Oito - Madison.

Ametista me levou até o hall de entrada do prédio, nós duas em completo silêncio enquanto o elevador descia, andar por andar. Ela havia parado bem abaixo das portas duplas e altas de vidro. Virei para me despedir e reparei que Ametista segurava um envelope em papel pardo nas mãos, que ostentava um volume significativo.
— Dentro do envelope estão as passagens, um agradecimento pela escolha dessa agência e... Uma bonificação em dinheiro para sua família.— Ela disse, me entregando o envelope com as cordas eretas, o rosto em um misto de seriedade e amabilidade.
— Obrigada... Mas eu não posso aceitar, não preciso disso Anne.— Respondi, meio ríspida, afastando o envelope que ela me oferecia. Ametista me olhou franzindo as sobrancelhas e percebi que a resposta fora ignorante demais.— Desculpa Anne... Eu ainda estou um pouco transtornada com tudo o que conversamos e... A vida é um pouco mais difícil para nós humanos do que pensa, saber tudo o que me contou muda muito.
— Madison, muitas pessoas nesse lugar tiveram sua memória apagada para que possamos estar aqui e para que fosse possível abrir aquela passagem. Nesse momento estão nos olhando e se perguntando porquê sou familiar, como minha presença aqui parece errada. E não posso julga-las, realmente é. As coisas são difíceis para os dois lados. Não vamos tornar esse momento mais longo do que deve ser, por favor apenas aceite o envelope. Se preferir pensar assim, leve como um presente por sair viva.— Ela me olhou, suplicante de um jeito que dava pena.
— Okay.— Disse por fim, suspirando um pouco contrariada.
Nos despedimos rapidamente com um aceno, enquanto eu caminhava até o carro, passando novamente pela praça, agora quase vazia. Minha mente girava e girava, lembrando de como eu assassinei friamente meus oponentes, das palavras de Ametista, de Mery... Da sensação de dor e de medo. Mesmo que os três hologramas não fossem reais... Poderiam ser. Eu teria tido coragem de mata-los a sangue frio se seus corações batessem ou tivessem família para alimentar?
Eu estava acelerada e dispersa quando entrei no carro, mas sabia que não poderia permanecer assim para sempre. Precisava começar novamente a seção de mentiras em casa e descobrir uma maneira de me preparar para o que viria.
A adrenalina já havia diminuído no meu sangue quando estacionei o carro, assim como o gosto do café que tomamos. Meu coração batia normalmente, mas começaria a acelerar logo. Sempre acelerava. Deixei o carro na rua de baixo, já que minha rua estava, como quase sempre, sem nenhuma vaga.
Caminhei distraidamente com o envelope grande demais saindo da bolsa, amarrando os cabelos em um coque sem cuidado. A rua pareceu fantasmagórica àquela hora da noite. A lampada de um dos postes piscou brevemente, como fazia já a alguns meses e no fim da rua via-se luzes fortes em tons coloridos, acompanhadas de um som alto. Me perguntava como minha mãe ou algum vizinho conseguiria dormir para trabalhar na manhã seguinte...
Um vulto passou do outro lado da rua e virei o rosto subitamente para lá, diminuindo o passo mas sem parar de caminhar. A expressão no meu rosto fingia desinteresse, mas meu coração palpitava de uma maneira forte. Suspirei fundo, tentando me acalmar.
— Oi... Mocinha...— Não pude evitar dar um pulo com o susto, a voz aparecendo de onde não havia ninguém no segundo anterior.— Nossa, como é bonita. Vem cá, deixa eu te mostrar algo que vai gostar...— A voz pertencia a um homem que já passava dos cinquenta anos de idade, o tom arrastado por conta da bebida. Ele caminhava com o corpo pendendo para o lado e uma garrafa de cerveja barata nas mãos.
— Não obrigada.— Eu disse, passando pelo poste de onde ele havia saído, séria.
Mas então, ele agarrou meu braço ao passar, os dedos frios envolvendo minha pele.
— Qual é mocinha? Não precisa se preocupar.... Juro que não vai machucar você...— Ele resmungou e logo em seguida abriu um sorriso que me pareceu incrivelmente nojento.— Só se você pedir...
