Quatro - Madison.
O barulho extremante alto de algo explodindo ao meu lado fez com que eu saltasse para o lado, minha visão voltando de uma vez só, como se eu tivesse aberto os olhos de supetão. A dor de ter sido arremessada e do impacto no chão de pedra destruído, foi real o suficiente para me fazer arregalar os olhos, olhando para um lado e para o outro. Onde estava o templo? Onde eu estava agora?
O céu daquele lugar estava escuro, encoberto por uma nuvem de poeira e cinzas que flutuavam de um lado para o outro. Mal era possível ver a luz de qualquer estrela, deixando o lugar em uma quase escuridão assustadora. O chão era completamente feito de pedra rachada, e dava para perceber a vegetação queimada por todos os lados. Fogo crepitava a minha volta. Minhas mãos, apoiando meu corpo no chão, sentiam as cinzas entre os dedos. O cheiro que vinha pelo ar, era de corpos queimados, podridão e morte...
O barulho de um projetil enorme inundou meus ouvidos, por apenas um segundo e meio, até outra explosão ainda mais alta cair a menos de um quilômetro de mim, o barulho abafado pelas cinzas no chão. Outra nuvem de poeira subiu aos céus, e dessa vez foi acompanhada de gritos humanos e o som de algo quebrando. Meu olhar encontrou pessoas correndo em disparada entre as cinzas, por entre o fogo, e o coração apertou profundamente, ao ver um grupo de mulheres e crianças correrem, acompanhadas por dois ou três homens. Meu olhar encarou uma carroça semi destruída, onde uma gaiola de madeira tinha sido destroçada. Eu conseguia ver corpos queimados dentro da carroça, e animais que não se pareciam com cavalos, estirados na parte da frente... Mortos também...
Então, algo se iluminou em minha mente, mesmo que preferisse não ter encontrado a resposta.
Escravos. Aquela carroça, aquelas pessoas, estavam sendo levadas como escravos! Mas não pareciam quaisquer escravos, como algum outro que eu já havia visto nos filmes, em aulas de história... Aquele lugar, a aparência daquelas pessoas, a escuridão do céu... Jamais tinha acontecido algo tão brutal, cruel e inumano em meu planeta. Acho que nem em meus piores pesadelos teria imaginado tamanho caos como aquilo, não desejaria ao meu pior inimigo qualquer coisa daquele cenário.
A porta da parte da frente daquele veículo se abriu de supetão, e mesmo entre as chamas e cinzas, uma pessoa que não consegui identificar direito, apoiou as mãos e se sentou na carroça virada, mirando o olhar nas pessoas que corriam desesperadas, como se estivesse cansada e elas não passassem de ratos fujões. Uma moça gravida, que estava com um bebê nos braços e corria o mais rápido que conseguia com a barriga no fim da gravidez, gritou algo para o grupo, fazendo todos aumentarem o passo na corrida.
A pessoa sentada no veiculo, inútil agora, levantou uma das mãos com tédio, e a terra inteira tremeu, fazendo eu me assustar ainda mais. Em apenas um instante, estacas de pedra, compostas de rochas afiadíssimas, surgiram bem abaixo da área em que os escravos em fuga corriam. Não consegui segurar o grito de horror, quando a criança nos braços da mulher gravida voou metros acima com o impacto, o choro misturado na poeira, e a própria mulher foi empalada pelas rochas, assim como muitos outros do grupo que fugia. Sangue escorreu, e o grito deles escondeu o meu próprio.
Aquilo era uma guerra... Aquilo era toda a destruição causada por uma guerra... O chão seco, a falta de vegetação, de recursos... De vida. A morte, e a escravidão... Tudo estava ali, e mesmo que eu só tenha avistado aquele grupo, sabia que tinham outros. Tudo estava ali...
A pessoa que tinha saído de dentro da carroça destruída pulou no chão, olhando de relance os corpos por perto, levantando uma nuvem de cinzas a sua volta com o impacto, e começou a caminhar para o infinito, entre as chamas, mas sabendo muito bem para onde iria.
