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41

Helena foi direto para a enfermaria cuidar dos cortes provocados pela corrida desenfreada pelas árvores e lá mesmo foi interpelada por Althariel e Ivan. Ela contou sobre o bilhete e sobre o encontro com Leon.

― Ele a atacou? ― Althariel perguntou.

― Não... ― Helena pensou. ― Eu o ataquei primeiro, então corri até a clareira.

― Na clareira, o que aconteceu?

― Ele começou a falar dos meus pais, zombar de mim. Eu o atacava e ele apenas desviava. Então, ele apareceu...

― Ele quem? ― Ivan perguntou.

― Quem apareceu, Helena? ― Althariel insistiu.

― Olha, eu sei que vai parecer impossível, mas eu fui salva por um dragão.

Althariel e Ivan se entreolharam.

― Isso é impossível. Dragões foram extintos há centenas de anos.

O homem que entrara na Academia vestia um terno caro e usava uma bengala ornamentada. Os seus cabelos eram prateados e ele possuía intensos olhos verdes. Ainda assim não era nem um pouco bonito. O seu nariz era grande demais para o rosto e as sobrancelhas arqueadas que lhe davam uma aparência severa.

― Mordhor. ― Althariel cumprimentou e Ivan se limitou a um aceno de cabeça. ― Veio rápido.

― Teria chegado antes do interrogatório se houvesse tanta demora em comunicar o Ministério do Protetorado que nosso fugitivo estava na Academia.

― Leon não estava na Academia. ― Ivan o corrigiu.

Mordhor o ignorou e voltou-se para Helena com olhos de rapina.

― Imagino que a senhorita seja a famosa Helena Crawley. ― Ele não esperou pela confirmação. ― Não me surpreendi ao saber que fora a senhorita que viu o nosso fugitivo. Se me lembro bem, estava confabulando a respeito de dragões?

Helena assentiu.

― Bobagem! ― Foi o que ele disse. ― Centenas de guardiões estão escrutinando a floresta atrás de Leon, quando talvez deveríamos estar procurando nos céus. ― Ele zombou.

― É verdade. ― Helena se alterou. ― A sua pele é feito gelo e ele tinha garras como pequenas adagas de cristais. O seu rabo parecia a ponta de uma lança alongada e...

― E a sua boca era como centenas de espadas. ― Mordhor completou. ― Eu conheço as histórias.

Helena ficou em silêncio.

― Então sabe que não são apenas histórias!

― Mordhor por favor deixe Helena descansar. ― Althariel interviu. ― Vamos ao meu gabinete.

***

O som de risadas a atraiu de volta ao presente. A presença de Leon nos arredores da Academia noticia pelo Pergaminho de Brascard não foi suficiente para acabar com o burburinho no café da manhã sobre o baile da noite passada. Thomas e Charlotte lhe encaravam de um jeito preocupado.

― Você não comeu nada. ― Thomas reparou.

― Não estou com fome. ― Ela disse. ― Will já voltou?

― Ainda não. ― Thomas murmurou. ― Você vai pra casa dos seus avós nas férias? ― Ele mudou de assunto.

― Althariel acha que é mais seguro que eu fique na Academia, enquanto Leon está à solta. Aparentemente os meus avós concordam, quem se importa com o que eu acho? ― Ela riu de um jeito amargo.

― Eu vou ficar também. ― Charlotte anunciou. ― Não quero ficar um mês tendo que encarar a minha madrasta.

― Vocês podiam me visitar. ― Thomas sugeriu. ― As minhas irmãs iam adorar.

― Seria maravilhoso, mas eu não quero atrair nada de ruim para sua casa e para as suas irmãzinhas. ― Helena disse num tom sério.

― Nós podemos te proteger e pode ir e voltar no mesmo dia. ― Ele insistiu.

― Eu realmente adoraria, mas é melhor não.


Thomas deu um abraço de urso em Helena no hall da Academia. Charlotte também estava arrumada para partir já que não foi poupada de um jantar em família. Helena acenou para os dois, enquanto os viu descer o caminho até a estação, então, se viu sozinha na Academia.

Apesar do lugar permanecer em silêncio, ela precisou de um refúgio longe dos olhos que a vigiavam. Era como estar numa prisão sem grandes.

Ela sentou com o livro em branco no sofá. O orbe de luz queria que ela ficasse com aquilo, mas ela ainda não sabia o porquê. Nenhuma caneta tinteiro funcionava quando tentava escrever. Ela tentou mais uma vez, mas não funcionou. Num movimento inconsciente furou a ponta afiada da caneta no seu dedo indicar e uma pequena gota de sangue caiu.

― Droga!