Uma lembrança, rápida o suficiente para que só me recordasse da sensação de nojo, fez meus músculos se retesarem. A sensação do que odeio lembrar, mas jamais poderia esquecer. E meu corpo se mexeu sozinho, com pouco da consciência controlando aquele reflexo. Minha perna girou no ar em uma fração de segundo e desferi um golpe na lateral da cabeça do homem, fazendo-o cambalear para trás, levando outro chute, dessa vez no estomago. O golpe o fez cair.
— Nunca encoste em uma garota sem permissão.— Trinquei os dentes, encarando o bêbado completamente atordoado no chão. Um fio de sangue escorreu de sua cabeça.
Olhei para o rosto do homem, pensando em como foi fácil feri-lo. Quase como um instinto. Mais alguns golpes e talvez ele não aguentasse... Como eu era capaz de fazer algo assim? Como qualquer pessoa tinha a possibilidade de tirar a vida de outra? O pensamento me pareceu loucura e balancei a cabeça, tentando afastar a ideia. Voltei a caminhar, dessa vez mais rápido.
A porta de casa estava entreaberta e uma luz branca passava pela fresta.
— Mãe? Está em casa?— Perguntei ao nada, enquanto trancava a porta, não obtendo resposta. O único som parecia ser o da rua, bem mais baixo do que imaginei que estaria.— Mãe?— Perguntei de novo, colocando as chaves no aparador e dando um passo a frente.
Olhei para a cozinha, vendo minha mãe com a cabeça apoiada pesadamente na mesa. Parecia inconsciente, o corpo sentado em uma posição irreal na cadeira.
— Mãe!!!— Chamei mais alto e corri para tentar acorda-la. Balancei seu corpo, preocupada.— Mãe, acorda!!!
Ela mexeu a cabeça, como se tivesse levado um choque. Abriu os olhos devagar e me encarou confusa... Seus olhos estavam vagos e sem vida, como eu não os via a muito tempo.
— Hum... O que aconteceu?— Ela gaguejou baixinho, sentando-se com as costas retas e massageando a lombar dolorida.
— Eu que pergunto mãe, está tudo bem?— Perguntei e franzi as sobrancelhas.
— Eu... Estava te esperando e... Acho que acabei cochilando.— Mamãe balançou a cabeça, arrastando as palavras. Os olhos estavam vidrados em alguma coisa embaixo da mesa.
Me agachei para ver o que mamãe estava olhando, mesmo com os protestos dela e me deparei com duas garrafas de cerveja Kalifth, uma vazia e outra quase no fim. A marca da bebida me trazia lembranças que pensei ter deixado para trás.
— Você bebeu hoje não foi?— Perguntei, a voz cansada apenas querendo a confirmação.
— Só uma dose Madi... Não foi muito.— Arqueei as sobrancelhas, tirando as garrafas de seu esconderijo e colocando-as bem em frente a mamãe.
— Uma dose é?
Ela me olhou, colocando uma expressão de culpa no rosto. Suspirei alto, sorrindo de maneira triste e peguei minha mãe no colo com cuidado.
— Não precisa Madi... Eu consigo caminhar...— Ela disse, mas não tentou se desvencilhar dos meus braços.
— Não. Você não consegue.— Resmunguei. Era estranho dizer aquela frase novamente, depois de três anos sem precisar.
— Você sempre diz isso.— Ela sussurrou, me abraçando e enfiou o rosto em meu ombro.— Agora tem uma desculpa para conseguir me carregar até o quarto. Já está bem mais alta que eu...
Sorri, mesmo sem vontade. Nunca foi fácil levar mamãe até a cama e era ainda pior quando não tinha força suficiente para carrega-la... Não que tivesse se tornado simples agora. Abri a porta de madeira escura devagar e aconcheguei minha mãe nos lençóis.
Observar mamãe dormir era o que sempre fazia depois de coloca-la na cama... Parecia certo ficar lá e vê-la descansar segurando sua mão, depois de ter presenciado mais uma vez seu desmoronamento. Ela tinha problemas com álcool, que começaram quando papai morreu. Estava controlado ha três anos. Sempre acabava na inconsciência, depois de exatamente duas garrafas de qualquer bebida. No caso mais marcante, mamãe foi parar no hospital por quase se afogar, inconsciente na banheira. Por isso, bebidas não eram comuns em casa.
Se ela continuasse tendo recaídas quando eu fosse embora...