Antes que as lagrimas escorressem pelo meu rosto, fechei os olhos, soluçando, e abracei minhas pernas. Tudo o que queria era que todo aquele caos desaparecesse...
Tive que puxar o ar com tudo o que meus pulmões aguentavam, me levantando da cadeira em que antes estava sentada com um salto, quase tropeçando. Eu arquejava, precisava de ar, mais e mais. Limpei as lágrimas do rosto rápido o suficiente para que ninguém as percebesse, olhando em volta. Era o templo. Eu estava de volta no templo...
— Acalmem-se, por favor, está tudo bem agora...— A voz de Ametista, calma, doce e bondosa, fez com que eu buscasse a deusa com o olhar. Precisava do mínimo de conforto, o mínimo de estabilidade. Ela me encarou por um momento, dando um sorriso quase maternal, e mesmo de longe, aquilo fez efeito em mim. Deixei a tensão dos músculos diminuir, e me sentei de volta na cadeira, os membros cansados, a mente mais ainda.— Vocês estão seguros, respirem...
Procurei os outros seis Escolhidos com o olhar, me perguntando se tinha sido só eu a ver tudo o que vi. Mas, ao encarar as expressões transtornadas, os olhos lacrimejando ou vermelhos de choro, até mesmo as lágrimas que ainda escorriam em alguns rostos, estava na cara que não. Não tinha sido só eu... Meu primeiro instinto foi puxar aquelas pessoas para um abraço forte, do qual eu mesma precisava muito, mas me segurei, não considerando o ato muito adequado para o momento.
— Vocês estão seguros, ao contrário das pessoas que tiveram o prazer de conhecer nessa visão.— Phoenix riu sarcasticamente, as sobrancelhas arqueadas como se tivesse vencido uma discussão.— É contra isso que vocês lutarão. O que viram agora, são memórias de sobreviventes de uma invasão bárbara em diferentes planetas que já foram conquistados, modificadas para ângulos diferentes de percepção.— Cruzou os braços, e no momento que fez isso, o holograma que ainda mostrava os Quatro Pilares do Firmamento Cósmico se desintegrou em um flash rápido.— O nosso pedido, é para que nos ajudem a salvar a vida de todas essas pessoas escravizadas, todas as que fazem trabalhos forçados para esse império. Lutem, para impedir que mais mortes aconteçam por conta do domínio Bárbaro na Realidade! —As fungadas que ecoavam pelo templo quebravam o longo silêncio que se seguiu. Meu coração pesava, e a imagem da criança sendo arremessada pelo ataque passou pelos meus olhos, como um pesadelo. Eu tinha certeza que era exatamente aquilo que a cena se tornaria...— Entenderam o que está acontecendo? O quanto que a missão de vocês é importante? O peso que um sim de vocês tem para mudar o rumo de tantas vidas, de tantas existências? A pressão que estamos colocando sobre vocês é necessária, apesar de não muito correta na minha visão, e nos perdoem se tudo isso é fantasioso demais para suas mentes jovens. A unica coisa que podemos dar como garantia da nossa verdade é a Marca. Ela é a garantia de que isso não é um sonho, que não é um delírio, e a mudança definitiva do título de vocês, do destino de vocês.— Phoenix voltou a falar, nos olhando penetrantemente, um a um.— Depois de marcados, vocês não poderão voltar atrás, é uma escolha sem volta, que só vocês podem fazer. Mas pensem, que não é apenas a vida de vocês que está em jogo. É a vida de bilhões de seres.
O silencio reinou no templo, sendo interrompido apenas por fungadas e o barulho das pessoas se remexendo nos assentos. Os deuses, ainda de pé, pareciam apreensivos. Tudo aquilo era tão destrutivo, tão louco... Tão magico... Apenas em meus sonhos mais loucos, eu imaginaria algo tão grande, me aventurar pra tão longe, ter tamanha importância. Fazer aquilo parecia tão certo, parecia muito mais real do que alguns minutos atrás. Dizer sim parecia a coisa certa a fazer depois de ter visto tudo o que me foi mostrado. A imagem das pessoas correndo fez com que eu soluçasse, segurando o choro.