O sangue manchou o papel por um segundo, então desapareceu por completo. A página voltou a ser branca e imaculada, mas apenas por alguns momentos. Porque o que apareceu em seguida fez ela fechar o livro num baque.

A frase numa grafia caprichada havia surgido bem a sua vista e quando tornou a abrir o caderno ainda estava lá.

Olá Helena.

Ela releu mais uma vez, então usou a caneta tinteiro ainda suja com o seu sangue e escreveu:

― Olá.

As frases desapareceram e outras surgiram no lugar.

Esperei por muito tempo para que nos falássemos.

― Como você sabe o meu nome?

Eu sei de tudo, foi a resposta.

― Como? Você me conhece?

Eu sou um Oráculo e fui dado a você.

― Pelo orbe de luz azul?

Não, escreveu, então continuou, pelos seus pais.

O coração de Helena bateu rápido, então ela recomeçou.

― Porque?

Porque eles sabiam que você ia querer a verdade e que ninguém estaria disposta a lhe contar.

― Que verdade?

Todas as coisas têm seu tempo. Primeiro, tem algo que você precisa fazer.

― O que?

O oraculo não escreveu nada durante meio minuto e Helena segurou o caderno de um jeito tenso e desesperado. Que a sua vida era repleta de segredos, isso ela já sabia, mas que segredos ainda restavam sobre Francis e Tereza Crawley era o que restava para descobrir.

Siga a luz.

O caderno se fechou sozinho e Helena o escondeu no esconderijo sob o assoalho e voltou assustada para o quarto. Cruzou com Mora no corredor, mas a desprovida acuada não disse nada, ainda se sentia culpada pelo falso bilhete. Leon fora astuto e contratou um mensageiro de Brascard para entrega-lo e enganou a todos.

***
 
Os dias se repetiram e ela não parou de estudar por um minuto sequer. Charlotte era uma boa companhia e as duas quase não falavam no acontecido do Baile Invernal. Vince retornou das férias com a família depois de quatro dias e se juntou às garotas.

― Os Guardiões ainda estão procurando Leon. ― Ele trouxe notícias de Brascard. ― Mas ele desapareceu feito fumaça.

― Eu não me surpreenderia se ele fosse um evaporus. ― Charlotte divagou.

― Mas ele foi pego.

― Mas fugiu da prisão submarina e fugiu de novo.

― Espera, do que vocês estão falando? ― Helena interrompeu.

― Um evaporus é um dom. Faz o protetor ser quase indetectável. Os seus movimentos são mais sorrateiros e silencioso e ele só faz barulho se quiser. São os nossos melhores espiões.

― E os piores criminosos.

― Porque são como fumaça. ― Helena completou. ― Leon poder ter entrado aqui dezenas de vezes.

― Por isso Althariel pôs centenas de feitiços de proteção, enquanto você estava fora. ― Charlotte assegurou. ― Ele não vai entrar aqui e mesmo que seja um evaporus ele não é páreo para os Guardiões.

Helena pensou no tio de Will e como ele surgiu do nada numa mistura de luz, sombras e fumaça. Um protetor completo. Bem diferente da figura maltratada de Leon.

***

Na segunda semana de férias os professores partiram para visitar as suas famílias e as refeições tornaram-se ainda mais silenciosas e tranquilas. Algo que os desprovidos consideraram uma benção.

― Irei a Brascard mais tarde. ― Charlotte anunciou durante o café. ― Tenho que almoçar com a minha madrasta. ― Ela revirou os olhos.

Helena semicerrou os olhos. Se ela estava pensando que iria investigar os Profetas do Caos sozinha, estava muito enganada.

― Irei com você. ― Vince falou. ― O meu pai precisa de mim no Ministério. 

― Você nunca fala sobre a sua família. ― Helena reparou.

― Não há muito o que falar, na verdade. ― Ele disse num tom seco. ― Podemos ir juntos, Charlotte?

Charlotte concordou com um aceno de cabeça.

― Eu gostaria de ir. ― Helena foi sincera. ― Mas o alvo ambulante está sob custódia. ― Lamentou.

― Outras oportunidades existirão. ― Charlotte tentou animá-la. ― E Brascard é horrível nessa época do ano. Lamacenta, fria e todas as lojas estão sempre cheias.

Os dois protetores partiram pouco depois do almoço. Sozinha na Academia, ela enviou uma carta aos avós, agradecendo o livro de Tereza sobre botânica que eles enviaram e passou o resto do dia no Clube dos Perdidos conversando com o Oráculo.

― Você é um péssimo oráculo. ― Ela escreveu.

Siga a luz, ele tornou a dizer.

― Se você não pode me falar a verdade, pode pelo menos me ajudar num trabalho de história? ― Ela escreveu.