Soltei a mão de mamãe e sai do quarto, fechando a porta devagar. Virei o rosto para o quarto de Wesley, entrando em silêncio e me recostei na porta para encarar o muquifo que aquele cômodo estava. Meu irmão estava distraído, mexia no vão embaixo de sua cama com cuidado.
— O que você quer?— Ele perguntou ao perceber minha presença, ríspido como sempre.
— Conversar.— Respondi. Respirando fundo, criei coragem para dizer a frase seguinte.— Mamãe bebeu hoje. Muito.
Wesley me olhou, sentando-se na cama e baixou o olhar para o chão. Era o máximo de sentimento que conseguia demonstrar, com exceção de raiva ou indignação.
— Ela estava horrível essa tarde. Chorou a partir do momento em que você ligou o carro. Então saiu logo depois e quando voltou, tudo que eu consegui ouvir foram copos batendo.— Ele disse.— Não sabia que ela estava bebendo. Como poderia saber?
— Você estava em casa. Porque não foi ver o que estava acontecendo?— Perguntei, cruzando os braços enquanto o olhava.
— Achei que não precisasse.— Wesley respondeu.
— Achei que se importasse!— Revirei os olhos. Meu tom de voz e a raiva que sentia aumentou.
— O que te faz pensar que eu não me importo?!— Ele segurou um grito, ríspido.
— Sério que está me perguntando isso Wesley? Olha o jeito que você age! As vezes passa dias trancado no quarto, não interage, mal fala com as pessoas! As vezes você some do nada, como se atravessasse um portal para outro mundo! Me pergunto como é o conceito de "se importar" para você! — Gritei, fechando as mãos em punho ao lado do corpo.
— Achei que não precisava mais vigia-la, afinal, ela já é adulta e pode cuidar de si mesma!— Ele respondeu, ainda mais alto que eu. A essa altura, estávamos cara a cara, os narizes quase se encostando.
— Nós SEMPRE vamos precisar vigia-la! E agora que eu não vou estar sempre aqui, você vai precisar crescer um pouco! Desistir dessa postura antissocial, rebelde! Com quatorze anos você não é mais uma criança Wesley...
— Se você se importa tanto, porque está indo embora justo agora? Porque está querendo abandonar o barco e deixar todo o problema nas minhas costas!— Wesley gritou tão alto, que poderia ter quebrado uma taça de cristal.
— Eu preciso dessa viagem, é minha única oportunidade de fazer algo assim e você não tem absolutamente nada a ver com isso!— Gritei, pensando que sentiria o gosto da mentira que tinha contado. Mas não senti. Não era mentira...— Que tal usar esse momento para deixar de ser tão egoísta! "Deixar todo o problema nas minhas costas"... Como essa é a unica coisa que você consegue pensar? — Fiz aspas com os dedos, indignada.— Mamãe tem problemas, nosso dever é cuidar dela, não pensar em como isso parece ruim!
— Não, não é!— A porta se abriu com um rangido, fazendo com que eu quase caísse em cima das roupas sujas de Wesley. Minha cara de susto denunciou que a conversa que tínhamos não era para mamãe ouvir... Ela estava com o cabelo todo bagunçado e uma xícara gigantesca de café na mão. A xícara favorita de papai.— Meus problemas não devem ser um fardo para ninguém que não seja eu! Os dois estão pensando que sou um problema e estão brigando por isso, mesmo que com motivos diferentes! Conseguem entender isso ou as mentes estão tão confusas que nada mais faz sentido?
— Falou a mulher que passou a tarde chorando, porque iria perde a filhinha para o mundo.— Wesley murmurou e tanto eu quanto mamãe encaramos ele, irritadas.
— Cale a boca Wesley, antes que eu mesma cale usando suas meias sujas! Eu sou sua mãe e não é problema seu se eu choro! Sou um ser humano e choro tanto quanto você!— Ela olhou para Wesley, arqueando as duas sobrancelhas com a expressão e a voz mais séria que tinha.— As coisas que eu sinto são problemas meus e de mais ninguém. NINGUÉM. E isso inclui vocês DOIS!
— Desculpa mãe, mas eu não vou fingir que está tudo bem quando não está!— Rebati.
