecida, bem no fundo de um dos bolsos da minha roupa de couro de batalha, seu único vestígio sendo a iluminação suave produzida pelas sete Marcas. Precisávamos sair daquele castelo, apenas por tempo o suficiente para contactar os deuses.

Me arrastei pelo chão, sentada ao lado do monte de uniformes da guarda. Não senti necessidade de tirar o vestido rasgado da criadagem, como Helena e Rosh sentiram, mas mesmo assim estava com frio. Sem a adrenalina no sangue, o calor da correria, minha mente voltara a focar na dor de inúmeros cortes e nos músculos distendidos, no desconforto.

— Precisamos ir. Precisamos realmente ir agora. — Anunciei, olhando para cima. — Aqui dentro, somos as pessoas mais procuradas desse reino. Vamos achar uma janela com trepadeiras e descer por fora.... 

— É perigoso! Tem um precipício lá embaixo, mortal e pronto para nos engolir! — Genezis comentou, franzindo as sobrancelhas loiras.

— Já fiz isso uma vez, não é tão difícil assim. Acreditem, as trepadeiras são firmes e muito menos perigosas do que a rainha... — Os seis pesaram a opção devagar, Lucas arregalando levemente os olhos.

— Também usei essa técnica, o lado de fora é muito mais tranquilo... — Kille resmungou. A garota segurou minha mão com força, me ajudando a levantar. — Empunhem suas armas, se precisaremos lutar em algum momento, vai ser agora.

— Estaremos prontos. — Lucas respondeu por todos, esboçando um sorriso e empunhando Anêmona com certo orgulho. Suspirei profundamente, satisfeita com a resposta.

Me adiantei, segurando a maçaneta da porta com todo o cuidado. Pedi silêncio, vendo os outros Escolhidos firmarem suas posições de guarda, contando mentalmente até três. Com um gesto rápido, girei a maçaneta e me atirei para fora. Não tive tempo de sorver o ar, antes de perde-lo completamente, encarando com o olhar arregalado, os inúmeros pelotões de guardas que se estendiam pelo corredor escuro, as armas apontadas na nossa direção de forma ameaçadora.

— Vocês são barulhentos. — A voz de Nelifa ecoou pelo ar. Em seus lábios, estava o sorriso mais cínico existente, cortando-lhe o rosto incrivelmente bonito. — Suas vozes são altas demais para o meu gosto...

Tremi na base, dando um passo para trás. Minhas costas encontraram com os corpos dos seis Escolhidos, tão tensos quanto eu. Esquadrinhei o corredor, buscando alguma saída de forma desesperada, apertando a guarda da espada tão forte, que os nós dos dedos esbranquiçaram. 

— Perdoe-me Majestade, mas o que menos nos importa agora, é se gosta ou não do tom das nossas vozes. — Rebati, buscando ar para falar em algum poço profundo dentro de mim.

— Querida, sua petulância é desconcertante. — O tom de voz baixo e controlado da rainha, deixava claro o que estava para acontecer. Empunhei Incandescente em frente ao corpo. — Prendam-nos, me divertirei um pouco esta noite.

O tilintar de minha espada batendo contra a lança de um guarda, quando bloqueei um ataque surpresa contra Rosh, pareceu acordar todos da surpresa inicial, desligando o torpor de termos sido descobertos. A primeira batalha real. A adrenalina invadiu meus ossos novamente, deixando-me alerta, pronta para atacar.

Incandescente mais uma vez tilintou, contra outra lança de um guarda alto, que me atacou com força o suficiente para me fazer cambalear. Helena estalou seus chicotes em volta das pernas de dois dos guardas, com força o suficiente para derruba-los, provocando um efeito dominó entre os pelotões. Tiros ecoaram e mais soldados foram derrubados, provocando um mar de sangue fedorento, pungente e agoniante.

Nós sete nos esgueiramos em meio ao mar de inimigos, atacando apenas o suficiente para liberar a passagem. Genezis acabou sendo derrubada pelo cabo de uma lança, cambaleando sem muita certeza para cima de mim, fazendo com que nós duas fossemos ao chão, com as costas contra a parede de pedra. A arma de Genezis acabou perdida em meio às pernas dos guardas, inútil e a brisa fria que vinha da janela bem ao nosso lado chacoalhou meus cabelos, colando alguns fios na testa ensopada de suor. Fomos encurraladas.

Aquilo não estava dando certo... Lucas e Jesse que lutavam em dupla, haviam derrubado muitos deles, suas roupas ensopadas de sangue e os rostos esfolados com arranhões feitos. Mas mesmo mantendo-se de pé, as posições de guarda fixas ao chão, os dois também estavam sendo encurralados no mesmo canto que nós, pouco a pouco. O tempo se esvaia rapidamente. Helena, Rosh e Kille eram os únicos que continuavam relativamente bem, atacando e defendendo um ao outro, resistindo aos ataques, também sujos de sangue.

Eramos apenas sete, contra pelotões e mais pelotões, que mesmo pouco treinados, tinham a vantagem do maior número.

Continuar era suicídio...

O meu plano era suicídio, mesmo que no momento, parecesse uma ideia genial. Era necessário, ou não teríamos chance de defesa mais tarde... 