Ella fora a única professora que passou trabalho nas férias. Ela sentou no chão com o pergaminho no colo depois que o Oráculo concordou em ajudar.

Os primeiros anos da ascensão protetora foram marcado por revoluções e guerra. A Revolta dos Porretes foi encabeçada por Uhro Godir, líder dos centauros e comandante dos cinquenta mil cavalos. Uhro, ao contrário do que se imagina, não utilizava um arco como arma, mas sim um porrete espinhoso de três metros, que culminou na alcunha da revolução…”

Depois de finalizar o trabalho, ela guardou o Oráculo e ajeitou a tábua do assoalho. Já estava pronta para ir para o quarto, quando se virou e se deparou com Will no Clube dos Perdidos.

Não se viam desde a véspera do Baile Invernal. Ela deu um meio sorriso e reprimiu aquele sentimento de saudade o máximo que pode, mas as coisas não eram as mesmas sem ele por perto. Will não disse nada, apenas a puxou para um abraço sincero que durou longos minutos.

― Eu li no jornal. ― Ele disse quando os dois se afastaram. ― Você está bem?

― Se ter pesadelos assustadores todas as noites é a sua definição de bem, eu acho que sim. ― Ela sorriu. ― Por onde você esteve?

― Em casa. ― Foi tudo o que disse. ― Eu conversei com o ferreiro de confiança da minha família, ele disse que pelo corte da lamina e pelos traços do cabo essa arma não foi feita em Brascard. Ele acha que foi feita ao sul, provavelmente em alguma cidade dos Desertos Áridos.

― Mas tão longe...

― O Príncipe deve ter muito dinheiro para importar algo de tão longe.

― Charlotte vai ficar uma pilha quando descobrir isso.

― Maximilliam tem mantido os olhos e ouvidos bem abertos sobre a movimentação dos Profetas do Caos. Mas isso não importa agora, quero saber de você, conte-me tudo.

Helena contou cada detalhe da visita de Leon, começou quando já estava na floresta e em dado momento, ele interrompeu:

― Porque você tem essa mania?

― Que mania?

― De se embrenhar no meio de florestas desconhecidas. 

― Eu faço coisas idiotas. ― Ela desconversou com um sorriso.

― Eu estou falando sério, Helena. Porque você vai atrás de Leon, porque foi até lá?

A verdade pesou em seu peito como uma pedra. Will pensaria que ela era uma idiota por cair no conto do bilhete falso depois de ele dizer que não participava de festividades e de não a ter convidado.

― Mora entregou um bilhete seu.

― Meu?

― Não eventualmente seu, mas de Leon se passando por você. ― Ela admitiu. ― Foi por isso que fui até lá.

Ele pensou no assunto por um momento e Helena podia jurar o que sentiu ficar tenso por um momento, enquanto ouvia aquela... possibilidade. Ele disfarçou o seu desconforto e perguntou:

― Althariel já tem alguma ideia de quem está trabalhando com Leon aqui dentro?

― Você acha que há um traidor entre nós?

― Eu não me surpreenderia, como ele poderia saber que somos amigos? ― Helena fingiu não notar a hesitação naquela última palavra.

― Charlotte e Vince acreditam que ele seja um evaporus e ele mesmo disse que ficou meses naquela floresta.

― Ele poderia ter nos visto naquele dia.

Helena assentiu e continuou a história até a chegada na clareira das pedras.

― Então, algo estranho aconteceu. Um dragão apareceu. Foi único, Will.

― Dragões estão extintos há anos.

― Eu sei, mas ele estava lá. Pode ser o último dragão na terra, talvez eu nunca o veja de novo, mas ele estava lá. As suas escamas eram azuis feito gelo e as suas asas provocavam uma ventania forte capaz de tirar alguém do chão. E as suas garras? Will, você precisava vê-las!

― Chega disso, Helena.

Ela voltou ao presente. Will não estava tão empolgado quanto ela imaginou que ficaria, estava sério. Aquele olhar preocupado e aflito, como todos os outros que não acreditaram nela e que se preocupavam com a sua sanidade.

― Você não acredita em mim.

― Pode ter sido uma alucinação.

― Eu sei o que eu vi. ― Ela se levantou. ― Pensei que você acreditaria. 

― Isso não importa, você está segura agora. Não importa o porquê Leon desistiu.

Ela deu de ombros e foi até a estante. Will a seguiu.

― Se você pudesse pedir qualquer coisa agora, o que seria?

― A paz mundial.

― Algo fácil e mais egoísta.

Ela lembrou de Charlotte e Vince e os imaginou andando pelas ruas de Brascard. Pensou em Thomas com sua família que ela provavelmente não conheceria tão cedo. E claro, nos avós.

― Um jeito de escapar.

Will sorriu, satisfeito.

