Quinze - Madison.
Até aquele momento, nunca tinha parado para reparar o quanto a falta de consciência é dolorosa.
A sensação de ser girada no ar sobre meu próprio eixo, deixou um peso enjoativo no estômago e quando recobrei a consciência, minha cabeça doía e pontos pretos escureciam minha visão.
Sentei na areia quente e fina, me perguntando por um momento se ainda estava na praia... Abri os olhos lentamente, massageando as têmporas e quando meu olhar se acostumou com a iluminação em tons de azul e laranja, uma floresta densa, fria e extremamente verde se abriu à minha volta.
— Eu adoro ser jogado em um portal e quase colocar meu café da manhã pra fora... — Lucas reclamou, sarcástico, se levantando devagar enquanto tirava os cabelos do rosto. Soltei uma risada fraca, apoiando as mãos no chão.
O portal se fechou com um murmúrio baixo, deixando uma nuvem de terra e areia no ar, se assentando aos poucos à nossa volta.
— Essa é a tal floresta? Não parece grande coisa. — Genezis observou à volta e inspirou o ar profundamente, as sobrancelhas franzidas enquanto ajustava a mochila nas costas.
— Acho que ela em si não tem nada de muito importante, a gente está procurando o castelo... — Comentei.
A floresta tinha aparência de bosque, as árvores espaçadas de maneira a possibilizar trilhas entre a mata. A terra era coberta por uma camada fina de grama e pequenas plantas, onde grandes moitas se abriam, algumas floridas, outras cheias de frutos duvidosos. A maioria das árvores eram altas, mas ostentavam galhos baixos e finos, com folhas secas, que dificultavam a caminhada por estarem na linha dos ombros e da cabeça, arranhando a pele. Durante o dia, tinha uma aparência comum, mas com toda certeza se tornaria assustadora assim que caísse a noite. Pequenos animais e pássaros deixavam-na mais amigável, produzindo um burburinho de vida.
Em silêncio, começamos a caminhar, seguindo pela mata por alguns minutos, visivelmente perdidos. Os suspiros eram constantes, como se tentássemos acalmar os corações que palpitavam rápido. A sensação de mato sobre os calcanhares era o que me ancorava, me obrigava a prestar atenção nas pequenas coisas, me negando a levantar a cabeça e encarar todo o panorama da nossa situação. Rosh e Jesse nos guiavam, buscando o norte, mas não tínhamos certeza se o planeta era como o nosso... Estávamos a esmo.
Todos levamos um susto, cada um sendo arrancado do seu próprio mundo, quando Jesse praticamente tropeçou em seus próprios pés, fazendo as folhas farfalharem ruidosamente, como se tivesse levado um choque. O garoto fez sinal para que parássemos de andar e escutou a brisa leve e gelada.
— Esperem... — E esperamos. Um momento comprido, onde nenhuma respiração podia ser ouvida. Até que o garoto sussurrou, tão baixo que duvidei se realmente disse algo. — Tem alguém vindo pela trilha. E estão perto.
E então, puxou Genezis subitamente para baixo, deitando-a atrás de uma grande moita. Fiz o mesmo com Helena, nos jogando no chão o mais silenciosamente possível e prendi a respiração, sentindo o corpo tremer, apreensiva. A terra pinicou minhas mãos e meu rosto, tinha cheiro de coisa podre. Os outros Escolhidos correram para sumir de vista, ao ver duas moças surgirem, caminhando apressadas.
As moças eram jovens e pareciam assustadas, caminhando com o olhar pregado na trilha atrás delas, como se fugissem de algo.
— Precisamos voltar, por favor, me escute! — Uma das jovens pediu, tentando segurar as mãos da outra e impedi-la de continuar a andar.
— Não! Não vou querer estar na aldeia norte quando aquele cortejo surgir, ou quando a rainha decidir que odeia Mariano e explodir mais uma vez aquele maldito castelo. Você pode querer continuar reconstruindo sua casa cada vez que ela pegar fogo, mas eu não aguento mais isso! — A moça afastou as mãos de forma ríspida e encarou a outra moça irritada, a voz ecoando pela floresta. Elas não pararam de caminhar um só segundo, os passos marcando o chão de terra com cada pisada forte.