Virei uma rasteira rápida em dois dos guardas, dando um rolamento um pouco torto, para sair da zona de ataque deles. Consegui, em meio à confusão dos guardas, recuperar a arma de Genezis. Me levantei em um salto, tossindo um pouco por conta do cheiro de suor e outros fluidos. Sem dizer absolutamente nada, roubei as quatro adagas que Jesse usava no cinto e precisei derrubar Lucas para tirar Anêmona de sua bainha. Kille e Rosh protestaram e quase se viraram contra mim, quando peguei a clava e a aljava de flechas, tropeçando com o peso inesperado. Arranquei o arco de Kille à força, a raiva acompanhada com a confusão estampada no rosto da garota.

— O que está fazendo! A gente vai morrer se não lutar Madison! — Helena gritou por cima do burburinho dos guardas. Nelifa não estava mais a vista e isso me preocupava.

— Vamos ser mortos se continuarmos a lutar, isso sim! Mortos e desarmados, ainda por cima!— Rebati, também aos berros. A expressão dela se suavizou. — Por favor, confia em mim, por Universo, eu juro que a gente vai sair daqui, mas vocês precisam confiar no que eu vou fazer!

— A rainha vai nos esfolar... — Genezis começou a rebater, a voz desesperada ao olhar em volta, vendo o panorama da nossa situação, mas a interrompi.

— Não, não vai! Ela nos quer vivos! — Gritei, vendo os olhos de Kille se arregalarem, encarando suas flechas. — Por favor, por favor, confie em mim!

Helena me encarou por um momento, que pareceu uma eternidade. Por fim, ela tomou a decisão e me entregou seu chicote, seus olhos tilintando de coragem e então pediu a confirmação de Kille. A garota assentiu com a cabeça e suspirei aliviada. Ela entendeu meu plano... 

Finalmente fomos encurralados, junto à uma janela desvidrada. Com todas as armas em mãos e fora da vista da rainha, que se perdia em meio aos guardas, as coloquei no parapeito. Respirei fundo, empurrando nossas armas janela abaixo, o coração doendo ao vê-las desaparecer nos andares inferiores. Era o melhor a se fazer, aguentaríamos as consequências depois. O plano ainda não havia acabado.

— Vão! — Encarei Helena, que me devolveu o olhar com uma expressão confusa. Apontei com a cabeça para a janela. — Se apoiem nas trepadeiras, F U J A M, reagrupem e criem outro plano. É a nossa melhor chance agora!

— A desgraçada vai destruir a gente! — A ruiva rebateu.

Encarei os olhos verde musgo de Helena profundamente, puxando a Esmeralda de dentro do bolso e a colocando em suas mãos. A garota pareceu encantada, observando a pedra como se entendesse todo o cosmos de uma vez só.

— Não todos. Nenhum de nós, se tudo der certo. Permaneçam vivos, é tudo o que eu peço! — Murmurei, baixo o suficiente para que só ela ouvisse, carregando nas palavras todo o significado que consegui passar.

Helena se afastou, guardando a joia em seu próprio bolso. Ela pegou as mãos de Genezis e de Jesse, apoiando o corpo pequeno contra o parapeito. A ruiva voltou o olhar para a loira e para o garoto ao seu lado, que mesmo com expressões idênticas de medo, pareceram entender o que precisavam fazer. Sem permitir que nenhum dos guardas os impedisse, os três transpassaram a janela e desapareceram, descendo rapidamente pela estrutura de metal que suportava as plantas, ocultados pelas sombras da noite. Lucas, Kille, Rosh e eu permanecemos encurralados e pedi à todas as estrelas no cosmos que desse certo.

Os passos da rainha ecoaram entre a multidão, que se dispersou pouco a pouco, abrindo espaço para que a mulher de expressão maníaca surgisse da escuridão, iluminada pela luz amarelada, nos observando com um sorriso sádico no rosto belíssimo.

— Preciso parabeniza-los. Continuam patéticos, mas a sagacidade que vejo em vocês me diverte. — Cada palavra que saía daqueles lábios, me fazia querer estrangula-la mais e mais. — Levem-nos às masmorras e encontrem os que restaram. 

Um baque inesperado explodiu minha visão, enchendo-a de pontos pretos e fazendo-me rodar. Não consegui identificar quem ou o que havia atacado. O medo me inundou, desligando meus sentidos, um a um e assim, esvaindo minha consciência de forma dolorosa. A imagem da rainha parada a nossa frente, observando, foi a ultima coisa que minha visão captou, antes que a dor a consumisse e me atirasse na escuridão pura e completa. Respirei fundo, enchendo meus pulmões de ar, com medo que não tivesse essa sorte mais para frente. 

O que me manteve presa ao chão, uma âncora na realidade, foi a consciência de que se tudo desse errado, a joia estava com Helena. Estava segura, já havia dado certo.

Nada estava perdido.



Será que realmente nada está perdido, ou Madison está apenas alimentando falsas esperanças? Mais uma vez, muita coisa se desenrolou nesse capítulo e tivemos MUUUUITA batalha e ação junta. Estamos quase no final de As Sete Pedras 1 e de verdade, meu coração bate forte por cada um desses últimos capítulos! Acham que o plano misterioso da nossa Madison vai dar certo? kakakkaka Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários e não se esqueçam de me ajudar com aquele votinho maroto que aquece o coração!

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