— O que aconteceria se recebessem um não?— Helena colocou os cachos ruivos atrás da orelha, a voz estupidamente baixa, mesmo no silêncio. A garota encarava os próprios pés, mantendo a respiração controlada e a cabeça baixa.
— Se alguns de vocês negassem, os que aceitaram seriam marcados, e quem negou a missão voltaria para casa com o pensamento de que foi apenas um sonho. Mas o motivo de seres sete jovens é claro. A missão de vocês é incrivelmente complicada, tem uma importância imensa, seria necessário todos os sete para que as chances sejam maiores... Mesmo assim, tentaríamos.— Quem respondeu o questionamento da ruiva foi Ametista, a voz tão baixa quando a de Helena.— Se todos vocês negarem, a nossa busca apenas continuaria... Mas a cada momento que passa, as chances diminuem, e pode ser que quando descobrirmos outro grupo como vocês... Já seja tarde demais.
E novamente, o silêncio se apossou de todos nós. Minhas veias pulsavam com o sangue correndo, a adrenalina... Com a boca entreaberta, surpresa, busquei com o olhar as outras seis pessoas que tinham que tomar a mesma decisão que eu. A minha decisão já estava tomada agora, e mesmo que inconscientemente, eu buscava a aprovação dos outros.
A cada olhar que encontrava com o meu, eu tinha mais certeza de qual seria a nossa resposta. A cada olho vermelho e cara de choro, eu sabia... Sabia qual seria o nosso destino. Nosso. De todos os sete.
— Partir em uma missão, que pode ser suicida, para ajudar deuses que até ontem eu não sabia que existiam... Se me dissessem que um dia isso aconteceria, eu teria internado essa pessoa no hospício. Na realidade, eu só estou acreditando nisso tudo, por quê com toda certeza não teria a capacidade de imaginar todos esses detalhes!— Lucas riu sarcástico, ficando responsável por quebrar o silêncio desconfortável que tinha se instaurada, segurando o pequeno furão albino junto ao peito ainda mais firmemente.— Depois de tudo o que vimos, ou pelo menos, depois de tudo o que eu vi, parece tão certo... Parece a coisa mais correta a se fazer!
Nós sete não precisamos nem ao menos nos entreolhar, entrando em um consenso silencioso apenas usando a força das respirações, as certezas expressadas na linguagem corporal. Era incrível conseguir entender tão bem os sentimentos de alguém que você não sabe nem o nome direito, e conhece a pouquíssimo tempo. Um sorriso se formou em nossos lábios, todos juntos.
— Nós aceitamos.— Dissemos, em um coro quase sincronizado.
Um sorriso ainda maior que o nosso, se formou nas bocas de todos os deuses, visivelmente satisfeitos com nossa decisão. Mais até do que satisfeitos, estavam aliviados, os rostos como se tivessem esperado aquilo a vida inteira.
— Obrigada.— Voltamos nosso olhar, surpresos, quando Ametista juntou as mãos junto ao peito, e disse, visivelmente agradecida e com a voz alta o suficiente para que todos consigamos ouvir, encarando o chão, como se aquilo tivesse sido a maior satisfação de toda a sua vida.
— Agora, que vocês aceitaram sua missão, receberão a Marca em seus pulsos, como prova que isso tudo não é mentira, e a definição de que não podem mais voltar atrás. Quando voltarem a suas casas, a Marca estará brilhando, e desaparecerá quando não precisarem dela. A Marca é como um aviso, vai unir vocês sete, e quando sua missão estiver próxima, usaremos ela para comunicar nossa presença. Quando não está brilhando, ela é visível apenas para vocês.— Os deuses voltaram a sentar em suas respectivas cadeiras, enquanto Phoenix explicava com sua voz grave.— Entraremos em contato logo, para explicar mais detalhes, e peço que não discordem do que pediremos a partir de agora, tudo está sendo muito bem pensado para que vocês tenham toda a assistência.— Concordamos com a cabeça, e eu suspirei profundamente.— Apenas mais um aviso. A marcação vai doer.