— Você não pode sumir, não tem dinheiro, não tem para onde ir... — As vozes sumiam devagar pela trilha, sendo levadas pelo vento. Não levantamos até que os passos já tivessem desaparecido a muito tempo e nenhum outro som surgira pela floresta, a não ser o cantar baixo dos pássaros.
Então, pouco a pouco nos levantamos. Observei com curiosidade a trilha por onde as moças vieram, as pequenas plantas com um aspecto pisoteado insistindo em crescer. Não havia ninguém, o que me arrancou um suspiro de alívio. Passei as mãos pelo cabelo, pegajosos por conta da umidade do ar.
— Foi por muito pouco... — Resmunguei.
— Tem razão... — Jesse concordou com a cabeça, deslizando as mãos pelos braços musculosos como se tentasse se acalmar, respirando fundo.
— Acham que foi necessário nos escondermos de duas moças? Elas pareciam inofensivas... — Helena constatou, franzindo as sobrancelhas. Uma brisa balançou seus cabelos, um pouco mais fria do que esperávamos e agradeci a Universo pelas roupas quentes.
— Não era preciso, mas era prudente. Somos um grupo estranho, em meio a floresta, poderíamos assusta-las. Temos que ser discretos. — Kille disse baixinho. — Elas nos deram informações importantes, ao menos temos uma ideia de onde é o norte.
Voltando ao silêncio habitual, decidimos continuar a caminhada à margem da trilha. Não era uma estrada muito usada, pessoas passavam esporadicamente, em sua maioria grupos de duas ou três mulheres, carregando cestas de alimentos e crianças, todas apressadas. A cada momento, espinheiros e arvores mais densas surgiam em nosso caminho, tornando a caminhada mais complicada e menos pássaros cantavam, deixando a umidade e os tons de azul mais frios e amedrontadores.
— Acha que ainda estamos longe?
Lucas me perguntou, surgindo ruidosamente ao meu lado.
— Não sei, na verdade. — Respondi calmamente, respirando fundo por conta do cansaço. — Tem gente passando, significa que deve ter uma vila por perto. Mas as árvores são altas, não da para ver se estamos próximos do castelo...
— Estou cansado, parece que faz horas que estamos caminhando... — Ele continuou e concordei brevemente, sem encara-lo.
— Porque estamos. — Genezis sussurrou. — O céu está escurecendo, já estamos caminhando a muito, muito tempo...
Bufei. O ar estava cada vez mais gelado, a luz que surgia entre as folhas havia diminuído e a floresta se encontrava à meia luz. Não havíamos parado, talvez pela sensação de que perderíamos a direção se descansássemos um segundo...
A trilha passava por uma aldeia pequena e de aparência pacata, onde as casas de madeira e palha se misturavam à floresta. Os habitantes pareciam agitados, guardando carroças, amarrando as janelas e as últimas crianças que ainda estavam nas ruas se recolhiam de maneira assustadiça. As árvores eram um pouco mais espaçadas, o que nos permitiu passar rapidamente e contornar a trilha sem que fossemos vistos. A noite caiu pouco depois e se tornou complicado não se perder em meio a floresta. Não demorou muito para que não encontrássemos mais a estrada de terra batida e estivéssemos cercados apenas por mata, escuridão e frio.
— Acho que devemos parar... — Kille sugeriu, arfando e com tom de voz baixo. Balançou os cabelos, apoiando as mãos nos joelhos. — Não estou com vontade de caminhar a noite e estamos... Um pouco perdidos. Devemos acampar até de manhã. — Murmuramos de cansaço, concordando com felicidade. — Acham seguro ficarmos por aqui?
— Não, é um espaço muito aberto... — Jesse comentou e nos aproximamos mais, o vento gelado provocando arrepios pelo meu corpo. — Há uma cachoeira aqui perto, reparei no som de água corrente. Não é protegida, mas é uma opção para esconder nossa presença com o barulho.
Entramos mais profundamente na mata, acompanhando Jesse e contornando os espinheiros. O terreno se tornou irregular, como um morro. Então, uma cachoeira rala surgiu em nosso campo de visão, gorgolejando terra a baixo por um longo caminho e passei o olhar pelo local, tentando acostumar meus olhos na escuridão. A erosão feita pela água, transformou as rochas que sustentava a cachoeira em pequenas depressões, que poderiam nos proteger se começasse a chover. As paredes estavam cheias de lodo verde e exalavam um cheiro forte de terra molhada. Era o suficiente para montarmos duas barracas apertadas e talvez algo para nos aquecer do frio cortante...
