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22

Helena arregalou os olhos quando entrou no salão de banquetes e viu Will segurando um cálice adornado de vinho. Charlotte também não parecia nada satisfeita com a sua presença repentina. O rapaz sorriu de um jeito presunçoso e ergueu a taça na direção de Helena, que o ignorou.

Os três comeram em silêncio e Charlotte disparou do salão de banquete antes de Helena terminar. Ela observou a garota partir e começou a engolir a própria comida. Will a observava descaradamente.

― Com pressa para espiar os seus novos amigos?

Helena engasgou e tomou um gole de suco.

― O que faço ou deixo de fazer não é da sua conta. ― Ela vociferou. ― Porque não volta para sua masmorra das trevas e fica lá? Já não basta me atormentar durante os treinos?

― Eu estou preso a você até que controle a droga do seu poder, então se você não está concentrada o suficiente, eu tenho que saber o porquê.

― Eu também não queria estar presa a alguém tão repugnante como você, mas eu estou reclamando? Não! Então, porque não faz a droga do seu trabalho e para de bancar o garoto mimado?

Helena deixou a salão sem esperar por uma resposta de Will. Não foi em direção a porta secreta como sempre fazia para ouvir as histórias. Ao contrário, foi direto para o quarto, vestiu a túnica preta emprestada e pegou a adaga.

Esgueirou-se até os estábulos silenciosos e se escondeu em uma das baias.

Não soube por quanto tempo cochilou até os relinchos a despertarem do seu sono. Encolheu-se ainda mais por dentre os fenos até que o qilin começou a cheirar o topo da sua cabeça.

― Sai daí. ― Vociferou.

Ela ficou em silêncio absoluto quando as portas de madeira foram abertas. Os passos cautelosos ecoaram até uma das baias.

― Espero que esteja pronta, garota. ― Charlotte murmurou para o animal.

Helena ouviu a porta ranger novamente. Os cascos do animal se misturando ao som dos passos leves de Charlotte. Depois de alguns segundos, Helena se levantou.

Não sabia exatamente o que fazer se a encontrasse ali. Agora que havia confirmado, ela precisava ir até o fim. Atrapalhada, ela selou o qilin de pelo prateado que cheirou o topo de sua cabeça.

Ela não precisou lhe dizer o que fazer, pois o animal trotou em disparada pela floresta beijada pelas sombras da noite no encalço do ponto de luz dourado e vermelho no horizonte.

O qilin tomou cuidado em manter distância durante a perseguição. Na escuridão da floresta corujas piavam conforme eles passavam, mas ela tinha ciência de que outros animais noturnos também estavam à espreita.

As arvores retorcidas não passavam de um borrão e por duas vezes Helena inclinou o corpo para frente por causa de um galho baixo demais. Em dado momento Charlotte deu uma guinada e deixou a estrada de terra para traz.

O caminho entre a floresta era mais perigoso por causa dos galhos densos, mas Helena deixou que o qilin fizesse todo o seu trabalho.

O limite da floresta terminou em um penhasco alto e gramado. O qilin dourado de Charlotte deu um salto gracioso em direção ao véu azul-marinho da noite e Helena prendeu a respiração, conforme o seu qilin prateado caminhava em direção a queda livre.

Por um instante ela fechou os olhos e prendeu a respiração. Já havia perdido a conta de quantas primeiras vezes tivera em Brascard. Cavalgar era uma delas. Cavalgar sob uma fera que poderia ser brutal era uma delas.

A pouco menos de um metro do salto o qilin prateado parou, freando as patas dianteiras e sentando sobre as próprias patas. Helena sacolejou na cela e se agarrou no corpo de animal, por pouco não caindo penhasco abaixo.

― Vamos! Vamos perde-los. ― Helena bradou.

O qilin sacolejou o corpo ferozmente e Helena caiu para o lado.  O animal bufou e virou o rosto para o outro lado. Helena pegou as rédeas e tentou montar novamente, mas o animal rugiu para ela.

― Não me diga que tem medo de altura? Depois de tudo o que passamos! ― Ela gritou. ― Vamos!

O qilin a ignorou.

― De todas as feras que eu tinha que escolher, tinha que ser a mais medrosa! ― Ela jogou as mãos para o alto.

Se me chamar de fera mais uma vez...

Helena congelou. O qilin lhe encarava com os olhos cinzas prateados e sérios. Não havia ninguém ali, então aquela voz...

― Você fala? ― Ela se aproximou. ― Consegue me entender?

O qilin assentiu com a cabeça.

Inclusive posso ouvir os seus insultos.

Então sobre isso que se tratava. Helena o havia ofendido quando o chamou de fera. Mas tinha certeza de que não havia dito em voz alta.