Os deuses fizeram um sinal com a mão, todos ao mesmo tempo. O primeiro segundo foi tão calmo, que meus músculos tensionaram, esperando o pior. Então, senti como se rasgassem a pele do meu pulso em dois com uma faca ardente.
Lagrimas voltaram aos meus olhos, mas consegui segura-las, enquanto agarrava meu pulso queimando. Mesmo que fosse uma dor angustiante, não era exatamente a pior que já havia sentido. Mesmo assim, ouvi choros explodirem pelo templo, pessoas se ajoelhando com a dor, e muitos gritos ecoarem. Mesmo assim, sabia que aquilo era por causa do que vimos anteriormente, era a válvula para chorar. Senti meu corpo começar a girar no ar, enquanto eu fechava bem os olhos de dor, tremendo um pouco. Antes de tudo escurecer como da primeira vez, ouvi a voz de Ametista dizer baixinho, sozinha, me encarando atentamente com os olhos lacrimosos.
— E é por isso Madison, que você é a Força.
A Marca parou de doer subitamente, mas antes que eu pudesse ver o que estava acontecendo com meu pulso agora, ou com as outras pessoas a minha volta, aterrissei no carpete do quarto com baque surdo.
Voltei a consciência de joelhos no carpete velho e puído do meu quarto, bem ao lado da cama. Então... Eu estava de volta? Em um impulso de incredulidade, olhei para o meu pulso assustada, e a Marca estava ali. Exatamente como os deuses haviam dito.
Mas aquilo não era possível!!! Não podia ser... Era real, tudo aquilo era real... A Marca estava ali... Era a prova concreta de que tudo era verdade, como aqueles deuses haviam dito. Será que ainda estou sonhando? Aquilo tudo não podia ser real... E com esse pensamento, eu me belisquei varias vezes, contei os dedos nas mãos, tirei o chinelo dos pés. Mas nada... Eu realmente estava acordada. Tudo aquilo tinha sido real... Era real!
"É por isso que você é a Força Madison". As ultimas palavras de Ametista voltaram a minha mente, ecoando como em uma caverna, sendo a ultima coisa que ouvi, e a primeira que voltou a mente. Sou a Força, mas... O que isso quer dizer?
Uma enxurrada de perguntas inundou minha mente, com um baque mental tão forte, que precisei me ajoelhar no chão do meu quarto, me segurando na cama. O choque foi profundo demais para me manter em pé. Como tudo aquilo era possível?! Magia, deuses salvar o universo?! Tudo era tão irreal, confuso... Mas ainda me parecia certo ter tomado aquela decisão. Era real, então a decisão tinha sido correta...
Olhei minha Marca, desesperadamente em busca de respostas. Eu não me surpreenderia se a Marca me dissesse oi, e me explicasse o sentido da vida. Mas ela apenas estava desenhada em meu pulso, a luz inicial desaparecendo, e se tornando apenas uma cicatriz, nada mais que desenhos. Na verdade, minha Marca era extremamente bonita, uma coisa que eu nunca imaginei tatuar em algum momento, mas que daria uma ótima tatuagem. Era uma grande fogueira, com chamas dançando de diferentes posições, as cinzas crepitando, formando em letras bem grandes e ornamentadas, a palavra FORÇA. Deveria ter alguma ligação...
Olhei no relógio da cabeceira, me assustando, pois já eram quase seis horas da manhã... Tão tarde, ou tão cedo, eu não estava com cabeça pra escolher.
— Ah Baitu, se você existe, me ajuda. No que eu fui me meter...?— Sussurrei para mim mesma, buscando a primeira divindade que me lembrava meu mundo, deitando a cabeça no meu travesseiro. Estava morta de cansaço e com a cabeça doendo.