— Bom, precisamos de uma fogueira pelo menos para hoje. — Rosh disse, colocando a mão no queixo com o olhar pensativo. — Vai ser um pouco perigoso, mas me desacostumei com esse tipo de frio... Ficaremos doentes se não aquecermos o corpo. Jesse, Lucas e Madison, podem buscar gravetos secos? Vamos arrumar esse lugar por enquanto, ou ao menos tentar...
— Okay. — Resmungamos em uníssono, deixando as mochilas e em silêncio, adentramos mata a dentro novamente.
A luz já não existia mais. A floreta sendo iluminada apenas pelas estrelas, mergulhava tudo em uma sombra fantasmagórica. Meu olhar vasculhava o chão atentamente, em busca de madeira em que a umidade não tivesse surtido efeito. Jesse começou a quebrar galhos dos espinheiros, que consequentemente eram mais secos e em poucos minutos, havíamos depenado um inteiro.
— Acham que devemos levar apenas gravetos, ou algo maior? — Lucas perguntou, revirando algo que parecia ser uma pilha de folhas.
— Se encontrar algo maior que não esteja úmido... — Jesse respondeu.
Passamos mais alguns minutos juntando gravetos e folhas secas. Lucas acabou por encontrar uma tora de madeira podre, que havia caído e apesar de estar um tanto molhada, poderia servir para alimentar o fogo. Dividi ela ao meio e peguei os gravetos que Lucas coletou, deixando-o apenas com a tora entre as mãos.
Continuamos a caminhar, tentando encontrar a cachoeira. Estávamos perto e dava para ver o brilho tênue da água, praticamente inexistente no breu, quando ouvimos passos ruidosos na floresta. Lucas, Jesse e eu nos agachamos rapidamente, nem sequer respirando, para encontrar a origem daquele som. Os passos pareciam estar próximos, eram muitos, organizados como uma marcha. Pareciam soldados. A cada segundo se aproximavam, altos e constantes e cheguei a pensar que seríamos encontrados.
Pouco a pouco, a marcha se distanciou e o silêncio voltou a floresta. Esperamos mais alguns momentos até que tivéssemos certeza que mais ninguém estava por perto. Meu coração havia perdido um pulsar. Em total silencio, corremos em direção à cachoeira.
Kille me ajudou, pegando o que trouxemos e começou a construir a fogueira, juntando pedras, gravetos e folhas. Ela colocou fogo com um esqueiro que havia encontrado nas mochilas e surpreendentemente, o fogo pegou bem. Com a iluminação repentina, pude ver duas barracas pequenas com lonas em tons de terra, organizadas para mascarar nossa presença e nos proteger, escondendo a luz que a fogueira emitia. Tudo parecia ter sido feito para não nos encontrarem. De certa forma, aquilo me acalmou.
— Precisamos de alguém que fique de guarda. — Anunciei, recebendo olhares confusos. — Tem rondas acontecendo aqui perto e a fogueira, mesmo escondida pode nos delatar. Duas pessoas seria até melhor... Me voluntario para essa noite.
Meu sangue parecia ferver e eu não estava com uma grama de sono. Apesar de ser a primeira noite, o mísero fato de estarmos em uma missão fazia a adrenalina me deixar alerta e a vontade de ação me consumia.
— Alguém mais para o primeiro turno? — Helena cruzou os braços, encarando um a um. Ninguém disse mais nada, os olhares cansados fixos no chão. — Eu fico então...
Sorri de forma triste para Helena e ela retribuiu o gesto com o mesmo sentimento. Seria uma longa noite, disso eu tinha certeza.
A temperatura caia cada vez mais e a fogueira era a unica coisa que meus olhos viam na escuridão. Minhas mãos estavam geladas, por mais próxima do fogo que estivessem. O som leve do respirar de outros Escolhidos embalava meus pensamentos, assim como o murmurar sedutor do sono. Achava que não desligaria com tanta adrenalina, mas havia contado uma mentira para mim mesma. Estava tão cansada...
Havia passado as últimas horas perdida em pensamentos.
Lembrando de antes do meu aniversário. Antes de toda a bagunça que minha vida se tornou...
