Preâmbulo: Medii Motus
Império Franco do Ocidente
Período 952 dC
Quem foi... ela?
Juna desafiou o mundo regido pelos homens e para os homens. Suas façanhas tornaram–se lendas contadas por gerações de marinheiros, para seus filhos, e os filhos de seus filhos...
Dizem que enfrentou serpentes gigantes, fantasmas horripilantes, leões caçadores de gente, governantes caprichosos, feiticeiros milenares e guerreiros sanguinários. Dizem que derrubou reis e derrotou bandidos traiçoeiros. E até que escapou de um maremoto... Alguns chegaram a sugerir que não se tratava de uma mulher, mas o espírito ancestral de um guerreiro aprisionado por algum feitiço, dentro de um corpo feminino.
Como saber a verdade...?
Seu nome não consta dos registros históricos que sobreviveram àquela época. Mas a Ordem guardou todas as evidências que se referem a Juna, a pirata.
A rainha dos telhados, como também ficou conhecida, trilhou um longo caminho até obter a reputação que lhe valeu o posto de inimigo número um do Império.
Joana Du Saint Martin nasceu no fim do Reinado de Pierre, o Impiedoso. Teve uma infância privilegiada e protegida na corte franca. Seu pai, o Grão–duque Isidoro Du Saint Martin, atuou como conselheiro do Imperador Pierre, morto no campo de batalha. O imperador deixou para trás uma situação indefinida no que dizia respeito à sucessão ao trono e ao controle das fronteiras do império. Seu arqui–inimigo aguardava apenas que o império franco mergulhasse no caos para mover seus exércitos e tomar o território. Mais do que nunca, os francos precisavam de uma liderança forte e destemida. Nenhum líder ascendia ao trono sem que antes tivesse demonstrado a bravura perante os chefes dos clãs. Eram eles que legitimavam o governo, conforme as leis francas. Agora, com a morte súbita e mal explicada do imperador, forças operavam para obter o controle da corte.
A Rainha Hilda, de passado obscuro, era uma dessas forças. Ela concebera três filhas que não tinham amplos direito. No entanto, a rainha estava disposta a tudo para manter o controle do império em suas mãos. O que Hilda não sabia era que Pierre tinha um primogênito, nascido de sua relação com Lídia, a conhecida feiticeira de Bremen.
Seu verdadeiro e único amor.
Um amor impossível, pois a feiticeira era saxã. Os saxões eram inimigos ferrenhos dos francos. Assim, o Príncipe Guilhem de Craon tinha o sangue de dois povos em guerra. Chamado pelos francos de bastardo, o príncipe era cobiçado pelos rebeldes saxões como objeto de barganha. Considerando sua condição de nascimento, ele se viu esmagado por interesses dos quais não compartilhava.
O príncipe foi separado da mãe para assumir seu lugar na corte de Hilda. A rainha iniciou uma campanha ardilosa junto aos clãs para negar ao menino o seu direito dentro da linha sucessória. Pierre, por outro lado, deixou instruções a Isidoro para que garantisse a ascensão do filho ao trono do Império. Por tudo isso, era de vital importância para Hilda que Isidoro fosse eliminado... Enquanto as intrigas estavam sendo tecidas, Guilhem era tratado como um indigente dentro do palácio – onde Hilda reinava absoluta.
Guilhem e Joana tiveram um breve encontro na adolescência, que iria marcá–los para toda a vida. O destino faria com que se reencontrassem no futuro, só que em lados opostos. Ela, uma pirata; ele, o imperador que colocaria sua cabeça a prêmio. E em meio a tudo isso, os dois precisariam enfrentar as consequências de um feitiço muito antigo, ditado pelas pedras da invocação. Ou, como os antigos egípcios chamavam: as pedras malditas de Roth.
Capa de Mozart Couto
HQ: Trinta Moedas. Roteiro: MD; arte: Helcio Rogério
Capa do Fanzine Voyeur. Personagem: Imperador Guilhem de Craon. Arte de Mozart Couto
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"Esta obra reproduz alguns comportamentos e costumes da época em que foi retratada e da época em que foi escrita".
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