Mesmo assim, foi difícil adormecer. A imagem, os sons das explosões e das pessoas correndo, gritando, o cheiro de sangue e de morte, fez com que minha mente conturbada se focasse apenas no que tinha acontecido. O sono conseguiu me vencer apenas uma hora depois.
Acordei quase as três da tarde. Impressionantemente, Wesley resolveu que não iria me acordar hoje. Talvez ele tenha sido influenciado por mamãe, mas eu realmente estava me importando muito pouco com tudo isso. Cocei os olhos, inchados das lágrimas da noite anterior, coloquei qualquer roupa e desci, achando estranho a casa estar tão silenciosa. Wesley não estava na escola, porque hoje é domingo, mas devia estar vadiando por algum bairro, já minha mãe deve estar no trabalho.
Fiz alguns ovos de Rarh fritos, e passei geleia nas torradas. O cheiro na casa estava maravilhoso, e eu aproveitei o tempo para pensar sobre tudo, respirando, tentando encaixar as peças no lugar. Mas aquele silencio estava me incomodando, era como se algo estivesse prestes a acontecer.
Sentei no sofá com o prato de comida e liguei a televisão, simplesmente para acabar com aquele silencio. Não se passou cinco minutos e a campainha tocou, em meio a uma garfada. Franzi as sobrancelhas e deixei o prato na mesinha de centro, indo atender a porta. Mas ao abri-la, dei um grito ao ver quem estava lá fora.
— Ametista!— Gritei de incredulidade.
— Não, por favor não grite! Você sabe do por quê estou aqui, então... Será que eu poderia entrar?— Ametista apontou para minha sala, quando fiz menção de começar a bombardear ela com perguntas.
— Hã... Claro, entre por favor. Não tem ninguém em casa, e...— Comecei, mas fui interrompida.
— É, eu sei... Eu vim nesse momento porque sabia que não haveria ninguém agora. Assim fica mais fácil explicar todo o processo pra você.
— Processo?— Eu disse, me questionando um pouco confusa.
— Sim.— Ametista se dirigiu ao sofá e sentou-se. Eu tive que engolir todas as minhas perguntas, mas a acompanhei.— A ideia, é que nenhuma pessoa saiba do que estamos fazendo, nem mesmo a família de vocês. Por isso, bolamos uma história para encobrir tudo. Você vai fazer um intercambio.
— Um intercambio?— Repeti, atônita.— Além de tudo, eu vou precisar sair de perto da minha família?!— Minha voz saiu falha, ríspida e um pouco desesperada.
— Eu receio dizer que sim. As missões durarão alguns dias, talvez semanas, e não achamos prudente deixar vocês com suas famílias. Eles ficariam extremamente preocupados com seus filhos e netos, se desaparecessem sem mais nem menos, e além disso, quando voltassem, perguntariam onde vocês estiveram. Isso seria um atraso enorme, muitas histórias desnecessárias para contar...— Ametista começou a explicação.— Também temos o empecilho que, cada Escolhido mora em um país diferente, e precisaríamos que vocês treinassem juntos, para desenvolver confiança e espirito de equipe. Para terminar, Destino está observando nossas ações e sendo responsável pelo sucesso de tudo isso. Ela nos comunicou que, agora que são marcados, sua concentração magica está mais potente, e isso deixa suas famílias e a si próprios em perigo. Para esconder essa concentração magica, é necessário viajar para uma cidade com mais magia concentrada do que todas as outras, e essa magia esconderá a de vocês, deixando-os seguros. Mas para isso, precisamos de uma cidade bem no centro do planeta, que consiga fluir energia fácil.
— Mas Phoenix disse que não podemos controlar magia!— Rebati.
