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31

O chalé simpático dos Dunne ficava em Lancastelo, uma cidade fundada pela poderosa família de Mordhor. Chegaram pouco depois do chá e Helena foi recebida com choro e sorrisos pelos avós.

Josephine era uma senhora baixinha de sessenta e poucos anos. Os cabelos castanhos tingidos estavam presos por um lenço quadriculado que não combinava com o seu vestido estampado. Tereza tinha os seus olhos. Olhar para ela era como ver a mãe com mais idade, mesmo sabendo que isso nunca iria acontecer.

Robert, por sua vez, era mais velho que Josephine, magrelo e esguio. O seu temperamento forte era a herança para Tereza e, consequentemente, para Helena.

― Entrem, entrem. ― Josephine pediu. ― Vocês devem estar congelando. Kitty cuide desse jovem antes que ele parta, por favor. ― Ela ordenou para a sua criada.

A moça cumprimentou Helena com um aceno e conduziu Rufus por uma outra porta até a cozinha.

― Como foram de viajem?

― Bem. ― Helena respondeu antes que Will ousasse dizer alguma coisa.

O corredor dos Dunne era repleto de itens decorativos de diferentes países. O casal de protetores viajava o mundo e colecionava descobertas.

― Como foi o Egito? ― Helena perguntou sem jeito.

― Quente e uma perda de tempo. ― Robert reclamou.

― Ora, querido. Não foi uma total perda de tempo. ― Josephine falou. ― Nós gostamos de procurar objetos mágicos perdidos. ― Josephine tagarelou subindo a escada. ― Tem sido o nosso hobby, desde... ― Ela suspirou. Helena não precisa ouvir o resto da frase.

― Havia rumores de um cetro num templo longínquo numa cidadezinha próxima ao Cairo. ― Robert explicou.
― Estamos em expedição há meses.

― Que tipo de objetos vocês procuram? ― Will perguntou.

― Relíquias mágicas que se perdem no tempo e acabam parando em cidades naturais. Você deve imaginar como isso é perigoso, não é?

Helena sorriu e assentiu. Foi dominada por um sentimento diferente, um misto de alegria e saudade. Talvez fosse o que as famílias de comercial de margarina sentiam quando estavam felizes. Aquilo era bom.

― Esse rapaz é o seu noivo, minha filha? ― Perguntou Josephine durante o jantar. O jantar, por sinal, era um verdadeiro banquete na sala aconchegante do casal, que cheirava à carne assada e torta de chocolate.

Will e Helena se entreolharam. Helena não conseguiu evitar e corou, enquanto Will tomou mais um gole de suco, já que Robert dissera que protetores não-graduados não podiam beber bebida alcoólica, o que Will classificou como um comportamento um tanto quanto retrogrado.

― Nós estamos muito felizes. ― Disse Will, diante do silêncio constrangido de Helena.

― Então, eu não ganhei só uma neta, como também um neto. ― Josephine comemorou. Ela era só felicidade.

― Ela é muito jovem para casar. ― Robert franziu o rosto.

― Bobagem, querido. Nos casamos os dezessete. ― Ela sorriu, servindo mais um pedaço de torta para Will.

― Aqueles eram outros tempos, Josie.

Will passou os braços pelos ombros de Helena e sorriu para ela, de modo provocativo.

― Somo apenas amigos, Josephine. Ou melhor, colegas. Will é apenas muito brincalhão. ― Disse Helena, se desvencilhando de Will.

Josephine murchou e fitou Robert como um bichinho maltratado, ele deu tapinhas carinhosos em seu ombro. Só então Helena percebeu que o havia feito.
 
― Não se preocupe, você chamará quando se sentir confortável. ― Josephine disse pegando nas mãos de Helena.

O jantar transcorreu sem mais incidentes e Helena ofereceu aos avós todos os detalhes que se lembrava da vida com os seus pais. Ao final, Josephine lhe consolou com um abraço apertado.

― O resto vocês podem ler no Pergaminho de Brascard. ― Ela brincou.

― Todo santo dia espanto dezenas de bisbilhotis. ― Robert reclamou.

― Posso reforçar a proteção da casa. ― Will sugeriu.

Robert bufou, ainda não recuperado da brincadeira anterior, mas acabou concordando.

― E cuidavam bem de você nesse lugar, minha filha? ― Josephine perguntou.

Helena fitou os talheres. Sofreu muito nas mãos de Madalena, mas o que fez com ela... Toda vez que ela falhava nos treinos era nisso que pensava. Naqueles olhos cheios de medo.

― Helena é uma cataclista. ― Will comentou. ― Assim como eu.

― Ora, mas isso é uma maravilha. Nunca tivemos um cataclista na família. ― Josephine disse em tom efusivo.