— Não estou te pedindo para fingir que está tudo bem, estou pedindo para que me deixe cuidar da minha própria vida!— Mamãe tomou um longo gole de café, passando os dedos pelos poucos fios brancos do cabelo, ainda usando a mesma voz e expressão de antes. Me encolhi, escolhendo ficar calada.— Sim, fiquei triste por você estar indo viajar, mas entendo que beber não vai ser a solução. De uma forma ou de outra, eu pensei sobre o seu intercambio e confirmei para mim mesma o que te disse. Que isso é o certo a fazer. Também entendo a sua preocupação quando me viu Madi, é normal que fique preocupada. Mas a partir do momento que sua preocupação se tornou uma briga, gritando problemas familiares ao vento... Perdeu todo o sentido.— Ela virou para o meu irmão.— E realmente, é uma ótima oportunidade para você crescer. Sua infantilidade não tem mais desculpa Wesley.
Ele bufou alto e se deitou na cama, colocando os fones de ouvido e virando para o lado emburrado. Por mais que quisesse estrangular meu irmão pela atitude, aquela discussão já havia terminado. Mamãe me puxou para fora do quarto, fechando a porta atrás de si. Ela olhou para mim no corredor, com seu olhar firme no meu e disse:
— Não se preocupe comigo. Faça seu intercambio e aproveite tudo o que tem direito lá. Você não é a adulta dessa família Madison, os problemas dela ainda estão na minha jurisdição. Eu e seu irmão vamos ficar bem, sem álcool, acredite.— Concordei com a cabeça, suspirando.
— Não quer saber como foi minha prova?— Perguntei.
— Amanhã. O dia foi longo hoje, vá dormir.— Ela pediu, me dando um beijo na testa. Nos olhamos rapidamente e ela abriu a porta do meu quarto.
— Você também vá dormir mãe, por favor.— Pedi. Ela franziu as sobrancelhas e entendi que não deveria me preocupar. Fiquei olhando ela entrar em seu quarto, fechando a porta forte. Sorri rapidamente, aliviada.
Encarei meu notebook, que estava ligado em cima da escrivaninha, consumindo bateria. Uma notificação do chat apareceu na tela em uma caixa de texto amarela. Tinha o nome da Eve nele...
Chat on.
Eve's Barterdon entrou na sala.
Madi H.Roberts entrou na sala.
Eve's Barterdon: Madi!!! Cadê você?!!! Por favor, precisamos conversar, agora!!
Madi H.Roberts: Oi Eve. Estou aqui, está tudo bem?
Eve's Barterdon: Madison, porque você não nos disse que ia fazer um intercambio?!
Madi H.Roberts: Me perdoa... Eu não encontrei vocês essa semana inteira, nem no chat nem na vida real! E não sabia se realmente iria viajar até hoje de tarde, quando aconteceu a prova! E sim, eu passei, caso esteja se perguntando...
Eve's Barterdon: Não quero você longe Madi... Você é minha melhor amiga, não sei se aguentaria passar um ano longe de você. É esse o tempo do intercambio, certo?
Madi H.Roberts: Sim, só um ano. Não é muita coisa vai... E estou te convidando pra ir no aeroporto daqui a duas semanas, pra gente se despedir!
Eve's Barterdon: Eu vou, mas a gente vi se ver antes, com certeza. Já contou para o Ray?
Madi H.Roberts: Ainda não, mas vou contar, pode ter certeza. Olha, preciso dormir, amanhã o dia vai ser complicado. A gente se fala...
Eve's Barterdon: Ok, até amanhã Madi. E vê se fala com o Ray, ele deve estar desesperado!
Madi H.Roberts saiu da sala.
Eve's Barterdon saiu da sala.
Chat off
Desliguei o computador, me preparando para dormir. Sim, precisava falar com o Ray, mas não seria agora. Me perguntava se conseguiria. Ele sempre havia sido meu melhor amigo e se Eve mesmo me alertou que estaria desesperado... Imagino qual seria a reação dele quando contasse. Tirei o envelope que Ametista me deu da bolsa e tirei o dinheiro, deixando apenas as passagens. Era uma quantia bem maior do que eu esperava...
Tentei não pensar muito mais, acalmar a mente. Afinal, nenhum deles sabia realmente o motivo da viagem e jamais poderiam saber... Não valia a pena sofrer por isso. Mesmo com esse pensamento povoando minha mente na tentativa de afastar todos os outros, foram necessárias quase duas horas tentando estar calma o suficiente para adormecer.