Ray era uma parte feliz das minhas lembranças. Conseguia ver seu rosto refletido no fogo, tremulando entre as labaredas. Ele alguns anos mais novo, sentando do outro lado da sala com Eve e uma Madison mais nova, com olhar perdido. Risadas altas, de felicidade, depois de contar uma boa piada. Tentando me fazer feliz quando não conseguia mais sorrir. Ray e Eve nunca me abandonaram, mesmo quando os afastei várias e várias vezes. Os baques vieram todos de uma vez, a dor, o hospital, o alcoolismo de mamãe depois que meu pai morreu...
Papai... Ele era uma confusão de lembranças. Uma confusão em pessoa. Zack. A pessoa que mais amei no mundo, mas que a falta destruiu não uma, mas cinco vidas de uma vez só. Por muitos e muitos anos. Destruiu os três melhores anos da minha vida, destruiu a carreira de minha mãe e ainda está destruindo a vida de Wesley, pouco a pouco. Ele detestaria ver como reagimos, tudo o que veio depois e sonhei durante meses com sua voz me repreendendo. Mas Zack Roberts não estava ali e só realmente parou de nos assombrar há muito pouco tempo.
Afastei os pensamentos e concentrei minha atenção no estômago roncando de fome. Procurei alguma coisa que pudesse comer na mochila, encontrando macarrão instantâneo ao molho, que poderia ser feito na brasa. Coloquei-o em um suporte sobre a fogueira singela, enquanto Helena, que antes escrevia em um diário, trocava de turno com Lucas.
Lucas, ainda sonolento, abriu a caneca de café quente e se serviu de um copo. Voltei a encarar a escuridão da floresta, esperando que minha comida esquentasse. Uma música qualquer surgiu em minha mente, contornando a paranoia que me fazia ver pequenos pares de olhos pela mata e me vi cantarolando-a.
— Você está com uma cara horrível. — O som grave de uma voz me assustou, fazendo com que me sobressaltasse e quase derramasse molho sobre as labaredas. — Olheiras muito fundas, essa carinha de sono... — Lucas comentou, se sentando sem jeito ao meu lado.
— Estou com fome, quando comer vou parecer mais bem disposta... — Balbuciei baixinho.
— Minta pra si mesma, mas nunca pra gente, lembra? — Ele abriu um sorriso sincero, que acabou me desarmando completamente. Com todo cuidado para não se queimar, tirou o macarrão do suporte e soprou a fumaça quente, enquanto eu procurava um garfo na mochila.
— Obrigada...
Sorri para Lucas, segurando a comida entre os joelhos. A primeira garfada foi como um carinho divino, assim como a segunda, a terceira, a décima... Estava tão bom e eu, com tanta fome...
— Acho que você não mentiu quando disse que estava com fome! — Ele riu e com a ponta dos dedos limpou uma mancha de molho em minha bochecha. Sua pele estava fria como aquela noite...
Lucas encostou seu corpo contra o meu e aproveitamos o calor humano dividido com o gesto. O crepitar da fogueira era baixo e entediante, funcionando como uma canção de ninar. Terminei de comer em silêncio, a sensação reconfortante de um estômago cheio pesando em meus olhos. Sem que eu percebesse, acabei adormecendo encostada no ombro de Lucas, o prato com restos de molho esquentando meu colo.
Ainda era noite quando senti mãos pesadas me chacoalharem freneticamente, em um tom quase desesperado, me acordando de supetão. Abri os olhos atônita. Os únicos sons eram o uivar do vento, o cantar de pássaros... E passos ritmados, como uma onda cada vez mais próxima. Meu coração pulsou mais forte, ribombando nos ouvidos. Coloquei os restos da minha comida de lado e prestei atenção no barulho, levando minha mão instintivamente para a guarda de Incandescente, ainda presa ao corpo.
Lucas colocou o dedo nos lábios, em sinal de silêncio. Apenas nós dois estávamos acordados e chamar ajuda naquele momento poderia nos delatar. Joguei terra sobre a fogueira até que não passasse de brasa e estivéssemos em completo breu. Vozes ecoaram, quase incompreensíveis pelo som alto da cachoeira, mas estavam perigosamente próximas.
— Eu vi... — Um sussurro nas folhas me arrepiou da cabeça aos pés.
— Como viu... Luz... Nessa... Escura... — Outra voz respondeu a primeira, as palavras entrecortadas.
Esperamos. Por um momento interminável, que poderia ser comparado à uma tortura e fez meu corpo reclamar pela posição.