— E vocês não podem. Mas todo ser vivo, mesmo que não possa controlar, possui concentração magica! A magia está presente em todo e qualquer átomo de tudo o que existe!— Ela respondeu, como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
— E onde seria essa cidade?— Perguntei. Os olhos da deusa se iluminaram por um instante, e ela sorriu, formando uma linha tênue em seu rosto. Com certeza estava esperando por aquela pergunta
— Por favor, me chame de Anne. Fora do templo, esse é o meu nome.— Ela pediu.— Você vai para a Cidade de Touque.
Me dei trinta segundos de silencio para assimilar. A Cidade de Touque... Eu já ouvi falar dela muitas vezes. Muitas pessoas dizem que é a capital do mundo, pois é naquele lugar que todas as culturas se encontram, seja de qual continente for. Tudo o que sabia dela, é que a cidade é a beira-mar, com um dos maiores portos de carga do mundo. Dizem também que é linda, e possui um cheiro inconfundível de temperos... Considerei que seria bom morar lá...
— Cidade de Touque... Nossa, não vou negar que eu sempre quis conhecer uma Cidade Capital...— Pensei um pouco alto, divagando um pouco enquanto pensava em como seria a aparência dessa cidade.
— Sim, realmente, a Cidade de Touque é muito bonita. Mas isso não vem ao caso agora, precisamos ser rápidas, pois nossa presença juntas aqui, deixa o bairro inteiro em perigo constante. Voltando ao intercambio, é preciso que você convença seus familiares de que quer e precisa fazer um intercambio agora. Use seus argumentos mais fortes, sejam eles quais forem, e estaremos dando uma ajuda indireta, mesmo que não possa ser muita.— Ametista disse, colocando um tom de animação na voz.— Diga que esteve procurando uma agencia de intercambio a alguns meses, e encontrou algumas na cidade. Você dirá que precisará fazer a prova em uma delas, e que se informou que ela acontecerá no fim de semana seguinte a esse, as duas da tarde e em uma rua do centro da cidade. O prédio onde você vai, realmente existe e está sendo usado por uma agencia de corretores de imoveis, eles já estão informados de levarem você até mim quando chegar.— Ametista começou, fazendo gestos pra explicar.— Agora você precisa fazer sua parte Madison, convencer sua família o mais rápido possível, que é realmente um intercambio, e comparecer a prova. Sei que a sua vida estava se encaminhando bem, mas o que você tem escondido no pulso, agora deve se tornar sua maior responsabilidade.
— Vou fazer isso.— Respondi, extremamente convicta das minhas decisões. Até porque se for pensar bem, eu não tenho mais escolha.— Em que rua é a prova?
— Procure por um prédio azul na praça principal na cidade... Você fez uma escolha, e eu não posso fazer nada além de prometer que estará segura.— Ela me olhou, com os olhos calmos e quase maternais.
— Tudo bem.— Suspirei.
— Preciso ir embora agora. Se acalme, e pense bem no que você precisa fazer, acalme sua mente, seu coração e tente deixar seu corpo centrado. Espero que cumpra com o combinado, tudo bem.— Ela se levantou em um salto, soltando minhas mãos depois de segura-las maternalmente, dirigindo-se até a porta de casa. Eu a segui.
— Vou cumprir, não se preocupe.— Prometi.
— Assim esperamos Madison...— Ela passou pela porta com um suspiro alto, praticamente flutuando de tão rápido, e sem me dar chance de dizer qualquer coisa, fazer qualquer pergunta, evaporou em uma nuvem de vapor e arco-íris, bem na soleira da minha casa.
Misteriossssss!!! Ametista super misteriosa para cima de nossa Madison! Teorias do porquê? Eu preciso dizer que esse povo ainda vai trocar muitas farpas, mas por enquanto... Que tudo fique bem, concordam? kakakaka Se você leu o cap anterior e está se perguntando por que esse começou diferente, é por que estou reescrevendo e passando mais um pente fino na história, já que algumas coisas estavam me incomodando. Isso tudo é por causa do feedback de vocês, que me ajuda a estar sempre melhorando! Votem no cap meu povo, e comentem isso ajuda demais!!!
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