― Lembra quando eu disse que esse armário velho era a nossa saída?

― Então, vamos para Nárnia? ― Ela riu. ― Você não conhece? ― Will fez cara de paisagem. ― É mais grave do que eu pensava.

― Cala a boca e entra.

Will abriu o armário velho e entrou com um sorriso, presunçoso.

― Senhorita. ― Ele estendeu a mão.

― Vai me fazer quebrar as regras, William Cardragon.

― Você não precisa da minha ajuda para isso, Helena Crawley.

― Aprendi com o melhor.

― Você vai entrar ou não? 

Helena achou graça. Só podia ser piada, mas se tratando de Brascard tudo era possível. Ela aproveitou o momento para judiar um pouco mais de Will. 

― Não vou entrar nesse armário velho enquanto você não explicar o que está acontecendo.

Will suspirou, impaciente.

― Existem seis portais na Academia, mas apenas cinco deles Althariel monitora de fato ― Explicou Will. ― Eles ficam na Sala dos Portais. Cada direção aponta para uma parte específica de Brascard.

― E quanto ao outro?

― O outro fica sala privativa de Althariel e é bastante difícil ter acesso. Para nossa sorte, esse não é o único meio de viajar. O seu desejo foi atendido, senhorita. ― Ele sorriu. ― Confia em mim?

Ela teve medo de responder. Na primeira vez que se viram o seu rosto não lhe inspirou confiança, mas o quanto não mudou entre eles nos últimos meses? Helena tomou a sua mão e mesmo sem dizer em voz alta confiava nele. Confiava nele há muito tempo e só agora teve consciência disso. 

― Chamamos de Cadeias de Armários. Todos armários são interligados e podemos viajar por eles, desde que já tenhamos estado no lugar de destino. ― Explicou Will.

― Isso em todo o mundo?

― De onde você acha que vieram as histórias de que há um bicho-papão no armário? ― Will disse em tom divertido. ― A cadeia de armários entrou em desuso quando a ciência por trás dos portais foi descoberta e se disseminou, mas ainda é o melhor meio de se locomover se você não quer chamar a atenção. É praticamente indetectável. Já os portais sempre deixam rastro de magia quando são usados.

― Às vezes é como se estivesse vendo o mundo através de uma fechadura. ― Ela admitiu. ― Ainda tem tanto que eu não conheço.

― Então, abra a porta. ― Ele sussurrou. ― Pronta?

― Espera! Você não disse como funciona?

― Seja por meio dos portais ou pela cadeia de armários, viajar é perigoso demais, precisa tomar cuidado para não desmembrar o seu corpo e deixar metade em Brascard e a outra metade no Rio de Janeiro.

Helena arregalou os olhos, enquanto Will se divertia com o seu espanto. O armário começou a tremer, quase como se fosse vir abaixo e Helena se apoiou em Will.

― Eu vou pensar, com toda força onde quero ir e você vai deixar a mente livre para me acompanhar. ― Will elevou a voz porque o armário rugia. ― No três. Um… Dois… Três….

Ela se esforçou para esvaziar a mente. O armário tremeu violentamente e Will e Helena desapareceram, deixando o Clube dos Perdido novamente empoeirado e vazio.

Naquele curto espaço de tempo quando olhou para Will viu seu rosto fracionado em milhares de triângulos. Depois o viu comprido e esticado em meio àquela pressão que sentia no ar. Olhou ao redor e sentiu o armário mudar. Ganhou uma camada instantânea de madeira brilhante e ficou mais largo e mais alto.
Um pensamento veio em sua mente. O vislumbre de um lugar que ela sonhava as vezes, mas que duvidava que já tivesse estado lá. Água entrou em seus pulmões, envolveu todo o seu corpo. Ela sentiu os pés molhados e viu a água tomar o armário, que já não era o mesmo do armário de antes.

― Concentre-se, Helena. ― A voz de Will saiu grave e extremamente lenta.

Como se tivessem sidos sugados, o armário parou de tremer. Will e Helena caíram no chão do armário num baque surdo. Por sorte, folhas e flores amorteceram a queda. A sensação era de ter sido cuspida e a bile subiu-lhe a boca.

― O que aconteceu?

― Você perdeu o foco e estávamos indo parar em algum lugar que hoje deve estar no meio do oceano.

― Como isso é possível?

― Esse era um dos problemas da cadeia de armários, que não se conecta ao lugar, mas ao armário em si. ― Disse Will, passando a mão nos cabelos escuros e encharcados. ― Se o armário muda de lugar é um inconveniente.

― Que lugar é esse?

Will se levantou e balançou os cabelos molhados feito um cachorro.

― Feliz aniversário. ― Ele disse com um sorriso satisfeito.

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