― Você pode demonstrar? ― Robert pediu.

― Eu estou cansada. ― Ela disse num tom triste. ― Mas Will é um excelente cataclista, vamos Will, mostre a eles.

Will fez centenas de flocos de neves recaírem sobre a mesa. Cada uma era detalhado e diferente do outro. Josephine bateu palmas e até Robert se impressionou com o seu dom. Helena deu um meio sorriso e por um momento os dois se entreolharam. O tipo de dom que carregava não faria ninguém se impressionar, talvez gritar até virar cinzas.

Helena desistiu de tentar dormir e começou a mexer nos pertences da mãe. O quarto era simples. Uma cama de madeira forrada com lençóis novos e cheirosos. Um criado-mudo, uma pequena cômoda e uma estante de livros. Tão poucas lembranças haviam lhe sobrado dela e por muito tempo ela fez questão de reprimi-las, dizendo para si mesma que era lembranças de outra pessoa.

Ela folheou os livros de botânica cuidadosamente alinhados. Cada margem era coberta com anotações precisas. Não era à toa que Godofredo a adorava.

― Plantas silvestres da Amazônia e suas utilidades: antídotos, poções e venenos letais. ― Ela leu em voz alta o próximo título.

Na contracapa uma letra diferente chamou a sua atenção. Era o número de uma das páginas com um coração desenhado ao lado. Ela folheou o livro até a sessão dos venenos letais e leu sobre a planta capaz de controlar emoções humanas.

― Pai, você era meio macabro. ― Ela comentou para si mesma. Ela virou a página e sentiu um tipo diferente de papel.

A fotografia era de 1991. Francis usava um terno preto e abraçava Tereza pela cintura, que sorria deslumbrante no vestido azul turquesa. Ao lado, a mulher de vestido verde tinha cabelos escuros escorridos e estava de braço dado com um homem. Helena arquejou. Era a cópia fiel de Will e era o único que não sorria para a foto.

No canto da foto havia uma mulher de vestido branco. Os seus olhos brilhavam e ela gargalhava, meio que olhando para o lado esquerdo. Helena passou o dedo pela lateral áspera da fotografia. Das pessoas que estavam na parte rasgada só viu a mão branca de um homem ao redor de Beatrice Lancaster.

Will entrou no quarto de hospedes. Os Dunne não deveriam receber ninguém há anos, porque cheirava a mofo e coisa velha. Não havia muita coisa além da cama e uma cômoda de madeira.

Robert o havia instalado no quarto de cima, que ficava próximo ao quarto do casal. Will suspeitou que era para vigiá-lo, como se fosse atacar Helena enquanto ela dormia. O rapaz revirou os olhos, mas não deixou de sorrir com a ideia travessa.

Pouco depois da meia noite uma fresta da porta se abriu e um filete de luz entrou.

― Will... ― Ela chamou.

Não estava dormindo, mas fingiu por um momento. Atônito.

― Will... ― Ela entrou.

Ele se levantou. Estava sem camisa, porque o quarto era um inferno de quente. Mas Helena não se importou por vê-lo seminu. Ele semicerrou os olhos. Só então quando ela se aproximou com o lampião feito de fogo-fátuo, que ele percebeu o seu estado.

Helena dificultava muito as coisas para ele. O seu cabelo estava emaranhado e revolto ao redor da cintura e os grandes olhos castanhos arregalados de forma infantil.

O medalhão queimou sob o seu peito. Ele tirou o objeto antes que ela o iluminasse por completo. Não sabia porque usava aquela coisa estupida, mas não conseguia devolver. Por mais egoísta que fosse, facilitava naqueles momentos terríveis ter algo dela com ele.

― Helena?

― Will, olha o que eu encontrei. ― Ela se sentou na cama.

Wil esfregou os olhos e encarou a foto.

― Esses são os seus pais?

Aquela pontada de dor o atingiu em cheio e a frieza o dominou, como sempre acontecia quando estava com raiva ou triste. Ai de quem estivesse perto. Mas como era ela, ele se controlou e se limitou a assentir.

― Você não me disse que eles se conheciam.

― Eu não sabia. ― Mentiu.

Ela o encarou. Ah, aqueles malditos olhos que escrutinavam a sua alma impura. Que maldito egoísta era por mantê-la ali.

― Há tanta coisa que você não sabe.

― Você não pode me contar?

Ele pegou um dos seus cachos e puxou como se fosse um sino.

― Hoje não. Você deveria dormir.

Ele viu a relutância nos seus olhos e ficou acordado muito tempo depois de ela partir levando a luz consigo. Ela estava a um passo da verdade e isso era perigoso, até para ele.

Maldita promessa feita a Althariel.

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