Também posso ouvir os seus pensamentos.

― Eu sinto muito se o ofendi, mas precisamos segui-los. ― Ela se sentiu tola discutindo com um animal.

Mais insultos. O qilin reclamou.

― Por favor... ― Helena fez uma reverência demorada.

Vai precisa de muito mais para me convencer.

Helena gritou e resmungou e xingou pelos minutos, enquanto o qilin a encarava, entediado. Ela olhou para a planície que se estendia abaixo. Não havia nenhum sinal do ponto dourado e vermelho. 

― Vamos para casa, então. ― Ela tentou montar. ― O que? Vai me obrigar a caminhar?

O qilin não respondeu. Helena não tentou montar novamente. O medo de ser jogada penhasco abaixo era maior. O qilin tampouco tomou a dianteira no caminho e a garota se viu perdida naquela floresta desconhecida.

Por sorte, o animal prateado oferecia luz o bastante para iluminar alguns metros à frente. Depois de ralar os joelhos ao cair duas vezes numa raiz seca e voltar ao penhasco pelo menos uma vez, ela chegou à estrada de terra.

Os músculos estavam doloridos e ela estava com mais raiva ainda. Não só por ter perdido Charlotte de vista, mas pelo qilin que podia leva-la para casa em minutos.

O som calmo dos cascos batendo na terra foi cortado por um trote rápido e violento que surgia na estrada.Helena encarou o qilin, mas ele também parecia surpreso.

Sem pensar ela tomou as rédeas do animal e voltou para a floresta correndo.

O qilin se misturou aos arbustos, enquanto ela se encolheu entre duas árvores que deixavam uma fresta pequena para espiar. 

O cavalo diminuiu o trote como se sentisse no ar o cheiro deles. O cavalheiro desconhecido murmurou para o animal e eles continuaram a cavalgada.

A garota percebeu que não estava respirando e soltou o ar. Por pouco não foram vistos e denunciados por quem quer que estivesse indo em direção à Academia.

Não era seguro caminhar pela estrada, deveria seguir pela floresta se quisesse evitar se descoberta. Helena tomou as rédeas do qilin e continuou a caminhada.

Os animais noturnos ficaram silenciosos e não havia som algum quando ela chegou àquela parte da floresta. Parte dela sabia que não era a direção correta, mas algo mais forte a fez continuar.

Ela se livrou das arvores densas e secas cobertas por espinhos que arranhavam a sua mão e o seu rosto. Já estava longe o bastante da estrada naquele momento.

O qilin ficou silencioso atrás dela conforme ela se livrou dos últimos galhos pesados e deu de cara com uma clareira coberta de mato seco.

No centro da clareira três majestosas pedras de mais ou menos quatro metros e meio resistiam ao tempo. Elas se erguiam como totens e eram formadas por pedras menores de diferentes tipos de cores.

O qilin relinchou atrás dela, ele desaprovava, mas ela não se importou. E continuou caminhando até aquelas pedras majestosas e lisas.

Não deveríamos estar aqui.

― Já eu acho que é exatamente aqui que deveríamos estar. ― Ela correu até as pedras.

A cicatriz em suas costas queimou e aquele calor percorreu por todo o seu corpo. As suas mãos estavam quentes como não estiveram em dias.

De alguma forma estar naquela clareira havia despertado o seu poder como não acontecia quando treinava. Não estava com raiva, não mais, ou com medo. Estava curiosa.

Ela se aproximou sozinha das pedras gigantescas e tocou numa delas esperando sentir a pedra fria. Mas estava quente ao seu toque.

Um arrepio elétrico percorreu todo o seu corpo e a garota puxou a mão,  olhando para o qilin, que observava algo além dela.

Quando ela tornou a olhar para as pedras viu uma circunferência brilhante feita somente de luz. Era azul claro e do tamanho da palma de sua mão.

Tão logo que apareceu, a luz azul se apagou. Helena mal teve a chance de tocá-la. Mas a sensação que tinha era que o fogo azul não havia se extinguido. Era como se ainda estivesse ali, observando.

― O que era aquilo? 

Eu disse que não deveríamos estar aqui.

― Porque não? O que é esse lugar?

Foi exatamente aqui em que se deu a última batalha na Guerra das Raças Irmãs há 17 anos.

Helena perdeu o fôlego. Se tanto horror havia acontecido nessa clareira e tanto sangue havia sido derramado, não deveria ser um lugar sagrado, mas palco de mortes e luta.
Fora naquele lugar que anos atrás eles perderam a Guerra.

O qilin ofereceu o dorso para que ela montasse. Enquanto cavalgava, Helena não soube se havia imaginado, mas torcia que sim, pois seus olhos captaram de relance um brilho azul intenso por dentre as árvores retorcidas.



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