— Vá! Vá logo! — A voz, agora completamente inteligível, ecoou a poucos metros, ainda em meio à floresta. Coloquei a mão sobre a boca para esconder a exclamação de susto. — Eu lhe garanto que não há luz alguma ali, pode ir ver! Mas eu seguirei o batalhão e me recuso a ficar aqui e vê-lo ser devorado pelo que mora nessa mata! Não há luz lá. Quando voltar, se voltar, o chefe do batalhão lhe dará um esporro do tamanho do ego da rainha. E eu, lhe darei outro. — A voz masculina reclamou, pouco a pouco se afastando.
— Se a rainha souber que disse isso de sua majestade, provavelmente será levado a forca em praça publica. Mas quando souberem que peguei moradores desrespeitando o toque de recolher, serei com certeza recompensado! — Então, outra voz mais jovem caminhou na nossa direção. Nem eu nem Lucas ousamos respirar.
Demos um passo para trás. Desembainhei Incandescente sem emitir som e Lucas fez o mesmo com a sua espada, nomeada de Anêmona.
A pessoa se aproximava devagar, provavelmente com medo. Eu e Lucas nos afastamos brevemente com um olhar longo, que servia como um tipo de comunicação, nos prostrando do outro lado das barracas. Esperava que tivesse entendido o recado.
A pessoa estava tão próxima que conseguia ver sua silhueta, se destacando entre o verde escuro. Era um homem, bem jovem, vestido com um uniforme azul escuro e verde. Segurava uma espada sem muita propriedade e parecia assustado, apesar da postura confiante. O jovem deu outro passo, enfim encontrando as barracas e franziu as sobrancelhas, de maneira que percebi que ele jamais havia visto algo tão estranho. Então que tive a confirmação que Lucas havia me entendido. Ele se agachou e deu a rasteira no homem, que caiu com um baque surdo no chão, soltando sua espada, que tilintou alto, deslizando para longe. Agarrei-o, passando a mão pela sua boca e o levantado, até que se sentasse. Sussurrei ao seu ouvido, baixo como uma ameaça.
— Se ficar bem quietinho, nada vai te acontecer. Não queremos machucar ninguém, mas se tentar nos machucar, vamos nos defender. — O homem balançou a cabeça, concordando apavorado. Não conseguia ver quem ou o que havia o capturado e seu corpo inteiro tremia. — Me responda apenas com sim ou não e balance a cabeça. Existem mais como você? — Ele fez que sim com a cabeça. — Estão por perto? — Ele fez que não. Tossi uma risada de escarnio. — Tem consciência que temos armas que podem degolar esse pescoço fino? — Novamente, respondeu com veemência que sim. Minha voz estava cruel, fria, de uma maneira que nunca tinha visto... Um peso incômodo se instalou em meu estômago, mas me obriguei a continuar. — Jura que está falando a verdade?
O homem não mexeu apenas a cabeça, mas o corpo inteiro, concordando e tremendo desesperadamente, pedindo a todos os seus deuses que o ajudassem.
As barracas se abriram devagar, de forma sonolenta. Voltei meu olhar para elas, sem diminuir a pressão das unhas no pescoço do homem ou tirar a mão de sua boca. Rosh, Helena e Genezis surgiram, piscando para acostumar os olhos na escuridão. Os três pareceram espantados com a cena e fiz um sinal com a cabeça para indicar que tudo estava sobre controle. Eles se aproximaram, já completamente alertas, empunhando suas armas.
— Esse intruso está respondendo algumas perguntas. — Eu disse. — Mas admito que dessa maneira não é muito pratico.
— Vou pegar um pano pra usar de mordaça, sente nosso convidado contra a parede. — Lucas disse, caminhando de maneira imponente em direção a uma das barracas. Sem nem ao menos se virar, anunciou a ninguém em especial e sua voz foi engolida pela noite. — Acordem os outros. Temos alguém pra interrogar.
Que má sorte deu esse homem, cair bem nas mãos dos Escolhidos! Teremos mais respostas agora, talvez uma direção a seguir... Como acham que nossos heróis tratarão nosso convidado? Com crueldade ou... Outra coisa? akakakaka Esse reino parece estar passando por um momento complicado, concordam? Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários e não se esqueçam da estrelinha que ajuda demais! Beijinhos!
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