Acordei as oito e meia da manhã seguinte. Suspeitava, que o que me acordou foram os músculos incrivelmente doloridos, se retesando a cada movimento. Tomei um banho rápido e quente, tentando acalmar a pele e os pelos que haviam acordado arrepiados. Coloquei a roupa mais confortável que encontrei no armário e desci para a cozinha, esperando encontrar minha mãe lá, como todas as manhãs. As coisas não tem sido muito normais ultimamente e mamãe não estava lá. A cozinha parecia abandonada... Peguei a frigideira no armário, lembrando que na ultima vez que a casa esteve tão silenciosa, uma deusa sentou-se no sofá e mostrou como uma decisão viraria minha vida de ponta cabeça.
Ouvi Wesley descer as escadas calmamente, apenas ele, seu pijama composto por uma bermuda e os fones enfiados nas orelhas. Ele se sentou na cadeira do canto na mesa em silêncio, pegando um prato, talheres e colocando um pão na torradeira.
— Bom dia.— Ele disse.
— Bom dia.— Respondi, franzindo as sobrancelhas para meu irmão.— Acordou cedo...
— O dia está bonito.— Murmurou simplesmente, pegou suas torradas praticamente cruas e um copo de café. Ele nunca tomava café puro.
— Entendi.— Sorri de canto de boca. Wesley é uma completa incógnita...— Se você diz... Viu mamãe por aí?
— Falando de mim? — Ela apareceu, parecendo extremamente bem, sem olheiras e com um brilho diferente no olhar. — Estava no meu escritório, resolvendo algumas coisas que chegaram de ultima hora e tenho boas noticias! — Ela deu um sorriso radiante. — Mas antes, temos assuntos pendentes. Como foi a prova ontem Madi?
— Maravilhosa. — Antes que pudesse reparar, a palavra já saíra dos meus lábios e meu coração palpitou mais forte. — Demorei um pouco mais, a nota saia na hora e tirei nove. Estou preparada pra viajar, segundo Anne a... — Por um momento imperceptível, me perguntei que palavra deveria usar. — Instrutora que aplicou a prova. Ela me entregou as passagens e disse que vai ser uma experiencia enriquecedora!
— Fico muito feliz filha! — Ela me abraçou forte, sorrindo de orelha a orelha. — Depois quero que me mostre as passagens, mas agora, tenho minha própria noticia boa pra dar! Larguei o emprego na cafeteria da rodoviária e vou trabalhar na parte administrativa de uma empresa!
Meus olhos e os de Wesley se iluminaram, os dois rostos sorridentes.
— Mãe, que incrível!!! — Sorri, animada.
— Não é?! Começo amanhã mesmo, queriam alguém para preencher a vaga o mais rápido possível e com a minha formação, disseram que sou exatamente o que precisavam! — Ela olhou de canto para Wesley, que sorria tortamente, sentado na cadeira.
— Que bom mãe!— Ele disse, esboçando uma animação que não era muito comum.
Eu e mamãe nos entreolhamos, igualmente surpresas. Wesley e animação, não eram palavras que costumavam estar na mesma frase...
As coisas definitivamente estavam começando a mudar.
Mudanças sempre vem para bem, certo? E muita, muita coisa está mudando. Gente, alcoolismo é uma coisa que destrói tantas famílias... Acho que muita gente já teve experiências com isso, me incluo nisso e por mais mórbido que isso pareça, é comum... Nem mesmo a Madison acabou escapando disso. Mas bem... Dona Lena é foda demais e sabemos que ela pode passar por isso, assim como todas as pessoas que tem algum problema com alcoolismo. O que vocês acham que vai mudar na vida da Madi depois dessa viagem? Como o Ray vai reagir quando souber? Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários, vou adorar saber!! E não se esqueçam de votar, pois isso me ajuda muito!
Queria agradecer por estarem lendo! reparei que não faço muito isso, mas é importante agradecer vocês por todos os comentários e leituras! Meus dias são sempre melhores depois de ver todo o carinho que vocês tem por As Sete Pedras! Muito obrigada mesmo!
Beijinhos milhos pra pipoca!
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